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sábado, 23 de junho de 2018

Na Copa



Copa da Rússia teve jogo de Gauchão neste Sábado

Consegui ver a segunda partida na íntegra desta Copa; Alemanha versus Suécia e para minha decepção, acabei sendo testemunha de um confronto muito parecido com os do nosso certame regional. 

Havia escolhido a Suécia para torcer, por apresentar uma camisa linda, uma torcida mais linda ainda e a minha vontade de ver os grandes sucumbirem na primeira fase (Espanha, Argentina e Alemanha). Não deu.

A Suécia era o time do interior e os germânicos, Grêmio ou Inter; até garfada ela foi, isso, com vídeo e tudo. Um pênalti claro por qualquer ângulo fornecido por todas as imagens. O juiz nem vacilou: Mandou às favas! Dispensou todo o auxílio que a tecnologia poderia dar (e deu). Lógico! Penalidade, todos sabemos, não é sinônimo de gol, mas é a maior chance de se converter em vantagem, além de pendurar o zagueiro infrator, que mereceu o cartão amarelo na jogada.

Não é que o "time pequeno" aproveitou a chance de sair na frente; 1 a 0, gol de Toivonen, o camisa 20. A atual campeã mundial, nervosa, nada tinha de "calculista", nem era sombra do time que meteu uma goleada histórica no Brasil há quatro anos.

Veio a etapa final e a Suécia confirmou a sua posição de coadjuvante; ficou com medo de ser feliz e tomou os gols que considero "modelos" de quem quer ganhar e de quem quer perder, isto é, um gol antes dos cinco minutos (Reus), invalidando toda a expectativa reinante à saída para o intervalo e, mais tarde, no derradeiro minuto dos acréscimos. Aqueles tentos que diferenciam os que brigam até o apito final e os que recuam exageradamente, rezando para que a partida chegue ao fim, isso, mesmo com um atleta a mais. Nem assim, a Suécia se sentiu confiante para prender a bola na frente ou nas zonas mortas do campo, quanto mais buscar a classificação com uma vitória, algo que estava ali, à sua frente, um triunfo palpável, bastava ousar.

O castigo veio por outro traço que delimita o jogador comum do extra-classe; Kroos, o camisa 8 teuto, teve a incumbência de cobrar a falta que todos sabiam ser o ato final do encontro. Ele poderia ter levantado a bola na "zona do agrião", abdicando de qualquer responsabilidade de ser o protagonista do sucesso ou fracasso do levantamento. Não, ele não fez assim, Kroos até combinou com um outro alemão, o golpe mortal que ele tomou para si a autoria.

Não sei quem sairá classificado deste grupo, mas, repito, hoje, a Suécia foi pequena em sua ambição e a Alemanha, nervosa, desentrosada, até decepcionante, não esqueceu de seu papel de gigante do futebol mundial.

Resta para a Suécia incorporar um pouco o espírito dos vencedores e encarar os mexicanos na última rodada.


12 comentários:

  1. Essa Alemanha de 2018 me fez lembrar aquela de 1986, que se classificou na "bacia das almas", em um grupo com Dinamarca, Uruguai e Escócia.
    Ficou em 2º lugar, com uma vitória, um empate e uma derrota. Depois, foi meio aos tropeções, ganhou do Marrocos por 1x0, empatou em 0x0 com o México (os pênaltis salvaram) e acabou passando pela França, para chegar à final contra os hermanitos de Maradona.
    Alemanha é sempre um grande desafio, mesmo que esteja mal. Chega um momento que ela engrena sabemos onde ela vai parar.
    Alemanha nunca deve ser menosprezada. Tem camiseta!

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  2. Boa comparação; embora esta de 2018 não tenha nenhum Karl-Heinz Rummenigge, um dos maiores jogadores alemães que vi jogar.

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    1. Pois é, Bruxo!
      Já imaginaste uma cobertura diuturna, como fazem com alguns "extra-classes" de hoje, na época de Rummenigge?
      O futebol é engraçado. A Alemanha foi pródiga em grandes jogadores.

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  3. Rumminegge foi o primeiro atacante "moderno" que vi; flutuava pelo último "quarto" do campo (esses teóricos novatos da crônica esportiva são tão criativos com essas neologias!!); jogava (e bem) nas quatro posições do ataque, quando eram quatro.

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  4. O "VAR" é um avanço no futebol. Entretanto está sendo pouco utilizado especialmente se analisarmos o grande investimento para estar disponível numa partida: equipamento e mão-de-obra. Aí é que entra a máxima: "nada se cria, tudo se copia". Bastaria que o futebol copiasse o que já acontece no tênis e no voleibol: cada equipe teria direito a um(ou dois) "desafios" em cada tempo. Se fosse procedente continuaria a ter direito a mais um e caso contrário "gastaria" o seu desafio. Isso não deixaria a revisão dos lances só na "vontade" do juiz ou no "aviso" da equipe do VAR. Simples assim.

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  5. João
    Exatamente; bastaria se inspirar nos demais esportes,nas experiências positivas, mas eu já desconfio que a má performance de alguns grandes ou ruindade dos árbitros começam a se sobrepor a real contribuição do VAR.
    Ontem era para olhar o vídeo.

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    1. Pois é, Bruxo, a Alemanha acabou se safando pelo pênalti não marcado, mas principalmente pela incompetência e despreparo mental da Suécia. Os suecos perderam umas três ou quatro chances de matar o jogo no contra-ataque. Quando ficaram com um a mais, recuaram completamente, parecia que estavam com um a menos.

      O VAR, na minha opinião, está sendo bem utilizado até o momento, com poucas exceções. A ideia é que ele diminua a quantidade de erros e isso vem acontecendo. Vai ser fundamental principalmente para lances de pênalti e impedimento.

      Não acho que se possa copiar o sistema dos outros esportes, do desafio. Isso porque as infrações no futebol tem uma dimensão subjetiva. Não se trata apenas de verificar se a bola entrou ou não, se saiu ou não (exceto em gols e impedimentos). Por isso entregar o direito de desafio aos jogadores poderia, pelo contrário, favorecer as equipes que jogam em casa ou são mais poderosas, que usariam o desafio para pressionar ainda mais a arbitragem.

      Antônio R.

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  6. Exato, Antônio.
    Como qualquer ferramenta, o VAR tem o destino que o ser humano dá, um lance como aquele pênalti e a veemente reclamação, não tem como não causar pelo menos "a curiosidade" de algum elemento da arbitragem.
    Foi muito estranho.

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    1. Concordo, Bruxo. Ali claramente teve favorecimento. Ao mesmo tempo, o árbitro se safou de embarcar numa simulação vergonhosa do Neymar no último jogo por causa do VAR.

      Antônio R.

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  7. Antonio, reforçando:
    Vi o lance do cotovelaço de Cristiano Ronaldo; minha avaliação: Cartão vermelho, o juiz pipocou.

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    1. Tô olhando o lance neste exato momento. Acho que pipocou mesmo. Acho que é lance passível de interpretação, um árbitro mais rigoroso pode dar o vemelho, outro somente o amarelo. Eu daria somente o amarelo, porque não vi violência, apenas malícia. Por outro lado, no lance do pênalti que ele confirmou, mesmo com o VAR, acho que errou.. mas enfim, é isso aí, seguem sendo os humanos a decidir! Tem que aperfeiçoar.

      Antônio R.

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  8. Antônio
    Só vi o lance da cotovelada;li agora que os iranianos estão possessos.Para mim, vermelho direto.

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