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sábado, 18 de março de 2023

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (283) - Ano - 1969


O Ocaso do Artilheiro 

Fonte: https://www.palmeiras.com.br/

Contratar atletas em final de exitosas carreiras, realmente, é uma loteria. O Tricolor nos últimos anos trouxe uma série de jogadores, cujo ápice de suas biografias sinalizava ser algo do passado. Ficando como exemplo, os atacantes André, Diego Tardelli, Diego Souza e agora, Luiz Suárez. Experiências frustrantes, outras exitosas.

A volta de Alcindo em 77 foi um acerto, porém, ele foi utilizado em doses homeopáticas; André era o titular, algo que pode ocorrer com El Pistolero em 2023.

Buscando na história do clube, um dos episódios de insucesso mais marcantes na minha infância teve como protagonista o camisa 9 Tupãzinho, gaúcho de Bagé, ídolo do Palmeiras, onde atuou por seis temporadas, 234 partidas e 122 gols; resumindo: não precisava de dois jogos para marcar. Assim, ele entrou para a galeria dos 10 maiores artilheiros da antiga Academia do Parque.

Em 1968, Tupãzinho foi o goleador da Libertadores, mas no final daquele ano sofreu mais uma de suas muitas baixas médicas, em especial, nos joelhos. Foram fatais para o resto de sua carreira.

 No ano seguinte, desembarcava no Salgado Filho para atuar no Tricolor trocado pelo lateral reserva de Everaldo, Zeca. À princípio, um "negócio da China". Não foi. Os números modestos, vide Álbum Tricolor provaram o equívoco. Zeca atuou nos anos mágicos palmeirenses por mais de uma década, sempre como titular. Tupã virou suplente

Uma das virtudes do bageense era bater faltas. E diante do Ypiranga no 27 de Abril daquele ano, ela se fez presente no antigo estádio da Montanha, garantindo o escore mínimo na vitória azul em Erechim.

Sérgio Moacir mandou a campo: Arlindo; Espinosa, Ary Hercílio, Áureo e Everaldo; Jadir e Sérgio Lopes; Hélio Pires (Tupãzinho), João Severiano, Alcindo e Volmir.

Francisco Camargo Neto escalou o Canarinho com: Alcino; Glênio, Mujica, Plínio e Zinn; Lindomar (Arli), Pedruca (Da Silva) e Roberto; Téio, Neco e Ademir Gallo.

Como sempre, os enfrentamentos no interior não são fáceis, em especial, pelo espírito guerreiro que é posto à prova aos clubes da capital. Dessa forma, o primeiro tempo ocorreu equilibrado e o empate sem abertura de placar, considerado adequado.

Na segunda etapa, logo no primeiro minuto, Alcindo sofreu falta. Tupãzinho que começara no banco, ajeitou e, embora a distância considerável da meta de Alcino, desferiu um petardo que se alojou no fundo das redes dos locatários. 1 a 0.

Como numa luta de boxe equilibrada, os adversários seguiram trocando ataques, buscando minar as resistências e acertar o golpe decisivo. Na verdade, o decisivo ocorreu nos primeiros sessenta segundos do segundo tempo, no tiro irrepreensível de Tupãzinho. Um dos nove que marcou, defendendo o Tricolor.

Roque José Gallas foi o árbitro que anulou erradamente um tento gremista neste confronto pela terceira rodada do campeonato gaúcho.

Para a maioria, a lembrança quase única de Tupãzinho no Imortal é a do Grenal de inauguração do Beira-Rio, o da pauleira total, onde apenas Dorinho (Inter), Everaldo e Alberto não foram expulsos. Aliás, Tupã foi um dos destaques nas cenas de pugilismo daquela tarde, mas para mim, fica a do meu primeiro jogo de botões que ganhei de meu pai, São Paulo e Palmeiras, assim como, Vasco e Flamengo, que recebeu o meu irmão. Tupãzinho, não poderia ser diferente, era o artilheiro do time.

Fontes:  Arquivo pessoal do amigo Alvirubro

               https://www.gremiopedia.com

             




2 comentários:

  1. Filho de Tupan Ernâni dos Santos e Vicentina da Rosa, José Ernâni da Rosa (Tupanzinho) nasceu na cidade de Bagé, RS.
    O pai, que também foi jogador de futebol, atuou no Internacional, Santos, Cruzeiro de Porto Alegre, Grêmio Bagé e Brasil de Pelotas. Jogador acima da média, Tupan foi ídolo colorado, atuando entre 1932 e 1935, tendo participado de 54 jogos, marcando 45 gols.

    Tupanzinho, além do apelido, herdou do pai o grande futebol e a facilidade de marcar gols. Chegou ao Grêmio Esportivo Bagé, pelos idos de 1956, e fez seus primeiros jogos pelo time principal do Bagé em 1958. O América do Rio de Janeiro foi o primeiro clube interessado no jogador gaúcho. Mas os dirigentes não chegaram ao acordo financeiro e Tupanzinho voltou para Bagé.

    No início da temporada de 1961, o Grêmio Bagé passava por um momento financeiro difícil e aceitou vender o passe de Tupanzinho por 300 mil cruzeiros ao maior rival, o Guarany Futebol Clube.
    Tupanzinho honrou o compromisso, apesar dos protestos dos torcedores do Grêmio Bagé, e mostrou seu talento com grandes apresentações. Principalmente em 1962, quando o Guarany ficou em 3º lugar no campeonato gaúcho, sendo superado apenas pela dupla “Grenal”.

    No início do mês de janeiro de 1963, Tupanzinho foi negociado com a Sociedade Esportiva Palmeiras, onde levantou várias taças: Campeonato paulista 1963 e 1966, Torneio Rio São Paulo 1965, Taça Brasil e Torneio Roberto Gomes Pedrosa, ambos em 1967.
    Foi o primeiro artilheiro alviverde na Taça Libertadores com 11 gols marcados. Também foi um dos maiores artilheiros da história do clube, com 122 gols em 231 partidas disputadas, segundo o Almanaque do Palmeiras, dos autores Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti.

    Em 1968, a Dupla Grenal disputou o passe de Tupanzinho, que acabou negociado com o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, em dezembro. Sofrendo os efeitos de vários procedimentos cirúrgicos nos meniscos, seu futebol não apresentou mais o mesmo rendimento dos anos anteriores. Em seguida atuou pelo Nacional Futebol Clube, de Manaus, equipe onde encerrou a carreira profissional no início da década de 1970.

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  2. Parou muito cedo, 31 anos. Morreu mais ainda, 46.

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