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terça-feira, 16 de setembro de 2025

Opinião



A Premissa Equivocada 

Por mais de uma vez, li ou ouvi que o mau momento das equipes pode queimar os jovens e sempre eu rio desta afirmação, geralmente, buscando justificar outras ações que são mais convenientes para os comandantes técnicos.

Há casos aos montes até em situações "limites", como jovens sendo lançados em Grenais e prosseguindo em suas carreiras de forma exitosa ou não, que o passar dos jogos confirmou. Não foi por um momento de pressão que tiveram sucesso ou naufragaram, mas pelo prosseguimento de suas carreiras. Querem exemplos?

- Taffarel tinha 19 anos, quando na sua temporada inicial, já nos primeiros confrontos, ele encarou um clássico decisivo, 2 a 1 para o Tricolor. Ele falhou no primeiro gol, mas saiu de campo entre os melhores. Evitou uma goleada. O Grêmio botou faixa no final do confronto.

- Mário Fernandes estreou no Grêmio no Grenal do Centenário (2009). Esteve entre os mais destacados.

- Pedro Jr. estava com 19 anos quando calou o Beira-Rio e fez o Imortal dar volta olímpica em 2006.

- Borracha (Inter), em 1979, recebeu a chance de estrear num Grenal (1 a 1). Fez gol no fantástico Manga. Tornou-se o melhor do jogo. Se sua carreira não deslanchou, não foi por falta de futebol ou má escolha de estreia. Teve a faca e o queijo na mão para se consolidar. Outros motivos não deixaram.

- Mauro Galvão (19/12/61) jogou o seu primeiro Grenal com 17 anos em 20 de setembro de 1979. No final daquela temporada era campeão do Brasileiro.

Dito isso, uso a frase de Geraldo Vandré, 90 anos no dia 12 de setembro: "Quem sabe faz a hora, não espera acontecer" para justificar o meu pedido de aproveitamento imediato desta "safra" da base gremista.

domingo, 14 de setembro de 2025

Opinião



Uma e outra Coisa

"Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa". Pelo que observei nos textos de gremistas, ninguém embarcou nessa de aliviar o pé na pressão ao clube/time, porque o Coirmão fez um papelão maior e está pelas caronas, também. Repito: uma coisa é uma coisa...

A manutenção do treinador gremista, depois de inúmeras paradas para o time "evoluir", é um erro grande. Mano estreou na última dezena de abril, não conseguiu engatar duas partidas convincentes e a certeza de alguns e desconfiança de outros de que o elenco era fraco, essas conclusões merecem reparos, após o tempo decorrido e principalmente pelos acréscimos que o grupo recebeu. O furo é mais em cima.

Vasco, Bragantino, Mirassol, Corinthians, Fluminense, Ceará e Inter não têm elencos melhores ou comprovadamente melhores do que o Tricolor, então, a gênese do fraco desempenho (aliás, rotina da gestão Guerra) não pode estar nos jogadores. É lógico que esse "plantel" não vale o dispêndio mensal, mas aí é outra história, o salário não entra em campo, geralmente, os melhores recebem mais, no entanto, sabemos que existem muitas "esquinas" entre a "tesouraria" do clube e o destinatário final da remuneração, permitindo distorções.

O Grêmio não irá trocar o treinador, pois é semana Grenal e o espectro da derrota daquele 5 a 0 paira sobre os dois clubes, o que já se caracteriza como um equívoco brutal; no entanto, um desempenho positivo no clássico, mesmo sem vitória, poderá convencer a diretoria de que o trabalho está sendo bem feito (e será o caos).

Não esperava ver o clube remando nas rodadas finais, sofrendo pela omissão na tomada de decisões, entretanto, é o que se desenha no horizonte azul.

Errei.

sábado, 13 de setembro de 2025

Opinião



A Rotina decepcionante continua 

Quem alertou que "não era bem assim" essa sequência de jogos em casa em todo setembro, acertou. O Grêmio segue numa rotina de frustrar o torcedor, de contrariar o "agora vai", infelizmente. 

Não consegue jogar bem independentemente do tempo para se preparar (a justificativa de calendário apertado evaporou, a falta de jogadores qualificados no elenco esboroou-se, a ausência de apoio dos torcedores no estádio é passado). A massa lotou a Arena. 

Sobrou o treinador. Mano errou na escalação do meio, Dodi deslocado e Cristaldo que não joga nada há tempos saíram jogando e o Mirassol com um grupo modestíssimo com treinador competente que arrumou o time.

Nunca o Grêmio ameaçou Walter, o goleiro paulista e "Milavolpi" evitou um 0 a 3 que seria nada injusto. E antes? Ceará, Sport Recife...

Volpi e Arthur, os melhores, Noriega, Kannemann e Marlon, um pouco abaixo, e o ataque que pode e deve ser criticado, mas desconfio que o problema não é de nomes, mas da mecânica do time.

Paro por aqui, amanhã, com a adrenalina no lugar, retomo.

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Opinião



Escalada 

Alguns treinadores (Luxemburgo, Roger e Mano) já explicaram que, em um campeonato de longa duração, eles projetam o certame em "blocos", isto é, consideram parcelas das rodadas para traçarem objetivos. Pois bem, imagino que este mês em que o Tricolor não sairá de sua cidade natal, ele poderá ser considerado como um objetivo bem delineado para essa espécie de recomeço que o calendário permite, ainda mais, com os acréscimos da janela do mercado.

E o primeiro passo é vencer o Mirassol para convencer todos de que o time (e elenco) evoluiu, ainda que não possa contar com Balbuena, lesionado, Marcos Rocha e Carlos Vinícius, preservados. Também, com a reestreia de Arthur, ou seja, sempre uma incógnita. De qualquer forma, os três pontos são obrigatórios para confirmar que o resultado positivo diante do Flamengo foi o degrau inicial para a escalada rumo a ambições maiores.

Por fim, discordo daqueles que entendem que a formação do Grêmio de 2026 começou agora. Não, Balbuena, Marcos Rocha, Carlos Vinícius, William e até Arthur são contratações emergenciais. Formam a ponte para a passagem sem sustos de uma permanência na Série A no ano vindouro. Alguém poderá dizer que eles foram pensados sim pela extensão do contrato, mas convenhamos, quem em sua sanidade mental ajustada faria um acerto de apenas cinco meses?

Parte deles poderá se manter além de 2026, mas terá que mostrar muito nestes próximos meses para convencer que uma ideia de solução duradoura em nível de titularidade é fato.

Se tiver que apostar, arrisco em Balbuena e talvez Arthur.

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Opinião



Setembro Azul 

Li ontem em ZH que o Tricolor fará em setembro todos os seus jogos em Porto Alegre: Mirassol, o Clássico, Botafogo e Vitória. Se não é inédito, é quase isso, ou seja, passar um mês de Brasileirão apenas competindo na capital dos gaúchos.

Além disso, houve a parada de mais de uma semana para ajustar o time, que está acrescido de atletas, que em tese virão para brigar por titularidade, exceção a Enzo, que imagino veio para compor o grupo nestes primeiros meses.

Diante disso, não tem como não exigir um salto na tabela do campeonato e engrenar, já que as dificuldades alegadas (calendário apertado, elenco insuficiente, longas viagens, incerteza nos rumos administrativos do clube) ficaram para trás.

Hora de confirmar.

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Opinião



Sutis Diferenças 

Nas notícias mais recentes do Tricolor aparecem algumas que são saudáveis e coincidentes com o anseio da maioria da torcida gremista, quais sejam, a avaliação, cobrança e tomada de decisões da direção, quanto às chefias intermediárias como ocorreu com o CEO, que foi liberado após uma confusão que envolveu ações com patrocinadores sem um desfecho satisfatório para o clube.

Outra interessante, os contratos de veteranos jogadores não têm vigência superior a 18 meses, assim fica bom para todos, ou seja, atleta que aceitasse 6 meses provocaria na massa torcedora a impressão de descomprometimento e aqueles contratos longos de 3 anos ou mais para um profissional acima dos 34 anos de idade, representariam uma fragilidade imensa para a instituição, pois essa duração só é compreendida pela "gordura" embutida no salário no caso (quase certeiro) de rescisão.

Se essas medidas estão vinculadas à futura gestão, não sei, mas se for apenas da atual, dá para afirmar que a lucidez retornou aos "cabeças" do Imortal.

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Opinião



Planejado ou Aleatório? 

Arthur, Marcos Rocha, Balbuena, Vinícius e William dão ao Tricolor a "casca" que alguns dirigentes e, com certeza, a Comissão detectaram como sendo um dos principais problemas do elenco azul neste 2025. Caso afirmativo, então, ok. 

No entanto, embora não excludente, pode estar por trás destas contratações (e em primeiro plano) a disponibilidade destes jogadores. Aí, nestes casos, antes de planejar, houve o inesperado. Ou seja, os mandantes do clube e os do futebol gremista miraram por este viés, o de estar mais "à mão".

São contratações diferentes de Enzo, uma boa aposta, e Noriega, uma certeza de acréscimo técnico, anímico e de futura grande venda. 

A de Marcos Rocha lembra muito a de Leonardo Moura, este, atleta de excepcional técnica, suas performances deixavam a pergunta do porquê não ser mais assíduo na Seleção, porém, sua condição física fez com que o treinador optasse por Edílson, bem menos jogador, mas que deu resposta imediata e contínua ao time vencedor da metade dos anos 10 do novo milênio. João Pedro pode ser o "Edílson" deste ano.

Arthur não é um veterano, tem 29 anos e, pelo que presumo, não tem a índole de Douglas Costa, por exemplo. Resta saber se se livrou das lesões.

Willian é a maior interrogação. Sua volta ao Corinthians Paulista, seu clube de formação, não deixou boas lembranças por lá.

Como estas contratações têm vínculo curto, me parece que elas vêm para evitar o impedimento (por eventual rebaixamento) do grande projeto da nova gestão. Se for isso, estão justificadas, mas fica a impressão do "será que foi só isso" ou o acaso se fardou mais uma vez.

domingo, 31 de agosto de 2025

Opinião




Grêmio busca o empate no Maracanã lotado


Empatar com o Flamengo no Mário Filho, antes do jogo, sempre é um bom resultado. Lembro até do título de 1997 arrancado à força num 2 a 2 com o Tricolor desfalcado, então, hoje, pelas realidades vividas pelos clubes em 2025, a igualdade no marcador deve ser comemorada como um grande resultado, até porque, com exceção do tradicional sufoco dos primeiros 15 minutos de cada tempo, o Flamengo não deu o passeio, nem o massacre que alguns suspeitavam. Não houve um "crime" no empate. Pode-se dizer que os cariocas tiveram uma tendência maior, se alguém devesse sair vencedor.

Foi um confronto de boas surpresas, Noriega, a maior delas, pois estreava numa partida de alta pressão e na zaga, além dele, Cuellar teve a sua melhor performance no Tricolor, assim como Marlon, que tem uma capacidade ofensiva indiscutível, mas deficiências na defesa, algo que não se viu nesta tarde. Esteve sempre atento e enérgico.

São acréscimos que Mano vai contar nestes últimos meses de Brasileiro. Marcos Rocha, embora teve dificuldades na marcação, afinal, Samuel Lino é um ótimo atacante, também não comprometeu.

O ataque seguiu inoperante, Braithwaite pouco participativo, Vinícius parecia um "poste", a bola bate nele e volta e Kike Olivera, embora Mano tenha justificado o seu desgaste pela função defensiva na recomposição, me parece cada vez mais um peladeiro. Precisam reverter essa imagem recente.

Finalizando, Tiago Volpi vem se constituindo num grande goleiro e suas defesas são espetaculares e não "espetaculosas", pois são de reflexo e geralmente, a última instância. Depois dele, as redes. Até no gol que Noriega evitou em cima da linha, o movimento do arqueiro causou um desconforto ao atacante. "Milavolpi", sem ser o goleiro ideal, vem salvando o time, contribuindo com pontos preciosos para a manutenção do clube na Série A. 

Escrevi antes de sua contratação que uma de suas características era a forte personalidade, vide Volpi, e ele confirmou ao bater o pênalti num momento crucial da partida.

Agora é agregar os que chegam e os que se recuperam. Pena o que ocorreu com Balbuena, mas é do futebol.

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Opinião



O Golpe (de Mestre) 

Irreversível, "pero no mucho"

Marcelo Marques refletiu. Vai se candidatar e certamente será aclamado novo presidente gremista. O que era definitivo mudou a partir de conversas entre aliados e um sono reparador, com certeza. Assim é como dizem: O travesseiro é o melhor conselheiro.

Meu sentimento, embora não conheça o empresário, é que ele se torna a melhor alternativa para o Tricolor, afinal, desembolsou quase 150 milhões de reais, sendo que deste montante, saiu a aquisição da Arena e mesmo que haja uma suposta contrapartida ali na frente, é muito mais seguro e tranquilo negociar com um único credor, mais ainda, um credor gremista. Além disso, pelas notícias bombásticas de hoje, o Tricolor se safou de ter que negociar com representantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) donos de parte da Arena. Esse "golaço" é de autoria de Marcelo Marques.

Como é futebol, se os resultados de campo forem desastrosos, a massa gremista vai esquecer todo o benefício que Marcelo protagonizou, mas o tempo vai lhe colocar no devido espaço na história gremista.

Quem sabe, este gesto de "Eu voltei, agora para ficar..." venha acompanhado de uma faxina urgente nas entranhas do Grêmio.

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Opinião


 

O Golpe

Esperei um pouco para postar sobre a desistência da candidatura de Marques (e certeira vitória na eleição gremista), porque imaginei que as "melancias pudessem se ajeitar na carreta", porém, o que se revela até agora ser algo improvável e o "salto da Barca" de Marques parece definitivo.

A pancada, o golpe no coração, na cabeça e na alma da torcida numa semana em que o time tem um compromisso dificílimo no Maracanã, antes da parada Fifa, é muito forte. Pode ser a pá de cal para determinar os rumos não apenas na permanência na Série A, como também, a definição por uma mudança radical no clube, como por exemplo, virar SAF. 

Marcelo Marques despejou 145 milhões (135 + 10), ouvi de fontes próximas dele (Alex Bagé no Youtube), que o "cara" é bem intencionado e eu acredito que era/é a melhor escolha para gerir o Grêmio nos próximos três anos. 

Sua desistência abre um fosso, talvez um abismo, no futuro próximo, Tricolor, porque olho para os candidatos e não vejo ninguém que entusiasme.

Abrahão, lembro de seu envolvimento no período da ISL, onde foi o diretor executivo indicado pela multinacional suíça (vide Dênis-ISL) para ser o elo entre o Grêmio e a empresa.

 Mais recentemente, comandou o futebol gremista na queda para a segunda divisão e, por mais incrível que possa parecer, manteve o treinador Mancini, de campanha pífia, e renovou seu contrato para dois meses depois, o demitir (com vínculo novo, lógico). Vale lembrar que, entre dezembro e 13 de fevereiro, queda do treinador, houve um mês de férias. 

Com essas credenciais, não me serve.

Já Paulo Caleffi, imediatamente após o anúncio da compra da Arena por Marcelo Marques, desistiu da candidatura à presidência e não foi para dar um apoio explícito ao empresário. Isso me passou a falta de maturidade para assumir tamanha responsabilidade, porque desistiu antes do "páreo acontecer". Não teve a precaução de esperar pelos movimentos de um caldeirão efervescente que estão presentes nas políticas em clubes de futebol e o Grêmio, infelizmente, não está livre disso.

Chiele me parece lúcido, conhece o Grêmio por dentro. Canozzi, nada sei, além de uma única entrevista que assisti.

Finalizando: Temo pelo destino gremista neste Brasileirão e nos próximos anos, se houver uma quarta queda (algo que não passava pela minha cabeça até a bomba de ontem). Conforme o desfecho do confronto de domingo, os problemas poderão aumentar.

O futebol involuiu dentro e fora dos gramados. E não é saudosismo, é constatação.