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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Opinião

          


  A Imprensa, de novo

                                        Ontem fiquei atento a entrevista do Renato após o Grenal e num dado momento, o treinador gremista fez referência ao time do coração de um repórter. Pronto! Foi o estopim para a jornada da emissora que ouvia, esquecer a emoção do clássico, as jogadas de D'Alessandro e Vargas, os quatro gols, para privilegiar o execrável processo de corporativismo, virando a metralhadora contra o peito do maior ídolo gremista ou evidenciando a exaustão o caso Koff/OAS como forma de revanche ao que julgaram como afronta.
                                               A “menção honrosa” foi para o comentarista da jornada. O homem babava de raiva e comandava o tema Koff/OAS.
                                                   Há tempos que eu questiono essa cômoda situação dos profissionais da imprensa de omitirem a sua predileção clubística, sob a alegação de ser indispensável para a busca da isenção, deixá-la no anonimato. Balela! Na prática não funciona, porque muitos destilam o seu veneno certos de que estarão protegidos pela “ética” que é imposta a representantes gremistas e colorados, de não revelarem as cores da paixão desta classe, sob pena de serem rotulados de “dedo-duros” como fizeram parecer no caso de ontem. Sob o velho guarda-chuva de “não haver pergunta difícil, basta saber a resposta certa”, os profissionais da imprensa parecem ganhar um salvo conduto para pressionar e constranger um técnico, presidente ou jogador, sem dar chance idêntica de atitude por parte destes. Quando o revés vem na mesma dose, estes profissionais tratam de torná-la grandiloqüente diante dos microfones ou câmeras e viram vítimas em poucos segundos.
                                                       Se a Imprensa exige ética e transparência de nossos políticos e homens de outras áreas e esferas da sociedade, por que tem essa relação desleal com o ouvinte/ leitor/ espectador de dizer que não torcem para a, b ou c? Por que não utilizam da transparência? Pior! Dizem que torcem para o Flamengo numa mentira deslavada; aí eu pergunto: A Dupla é tão pequena que não merece a sua predileção?
                                                   Que existem jornalistas e repórteres que não torcem para o Grêmio ou Inter, isso é óbvio; geralmente nasceram fora do RS, oriundos de estados vizinhos, que chegaram nestes pagos já crescidos, provavelmente torcedores do Vasco, Flamengo ou Santos que eram o maior interesse dos catarinenses e paranaenses, antes da grande emigração gaúcha que ocorreu em maior número nas décadas de 60 e 70. Natural; mas não trato destes agora. Refiro-me àqueles que os próprios colegas já providenciaram em dar publicidade às suas preferências clubísticas e quando isso ocorreu, (os colegas) não mereceram a mesma ira destinada ao técnico gremista; ou ainda, dos que não conseguem esconder, quando abrem a boca e/ou teclam, imaginando camuflar suas paixões pseudo anônimas, desprezando a capacidade intuitiva de quem é receptor das suas mensagens.
                                                      Seria muito mais leal e honesto com o ouvinte/leitor/espectador, procurar manter uma relação transparente e deixar de escamotear essa situação que perdura  pela falta de coragem e especialmente, por falta de coerência. 
                                                   Entre a teoria e a prática há uma distância (ética) imensa.
                                              Uma relação baseada na mentira não merece respeito. O Renato esteve coberto de razão no episódio de ontem.
                                               
                                                   

                                                

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