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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Opinião



 
O Estágio do Grêmio
 
No início deste ano escrevi que o Grêmio estava na ante-sala das conquistas; para exemplificar, utilizei os anos de Muricy Ramalho frente ao Coirmão, 2003/04 e 05 até o sucesso do período seguinte com Abel Braga. Aqueles avanços permeados por aparentes fracassos, aquela coisa de "morrer na praia", quando na verdade, era a chegada à praia, verdadeiros passos para frente.
 
Olhando o clube dentro das quatro linhas é inegável o avanço tricolor desde o ano passado, quando Luxemburgo, entre erros e acertos, começou a desenhar um time, aproveitando bons jogadores  como Fernando, Gilberto Silva e Souza, a eles agregou  Elano, Zé Roberto, Werley, Naldo, Pará mais Marcelo Moreno, promovendo Marcelo Grohe e Anderson Pico, chegou a um terceiro lugar no Brasileirão e uma Semifinal de Copa do Brasil. O fato de ficar "no meio do caminho, quase na praia" é exatamente isso, meio ou quase, então, não foi de todo negativo e catastrófico. É um processo, sendo processo é dinâmico; basta saber o que vem depois dele.
 
Este ano, o Tricolor trouxe Barcos, Riveros, Adriano, Vargas e Dida; jogadores "curtidos", a eles juntou promessas que 10 meses depois se tornaram realidade, Bressan, Ramiro e Alex Telles. Há ainda, Wendell, Saimon, Gabriel, Jean Deretti, Máxi Rodriguez, Yuri Mamute, Lucas Coelho, Matheus e Guilherme Biteco. Formou um grupo, também definiu um modo de jogar, onde privilegia o setor defensivo, tendo como resultado o fato de Dida jamais ter tomado mais que dois gols e isso em raras oportunidades, o mais frequente é não sofrer gols. 
 
O Tricolor ainda está em busca de equilíbrio. Falta-lhe a vocação para o ataque. Quando isso ocorrer, a disputa por títulos será uma rotina, além do clube se tornar atraente para os grandes jogadores e ganhar tranquilidade para lançamento de jovens, outra vez, me reporto ao Coirmão que teve esse trabalho valorizado.
 
Não dá para esquecer que a ascensão do Internacional foi "agraciada pela mãozinha" que o Grêmio de Obino deu. Quem sabe se atual tendência do clube da Padre Cacique, que é entrar em um momento de escassez de conquistas, não tornará o trabalho de Koff & cia facilitado?
 
Mesmo que as conquistas não cheguem este ano, é notório que, apesar do extracampo, o Grêmio vai se avizinhando à condição de novamente botar faixa no peito e taça no armário.
 
A Copa do Brasil pode ser o primeiro grande indicativo de novos ares.
 

7 comentários:

  1. Bruxo, o teu texto me fez relembrar o final dos anos 60 e toda a década de 70, quando a hegemonia tricolor no Estado forçava o Internacional a melhorar a equipe, ano a ano.
    Época reveladora de atletas que mais tarde foram a base do grande time dos anos 70.
    No Robertão (67/68/69) e na Taça de Prata (70) o Inter foi mordendo e morrendo na praia.
    Aqui no Estado, conseguiu tirar o Grêmio do topo, em 1969, e foi vencendo, vencendo, até 1976. Já no Brasileiro, iniciado em 1971, foi chegando aos poucos e lembro quando a flauta pegava: "...morreram na praia", "...morreram na praia"!!! Na verdade, como bem escreveste, estávamos chegando à praia. Assim como o Grêmio, agora.
    Em 1975, em 1976, em 1979, chegamos! Em 1980, quase, na Libertadores. Morremos na praia, ali na Padre Cacique, dentro do Beira-Rio, naquele 0 a 0, contra o Nacional do Victorino. No jogo da volta, no Centenário de Montevidéu, o Victorino adiou por longos 25 anos o sonho da América colorada. Morremos várias outras vezes na praia, nesse intervalo de um quarto de século. Longo, interminável, mas que um dia havia de terminar. E terminou! Vivemos o esplendor das vitórias e das conquistas internacionais. Várias delas. Aprendemos olhando para a Azenha. E como não poderia deixar de ser, esquecemos a fórmula, pois assim é o futebol. Tudo para recomeçar um dia. Pois é isso que acontecerá com o Grêmio. Faça uma análise da história de nossos dois maiores clubes, Vais descobrir que ela é reinventada de tempos em tempos. Tudo é tão igual, que até as maiores honras que tivemos, os dois retornos ao mundial de clubes, terminaram com derrotas; uma nos pênaltis e a outra num Mazembaço. Agora, é a hora tricolor. Ela chegou de novo!

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    1. Alvirubro!
      Muito bem lembrado. Aqueles títulos de 75 e 76 foram "desenhados" pelo Dino Sani. Aliás, tu que é um estudioso do Coirmão, em especial podes observar que o time de 73 e 74 era um esboço com Figueroa, Herminio, Vacaria, Paulo Cesar, Falcão, Valdomiro, Lula e outros que não eram titulares, mas eram do grupo como o Cláudio, Escurinho, o Manga chegou em 74, quando o Colorado tinha um baita goleiro, Schneider (o que diria o David Coimbra se fosse jornalista naquela época?), ele que foi contra a contratação do Dida porque atrasava a carreira do Grohe, provavelmente seria contra a contratação do Manga, porque atrasou a carreira do alemão Schneider.

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    2. Alvirubro!
      Acabo de pesquisar uma foto no google do Inter de 1974: Manga, Claudio, Figueroa, Pontes e Vacaria; Falcão, Escurinho e Paulo César Carpegianni, Valdomiro, Sérgio Lima e Lula.

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    3. Bruxo, o time de 1974 do Inter, venceu todos os jogos do Gauchão daquele ano. Detalhe: sofreu só dois gols naquele campeonato. Um do Rudi, do Santa Cruz; e um do Donga, do "Coloradinho". E naquele tempo, os times do interior eram fortes e não davam chance ao azar. Mas a hegemonia da dupla GRENAL era difícil de ser quebrada. Os times eram muito bons e havia craques nos dois times. O time de 1974 do Grêmio era uma máquina, mas havia no Beira-Rio uma turma indigesta. É, como tu escreves, "o processo da construção".

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  2. Pois é Bruxo, espero que isso seja um prenuncio do novos tempos. Mas ando tão frustrado nos últimos anos, que ontem pela tarde não pensei que não passaríamos pelo Corinthians, mesmo com um time melhor, jogando mais, etc, pois parece que sempre que temos reais condições de ganhar um título, acontece algo imponderável, como a derrota para o Palmeiras ano passado.

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  3. Marcelo SM!
    É do processo de construção. Incrivelmente quando foi para os pênaltis, minha tensão diminuiu mesmo depois da primeira cobrança perdida.
    Acabo de ver Goiás x Vasco. Dos quatro que sobraram, o Grêmio me parece o time mais estável.

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  4. Estou na expectativa de comemorar um título do Grêmio desde que me tornei mais próximo a acompanhar o clube (tirante a segunda divisão). Seria minha redenção, rs.

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