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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Opinião


 
 
Na média, um ano ruim
 
Na média, 2013 foi um ano para ser esquecido para a maioria dos clubes brasileiros da primeira divisão. Livro disso apenas o Cruzeiro e Atlético Mineiro; nem o Flamengo se salva, apesar da Copa do Brasil. Basta olharmos para o que fizeram Inter, Atlético Paranaense, Goiás, Botafogo, Vitória, Fluminense, Vasco, São Paulo, Corinthians, Santos. Os fracassos foram maiores que os triunfos.
 
Olhando o futebol em geral, foi o ano da queda dos medalhões; já havia um prenúncio ano passado, quando Luiz Felipe encaminhou o rebaixamento do Palmeiras, 2013 mostrou a queda de Abel, Luxemburgo, Autuori, Dorival, Dunga, o próprio Muricy soçobrou diante da rebaixada Ponte Preta. Méritos para Cuca, Marcelo e Renato. Talvez Ney Franco com o Vitória, mas para isso será necessário esquecer o que (não) fez no São Paulo. No meio do caminho ficaram Cristóvão, Enderson Moreira, Argélico Fucks e Guto Ferreira. Não sei como classificaria o trabalho de Oswaldo de Oliveira do Botafogo.
 
A parte mais barulhenta e visível das torcidas (embora, minoria) foi lamentável. Caso de Polícia; se a proximidade da Copa do Mundo não for uma barreira imensa e estímulo para acabar com as organizadas, então proponho que mudemos o nome desse esporte e passemos a rezar pelos nossos entes para não serem as próximas vítimas. Foi de Janeiro a Dezembro, matando ou "entortando" a vida de muitos e arranhando a imagem do nosso Brasil que tem em sua imensa maioria um povo ordeiro, educado e pacífico.
 
A imprensa esportiva gaúcha também chegou ao fundo do poço; senão vejamos, comparem o que temos na mídia oficial com os tempos de Ranzolin, Lauro Quadros, Ostermann (ainda na ativa, mas bissexto), Cláudio Cabral. Não há mais vida inteligente nas 3 grandes emissoras de rádio de Porto Alegre. A Guaíba apresenta como narrador principal alguém que não pode falar nada que escape das 4 linhas, tamanho é o seu despreparo diante da vida "além futebol", a Bandeirantes alçou para a função de comentarista, um repórter medíocre que roda de emissora em emissora sem acrescentar nada. A Gaúcha nos brinda com o pior dos piores, seja na narração, seja nos comentários; escapa apenas o elenco de repórteres. A pobreza cultural e visão tosca dos comentaristas, levou a empresa a "pedir uma força" para o Paulo Santana, que constrangido, emitiu elogios a um deles, notadamente artificiais. A Gaúcha se sustenta pela infraestrutura e poderio econômico. os ouvintes não se ligam nela por ter a,b ou c nos comentários ou narrativas. Podem botar o "Juquinha" comentando que não fará diferença para o torcedor médio.
 
Se passarmos para outras mídias, veremos "furos" de reportagem que não se confirmam e abalam a credibilidade de alguns dirigentes e jogadores, que irresponsavelmente são "jogados às feras" diante de um notícia deformada. E nada é cobrado. Afirma-se que Luiz Felipe iria assinar com o Inter em 15/06/10 (quando da saída do Fossatti) e o autor do furo segue narrando "É do Goiássss". Outro, dono de blog, quando pertencente a Caldas Júnior informou que o Grêmio estava contratando o ex-fisicultor, ora se aventurando na carreira de técnico, Admildo Chirol; deu o dia do desembarque e os valores do acerto. Esqueceu apenas um detalhe; Chirol estava falecido há anos. Demitido, veio "abrilhantar" a RBS criando um blog "explosivo".
 
Por fim, o Grêmio sofreu com a parceria, sofreu com contratações que não vingaram, mas conseguiu minimizar o peso do ano se classificando para a LA, desejo de todos os times brasileiros, formando uma base de grupo com poucas, mas decisivas carências no time principal. Vamos aguardar os passos seguintes da Diretoria, não esquecendo que antes das grandes conquistas de Koff, sempre houve um vice-campeonato nacional no primeiro ano de suas gestões anteriores.

6 comentários:

  1. Primeiramente parabéns pelo apanho Bruxo, não poderia deixar de comentar que, mesmo antes sendo reticente, não tenho ponderações quanto a extinção das organizadas. Chegou um momento que os bons torcedores pagarão pelos marginais. Aqueles não profissionais continuarão entoando os canticos, se reunindo e torcendo, permitindo que pais de família frequentem os estádios e não sejam acuados em defesa da prole. É o fim da organizada ou é o fim do futebol

    Quanto a mídia Gaucha, esta é unanimidade e reflete um pouco da mediocridade nacional, não é a toa que desfilam como principais por aí Netos da vida.

    Sobre o que mais nos importa, o Grêmio, vislumbro um futuro onde aqueles que nos conclamaram a abandonar o velho, constrangidos, comemorarão um título que a muito aguardamos. Ou nem tão constrangidos assim...

    Por fim, gostaria de propor um exercício de emulação. Gosto de "projeções" porque elas nos permitem avaliar tanto a nossa coerência como cobrar pelas opiniões emitidas. Neste quadrante, proponho uma série de tópicos com apontamentos e sugestões para cada posição do nosso imortal, lembrando, sempre dentro de uma lógica coerente com nossa situação economica e viabilidade de mercado.

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    1. PJ!
      Estava pensando nisso, inclusive o título da crônica seria (ou será) "E se ..."

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  2. Bruxo, ótimas opiniões! É isso mesmo! Quanto às torcidas organizadas, de nada adianta controlá-las se os clubes a quem representam não sofrerem alguma punição.
    Há dirigentes que distribuem ingressos e dinheiro, alimentando verdadeiros nichos de bandidagem. Não são todas as TO, mas o que temos visto livra poucas delas dessas observações.
    Temos que dar um basta a essa loucura desenfreada dentro dos estádios e fora deles. Impossível conviver com tais descontroles e tantas ações barbarescas. Basta com isso! Que a Justiça seja tão severa com quem afronta a normalidade como foi ao determinar que a PM de Santa Catarina não poderia entrar na Arena Joinville, sob o pretexto que a atividade era privada. Mas como privada? Se há público, o evento deixa de ser privado. Segurança Pública, como o próprio nome diz, visa à coletividade, independente do lugar onde esteja ela.

    Quanto aos nossos atuais jornalistas, eu diria que entramos em uma "era de poucas luzes". Para quem vivenciou Pedro Carneiro Pereira, Ranzolin, Willi Gonzer, Haroldo, ter que aguentar os narradores atuais é um tédio. Que coisa horrível. E os programas de esportes? O programa que a RBS/Gaúcha deu ao Luciano Périco e ao Grabauska, à noite, é uma piada. Não se aproveita quase nada. Uma bobagem atrás da outra. Não é diferente na Guaíba, embora até tenham apresentado uma certa seriedade. Eu tenho escutado a Rádio GRENAL, mas mesmo assim com certa restrição.
    Lauro, Ostermann e o saudoso Cláudio Cabral, eram de outra estirpe. Os comentaristas atuais são uma piada.

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    1. Alvirubro!
      Boa parte de nossos dirigentes age como os políticos de carreira (até porque alguns são mesmo); fazem poses, ficam compungidos, mas enquanto não for algum familiar muito próximo deles, não vão dar a mínima.

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  3. Olha, o negocio ta tao ruim que no site oficial (facebook), tem brincadeiras do binoculo, mas contratacoes, novo tecnico, nada. Ora, gosto de uma flauta, mas nao vivo por elas e ate evito porque meu foco nao e este. Uma pena. Um clube que vive de tocar flauta no maior rival. Por isso vemos um Fluminense, um Vasco serem rebaixados. Quando a brincadeira substitui o trabalho e porque a coisa ta pra la de feia.

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    1. Concordo. Flauta - salvo raríssimas exceções - devem ficar longe de qualquer veículo oficial do clube (e de qualquer profissional do mesmo). Deixemos isto para os torcedores!

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