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segunda-feira, 23 de março de 2015

Álbum Tricolor

Álbum Tricolor (03)

Loivo


FOTO: Agência RBS

LOIVO IVAN JOHANN - 1967 – 1975

Apelido: Coração de Leão
Data de Nascimento: 24 de Janeiro de 1945, em Brochier-RS
Período no Grêmio: 1967 a 1975
Posição: Atacante (Ponta Esquerda)
*Estreia: 26/02/1967 - Grêmio 2x0 Guarany (Lages-SC)
*Despedida: 14/12/1975 - Grêmio 3x1 Toledo-PR
*Jogos: 427
*Gols: 76

(*) Os dados dizem respeito às informações contidas no arquivo do autor.

CARREIRA
EC Floriano, de Novo Hamburgo-RS (1965 e 1966), Grêmio - RS (1967 a 1975), Internacional, de Lages-SC, (1976), Club Atlético, de Carazinho-RS (1977), e EC Novo Hamburgo - RS (1978 e 1979).

Loivo,  o ponta esquerda batizado pelo narrador Mílton Ferreti Jung de “Coração de Leão”, devido ao espírito guerreiro com que entrava em campo, é um dos nomes que habita a memória do torcedor gremista, particularmente aquele que acompanhou o clube nos anos 60 e 70.

Loivo chegou ao Grêmio em 1967, junto com o zagueiro Ary Ercílio, ambos trocados por dois jogadores do Grêmio, que foram para o EC Floriano, de Novo Hamburgo. Driblava bem e tinha um chute potente. Sabia articular jogadas no meio de campo, quando recuava para a marcação, e chegava com facilidade à linha de fundo.

O ponta esquerda participou de quatro “Robertões”, de 1967 a 1970, e de cinco Campeonatos Brasileiros, de 1971 a 1975, todos pelo Grêmio, com um total de 155 jogos, marcando 17 gols.

Em 1972, Loivo marcou um dos gols mais significativos da sua carreira. A data do jogo, o local e o adversário não poderiam ser mais sugestivos: Dia 19 de novembro, Dia da Bandeira, no Olímpico, e contra o Flamengo-RJ.

O Grêmio vinha de uma série de 5 insucessos seguidos no Campeonato Brasileiro: Vasco da Gama (0x1), Santa Cruz-PE  (0x1), Corinthians (0x1), Palmeiras (0x1), e Fluminense (0x2). Depois de um longo tempo sem marcar gol (567 minutos), o Grêmio recebeu, no Estádio Olímpico, o Flamengo, de Zagallo, necessitando da vitória.

E ela veio dos pés de seu ponteiro esquerdo, aos 28’ minutos da primeira etapa. Um chute que “fulminou” o goleiro Renato, do rubro-negro carioca.

Um jogo tenso, como sempre é qualquer outra partida contra o Flamengo. Na estreia de Mílton Martins Kuelle como treinador do Tricolor, o Grêmio empilhou chances claras de gol antes de Loivo marcar.

Aos 30 segundos de jogo, Loivo chutou forte e Renato defendeu; aos 9' minutos, Obberti, depois de uma jogada de Everaldo, aproveitou a má colocação do goleiro e chutou, mas a bola bateu no travessão; aos 28' minutos, o zagueiro Chiquinho perdeu a bola para Laírton, que deu a Loivo, que não perdoou. Gol de Loivo, que marcou o início da trajetória do “Gol-gol-gol”, na voz de Mílton Jung. Naquela partida, a bola que teimava em bater no travessão, na grama, no zagueiro, no goleiro, acabou “beijando” a rede.

No segundo tempo, o time do Flamengo pressionou, mas Picasso, o goleiro gremista que também estreava no clube, segurou o resultado. Zagallo, ao final do jogo, declarou: “...Eles fizeram um gol e Picasso segurou tudo, numa atuação sensacional...”.

Em 1973, o mesmo adversário e o palco diferente assistiram um de seus gols mais bonitos. Uma falta cobrada quase do meio de campo e um gol do tamanho do Maracanã. Um “tiro” forte, certeiro. Ubirajara, goleiro do Flamengo, não viu a bola entrar. Nova vitória do Grêmio, com gol de Loivo, aos 40’ minutos do 2º tempo. Darío marcou no primeiro tempo; Tarciso empatou de pênalti, e o “Coração de Leão” deu números definitivos ao placar.

Loivo deu inúmeras vitórias ao Grêmio, sendo que 11 delas foram alcançadas com um único gol seu. Nas vezes em que Loivo marcou gol, o Grêmio só teve duas derrotas; venceu 57 jogos e empatou 11.

Títulos:
- Campeão Gaúcho (1967 e 1968)
- Copa Rio de La Plata (1968) – também chamada de Copa Fraternidad, que tinha a participação de Peñarol e Nacional, ambos do Uruguai e mais Grêmio e Internacional.
- Taça do Atlântico (1971) - Torneio disputado por três clubes tricolores da América do Sul: Grêmio, River Plate (ARG) e Nacional (URU).
- Taça Cidade de Salvador (1972) - Torneio disputado por Grêmio, Fluminense (RJ), Vitória (BA) e River Plate (ARG).

Loivo esteve presente em 29 clássicos GRENAL. Marcou dois gols.

Por Alvirrubro

FONTES:
- Jornal "Zero Hora"
- Jornal "Correio do Povo"
- Revista “Grêmio 70, Nº 6 (1960-1970)”
- Revista “Placar”
- Arquivo Pessoal


12 comentários:

  1. Sempre achei que Loivo fosse apelido.

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  2. O Inter, em 1967, queria levar Loivo para os Eucaliptos. Para acertar detalhes da ida do ponteiro, um dirigente do colorado, para conversar sobre a transferência para o Colorado, marcou um encontro com Loivo, na Rua da Praia, em Porto Alegre.

    Loivo compareceu no local, no dia e hora combinados. Aguardou, aguardou, e nada do tal dirigente chegar. Desistiu de esperar e voltou para Novo Hamburgo.
    Nesse mesmo dia, o Sr. Rudi Petry tinha ido a Novo Hamburgo para fechar o negócio do passe do zagueiro Ary Hercílio. Ao saber do interesse do Inter por Loivo, ficou na cidade e à noite fechou também o acordo com o ponteiro esquerdo. Ary e Loivo foram parar no Olímpico.

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  3. Para esclarecer: O Clube Floriano é o mesmo Novo Hamburgo, com o advento da 2ª guerra mundial, ele teve que mudar de nome, assim como o Palestra Itália virou Palmeiras e o Palestra virou Cruzeiro de Minas Gerais, com o passar dos anos, voltou a ser chamado de Novo Hamburgo.

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    1. Bruxo, durou de 1942 até 1967 a troca de nome do NH para Floriano.

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    2. Alvirubro, tens certeza?
      Desconfio que o nome Floriano avançou um pouco além de 67, mas é só de memória.

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    3. Bruxo, pode ser que eu esteja equivocado, mas em 1968 já era Novo Hamburgo. No Gauchão que começou em fevereiro já havia o Nóia na tabela.

      A forma como escrevi, "...até 1967...", pode deixar dúvida. Quiz dizer que durante o ano de 67.

      Mas de qualquer forma, foi até o final da década de 60 o nome do EC Floriano.

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    4. Dei uma investigada e teus dados estão corretos. Voltou a ser Nóia em 68.

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  4. Loivo era uma espécie de jogador-torcedor; encarnava a raça e entrega o tempo todo.
    Nesse teu texto, um nome saudoso, Ary Hercílio, zagueiro seguro, que saiu quando veio Ancheta, foi para o Fluminense que estava fazendo um cano de time em 72/73 com Gerson, Ary Hercílio e Artime, o artilheiro argentino, o destino pregou uma peça e o nosso ex-zagueiro encontrou a morte, resvalando de uma rocha e morrendo no mar.
    Grande Ary Hercílio.

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  5. Tu sabias que Ary Hercílio jogou no Inter? 122 jogos.

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  6. Sim; jogou junto com Sérgio Lopes, outro ícone do Grêmio. Alcindo, Airton Pavilhão e Gaspar, também iniciaram no Coirmão.

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  7. Uma curiosidade, para mostrar o quanto Loivo era considerado no Estádio Olímpico.

    Nos meses de fevereiro e março de 1977, o time principal do Grêmio participava de uma excursão ao exterior.

    Em Porto Alegre permaneceram alguns reservas e juvenis. Loivo, para manter a forma, treinava no Olímpico, mesmo sem ter nenhum vínculo com o clube.

    Leôncio Abel Vieira, o Vieira, ex-ponteiro Tricolor, acompanhava a "gurizada" nos amistosos, como técnico.

    Vendo o esforço de Loivo, resolveu convidá-lo para participar de um amistoso contra o Pelotas, na Boca do Lobo.

    Loivo aceitou e em 05.03.1977, sem vínculo algum com o clube, mesmo integrando um time cheio de "guris", Loivo jogou com a camiseta do Grêmio.

    O time daquele dia contra o Pelotas foi: Ivo, Hero, Acre, Jesus, Clóvis Luiz, Valderez, Sarandi, Paulo César (Rubenval), João Carlos Flain, Zequinha (Osíris), Loivo (Euzébio).

    O Zequinha citado é juvenil. Não é o ponteiro do time titular, que excursionava.

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  8. Muito legal
    Ivo jogou nos profissionais, assim como Valderez, Sarandi e Rubenval.

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