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quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Opinião



A Fartura

Enquanto não temos o novo tocador do "projeto", isto é, o novo treinador; eu vou comentar sobre um assunto que estava engatilhado, um tema que não vi em outros espaços e que é um dos grandes erros desta Direção.

Para comentá-lo, é interessante lembrar dos anos 70; pois eu vi o Grêmio ser campeão, aliás, heptacampeão em 68 com 9 anos e depois, só fui comemorar um título (um único título) em 77, campeão gaúcho. Façam as contas e verão que eu tinha 18 anos. Uma eternidade para quem era adolescente. Até hoje, aquele campeonato está na lembrança da minha geração. Não foi um Gauchão, foi a redenção, foi a prova que quem espera, sempre alcança. Por isso, a lembrança que neste mês de Setembro, dia 09, a gente comemora os 40 anos da contratação de Telê Santana, o nosso libertador.

Então, eu entendo o sufoco desta geração que na segunda década deste século, iniciada em 2011, ainda não gritou; "é campeão". Quem tinha 10 em 2010, está com 16 anos e sem comemorar nada. 

Pois bem, Bolzan Junior, depois de um bom final de 2015, viu a fartura de competições e pensou: Uma dessas, nós vamos conquistar. É impossível não vencer uma delas pelo menos, afinal, o time estava engrenando sob a batuta de Roger e virão reforços (Kadu, Wallace Oliveira, Fred, etc...).

Confiou tanto, que relativizou a importância de cada uma delas. Brigou pelo surgimento da  Primeira Liga e o Imortal foi o único clube que meteu time misto, isso, contra o Avaí em Chapecó na arrancada do torneio. Poupou alguns jogadores para a estreia do Gauchão contra o Brasil  em Caxias do Sul, fato que se revelou fatal para a classificação para a outra fase.

Mas tudo bem! Tinha o Gauchão que estava ponteando, também havia a Libertadores, além do mais, o Brasileirão e a Copa do Brasil. Uma, imaginou o presidente, será nossa e seguiu dizendo que viria uma conquista em 2016.

Num cochilo (ou incompetência), resolveu o Grêmio, poupar atletas na semifinal diante do Juventude e lá se foi o Regional. Aliás, foram num curto espaço de tempo, o Gauchão e a Libertadores, ambas (as competições) de forma patética. Roger balançou, mas não caiu.

Chega o Brasileirão, o time arranca relativamente bem e Bolzan Jr. renova a frase: Vamos ganhar um título ainda em 2016. Vem o segundo turno e surge a realidade nua e crua, o time cresce como rabo de cavalo, a Direção acrescenta mais meleca neste angu e a vaca foi para o brejo.

Bolzan Jr. ameniza sua frase e diz que não se deve desprezar vaga para a LA. A coisa fica insustentável e Roger pega o boné e dá um tchau. Resta a Copa do Brasil.

Essa "fartura" de competições foi escorregando pelos dedos e a Direção não entendeu que parte dos problemas estaria resolvido com a simples conquista da Primeira Liga ou do Gauchão, assim como ocorreu lá no distante ano de 77. Na lembrança dos jovens torcedores ficaria a conquista independente do tamanho dela, porque na imaginação da massa, ela tem um valor incomensurável, um verdadeiro marco.

Bolzan Jr. não entendeu isso, foi postergando a busca dos títulos, porque, afinal de contas, havia 5 competições, portanto, era impossível não ganhar uma. 

Era.

12 comentários:

  1. Daison Sant Anna16/09/2016, 00:39

    Olá, o amigo não acha que o jogadores literalmente entregaram nos 0x4 Coritiba e 0x3 Ponte Preta (sem falar 0x0 América e Santa Cruz). Nem o América leva 0x7 assim... O que achas?

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  2. Daison
    Certa vez, Mário Sérgio, cracaço do Grêmio em 1983, em um dos seus comentários na tevê, disse que bastavam 2 jogadores dos 11 em campo para boicotar o trabalho do treinador. É difícil acreditar, mas é possível sim.
    O problema é que quem está mal, parece ser bruxo do treinador.

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    1. bruxo, Luan, Walace e Geromel estão no mínimo abaixo do normal, pra não dizer mal.

      Jaílson caiu de rendimento, Edilson idem.

      Deus que me perdoe, mas o único que tem mantido a média é o Douglas.

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  3. Glaucio!
    Aí, nós caímos na desconfiança: Estão fazendo corpo mole ou é falta de comando técnico. Prefiro achar que seja essa segunda hipótese.

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    1. É mais confortável achar que seja essa né.

      Infelizmente não tenho acesso, mas há boatos sobre um áudio de Roger, falando de problemas no vestiário com os guris (Luan e Walace) tirando onda com os demais por causa do título das olimpíadas.

      Tomara que seja apenas boato.

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  4. Não é do estilo do Roger, acho que a gota d'água foi a inabilidade de Guerra para gerir o vestiário. Essas acomodações políticas levam a isso.
    Aprendi a admirar o Fábio Koff; se ele segurou o Rui Costa era porque via nele qualidades.

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  5. Há algo de podre no grupo. As entrevistas do Edilson e do Geromel, colocando a culpa nos jovens, é um sinal claro do racha.
    Desconfio que tinha gente que se doava para o time e não era devidamente reconhecida, enquanto outros eram intocáveis.

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  6. Nelson
    É por aí, nesse caso, o histórico do Adalberto Preis o recomenda para gerir o vestiário; resta saber quem será o "jóquei" para este final de ano.
    Ainda temos a Copa do Brasil.

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  7. Minha impressão no jogo contra a Ponte Preta foi "eles estão fazendo corpo mole, estão querendo derrubar o técnico". Estava com essa impressão antes do primeiro gol, inclusive. Aliás, isso até justificaria a grande diferença de desempenho em jogos dentro e fora de casa. Em casa é mais constrangedor entregar na frente do torcedor.

    Uma amigo meu, torcedor do Fluminense, até teorisou que seria uma oscilação normal depois do jogo contra o Palmeira (que ele viu) onde os jogares se entregaram e desgastaram muito.

    Minha impressão, como torcedor passional, é que queriam derrubar o técnico. Aliás, percebi essa mudança depois do jogo contra o Atlético Mineiro. Lembro que, em determinado momento daquele jogo, antes do empate, o Roger gritou e gritou com o grupo e o Edilson pediu calma para o Roger. Isso chamou a minha atenção. O grupo parecia que não estava obedecendo ao treinador (ou algum jogador). Talvez algo que já estivesse estourando no vestiário (não é normal um jogador pedir calma ao treinador no meio do jogo).

    Enfim, só especulação.

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  8. Marcos
    Será que o alvo não era outro? Quem sabe alguém da Direção? De qualquer forma, se isso ocorreu faltou Direção.
    Os próximos "capítulos" vão revelar alguma coisa.

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  9. Se for verdade que os jogadores minaram o trabalho do Roger, sua demissão só contribuiu para o fortalecimento do pensamento que os jogadores mandam no vestiário. Se a direção tinha efetivamente convicção no projeto com Roger desde o início, deveria respalda-lo nesse momento.
    Medo do futuro próximo do clube.

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  10. Marcelo
    O vestiário rachado é consequência da falta de comando; Roger largou porque se sentiu sozinho.
    Bolzan Jr. quis acomodar as correntes políticas e se lascou.

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