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sexta-feira, 24 de março de 2017

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (152) - Ano - 1935


Vida Que Segue

Fonte: gremioalmafarroupilha.blogspot.com.br/

Em Setembro de 1935, o Grêmio se sagrou campeão daquela competição que entrou para a história como Campeonato Farroupilha num Grenal inesquecível.

Inesquecível não apenas pela conquista ou pela sua dramaticidade com os gols saindo no final da partida, mas por ser a última atuação de Eurico Lara, que resistiu até o fim da primeira etapa, saindo do campo direto para o hospital, onde menos de dois meses passados, faleceria.

Depois dessa conquista, o Tricolor jogaria pela primeira vez com a certeza de não mais contar para sempre com o seu mítico arqueiro, numa partida transferida de Quinta-feira para o Sábado, dia 05 de Outubro, diante do Juventude de Caxias do Sul. Vida que segue.

O confronto definiria o campeão da zona Centro, assim como Riograndense de Santa Maria versus Riograndense de Cruz Alta, a zona Serra e Grêmio Santanense contra Operário de Uruguaiana, a zona da Fronteira que jogariam no Domingo, 06 de Outubro.

O Imortal utilizou: Chico; Gonzaga e Luiz Luz; Jorge, Mascarenhas e Sardinha II; Lacy, Russinho, Torelly (Artigas), Fogo (conhecido também como Foguinho) e Divino.

O Juventude contou com: Vanzete; Décio e Longhi; Zito, Chispa e Alfredinho;  Bolacha, Bentinho (Arlindo), Martini, Renato e Garbin.

O árbitro foi Henrique Maia Faillace e o palco foi o estádio das Timbaúvas, que pertencia ao Força e Luz e ficava no atual bairro de Santa Cecília na capital dos gaúchos.

Foi um massacre, a primeira fase acabou 4 a 0 para o Tricolor, construído assim: Aos 12 minutos, depois de receber passe de Torelly, Lacy (primeiro em pé na foto) abriu o placar. Aos 26, Torelly arremata em cima de um zagueiro, a pelota sobra para Lacy que desfere o chute, Vanzete defende parcialmente, entretanto, a bola encontra as redes. 2 a 0.

Passados dois minutos (28), Torelly (quarto em pé) engana o defensor caxiense, desfere poderoso chute, ampliando para 3 x 0.

O primeiro tempo teve o placar definido por Divino, após combinação de Torelly com Lacy; Vanzete não conseguiu evitar o chute e o extrema esquerda gremista empurrou calmamente para as redes. 4 a 0. Decorriam 35 minutos.

Na metade da etapa final, aos 20 minutos, Fogo acionou Divino na esquerda, ele fez o centro para Lacy, que marcou o quinto. 5 a 0.

O Juventude descontou após dois minutos com Renato num chute que contou com falha do goleiro Chico, que ainda tocou na bola, mas a deixou escapar para o seu arco.

Aos 29 minutos, Russinho arrematou forte, Vanzete defendeu parcialmente, deu rebote que o mesmo Russinho aproveitou. 6 a 1.

O placar foi encerrado aos 42 minutos com o tento de Garbin, o ponta-esquerda esmeraldino, com um belo chute. 6 a 2.

Passados 82 anos deste que foi o nono encontro entre Grêmio e Juventude, exatamente num Sábado, as duas equipes se defrontam na Arena em busca de uma identidade tática e técnica. 

O confronto pega ambos em momentos de afirmação.

Fonte: Arquivo Pessoal do amigo Alvirubro













30 comentários:

  1. Antes de 1961, ano em que passou a ser disputado no sistema de pontos corridos, em turno e returno, o Campeonato Gaúcho era organizado em fases classificatórias, até chegar-se às finais.

    A Federação Rio-Grandense dividia o Estado em zonas e cada uma delas tinha suas regiões desportivas integradas por cidades e seus campeões municipais.
    Os campeões citadinos se enfrentavam em jogos eliminatórios, para que houvesse o campeão da região.
    Conforme os times avançavam, chegávamos aos enfrentamentos entre regiões, até que se tivesse o campeão da zonal.

    Os campeões das zonais é que participavam dos jogos decisivos, normalmente disputados em uma única sede. Devido às condições dos campos de jogo, Porto Alegre era a sede que recebia os jogos finais.
    A partir da década de 1940 é que as finais passaram a ter jogos de ida e volta, envolvendo as duas cidades participantes.

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  2. Especificamente em 1935, a Federação Rio-Grandense organizou a tabela dividindo o Futebol Gaúcho em seis zonas: Centro, Nordeste, Serra, Sul, Litoral e Fronteira.
    Cada zona dividida em regiões, onde apareciam as cidades que as integravam.
    Algumas das cidades participantes há muito que saíram do mapa futebolístico do Rio Grande do Sul.
    Basta dar uma olhada na tabela do Estadual de 1935 e vamos encontrar participando do espetáculo futebolístico gaúcho cidades velhas conhecidas e outras nem tanto.
    Era realmente "charmoso" o Gauchão daqueles tempos.
    Comunidades inteiras se envolviam nas disputadas pelejas do certame, que levavam para a capital do Estado os melhores times da época.

    1935 - Campeonato Estadual

    Zona Centro
    1ª Região - Porto Alegre
    2ª Região - Caxias do Sul e Montenegro
    3ª Região - Canoas, São Leopoldo e Taquara

    Zona Nordeste
    4ª Região - Esporte Clube Novo Hamburgo
    5ª Região - Ramíz Galvão e Rio Pardo
    6ª Região - Lajeado e São Jerônimo

    Zona Serra
    7ª Região - Cachoeira do Sul e Santa Maria
    8ª Região - Carazinho, Cruz Alta, Ijuí e Passo Fundo

    Zona Sul
    9ª Região - Dom Pedrito e São Gabriel
    10ª Região - Bagé e Jaguarão

    Zona Litoral
    11ª Região - Pelotas e Rio Grande
    12ª Região - Santa Vitória do Palmar

    Zona Fronteira
    13ª Região - Itaqui e São Borja
    14ª Região - Uruguaiana
    15ª Região - Alegrete, Quaraí e Santana do Livramento

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    1. Ramiz Galvão, hoje, bairro de Rio Pardo, se não me engano.

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    2. Pois é: e os clubes eram o Couto Foot-Ball Club (Ramírez Galvão) e o América Foot-Ball Club (Rio Pardo).

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    3. corrigindo...(Ramíz Galvão)...

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  3. Esse confronto entre Grêmio e Juventude fez parte da 3ª Fase da Zona Centro.
    Colocou frente a frente o campeão citadino da 1ª Região (Porto Alegre) e o ganhador dos confrontos entre o campeão da 2ª Região e o campeão da 3ª Região.

    Com a vitória frente ao Juventude, o Tricolor habilitou-se a disputar a fase semifinal do torneio, enfrentando o Grêmio Santanense, campeão da Zona Fronteira. No dia 16.10.1935, o Tricolor venceu por 6 a 0 o Santanense, e seguiu rumo à final estadual, onde foi defrontar-se com o Grêmio Atlético do 9º Regimento de Pelotas, que mais tarde (1941) deu origem ao GA Farroupilha.

    A final gaúcha entre os dois "Grêmios" foi sensacional. Três jogos decidiram o título de 1935, cabendo ao 9º Regimento a conquista do troféu, depois de muita luta e jogos memoráveis.

    20.10.1935 - Grêmio 3 x 1 GA 9º Regimento
    24.10.1935 - Grêmio 0 x 3 GA 9º Regimento
    27.10.1935 - Grêmio 1 x 2 GA 9º Regimento

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    1. Obviamente, pela conquista, o clube situado no bairro Fragata virou Farroupilha. Acho que seu principal jogador era um atacante chamado Cardeal.

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    2. Bruxo, o Pres. Getúlio Vargas proibiu que Unidades Militares dessem nome a clubes e entidades civis. Em Santa Maria havia o Grêmio Atlético 7º Regimento de Infantaria.
      Certamente, a escolha do nome Farroupilha tem a ver com a conquista.

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    3. Sobre o Cardel, centro-avante do 9º Regimento: em 1933, saiu de Santa Vitória do Palmar para servir ao Exército Brasileiro, em Pelotas, e passou a figurar no time do 9º RI.
      Esteve presente em várias seleções gaúchas. Foi convocado para a Sel Brasileira. Jogou no Nacional de Montevidéo e no Fluminense (RJ). Faleceu muito jovem, com apenas 37 anos, na capital uruguaia.

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  4. Sobre o Estádio da Timbaúva, no antigo Caminho do Meio, situado na rua Doutor Alcides Cruz,, no bairro Santa Cecília, em Porto Alegre:

    - no dia 14.04.1935, um domingo, uma festa foi preparada para a inauguração do novo campo de jogo. O Grêmio teria a satisfação de fazer a primeira partida do vistoso estádio, já que o jogo seria preliminar ao jogo do Internacional, que enfrentaria o GS Força e Luz.
    O adversário do Tricolor seria o EC Cruzeiro. Entretanto, o Cruzeiro, não compareceu e o primeiro resultado do novo campo foi um WO.

    Mesmo assim, os jogadores gremistas que entraram em campo e aguardaram a presença do time estrelado, receberam as medalhas comemorativas ao evento.
    Logo depois, Internacional e Força e Luz entraram em campo e o colorado goleou seu adversário por 5 a 1, cabendo ao atacante rubro Mário Mancuso marcar o primeiro gol do estádio.

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  5. O Grêmio Atlético do 9º Regimento, adversário do Tricolor na final de 1935, um ano antes (1934), havia chegado à final do Campeonato Gaúcho, contra o Internacional, perdendo o confronto por 1 a 0. Era um time e tanto!

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  6. Grêmio e Juventude se enfrentam pela 118ª vez pelo Campeonato Gaúcho.
    Até esta data temos os seguintes números no Gauchão:

    117 jogos
    61 vitórias do Grêmio
    35 empates
    21 derrotas
    196 gols marcados pelo Grêmio
    99 gols marcados pelo adversário

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    1. Um bom placar para hoje: 4 a 1 para o Imortal, daí teremos os gols 200 e 100 de cada time.

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    2. Boa! Pelo Gauchão, sim!

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  7. Na ARENA, pelo Gauchão, Grêmio e Juventude fazem o jogo de número 6.
    Até agora temos:

    05 jogos
    03 vitórias do Grêmio
    02 empates
    10 gols marcados pelo Grêmio
    04 gols marcados pelo adversário

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  8. Na história da Arena do Grêmio:

    140 jogos
    84 vitórias do Grêmio
    34 empates
    22 derrotas
    200 gols marcados pelo Grêmio
    90 gols marcados pelos adversários

    Os gols especiais da Arena foram marcados por André Lima (1º); Douglas (100º); e Luan (200º).

    ______________________

    Pelo Campeonato Gaúcho a Arena apresenta esses números do Tricolor:

    38 jogos
    23 vitórias do Grêmio
    10 empates
    05 derrotas
    64 gols marcados pelo Grêmio
    25 gols marcados pelos adversários

    Um jogo teve disputa valendo por dois certames. O GRENAL de 06.03.2016 - Grêmio 0x0 SC Internacional, foi válido pelo Gauchão e pela Primeira Liga.

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    1. Números baixíssimos para quem queria um caldeirão: Em cada 10 jogos, ganha 6 em casa.

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    2. De fato! Pelos números não dá para caracterizar um caldeirão.

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  9. No jogo do dia 16.10.1935 - Grêmio 6x0 GFB Santanense, Russinho marcou 5 gols. Coube a Foguinho (Osvaldo Rola) marcar o outro.
    Russinho marcaria mais dois gols diante do 9º Regimento, nas finais do Gauchão de 1935.

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  10. No time gremista aparece Francisco Halfen, o Chico, goleiro que teve a incumbência de substituir Eurico Lara.

    Chico jogou pelo time principal do Tricolor entre 1935 e 1938. A partir de 1937, formou com Edmundo, que havia jogado no EC CRUZEIRO, a dupla de goleiros do Grêmio.

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  11. Esse do dia 05/10/35 não foi o segundo jogo de Chico, portanto, estreante no Grenal do Campeonato Farroupilha?

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    1. Esse jogo contra o Juventude foi o 12º jogo do Chico. Ele já vinha substituindo o Lara, no ano de 1935. Inclusive, o primeiro jogo do Chico foi diante do SANTOS FC, em 19.05.1935 - Grêmio 3x2 Santos FC, quando substituiu ao Lara, aos 27' do 1º tempo. Nesse jogo, Lara chocou-se com o atacante santista Mário Seixas e teve de ser hospitalizado. Ali surgia Chico no gol gremista. Ele, que até então participava do 2º Quadro Tricolor.

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    2. Claro! Agora lembrei; escrevi numa PH, que tratou de Friedenreich x Lara.

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  12. Considerados todos os jogos pelo Gauchão, desde 1919, o Grêmio apresenta os seguintes números:

    1.478 jogos
    915 vitórias do Grêmio
    351 empates
    212 derrotas
    2.768 gols marcados pelo Grêmio
    1.056 gols marcados pelos adversários

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  13. Bruxo, estive observando a camiseta dos jogadores da foto. Parece ser a famosa "azul celeste", que o Grêmio passou a usar a partir de 1934.

    A primeira vez que se tem notícia oficial da utilização dessa camiseta em um jogo do Tricolor. Foi diante do Cruzeiro, em 17.06.1934, um domingo, quando o Grêmio fez 3 a 1 no time estrelado, usando camisetas azuis e calções pretos. Seria uma homenagem aos uruguaios?

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  14. Muito provável, pois deve ter repercutido a conquista da Copa do Mundo.
    Esta camiseta foi utilizada em 75, Grenal dos 3 gols do Zequinha e era para ser a do último Domingo diante do Veranópolis.

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    1. Eu lembro daqueles 3x1, eheheheheheh...noite chuvosa e temporal para o lado colorado...

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  15. Quem era esse Gonzaga, defensor ao lado de Luiz Luz?

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    1. Bruxo, não tenho o nome completo dele.
      Apenas sei que Gonzaga era zagueiro do 2º Quadro do Grêmio, já em 1934.
      Foi chamado às pressas para o 1º Quadro, para as finais do Gauchão de 1935, porque Dario estava impossibilitado de jogar contra o Juventude. Depois, Gonzaga acabou entrando contra o 9º Regimento, nos três jogos, devido a uma lesão de Luiz Luiz. E pelo que eu tenho, encerra-se aí a participação dele no time principal do Grêmio. 4 jogos.

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  16. Se o primeiro nome dele for Luiz, quem sabe, não é o "Rei do Balão"? (he,he).

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