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domingo, 11 de junho de 2017

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (162) - Ano - 1968



A Primeira Vitória Oficial sobre o Bahia


1968 talvez tenha sido o ano mais intenso dos últimos cinquenta anos da Humanidade. América da Norte, do Sul, Europa; todos tiveram acontecimentos marcantes como as mortes de Martin Luther King, Robert Kennedy, o Maio dos Estudantes Franceses, a Primavera de Praga e no Brasil, a morte do estudante Edson Luís e o endurecimento da Ditadura com a criação do  AI-5 em Dezembro, que retirou de vez qualquer resquício de democracia sobrado dos primeiros quatro anos da infâmia de Março de 64.

Nesse ambiente seguia o futebol com o Roberto Gomes Pedrosa que passava a ser chamado informalmente de Robertão, tal qual hoje chamamos o campeonato nacional de Brasileirão. 

Ele começava com dois grupos, A e B. Num, o Corinthians fechou no final de Setembro, a liderança  com cinco vitórias em cinco jogos; noutro, o Grêmio assumiu a ponta com duas vitórias e três empates, portanto, campanha mais modesta que o clube paulista. Por pontos perdidos, ele ficava atrás do Vasco que precisava jogar a sua partida da rodada.

No dia 29 de Setembro, em Porto Alegre no Estádio Olímpico, o hepta campeão gaúcho encarou o Bahia e venceu por 2 a 1.

Sérgio Moacir mandou a campo: Alberto; Renato, Ari Hercílio, Áureo e Everaldo; Jadir e Paíca; Flecha, Leal, Alcindo e Loivo. Entraram Sérgio Lopes no lugar de Paíca e Wolmir no de Alcindo.

O Bahia de Paulo Amaral utilizou na partida: Édson Borracha (Jurandir); Zé Oto, Jaime, Itamar e Aílton; Amorim e Eliseu; Okada (Cagê), Brígido, Moraes e Canhoteiro.

O predomínio total nos dois tempos do Grêmio ocorreu tanto tática quanto fisicamente. A retranca e a violência dos baianos foram as armas para impedir a vitória, porém, se mostraram insuficientes, apenas deixaram Leal e Flecha lesionados.

O Tricolor por vezes, retribuiu a deslealdade nordestina, que até atrapalhou o bom desempenho azul. Isso só redundou em expulsões, no caso, Aílton e Flecha e Édson Borracha escapou pela frouxidão do árbitro Jaime Câmara que não assinalou uma penalidade máxima, após agressão do arqueiro que desferiu um pontapé nas costas de Alcindo que se lesionou.

O placar foi movimento aos 25 minutos, quando Flecha fez ótima jogada pela direita, driblando duas vezes o seu marcador (Aílton), cruzou para a área, onde estava Alcindo; o Bugre cabeceou violentamente e decretou o 1 a 0. Outra fonte diz que Alcindo (na foto, o de frente) tabelou com Flecha e arrematou com um chute sem chances para o goleiro. Fica a dúvida. 

Aos 38 minutos foi a vez do lateral Renato evoluir pela direita, servir Flecha,  que repetiu a jogada do primeiro gol, desta vez o cabeceio foi do estreante Leal (vindo do Pelotas). 2 a 0. Aqui, uma ressalva, outra fonte credita para o ponta esquerda Loivo o gol; curiosamente, uma "bomba" de pé esquerdo. Fica a dúvida novamente da autoria e forma do segundo tento. 

O Bahia descontou na fase final com Cagê aos 16 minutos, marcando de escanteio, ou seja, gol olímpico.

Os destaques do confronto foram todos do lado gremista: Renato, Flecha, Paíca e especialmente, Everaldo, sendo considerado o maior jogador em campo.

Assim transcorreu o primeiro embate oficial no Olímpico entre os tricolores, gaúcho e baiano.

Fonte: Foto e dados do arquivo pessoal do amigo Alvirubro

PS: Recebi a informação do colega Daison Santana que o segundo gol foi realmente de Leal.






19 comentários:

  1. Um pouco da estatística desse encontro:

    GRÊMIO x BAHIA - NA HISTÓRIA DO CONFRONTO
    45 jogos
    17 vitórias do Grêmio 37,78%
    16 empates 35,56%
    12 derrotas 26,67%
    50 gols marcados pelo Grêmio 1,11 por jogo
    41 gols marcados pelo adversário 0,91 por jogo

    PELO BRASILEIRO DA SÉRIE A - DESDE 1971
    31 jogos
    10 vitórias do Grêmio 32,26%
    13 empates 41,94%
    08 derrotas 25,81%
    34 gols marcados pelo Grêmio 1,10 por jogo
    30 gols marcados pelo adversário 0,97 por jogo

    PELO BRASILEIRO DA SÉRIE A - DESDE 1971 - EM PORTO ALEGRE
    12 jogos
    05 vitórias do Grêmio 41,67%
    07 empates 58,33%
    13 gols marcados pelo Grêmio 1,08 por jogo
    04 gols marcados pelo adversário 0,33 por jogo

    JOGOS OFICIAIS EM PORTO ALEGRE
    16 jogos
    09 vitórias do Grêmio 56,25%
    07 empates 43,75%
    19 gols marcados pelo Grêmio 1,19 por jogo
    05 gols marcados pelos adversários 0,31 por jogo

    Obs: em jogos oficiais, o Grêmio não perdeu para o EC BAHIA, em Porto Alegre.

    Os cinco gols sofridos pelo Grêmio, em Porto Alegre, tiveram como defensores da meta gremista os seguintes goleiros:
    Alberto (1 gol)
    Danrlei (3 gols)
    Marcelo Grohe (1 gol)

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    1. Considerando amistosos em Porto Alegre, lembro de uma derrota para o Bahia por 2x1 em 1996 no Olímpico. A partida marcou a reestreia de Jardel após tentativa frustrada de jogar no Glasgow (se bem me lembro).

      Um dos poucos jogos de Manoel Tobias com a camisa do Grêmio, diga-se de passagem.

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    2. Boa lembrança, Rafael
      Já havia esquecido desta experiência com o Manoel Tobias, o craque do futsal da época.

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    3. Sim, foi a única derrota. Como bem lembraste, amistoso.

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    4. Rafael, dá uma confirmada nos teus dados. O Jardel fez sua reestreia no Tricolor no jogo anterior a esse contra o Bahia. Foi no GRENAL do dia 17.03.1996. Ele entrou no lugar do Sílvio, no decorrer da partida. O jogo contra o Bia foi dia 20.03.1996.
      O Grêmio do GRENAL do dia 17.03.1996 - Danrlei, Arce, Rivarola, Adílson Batista, Róger, João Antonio, Luiz Carlos Goiano, Emerson (Zé Alcino), Carlos Miguel, Paulo Nunes, Sílvio (Jardel).

      Acho que o Manoel Tobias não chegou a entrar em campo contra o Bahia, nesse amistoso, apesar de ter participado de alguns jogos exatamente nessa fase. Pelos meus dados, foram 12 jogos do Tobias, no período de Janeiro a Abril de 1996.

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    5. Alvirubro, ainda não cheguei a esse ano no meu tabelamento de dados.

      Aliás, 1996 foi o meu segundo ano de jogos no Olímpico. Puxei pela cabeça porque lembro dessa época (ou pelo menos pensava lembrar hehehe).

      Em relação a Jardel, realmente tu tens razão. Ele jogou no Grenal no Beira-Rio três dias antes da partida contra o Bahia. Segundo o jornal Zero Hora do dia seguinte, o centroavante "sentiu a inatividade; errou um gol imperdível".

      Em relação a Manoel Tobias, não tenho nenhum recorte da época para verificar. Mas acredito em teu levantamento. Devo estar me confundido, afinal lá se vão 20 anos.

      Obs.: aproveito para te agradecer pelo perfil dos dois atletas abaixo. Obrigado.

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  2. A Campanha no Robertão de 1968

    01.09.1968 - Grêmio 1x1 SE Palmeiras
    08.09.1968 - Grêmio 3x0 A Portuguesa de Desportos
    11.09.1968 - Grêmio 0x0 C Náutico C
    22.09.1968 - Grêmio 1x1 São Paulo FC
    29.09.1968 - Grêmio 2x1 EC Bahia
    06.10.1968 - Grêmio 0x0 Bangu AC
    09.10.1968 - Grêmio 2x0 CR Vasco da Gama
    12.10.1968 - Grêmio 1x0 Botafogo FR
    17.10.1968 - Grêmio 1x2 SC Corinthians P
    20.10.1968 - Grêmio 0x0 C Atlético Mineiro
    24.10.1968 - Grêmio 1x0 CR Flamengo
    27.10.1968 - Grêmio 1x1 C Atlético Paranaense
    20.11.1968 - Grêmio 0x1 Cruzeiro EC
    24.11.1968 - Grêmio 0x0 SC Internacional
    27.11.1968 - Grêmio 1x3 Santos FC
    01.12.1968 - Grêmio 3x1 Fluminense FC

    16 jogos
    06 vitórias do Grêmio 37,50%
    07 empates 43,75%
    03 derrotas 18,75%
    17 gols marcados pelo Grêmio 1,06 por jogo
    11 gols marcados pelos adversários 0,69 por jogo

    Os jogadores que atuaram naquele Campeonato:

    Alberto, Arlindo, Espinosa, Renato Silva, Everaldo, Ary Ercílio, Aureo, Paulo Souza, Cléo, Jadir, Paíca, Sérgio Lopes, Babá, Flecha, Oyarbide, João Severiano, Leal, Alcindo, Loivo, Volmir


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    1. Alvirubro
      Grupo praticamente o mesmo que o Obino herdou em 69. Para ver como é a coisa.

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    2. Somaram-se a eles, em 69, mais alguns jogadores: Jair, Breno, Adílson Rosa, Clayrton, Davi, Di, Fiorese, Hélio Pires, Júlio Amaral, Tupanzinho.

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  3. Posso estar enganado mas, pelos nomes listados, creio que os jogadores menos conhecidos desse elenco seriam Leal e Renato Silva.

    Terias maiores informações sobre ele, Alvirubro, tais como nome completo e/ou data de nascimento?

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    1. Apelido: LEAL
      Nome: José Leal Nunes
      Posição: MC
      DN: 15/09/1941, Tijucas, SC, BRA
      Carreira
      Olímpico (SC) (1965), Pelotas (RS) (1966 a 1968), Grêmio (RS) (1968 a 1969), Pelotas (RS) (1969), Palmeiras (SC) (1970 a 1971).

      Apelido: RENATO SILVA
      Nome: Renato Pires da Silva
      Posição: Lateral
      DN: 16/11/1940, Porto Alegre, RS, BRA
      Carreira
      Grêmio (RS) (1961 a 1965), São Paulo (SP) (1965 a 1968), Grêmio (RS) (1968 a 1969), São Paulo (SP) (1970), Cruzeiro (RS) (1970 a 1971), Pontagrossense (PR) (1972 a 1974), Paulista (SP) (1974), Operário (PR) (1975).

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    2. Obrigado, Alvirubro
      Tinha outro nome como se fosse dele.
      Esse Palmeiras fundiu-se com mais outro ou alguns, originando o Blumenau.

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  4. O Renato(Silva) teve uma passagem boa pelo São Paulo; lembro que tinha a foto dele nos jogos de botões. Era um bom lateral.
    O Leal, ontem, o Daison lembrou a passagem dele pelo São José de Porto Alegre.Esse jogo que postamos, eu lembro. Tinha 9 anos.

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  5. Segundo o colega,trata-se de Jorge Vander Miranda Leal.

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    1. http://adalbertoday.blogspot.com.br/2009/11/jornal-folha-de-blumenau-leal-o-craque.html

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    2. Bruxo, talvez o Daison esteja utilizando este jogador:
      Apelido: LEAL
      Nome: José Vander Miranda Leal
      Posição: Atacante
      Data Nasc.: 12/10/1941
      Local Nasc.: Uruguaiana, RS
      Carreira: São José(RS) (1959 a 1964), Pelotas(RS) (1964 a 1965), São José(RS) (1965 a 1967), Barroso São José(RS) (1968 a 1971).

      Apenas como informação, o Leal que jogou no Grêmio, era catarinense.

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    3. Então, o Vander Leal não jogou no Imortal?

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    4. Bruxo, como escrevi acima, o Leal que jogou no Grêmio era catarinense. Se o Vander Leal era gaúcho, não é o mesmo jogador. Pode até ser que haja erro no local de nascimento do Vander. Que ele também seja catarinense. Enfim, vou confirmar outra vez nos meus dados.

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