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sábado, 13 de junho de 2020

Pequenas Histórias


Repostando (original publicado em 30 de Dezembro de 2018)

Segunda-feira, 15 de Junho de 2020, marca o centenário da estreia de Eurico Lara no Imortal


Pequenas Histórias (206) - Ano - 1920


Nasce uma Lenda

Fonte: Correio do Povo
Com a iminente saída de Marcelo Grohe, o Grêmio perde seu goleiro titular de longos anos, mas o vê ingressar no panteão dos arqueiros que fizeram história no clube por associar seus nomes a grandes fases da instituição:  Germinaro, Alberto, Danrlei são exemplos de goleiros que iniciavam as escalações vitoriosas das grandes eras de conquistas tricolores.

No entanto, em que pese a passagem dos anos, ninguém consegue superar a trajetória de Eurico Lara por vários motivos: Longa permanência, pela qualidade de seu jogo, pelos títulos e, principalmente, pela forma como ocorreu o encerramento de sua carreira: Uma conquista fantástica num Grenal, seu último contato com as quatro linhas e a morte prematura em 06 de Novembro de 1935 (a foto acima é do dia seguinte, registrando o seu passamento no Correio do Povo), dezesseis dias após o clássico vencido por 2 a 0. Lara não pode dar a volta olímpica.

Ele começou a escrever sua bela carreira no Grêmio no dia 15 de Junho de 1920, uma Terça-feira à tarde na Baixada contra o Juventude de Caxias do Sul.

Lara teve como parceiros os backs Assumpção e Jorge Py, os halfs Dorival, Costinha e Moreno, os forwards Gertum, Máximo, Lagarto, Ramãozinho e Bruno. O Grêmio entrou com uniforme branco.

O Juventude com: Nicolau; Bado e Bertegaray; Muratori, Luisê e Menegato; Edemor, Gregollo, Martinez, Zanella e Gregio.

Os capitães Martinez e Lagarto decidiram o "toss", o gremista escolheu o lado do campo, a saída coube aos serranos.

O Tricolor foi forte ao ataque e por três vezes quase abriu o marcador; por Máximo, duas e Ramãozinho.

Dois minutos após o primeiro corner tricolor, o "mignon" atacante Ramãozinho marcou com um chute cruzado. 1 a 0.

Assim que a bola saiu do centro, o Juventude avançou e Martinez mandou um torpedo que obrigou a primeira grande defesa de Lara com a camisa gremista, mandando para escanteio.

Logo no primeiro lance importante, após o escanteio, Lara pratica sua segunda defesa difícil.

O terceiro momento importante ofensivo dos visitantes, o arqueiro gremista afasta com um soco  a ação de Gregollo.

O primeiro tempo encerrou 1 a 0 para o Imortal.

Gregollo tentou novamente com um arremate bem defendido pelo estreante azul.

O Grêmio reagiu e por duas vezes, Lagarto e Máximo quase marcaram, o goal-keeper Nicolau fez ótimas intervenções que mantiveram o placar da etapa inicial.

Bruno arrematou forte e Bado defendeu com a mão; penalidade assinalada que Gertum converteu. 2 a 0.

A seguir, uma cena impossível de se ver hoje. O árbitro marcou uma segunda penalidade para os locatários, que foi prontamente contestada pelos atletas do Juventude. Bastante irritados, seguiram reclamando. Lagarto, o capitão, combina que o arremate será nas mãos do arqueiro juventudino. Ele atrasou o chute até os braços de Nicolau, porém, o goleiro irritado pela "gentileza" (queria a anulação da penalidade), saiu do lance e deixou a pelota entrar mansamente em seu arco. 3 a 0.

Após esse expediente, o jogo caiu bastante de qualidade e ambos os times trataram de evitar as jogadas mais ríspidas.

Assim foi a estreia do maior goleiro de todos os tempos, nome de rua, máscara mortuária no museu e o único atleta de um grande clube brasileiro a ser homenageado na letra do hino.

Fonte:  jornal "A Federação"









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