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sexta-feira, 9 de julho de 2021

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (255) - Ano - 1973


Alfredo Domingo Obberti - El Mono

Fonte:https://gauchazh.clicrbs.com.br

Esta semana iniciou com uma notícia triste, segunda-feira, dia 05, faleceu aos 75 anos, Obberti, "El Mono", grande atacante canhoto, que atuou entre 1972 e 1973 no Imortal, vindo do Newell's Old Boys da cidade de Rosário, Argentina, para onde retornou no início de 74. Seu último jogo ocorreu em Dezembro de 1973, uma vitória gremista sobre a Portuguesa de Desportos. 

Esta  mesma semana finaliza com um Grenal no Sábado, estreia de Luiz Felipe como técnico (na foto de Junho de 72, Obberti aparece superando o jovem zagueiro do Aymoré, que viria a ser o treinador do penta campeonato mundial do Brasil, 30 anos depois).

El Mono meteu tanto gol (36) em apenas 2 dois anos, que virou o maior artilheiro estrangeiro do Grêmio, recorde que permaneceu intacto até a passagem de Hernán Barcos, o Pirata; isto é, por 40 anos.

Obberti foi um dos meus ídolos de adolescência; pertenceu a elencos fortes azuis, que enfrentaram a  melhor fase do Internacional em toda a sua existência. 

É falsa a ideia que os times do Grêmio desta época eram muito inferiores na comparação com o tradicional rival. Era, porém, nunca comparável aos distanciamentos do Rolo Compressor dos anos 40 e o Expresso da Vitória gremista dos anos 60.; tanto que os Grenais vencidos pelo Coirmão foram por diferença mínima e em duas ou três vezes, por 2 gols nestes 8 anos de hegemonia (1969 a 1976).

Para exemplificar, descrevo aqui o clássico de 20 de Maio de 1973, decisão do primeiro turno, empate no Beira-Rio, que o Inter ganhou no saldo de gols, pois ficou empatado com o Tricolor em pontos.

Dino Sani escalou o Inter com: Schneider; Edson Madureira, Figueroa, Hermínio e Jorge Andrade; Carbone, Paulo César Carpegianni (Escurinho) e Djair; Valdomiro, Manoel (Tovar) e Volmir.

Milton Martins Kuelle utilizou: Picasso; Cláudio Radar, Ancheta, Beto Bacamarte e Jorge Tabajara; Paulo Sérgio, Humberto Ramos (Bolívar) e Loivo (Carlinhos); Tarciso, Mazinho e Obberti.

José Luiz Barreto foi o árbitro e o público pagante superior a 60 mil pessoas.

A partida foi o tempo todo equilibrada com o meio de campo colorado composto por dois selecionados por Zagallo, Carbone, o melhor da partida e Paulo César, mais o menino Djair inspirado, inclusive, fazendo um golaço de fora da área, após receber passe de Valdomiro e driblar Humberto Ramos. Decorriam 18 minutos da primeira etapa. 

O Grêmio foi para cima, Obberti conseguiu vitória pessoal sobre a zaga, usando a sua canhota, desferiu um chute potente que obrigou Schneider a ótima defesa. Ficou assim o primeiro tempo. 1 a 0; o empate servindo para os donos da casa.

No segundo, com as mexidas de Milton Kuelle, em especial, os ingressos de Bolívar no meio de campo e Carlinhos na ponta direita, passando Tarciso para o centro do ataque e Obberti para a ponta, o time cresceu, foi mais ofensivo. Numa estocada, aos 17 minutos, Bolívar lançou Carlinhos, este cruzou para o meio da área e El Mono Obberti cabeceou sem chances para o arqueiro rubro. 1 a 1.

Reacenderam as chances, o otimismo voltou e Dino Sani, trocou um centro-avante (Manoel) por um segundo volante, Tovar, povoou o meio com quatro atletas e segurou o empate, jogando o final da partida "com o regulamento embaixo do braço", conquistando o título do turno.

Na infância e adolescência, a vida parece andar mais devagar, todos os momentos são vividos com muita intensidade, por isso, quando pesquiso e vejo que Alfredo Obberti jogou apenas dois anos no Grêmio é difícil de acreditar, porque ele deixou marcas indeléveis na memória daquele jovem torcedor, mesmo passado meio século, praticamente.

Obrigado, El Mono.

Fonte: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro   
            Arquivo Histórico de Santa Maria 
            Correio do Povo
   
 





 








5 comentários:

  1. No famoso jogo entre Gaúchos e Seleção Brasileira, em junho de 1972, o ataque era formado por Valdomiro, Claudiomiro e Obberti. No jogo, Obberti atuou pela esquerda, a pedido do técnico Aparicio Viana e Silva, e deu "um calor" no lateral direito Zé Maria, que ficou retido e não pode "atacar", conforme queria Zagallo. Aliás, no 1º tempo, Claudiomiro e Obberti fizeram a zaga composta por Brito e Vantuir suar bastante, já que a Seleção Gaúcha abriu o marcador antes dos 5 minutos de jogo. O Brasil de Zagallo não jogou. Vantuir teve trabalho duplo: arrumou um incômodo danado, ora cuidando de Claudiomiro, ora de Obberti. No final, o 3 a 3 mostrou que as seleções se equivaliam.

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  2. Alvirubro
    Antes, a Seleção Gaúcha bateu a uruguaia, 3 a 2 (chegou a estar 3 a 0), 2 gols de Obberti.

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    1. Bem lembrado, Bruxo! Jogo em comemoração ao aniversário da Federação Gaúcha de Futebol.

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  3. Lembro que era à tarde, ou Sábado ou Feriado, pois eu e o meu irmão (Gelton) estávamos na casa do Fernando e Vitor Hugo (Taschetto), a gente estava num monte de piás, enquanto, três (dois se enfrentando e um de juiz) ficavam no jogo de botão, os demais batiam bola no campinho atrás da casa;conforme terminava, os três iam para a pelada e eram substituídos na mesa por outros. Bons tempos.

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  4. 14 de maio de 1972, um domingo. Com 16 minutos de jogo, estava 3 a 0 para os gaúchos, que a partir daí tiraram o pé. A Celeste com vários jovens no time. Exceto Montero Castillo, Esparrago e Manero, os demais tinham pouca experiência em jogos internacionais.
    Ao citares Fernando e Vitor Hugo, lembrei-me que a rua Bento Gonçalves nos deu muitos amigos, na infância e na adolescência. Bons tempos, mesmo!

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