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sábado, 10 de setembro de 2022

Pequenas Histórias

Pequenas Histórias (274) - Ano - 1993


 Caminhos Cruzados

Fonte: http://www.gremiodoprata.com.br

O futebol é feito por e para "nômades", os profissionais precisam ser entendidos pelos torcedores, uma hora Manga e Ancheta estavam levantando taças no Nacional e Figueroa era adversário deles; noutra, Manga e Figueroa encaravam Ancheta em nossos pagos; mais adiante, Manga reencontrou Ancheta no Imortal. Os caminhos se cruzam incessantemente com raríssimas exceções.

Em 1993, o Grêmio de Luiz Felipe tinha um volante paulista, Júnior, sobrinho do maior camisa 5 do Palmeiras, Dudu, célebre ao formar dupla com Ademir da Guia. Júnior virou Dorival Júnior, técnico de futebol. Aí, eu fico pensando, se alguém de nosso tempo regressasse 30 anos e falasse para o atleta: "o Luiz Felipe vai virar Felipão, será campeão do mundo treinando a Seleção e você o enfrentará numa final de Libertadores em 2022". O que se passaria na cabeça do volante? Talvez ficasse duvidando do viajante do tempo; afinal naquele semestre, ele tinha de concreto, ser meio-campista do Tricolor comandado por um treinador turrão, que passava pela segunda vez pelo Olímpico Monumental, buscando afirmação no cenário nacional.

Um dos jogos em que estiveram juntos ocorreu em 11 de Novembro, quando encararam em Porto Alegre, o forte time do Vasco da Gama, mas vivendo momentos de oscilação.

O time da casa utilizou: Danrlei; Grotto (Dida), Paulão, Agnaldo e Branco; Júnior, Jamir, Carlos Alberto Dias e Adil; Fabinho (Carlos Miguel) e Charles.

O ex-volante vascaíno, Alcir Portela usou: Carlos Germano; Pimentel, Alexandre Torres, Alê e Cássio; Leandro, Bernardo, Gian e Yan; Valdir e Júnior (Hernande).

Os dois clubes estavam fora de combate naquele Brasileiro, no entanto, apresentaram ânimos diferentes dentro de campo; o Grêmio vibrante e aguerrido, o Vasco, lento e desinteressado. Resultado: uma goleada gremista.

Aos 3 minutos, o tetra campeão mundial Branco serviu Carlos Alberto Dias que desferiu um chute forte na entrada da área e abriu o marcador. 1 a 0.

O Vasco levou perigo aos 25. A resposta veio aos 32 minutos, Branco acertou a trave carioca, mas o primeiro tempo fechou com o escore mínimo.

De novo, logo no recomeço, 3 minutos, o placar foi mexido, Charles sofreu penalidade máxima e Branco ampliou para 2 a 0, escore que durou pouco tempo, porque Charles, aos 6, meteu o terceiro.

Valdir Bigode aos 38 minutos, batendo penalidade máxima, descontou, porém, o baiano Charles novamente, aos 43 deu números definitivos ao espetáculo. 4 a 1.

O público foi ridículo (1.051 almas) e José Mocelin foi o árbitro com os então jovens, Carlos Simon e Alexandre Barreto como bandeirinhas.

Amanhã, 11 de Setembro, os caminhos erráticos do futebol marcam para a Arena gremista, o segundo confronto da história destes gigantes (Grêmio e Vasco da Gama) se digladiando pela Série B. Uma Série que não lhes pertence.

Fonte: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro

Seguem os gols da partida:




10 comentários:

  1. Rememorando um pouco o Campeonato Brasileiro de 1993, na 1ª Fase, o Grêmio integrou o Grupo B e tinha como adversários Palmeiras, Santos, Guarani (SP), Vasco da Gama, Sport Recife, Fluminense e Atlético (MG).
    Os Grupos A e B do Brasileiro eram formados por clubes de primeira grandeza, podem,os chamar assim.
    Os jogos foram de turno e returno, dentro do grupo. 14 jogos para cada clube. Classificaram-se os três primeiros, para a 2ª Fase. No Grupo B, o Grêmio foi o 4º lugar, com 15 pontos ganhos (6 vitórias, 3 empates e 5 derrotas; marcou 20 gols e sofreu 17). A vitória valia dois pontos.
    Nesse grupo, Palmeiras, Santos e Guarani (SP) foram adiante, para a fase seguinte.

    Nesse campeonato, havia ainda os grupos C e D, formados por clubes de segunda ordem. Classificaram-se os dois primeiros de cada um desses grupos.
    Vitória e Remo foram os classificados do Grupo C e Portuguesa de Desportos e Paraná Clube os classificados do Grupo D.

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    1. Que pena o Guarani cair tanto, atualmente. Tinha um estilo técnico de jogar e um clube revelador de craques.

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    2. Na fase áurea do Guarani, um título, dois vices e dois terceiros lugares no Campeonato Brasileiro. Realmente, uma pena ter ficado para trás.

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  2. Após essa 1ª fase, para os grupos C e D houve uma Fase intermediária. Os quatro classificados citados, disputaram duas vagas para a Segunda Fase do Brasileiro, em sistema eliminatório, com jogos de ida e volta. Classificaram-se Vitória e Remo.

    Os dois clubes juntaram-se aos seis dos Grupos A e B. Então, houve divisão dos oito clubes em dois grupos (E e F) de quatro clubes, com seis jogos cada, em turno e returno.
    Somente os campeões de cada grupo fizeram a final do Brasileiro de 1993.
    Vitória (BA) campeão do Grupo E x Palmeiras (SP) campeão do Grupo F.

    Ambos passaram pelos quadrangulares invictos. O Vitória com duas vitórias e quatro empates; o Palmeiras com quatro vitórias e dois empates.
    Em jogos de Ida e Volta o Palmeiras venceu as duas disputas e foi Campeão Brasileiro de 1993.

    Exemplo tipificado das mirabolantes fórmulas do campeonato brasileiro de outrora, capaz de deixar de fora da disputa, numa primeira fase, os grandes clubes do Brasil, para encaixar clubes sem o mesmo brilho.
    Enquanto os grandes clubes se "matavam" entre si nos grupos A e B, os clubes médios jogavam nos grupos C e D, em busca de classificação para as fases finais.

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    1. Exatamente. Verdade que o Vitória tinha um time bem forte.

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  3. Em agosto de 1993, Luiz Felipe Scolari assumiu o time em meio a uma excursão do Grêmio, que foi jogar no Irã, tendo como técnico Cassiá.
    Quando de retorno do giro, uma parada na Itália, para quatro amistosos contra Bologna, Napoli, Roma e Cagliari.
    Luiz Felipe Scolari assumiu o posto e começou a longa e vitoriosa passagem, que se encerrou em dezembro de 1996, coroada com títulos de expressão.

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  4. Cassiá que treinou Dener no Grêmio e meteu faixa no peito.

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    1. Isso!
      Cassiá substituiu Sérgio Cosme, que foi Vice-Campeão da Copa do Brasil (contra o Cruzeiro) e começou meio cambalente o Gauchão. Como de praxe em terras gaúchas, Sérgio Cosme não durou.
      Cassiá entrou e o time não perdeu jogo.
      Cassiá foi Campeão Gaúcho de 1993, de forma antecipada, num empate em Pelotas (1x1). Já havia encaminhado virtualmente o título no jogo anterior, frente ao Grêmio Santanense (3x1), pois o Internacional perdeu para o Lajeadense (2x1), fora de casa.
      No octogonal-final, concluiu o campeonato com cinco pontos de vantagem sobre o Internacional (23 a 18).

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  5. Branco jogou no Grêmio!
    Não sabia ...valeu por postar.

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    1. Por um semestre só. Ele veio nessa janela com o Felipão. Assim como o Dener havia permanecido apenas cinco meses na primeira metade do mesmo ano (93). O Koff fazia uns negócios meio esquisitos também.



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