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quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Opinião



Penas Brandas 

Ainda sobre os equívocos das arbitragens que afetaram muito o Tricolor gaúcho, mas que não são exclusividade, o São Paulo, no mesmo final de semana, foi operado em pleno Cícero Pompeu de Toledo.

O estrago no Morumbi é algo bizarro, porque ninguém considerou penalidade máxima, nem o juiz Abatti Abel (que poderia ter tido a visão encoberta???), nem o VAR. E aí, não tem defesa, basta ver que a tecnologia é a mesma que vê um movimento "antinatural" de braço no lance de Marlon ou "uma agressão forte" de Kannemann. O dos paulistas é para "boletim de ocorrência", tal qual o "abalroamento" que Aravena recebeu no clássico do primeiro turno.

Aliás, sobre o caso de Marlon, ele mostra claramente que o analista do VAR nunca jogou futebol, deve estar nessa apenas por ter vislumbrado uma oportunidade de "mercado". Parece ter participado das capacitações de arbitragem e anotado essa expressão (movimento antinatural) e concluído: - Legal! Essa dá robustez às justificativas. Vou guardar para alguma oportunidade. Um absurdo, basta comparar os lances na mesma partida (Noriega e Marlon).

Agora, esta postagem é para evidenciar a suavidade das penas, das punições. Os "artistas" são afastados uma, duas semanas e voltam lampeiros, habilitados para novas aprontadas. Não temem fazer bobagens, porque, a despeito de uma eventual perda financeira, o "grosso" da bolada durante as competições está garantido. É apenas uma pausa "para hidratação". Um tempinho para ficar em casa vendo vídeos que orientam como deve ser e que eles estão entediados de ver e rever.

Disso, sobram conclusões que apontam para medidas para inglês ver ou então para ocultar algo bem mais grave e muito consequente no universo futebolístico. São penas rasas, superficiais, irrelevantes.



domingo, 5 de outubro de 2025

Opinião



Frame na imagem e outras bobagens 

João Havelange, Ricardo Teixeira, José Maria Marin, Marco Polo Del Nero, Rogério Caboclo, Ednaldo Rodrigues, dirigentes da antiga CBD e atual CBF, possuem um traço comum: o de serem investigados e alguns, condenados pela justiça.

Jogadores envolvidos no escândalo das apostas milionárias, as chamadas Bets, cujo caso mais recente e impactante é o de Bruno Henrique, do Flamengo, aliás, condenação que foge à rotina dos demais, que era expressa em dias. BH recebeu 12 jogos de punição, inaugurando uma nova forma muito mais branda. Outro condimento de corrupção do esporte mais amado do país.

Diante destes fatos, os frequentes e absurdos erros de arbitragem podem ser colocados sob suspeição, porque ela (a arbitragem) é a arraia miúda perto dos grandes dirigentes de federações e confederação no Brasil. É razoável a desconfiança dos torcedores.

Por tudo isso, o futebol está morrendo, o torcedor vai adoecendo com tanto descaso pela sua paixão que invariavelmente surge na infância.

Pegando especificamente o caso do Grêmio, ele, neste ano, viu quatro penalidades absurdas serem decididas contra si e contra a regra, sendo três em Grenais: Na Arena, a falta capital em Aravena, os dois primeiros no clássico 448 e ontem no confronto com o Bragantino. Quantos pontos ficaram nestas disputas?

Teve a seu favor um pênalti polêmico no enfrentamento com o Botafogo, mas é possível que a marcação soe como uma constrangida compensação, um ato de comiseração do árbitro pelo roubo no clássico.

As contradições dos juízes são imensas, como expulsar Kannemann (porque é fácil dar cartão para ele, independentemente da cor). Kannemann já vem como o selo da turma da IVI de praticar outro esporte. Ele é pré-julgado sempre: — Não vi, mas, se for o Kannemann, o árbitro está correto.

Outro elemento: como não ir ao VAR na expulsão do argentino? Aliás, o VAR foi acionado para expulsar Arthur. E, por coerência, devia ter ido à cabine no toque no braço de Noriega dentro da área.

Pergunta: qual foi mais pênalti, Noriega diante do Massa Bruta ou os dois do Grenal, ou ainda o de Marlon, ontem?

E as justificativas nos áudios liberados pela CBF: no primeiro pênalti no clássico, depois de a convicção estar praticamente consolidada pelo acerto de Marcelo de Lima Henrique em não marcá-lo, uma voz feminina (sem problemas, podia ser de um homem, também) observa que, em um dos frames, "há um contato do joelho do defensor".

No suposto pênalti de Marlon, o áudio revela um movimento antinatural do braço do lateral. Aí se pergunta: o braço de Noriega estava mais resguardado do que o de Marlon?

É muita atrapalhação, quando deveria ser bem menos complicado, ou seja, se são necessários frames de imagem para decidir um pênalti, é porque não foi penalidade máxima.  Estes detalhes, num lance capital, não podem ser decididos por uma imagem congelada. Futebol é esporte de contato. Ponto final.

Além da incompetência dos árbitros, existe uma busca pelo protagonismo e isso é mais um componente equivocado que está matando o futebol.

O bom juiz é aquele que passa discreto pelo espetáculo.

PS: Observem a movimentação de Praxedes, o atleta que finalizou a bola que resvalou em Marlon. Ele corre em direção ao escanteio para bater rápido, porque a partida estava acabando. 

sábado, 4 de outubro de 2025

Opinião



O roubo que encobre o fraco rendimento 

O Grêmio, como instituição, como clube grande, encolheu. Sempre houve enganos, "roubos" descarados contra o Tricolor, mas, contraditoriamente, os equívocos foram em momentos cruciais, como a decisão de 82 do Brasileiro ou semifinais da Copa do Brasil, agora não. Em qualquer partida de meio de tabela, afanam o Grêmio com a maior cara dura, certos de que não haverá punição e, se ela acontecer, será branda.

Esta tarde/noite, mais uma vez o prejuízo foi grande, assim como o pênalti não marcado em Aravena no clássico na Arena, primeiro turno ou os dois primeiros (de três!!!) no último Grenal. Este erro em Bragança Paulista veio com requintes de maldade, com uma expulsão absurda e uma penalidade não menos absurda nos últimos segundos do confronto.

Quantos pontos ficaram pelo caminho? 

Sobre a partida, ela demonstrou que o Bragantino poderia ter vencido. Em um momento da segunda etapa, estavam 26 arremates contra 5, uma supremacia que não se consolidou no placar, porque Fernando perdeu cinco gols feitos, porém, o Grêmio não tinha nada com isso. Problema de um time que estava jogando em casa e com um atleta a mais.

Gabriel Grando, novamente o melhor. Colocaria como destaque Pavón pela dedicação, envolvimento com o jogo, pois aquele momento, mais do que nunca, exigia uma doação ao extremo e ele o fez. Saiu extenuado.

Arthur comprovou que o time fica diferente sem ele e desconfio que Mano Menezes, ao mexer, incluindo um terceiro zagueiro, contraditoriamente, tornou o setor defensivo mais exposto. 

O Tricolor vem se aguentando fora de casa e essa derrota, apesar dos seus defeitos, passou muito pela arbitragem.

O enfraquecimento institucional do clube deve muito à forma submissa com que a Direção se porta diante da CBF e Comissão de Arbitragem. Esta última já normalizou o fato de os sopradores de apito afanarem o Tricolor.

A ideia de epopeias ou imortalidade está intimamente relacionada à fraqueza da instituição diante de seus algozes que influenciam a competição.

No fim, o fraco desempenho contra dois times frágeis fica colocado em segundo plano diante do assalto. Perigosamente, em segundo plano.

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Opinião



Faltou Jóquei, sobrou jóquei 

Empate que valeu como triunfo. O time se comportou muito mal taticamente. Não faltou esforço, dedicação, mas carência técnica e uma diferença extrema entre os trabalhos dos treinadores. Jóqueis diferentes.

O time do Santos "chora de ruim", basta ver que um dos líderes é o fraquíssimo Guilherme. Aliás, o Peixe segue em sua característica mais emblemática, um grupo mediano que quase sempre apresenta um, dois ou três jovens de muita qualidade.

Alguém poderá dizer: "Roubaram" do Grêmio, anularam um gol legal. Verdade! Mas por que o goleiro Grando se destacou tanto? Aliás, o clube paulista, depois da contratação de Vojvoda, em todos os jogos chutou mais, teve mais chances de vitória desde a sua estreia e permanece invicto.

As mexidas do Mano (ele tem, com certeza, justificativas para elas), em sua integralidade, pioraram o time: Amuzu, Cristaldo, Alex Santana, Riquelme e Aravena não apresentaram nada. Alguém viu Cristaldo em campo? E esse Alex Santana?

Gabriel Grando, o melhor, mas é inadmissível um goleiro de clube grande não saber jogar com os pés.

 Arthur esteve no mesmo nível que o goleiro gremista. O miolo da zaga teve um bom desempenho, embora o gol no final levante questionamentos sobre o posicionamento dos defensores.

Sinceramente, é triste para mim admitir que esse empate caiu do céu, pois o Santos é medíocre.

Se alguém imaginou que Mano Menezes poderia ser o treinador para 2026, essa partida altera qualquer conceito positivo para a corrente que defende a sua permanência.

Não podemos apenas comemorar ficar na Série A.