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sábado, 1 de agosto de 2020

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (238) - Ano - 1971


Um Grêmio versus NH para lembrar de Bebeto


Fonte: Correio do Povo

Há quase meio século, o Tricolor encarou o Novo Hamburgo no antigo estádio Santa Rosa, período em que o clube anilado possuía um grande time, um dos melhores do interior naquele 1971. Prenunciava-se um confronto muito complicado para o Grêmio, ambos estavam nas primeiras colocações, o clube da capital invicto há 22 partidas.

Oto Glória resolveu escalar dois centro avantes, duas máquinas de fazer gols, Alcindo (dispensa comentários) e Bebeto, simplesmente o maior artilheiro da história dos Gauchões até hoje.

O interessante na biografia deste goleador nato, dono de um chute mortal é que não conseguiu se firmar em clube grande: Internacional, Corinthians, América do Rio (quando era forte), Bahia e Grêmio. Um mistério, realmente, porque suas qualidades eram muitas; não era um trombador sem afinidade com a bola. Era inteligente, habilidoso, ambidestro, cobrava faltas, bom cabeceador, portador de um canhão nas pernas: o Canhão da Serra.

No dia 11 de Abril, Oto Glória lançou mão de: Jair, Ivo Wortman, Di, Beto Bacamarte e Everaldo; Jadir e Gaspar; Flecha, Bebeto, Alcindo e Loivo. Na etapa final, Oto colocou Bira Lopes e Caio nos lugares  de Alcindo e Loivo, com isso, Bebeto foi para a ponta esquerda.

O Nóia de Beno Becker utilizou: Ronaldo; Di, Bernardino, Décio e Jorge Tabajara; Bira e Xameguinha; Dirceu, Helenílton, Nilo (Edson) e Jaime.

O primeiro tempo mostrou-se equilibrado com poucas chances, os goleiros contendo os arremates até que aos 43 minutos, Bebeto recebeu passe do lateral improvisado Ivo, avançou e bateu forte, vencendo o arqueiro Ronaldo. 1 a 0.

Na etapa final, a batida foi a mesma, apenas com o time locatário pressionando mais, o goleiro Jair passou a ser a principal figura no gramado e o travessão evitou o empate num chutaço de Dirceu.

Aos 39 minutos, quando o Tricolor conseguiu equilibrar as ações, o ponteiro Flecha fez grande jogada pela direita, centrou, Bebeto fechou para o meio, dividiu com Décio; ficou com o rebote e venceu o goleiro anilado. 2 a 0, resultado final.

Agomar Martins foi o árbitro nesta partida, cujo grande nome foi o inesquecível centro avante, ídolo de muitas torcidas do interior, Alberto Vilasboas dos Reis, Bebeto.

Fonte: Correio do Povo
            Arquivo pessoal do amigo Alvirubro
Foto:   Correio do Povo






7 comentários:

  1. Bruxo,

    lembraste muito bem ao citar Bebeto como "simplesmente o maior artilheiro da história dos Gauchões, até hoje".
    É isso mesmo, embora Sandro Sotilli seja lembrado a todo momento. Isso não diminui em nada os mais de 100 gols marcado pelo Sotilli, mas os devidos créditos deveriam ser dados a Bebeto.
    Com um pouco de paciência, o jornalismo esportivo poderia pesquisar com calma o desempenho de Bebeto, no Gauchão.
    Bebeto marcou 173 gols no Gauchão, incluídas as diversas fases.
    Mesmo se tirássemos as fases preliminares dos certames da Série A: 10 gols em 1972, 7 em 1974, 9 em 1975 e 7 em 1976, ele ainda teria feito 140 gols, bem mais que os 111 dados ao Sandro. Os números do artilheiro nascido em Rondinha,RS, também demonstram grande capacidade.

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    1. É, Alvirubro; a história sendo contada pela metade por quem tem acesso amplo aos documentos.
      Muito riste isso. Bebeto merece respeito.

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  2. No livro "Bebeto - O Canhão da Serra", do jornalista Lucas Scherer, publicado em 2010, podemos encontrar uma lista de gols de Bebeto. Um belo trabalho que mostra o alto nível de desempenho do artilheiro.

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  3. Fica para pesquisa, o porquê da dificuldade dele na Dupla Grenal, por exemplo.
    Washington, o Coração de Leão, também foi mal na Dupla.

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    1. Pois é!
      No Inter até conseguiu jogar, em 1997. No famoso "vestibular de centro-avantes", do Ibsen Pinheiro.
      No Grêmio entrou no decorrer de um amistoso, contra o 15 de Campo Bom, em 1998. E foi só!
      Mistérios do futebol!

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  4. Alvirubro
    Esse Jaime do Nóia é o mesmo Jaime Mônaco?

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    1. Bruxo,
      creio que possa ser o Jaime Feltes. No NH, em 1971, havia o Jaime Feltes e o Jayme Monaco. O Monaco saiu do Coloradinho de SM, no final de 1970 ou início de 1971, por aí.
      Se não estou enganado, no "Nóia" era chamado de Monaco e não de Jaime.
      O Jaime Feltes havia jogado no Internacional, no Floriano, no Avenida e Santa Cruz, antes do NH. Além disso, era um jogador mais experiente.
      Já o Jayme Monaco tinha 22 anos, em 1971. É até possível que seja, mas...



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