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sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Opinião




O Exemplo está aí 

Fonte: https://globoesporte.globo.com/

O Grêmio perdeu para o Santos e ganhou do São Paulo; para mim, o Tricolor paulista é muito superior ao clube de Pelé e o Grêmio é melhor do que o Santos e se equipara ao São Paulo.

A diferença das atuações do Imortal se resume a uma palavra: Atitude. Ela, logicamente é insuficiente, as conquistas passam por outros elementos, a qualidade do grupo, o maior deles. Só que na minha longa experiência de acompanhar futebol, não conheci campeões que possuíssem apenas técnica e uma boa tática. Nem a Seleção de 70 era só "futebol"; havia muita doação dentro de campo. Todos, sem exceção, eram comprometidos com a transpiração, até Gérson, o mais lento, sabia ser mais vigoroso, quando isso era necessário. Os Grêmios de 83, 95, 2017 e de outras conquistas, sempre tiveram atletas que contagiavam os demais com esses ingredientes decisivos, sem que isso implicasse truculência ou falta de qualidade. Um grande exemplo é Tita em 83, jogador extremamente técnico que não fugia do pau, nem abdicava da luta o tempo todo. Mário Sérgio era outro que sem dar carrinhos, sem ser desleal, trazia o dna do atleta irresignado diante das adversidades, dos obstáculos.

Resumindo: Não precisa ser brucutu para se "etiquetado" como raçudo, pegador. 

O Grêmio com todo o envolvimento, concentração, raça, pegada, etc... na Quarta-feira passada, poderia ter perdido; pelo menos três chances reais aconteceram para o clube paulistano, entretanto, se entrasse como entrou contra o Santos, aí, a derrota não seria uma possibilidade, mas uma certeza. Na incapacidade paulista de converter em gols as chances, a vitória se descortinou para o Tricolor dos Pampas.

Escolhi uma foto emblemática de Walter Kannemann (contra o Corinthians), porque não encontrei aquela dele "cabeceando a bola rente a grama" neste duelo mais recente.

Se Kannemann faz o que faz, porque outros jogadores não conseguem? - É questão de característica, dirão. Eu rebato: é balela. A volúpia, a vontade, a gana de vencer é fator indissociável da juventude. Às vezes, até prejudica.

Pepê, Jean Pyerre, Darlan, Luiz Fernando, Matheus Henrique, Ferreira (este até que não), Rodrigues, tem obrigação de rever os dois jogos (Santos e São Paulo) e focar no que fizeram Diego Souza, Churín, Pedro Geromel e muito principalmente, Walter Kannemann (este, apenas num jogo).

Um clube para disputar títulos não pode abrir mão da transpiração. Senão, vai trocar a possibilidade de seguir sonhando com as taças pela certeza da desclassificação como exemplifica a queda na LA.

O Tricolor encontrou a forma/fórmula. É só repeti-la a cada disputa.

10 comentários:

  1. Para se classificar alguns jogadores precisam ser "dopados" com esse espírito.

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  2. Pior que isso só ocorre com a porta arrombada. Uma Libertadores fácil de ganhar foi para o ralo.

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  3. Joao Hollerbach26/12/2020, 09:35

    Está aí o exemplo da seleção brasileira de 82, uma das melhores mas que sucumbiu com aquela "atravessada" de bola do Cerezzo para o Paulo Rossi. Foi uma desatenção semelhante ao recuo do JP no jogo contra o Santos. Aliás, como há um exagero de recuos no futebol atual. Muitas vezes a bola está na intermediária do adversário e há um recuo para o goleiro. Outra coisa que o Grêmio faz muito e não concordo: cobrar escanteio curto. Isso só justifica-se quando o adversário está desatento. Caso contrário é arriscar-se a perder a bola deixando a "zagueirada" perdida.

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    1. Outra coisa que me irrita é cobrança de lateral, para nós é sempre no sufoco, irremediavelmente a bola acaba com o adversário.
      O contrário nunca ocorre, não pressionamos quem pode receber o passe.

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    2. Exato, PJ
      São detalhes de treinamentos que a gente observa em times até com menos qualidade do que a do Grêmio e fica faltando em nosso time.

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  4. Exatamente; boa lembrança a de 82. Além destes recuos, outro movimento irritante é a "rodopiada" sobre si ou a famosa "enceradeira" que o Zinho era "mestre".

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  5. Exato, Bruxo! Tem que jogar com garra, com vontade e determinação. Ser participativo com e sem a bola, buscado o jogo sempre. Belo exemplo do Mário Sérgio, serve pro Jean Pyerre: um meia tem que sempre tá buscando a bola e sem ela tem que se apresentar e também ir dar o primeiro combate no adversário.

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  6. Lipatin
    Hoje, repito, hoje, Jean Pyerre está mais para Paulo César Lima, o Caju do que para Mário Sérgio; ambos jogavam muita bola, mas um deles, às vezes, botava as mãos nas cadeiras, imitando um açucareiro.

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  7. Eu em todos esses anos que acompanho futebol não recordo de ter visto um jogador semelhante a este argentino. Que honra poder dizer que no Grêmio há um jogador de tal tipo. Não sei a linhagem sanguínea que tem este hermano. Se é dos As, Bs, Ós ou ainda, dos ABs. Sabemos que o sangue é vermelho, mas tenho para mim que o sangue deste cidadão, se pudesse escolher a sua cor, escolheria o azul. É de uma vontade, uma raça que lembra esses seriados que vemos por aí. Seriados que tratam das guerras antigas, seculares. Dum tempo onde a força e coragem vigoravam, com a ajuda de um escudo e uma espada.

    Ainda não tenho netos. Muito menos filhos. Mas se um dia os tiver, terei imensa honra em falar com a boca cheia, de que no Grêmio jogou um zagueiro, de valor inestimável: Walter Kannemann.

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  8. Com certeza, Rodrigo
    Geromel e Kannemann é a melhor dupla do Grêmio de todos os tempos; o resto é conversa de botequim.

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