Opinião

Um dos muitos erros de Renato 

Foi um "day after" de muitas explicações, de muito desabafo da torcida, de múltiplas análises, então, eu vou pegar um ponto que não vi ser comentado ou explorado na coletânea de erros que o comandante técnico cometeu diante do Palmeiras. Para isso, eu volto à década de 90 para ilustrar a crônica.

Luiz Felipe na grande fase gremista dos anos 90 conseguiu formar um elenco que dá para chamar de homogêneo, se os reservas não fossem massivamente escalados. Explico: um, dois ou três no grupo dos 11. Assim, sem terem as qualidades dos titulares, Silvio e Murilo substituíam Danrley, Marco Antônio a Arce, Luciano aos beques, Alexandre Xoxó na ponta esquerda, Zé Afonso na de Jardel e na lateral esquerda, André Silva, bom jogador que era efetivo no Botafogo, no Grêmio havia Roger, mas ele sempre que entrava, atuava bem.

Há cerca de duas semanas, vi uma entrevista dele num podcast, contando uma passagem de conflito, quando num Grenal (de má lembrança) em 1997, o Inter goleou o Tricolor por 5 a 2 no Olímpico, com show do ponta Fabiano. Pois bem, na ausência de Roger, a lógica indicava a sua escalação (André Silva), mas o técnico Hélio dos Anjos resolveu improvisar o zagueiro André Santos (vindo do Corinthians) na posição. Resultado, com 23 minutos de primeiro tempo André Santos estava expulso, após um baile que sofreu. Já André Silva pediu para ir embora, porque, se seria reserva de uma improvisação, não teria sentido ficar no clube. Pelo que lembro, ele até permaneceu mais tempo do que Hélio dos Anjos, após os resultados trágicos deste comandante técnico.

Trouxe essa passagem de quase 30 anos, porque fico imaginando Ronald sendo preterido por Rodrigo Caio (que até começou a carreira como volante), ontem. Sim! sei que a justificativa era a de colocar mais um beque bom na bola aérea, aliás, uma das virtudes do menino preterido.

 O estreante entrou mal e teve a infelicidade de participar do primeiro gol palmeirense. Penso como ficou a cabeça de Ronald vendo os meninos do Verdão desfilando sua arte e ele ali, sentado, olhando a improvisação infeliz, inclusive, o segundo gol, o do empate, na zona, onde um primeiro volante deveria estar.

Sabe-se que empilhar centro avantes, não é sinônimo de ofensividade, nem entupir a defesa de zagueiros, garantia de uma melhor desempenho. 

Como escrevi no início, há muito que se analisar no desarranjo do time nesta Quarta-feira, o não aproveitamento de quem é do lugar foi apenas mais um equívoco do "professor".