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quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Opinião

 

Reflexão

Fonte: Jornal O Globo

A imagem é forte, a visão em câmera lenta, também. Marcelo quebrou a perna de Sanchez numa disputa banal que acabou de forma trágica, provavelmente, abreviando a carreira do atleta do Argentinos Juniors.

Hoje, ouvi de Victor, estagiário que divide a sala e as tarefas comigo, que muitas pessoas nas redes sociais estão pegando pesado no julgamento do ex-lateral da Seleção Brasileira e Real Madrid.

Vi e concluí que apesar da gravidade, foi acidental; Marcelo não quis acertar a perna do adversário, a consequência e a intensidade da disputa de ambos, causaram um quadro terrificante. Aliás, o grande Tostão (Eduardo Gonçalves de Andrade), uma "moça" para jogar, em Junho de 1971 num Cruzeiro versus Flamengo, quebrou a perna de Zanata. Eram dois craques que privilegiaram a bola, sempre.

Notei também, que a imprensa brasileira tratou como um momento infeliz da partida. Assim é que deve ser visto. Uma fatalidade.

Portanto, nessa tragédia restou um momento lúcido da mídia que deu o tratamento adequado ao fato. Marcelo não teve culpa.

Para aqueles profissionais que transformaram os eventos esportivos num picadeiro para o exercício de animação de torcidas (temos versões nacional e regional desta excrescência), sempre prontos a criar "um clima" beligerante entre los Hemanos e os Manos, o fato da "vítima" no lance ser um argentino, brecou o impulso de satanizar os  platinos. Restaram-se frustrados.

Particularmente, como gaúcho, admiro nossos vizinhos do Prata, quando um D'Alessandro ou Kannemann dão o sangue, defendendo seus clubes brasileiros. São exemplos de raça e profissionalismo.

Por mim, estes animadores de torcidas poderiam ir para as suas casas e cuidar dos netos. Sofreram uma ducha de água na sua irresponsável e oportunista busca de inviabilizar o lado saudável de uma rivalidade.

Para eles, no lance fatídico desta Terça-Feira no Estádio Diego Maradona, os atores envolvidos desempenharam papéis trocados.


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