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sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Opinião




A Ajuda Involuntária do Peñarol 


É natural que seja assim, isto é, o estrago que o clube uruguaio fez nas "linhas" rubro-negras pela Libertadores, vai respingar no estado anímico e na revisão do planejamento carioca para encarar o Grêmio no Domingo, dia 22.

Aí entra a intransferível vitória gremista. Não tem como imaginar outro resultado, antes de seu início. Só circunstâncias no gramado, anti naturais no confronto poderão mudar este conceito, esta expectativa.

O Tricolor, sua Direção, sua Comissão Técnica, ambas trabalharam em silêncio esta semana e esta atitude foi a melhor possível, após o revés no final de semana, o inevitável comparativo com o principal rival, que está se encorpando, as especulações quanto a novos reforços para o arco e notícias extra campo e extra futebol envolvendo funcionário do clube. Qualquer manifestação de dentro, não teria efeito positivo para a instituição como um todo.

O Grêmio, tenho certeza, fará uma partida competitiva e resolutiva diante do Flamengo.

Como consequência, a vitória e os três pontos.


terça-feira, 17 de setembro de 2024

Pequenas Histórias

Pequenas Histórias (301) - Ano - 1983

Obrigado, César! 

Foto: Juan Carlos Gomez - ZH

Morreu César. Partiu para a eternidade o camisa 9 que marcou um dos gols mais importantes destes 121 anos, recém completados pelo Tricolor gaúcho.

É difícil expressar em um único texto, a gratidão daquela geração de gremistas que testemunhou o voo libertador. O  encontro de um Cesar "horizontal" com a bola e o consequente míssil para o fundo da "cidadela" jalde negra uruguaia, que alterou a gangorra Grenal. Ela pendeu fortemente para o lado azul.

César Martins de Oliveira era um centro avante técnico, que apareceu para o grande público, quando jogando o Brasileiro de 1979 pelo América RJ, tornou-se o artilheiro do certame com 13 gols, o que lhe valeu a ida para o Benfica, de Lisboa, onde atuou por quatro temporadas exitosas, porém, o destino lhe reservou a passagem pelo Grêmio como o ponto luminoso de sua carreira.

Assim como André Catimba em 1977 no Gauchão, César fez poucos gols na Libertadores, dois absolutamente importantíssimos: La Plata na batalha dos 3 a 3 e este da final, naquele mágico e gelado 28 de Julho no Olímpico Monumental.

César era um centro avante diferente, ou seja, era 9, mas tinha "pinta" de outra coisa. Se não se parecia com Alcindo e André, ambos, quase personagens saídos de um faroeste spaghetti de Sergio Leone ou Sérgio Corbucci, também não possuía o jeito carente e desprotegido de Baltazar e Caio Gaguinho, impressão que se dissipava com o balançar frequente das redes adversárias. Surpreendiam, com certeza.

 Na verdade, César passava credibilidade:

"- Eu sei que sua família gostou deste modelo, mas eu sugiro este outro que tem câmbio automático e direção elétrica.

 - Ok, tu me convenceste. Vamos optar por ele, então."

Uma pessoa que inspirava confiança e ser de fácil trato, que poderia atuar noutro ramo, sempre com sucesso.

Cesar, quis o destino, que se tornasse o libertador da nação gremista, porque, se André interrompeu a sequência do Inter no Gauchão e se Baltazar (e Paulo Isidoro) garantiu o primeiro campeonato Brasileiro, ainda havia uma defasagem, algo a superar, de suplantar o principal rival, que vinha de um octa regional e de um tri nacional.

Com o gol e o título libertador, o Tricolor mudava de patamar antes de seu principal oponente, ali, os gremistas relaxaram e puderam comemorar uma conquista inédita no Rio Grande.

Em Tóquio, a cereja do bolo. O topo, o inimaginável.

Igualar, talvez; superar, jamais. Como disse Fábio Koff: Nada pode ser Maior. Mas tudo começou no salto extraordinário de César.

Obrigado, César. Eterno César!




segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Opinião




O Torcedor segue sofrendo 


É impressionante, excetuando a seita bem conhecida, os demais torcedores gremistas estão entre a irritação e a decepção, quando não os dois sentimentos juntos. E com razão.

 Enumero alguns fatos que justificam esse estado de espírito:

- Natã Felipe foi chamado às pressas para compor o banco de reservas, pois tinha sobrado da relação, ou seja, é uma das últimas alternativas para a posição. Ele não tem um bom empresário como teve Tetê, por exemplo. O jovem zagueiro está há três anos no grupo principal e ficou no final da fila, atrás, imaginem! de Bruno Uvini, um fracasso no Tricolor e atualmente, banco do Vitória da Bahia

- Cada jogo do Grêmio, saem no segundo tempo, Cristaldo, Monsalve e Braithwaite e o time piora, invariavelmente

- Um grande amigo meu me mandou mensagem que com Soteldo, Braithwaite, Cristaldo e Monsalve, juntos, o meio fica frágil e sobrecarrega a defesa. Fiz o contra ponto; a maioria dos gols que o time sofre é quando o meio fica recheado de volantes e/ou zagueiros, geralmente no final das partidas

- Fora das 4 linhas, eu ouvi na Rádio Imortal (Alex Bagé, Cristiano Oliveira e outros), que o presidente do clube não se manifestou, saudando o aniversário do clube. Nunca tive visto isto nos meus longos anos de acompanhar o Tricolor

- Na mesma rádio, ouvi que quem assistiu o jogo treino de Grêmio versus Juventude, o desempenho de Diego Costa e Rodrigo Caio foi sofrível, o primeiro até foi expulso e o segundo, batido em velocidade, várias vezes. Pois é! e foram para o enfrentamento contra o Massa Bruta, time de velocistas e gramado propício para um jogo corrido

- A última partida antes da de ontem ocorreu há 14 dias e o que se viu? nada de novo e umas queixas de cansaço do elenco. Que que é isso, minha gente! como diria o mestre, narrador Geraldo José de Almeida

- Pelo menos, não se ouviu mais da comissão técnica que Monsalve e Cristaldo não poderiam jogar juntos

- Pedro Caixinha ajeitou seu time no segundo tempo, já o Imortal ...

- Leio também, que o Tricolor vai atrás de um novo lateral esquerdo. Para contribuir, eu sugiro um jovem de 21 anos, forte, veloz, boa técnica e está entre os melhores da posição no Brasileiro. Trata-se de Cuiabano, não sei se o clube dele vai ceder. Seria uma burrice, mas tem clube que faz dessas, quem sabe...

- E pensar que Marchesin teve que se retratar, dias atrás, por dar uma bronca em campo no Reinaldo pelas reiteradas falhas...

- Para piorar, a ZH levanta a possibilidade de permanência de Reinaldo, caso ocorra a manutenção do atual treinador, que é outro erro monumental. O "Mago" já está dando letrinha que tem clubes interessados nele para ver se ganha mais uma "abinha" em 2025. A seita delira!!!

Certo está Braithwaite, que recém chegou e percebeu que o Grêmio é muito grande para se contentar com o resultado e desempenho diante do Bragantino. Pela manifestação, ele pode acabar no banco

Como diz um ex-treinador gaúcho: É difícil, é complicado!

domingo, 15 de setembro de 2024

Opinião




Grêmio repete os mesmos erros e empata


O Tricolor repetiu os erros da temporada. Chega a 30 gols sofridos em 25 partidas no Brasileirão, portanto, há 1 ano e meio, que mantém estes números com a mesma Comissão Técnica, dá até para dizer que uma das características da equipe é tomar gols que determinam a média superior a 1 por jogo. Aí, a conclusão é simples: Em média, fazer 1 gol por partida é insuficiente para garantir os 3 pontos de uma vitória.

Novamente, um treinador competente superou o Tricolor. Pedro Caixinha tem um dos elencos mais fracos dos últimos anos do Massa Bruta e seria "presa fácil", se o Grêmio não incorresse em falhas previsíveis como as limitações físicas de Rodrigo Caio, autor de dois pênaltis (um, o juiz deu uma aliviada) e a irresponsabilidade de Reinaldo. Sua reincidência nas entregadas que já gerou conflitos dentro do gramado (recordem da bronca de Marchesin nele).

As trocas, mais uma vez, enfraqueceram o time. Diego Costa no lugar de Braithwaite é um acinte, a retirada de Cristaldo e Monsalve, mesmo que realizadas em final de partida é outro movimento sem consequência positiva para o time, porque, ainda que estivesse mal essa dupla, ela é a esperança de algo de bom em campo.

Algumas conclusões deste jogo são fáceis de extrair: 

- as contratações de Diego Costa, Rodrigo Caio e Edenílson (pedidas pelo treinador) não mostram ganhos para o elenco, não pela capacidade técnica, pois o trio tem de sobra, mas por estarem na descendente na carreira e com defasagem física, que impedem de atuar 90 minutos em alta performance, isso, quando conseguem ficar até o final

- a pausa de 10 dias no calendário, não representa absolutamente nada, o time volta jogando a mesma bolinha e cometendo os mesmos erros

- a limitação de Marchesin na hora das penalidades é de uma irritante repetição

- o lado positivo é que o time está com ótimo preparo físico

Mais uma vez, o Grêmio teve a partida (e os três pontos) na mão e deixou escapar. 

Esta crônica poderia se chamar Não vale a pena ver de novo.


sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Opinião




Hora de quebrar a Escrita 


É incrível, mas é verdade, o Grêmio não consegue vencer adversários que são comandados por treinadores competentes, mesmo que seus clubes sejam de porte menor do que o Imortal como é o caso do Bragantino.

O Tricolor começa a abrir a brecha para (pelo menos para mim, antes impensável) se submeter a um quarto rebaixamento, o que representará o risco de repetir o Cruzeiro na demora para subir novamente.

Imaginem como ficaria o elenco atual numa queda? Será, com certeza, sem Braithwaite, Monsalve, Cristaldo, Soteldo, Kannemann, talvez Jemerson, além de rifar jovens por valores abaixo do mercado. A campanha em 2025 seria com elenco parecido com o de 1992 cujo acesso se deu num discreto 12º lugar, isso mesmo! e convenhamos, impossível nos dias de hoje:

 "Campeonato Brasileiro Série B de 1992, originalmente denominado Segunda Divisão pela CBF, foi a 13.ª edição da segunda divisão do futebol brasileiro. Disputado de 9 de fevereiro até 11 de julho de 1992, a competição reuniu 32 clubes, em que doze deles foram promovidos à Série A. A competição foi vencida pelo Paraná," (Wikipedia).

Para piorar, as portas das grandes competições com excelentes retornos financeiros estarão fechadas como Libertadores e, obviamente, a Série A.

No momento em que Corinthians e Fluminense começam as suas reações, o "desenho" dos potenciais rebaixáveis se mostrará com maior nitidez e o clube grande que estiver na descendente nesta altura do certame, tende a tornar suas "braçadas" mais pesadas e inoperantes na luta contra a água que baterá no pescoço.

É neste final de semana, o início da reação ou começo da queda livre.


quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Opinião




Convicções em Evidência 


Assisti na íntegra Corinthians 3 x 1 Juventude e vi que algumas de minhas convicções estiveram presentes na sua plenitude, isto é, bem visíveis até para espectadores distraídos. São três:

- Os treinadores estrangeiros estão em melhor estágio, basta ver que Ramón Diaz atacou o Juventude no Alfredo Jaconi, quando estava perdendo por 2 a 0. Um terceiro gol sofrido faria com que a classificação para as semifinais ficasse inviabilizada no jogo da volta. O gol que conquistou nos acréscimos em Caxias, manteve o time vivo

- Os treinadores, em especial, os brasileiros, não resistem a submeter as equipes a uma "meia linha', que solidificou a expressão "Aluga-se meio campo", abdicam completamente de atacar e, por lógica, chamam a derrota e/ou o resultado que convém ao oponente. E isso, quase que invariavelmente, acontece. O goleiro Hugo não apareceu na tela da tevê todo o segundo tempo, ou quase isso. Um absurdo

- Quando o adversário tem um atleta capaz de desequilibrar o confronto e ele é o grande diferencial, deve ser submetido a uma implacável marcação individual. Lembro de um Grenal em 1979, quando o técnico Orlando Fantoni entrou com Jurandir, uma espécie de "multi uso" do meio para frente, para marcar Paulo Roberto Falcão, que simplesmente não viu a "cor da bola"

Jurandir foi eleito o melhor e o fato foi um prato cheio para chargistas e humoristas. Recordo que no dia seguinte a Seleção Brasileira foi convocada e a brincadeira era que do RS foram três, Éder, Falcão e Jurandir por estar muito próximo do futuro Rei de Roma. Outra charge aparecia alguém perguntando por Jurandir após o final da partida. A resposta: foi visto acompanhando Falcão no exame anti doping.

Rodrigo Garro jogou livre, leve e solto. Um erro imperdoável de quem enfrenta o Corinthians. Ele é meio time.

As lições estão aí, mas muitos não compreendem ou são autossuficientes. Azar de seus clubes.



domingo, 8 de setembro de 2024

Opinião




A Hora mais Inconveniente 


O assunto poderia ser creditado, ser justificado, pela pausa no campeonato brasileiro e a consequente escassez de notícias. É a competição que resta para a Dupla, mas não foi o caso.

 Quem deu origem às especulações de troca de comando técnico foi Renato Portaluppi, quando informou que há dois gigantes brasileiros com propostas para ele no ano que se aproxima. Deduziu-se que são Corinthians e Cruzeiro.

Pode ser verdadeiro, porém, esse tipo de noticiário, nunca acaba bem para o clube que tem sob sua tutela, o vínculo com o comandante técnico, em especial, se ele está próximo do Z 4.

Mesmo que a saída do treinador para 2025 seja uma forte tendência, especular a troca neste momento, quando faltam cerca de 10, 12 rodadas para o final, não traz vantagem para o clube.

Especulações desse tipo sempre serão um gol contra para a instituição.

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

Memórias

 Memórias (24) - Ano - 1969


Salve a Seleção

Fonte: https://associacaoportuguesadesportos.blogspot.com

A minha geração, aquela da infância vivida nos anos 60, amava a Seleção Brasileira. Sabia de cor e salteado os onze atletas titulares, quem sabe, até os reservas imediatos. Havia poucas variações nos nomes, também era possível acompanhá-los em seus clubes no Brasil. Muitos guris tinham pôsteres de vários craques, eu mesmo, o de Tostão, o gênio mineiro.

Onde o Selecionado bicampeão mundial ia, os estádios lotavam, a semana era tomada pelo entusiasmo geral, os jornalistas esportivos ganhavam o protagonismo dos noticiários, pois o assunto era o Escrete Canarinho.

Verdade que o país vivia num abismo antidemocrático iniciado na metade da década de 60, uma noite triste que durou 21 anos, mas este cenário viviam os adultos, guris de 10 anos se preocupavam com o colégio e as peladas nos campinhos,  nas quadras de futebol de salão e campeonatos de botão. Aqueles que podiam, claro!

Assim, em 1969, o que importava para os meninos, em especial, eram as eliminatórias para a Copa do Mundo de 1970, que o Brasil acabaria por vencer, apresentando o selecionado mais brilhante de sua história. Foram seis partidas com seis vitórias, tornando-se tricampeão e conquistando de forma definitiva a Taça Jules Rimet.

Na fase de Eliminatórias ocorreu a mesma performance, seis jogos, seis vitórias, 23 gols marcados, apenas 2 sofridos e Tostão foi o artilheiro com 10 tentos. O técnico montou um timaço que recebeu o apelido de As Feras de (João) Saldanha. O país estava contagiado pelo Escrete. Parecia que o fracasso de 1966 virara um fantasma domesticado.

Na derradeira rodada, o Brasil bateu o Paraguai por um a zero, gol de Pelé, quando o Maracanã recebeu mais de 183 mil pagantes, isto é, com os que não tinham ingresso pago, o público beirou aos 200 mil torcedores no estádio. A Nação parou para testemunhar o "passaporte ser carimbado" para o México.

Neste começo deste setembro, o Brasil fará dois jogos pelas eliminatórias da próxima  Copa, a de 2026, mas quem se importa? Alguém sabe escalar os onze titulares ou os dias das partidas?

Há várias causas para o desinteresse, que este texto não vai enumerar, não é a intenção da crônica. São sinais de um novo momento.

Fica apenas a lembrança de um período mágico, da marchinha que embalava a Nação: - Noventa milhões em ação, pra frente, Brasil, salve a Seleção...

Pensando bem, melhor que seja assim, melhor que a Seleção não seja mais "a pátria de chuteiras", como outrora  escreveu Nelson Rodrigues. Ela perdeu o encanto.


 




quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Opinião



Sinais  emitidos 


Mesmo que o discurso da Direção gremista aponte para uma continuidade de total apoio ao trabalho do treinador, algumas mudanças estão ocorrendo, quase todas dão pistas ou sinais que o os limites de Renato estão mudando de tamanho no processo decisório no futebol na instituição.

A vinda de James Freitas para o staff azul,  o rodízio de auxiliares à beira do gramado nos jogos, lugar antes perpétuo de Alexandre Mendes, o Gabeira e as novas contratações, Aravena, Arezo, Braithwaite, Monsalve e Jemerson, demonstram que a Direção finalmente assumiu de vez uma de suas atribuições, ou seja, participar ativamente da parcela mais importante de um clube de futebol, isto é, o futebol.

Os reforços da janela atual contrastam com as aquisições anteriores, obra do técnico gremista: Diego Costa, Edenílson e Rodrigo Caio, todos veteranos, todos com problemas físicos evidentes, todos na descendência de suas carreiras. Nenhum consegue aguentar uma partida inteira.


segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Opinião




Analítico 


Examinando outros blogs que defendem ardentemente a atuação e, por consequência, a permanência do treinador Renato, fica escancarada a análise rasa dos acontecimentos em campo, durante todo o Brasileirão. Para todo e qualquer insucesso, existem conclusões que beiram ao fanatismo, porque elas variam nas causas, porém, a consequência é única, apesar da capacidade do técnico, a direção, o elenco, o ambiente, tudo conspirou contra ele e assim, os resultados não vieram. Pior seria sem o "mago", concluem.

Quem racionalmente, não é a favor nem anti Renato, vê que o treinador há uns cinco anos parou. E isso, num segmento tão dinâmico como é o futebol, estacionar significa "ficar para trás".

Basta olhar o desempenho do treinador nos últimos anos e se verá como ponto mais chamativo o retumbante fracasso à frente do melhor e mais caro elenco do Brasil, onde ficou apenas de Julho a Novembro/21 e zero conquistas. Um grupo de mais de 200 milhões de reais, o que, segundo o próprio treinador, fazia diferença nas competições.

No Grêmio o que se tem:

- Um vice campeonato (2023) que é uma faca de dois gumes, isto é, parece relevante à primeira vista, mas tem o Fator Suárez e a escassa diferença de dois pontos para o campeão, tendo, inclusive, vitórias a mais, no entanto, a defesa vazou demais. Foram 56 gols sofridos em 38 rodadas. Marcou 63. Nem dá para justificar como sendo de "cobertor curto", pois o saldo foi apenas de 7

- Em 2024, 17 meses depois do início do Brasileirão de 23, o time disputou 27 partidas e tem 28 gols sofridos, ou seja, o treinador em quase um ano e meio, não conseguiu ajustar o setor defensivo. Tempo e atletas, ele os teve de forma suficiente

- Neste mesmo 2024, Renato quando encarou técnicos cascudos tem um número alarmante:

a) Pedro Caixinha, 0 a 2 - Tite, 1 x 2 - Arthur Jorge, 1 x 2- Vojvoda, 0 x 1 - Coudet, 0 a 1, Abel Ferreira - 2 a 2 (depois de estar vencendo por 2 a x 0), Luis Zubeldia - 0 a 1, Rogério Ceni - 0 a 2, Gabriel Milito - 2 x 3 (depois de ir para o intervalo com 2 a 0). Só ganhou de Fernando Diniz

b) Desclassificações absurdas na Copa do Brasil e Libertadores para Ramon Diaz e Mano Menezes, com seus times na zona do rebaixamento no Brasileirão e sem poupar atletas pela dificuldade e pressão da torcida

c) Esss quedas nas oitavas-de-final inviabilizaram o ingresso de mais de 12 milhões de reais para o clube

Esta é a análise que precisa ser vista, não pontos eventuais como condição do gramado, atuação da arbitragem, viagens longas, elenco curto (num dado momento), erros pontuais e infantis de jogo, ausência de partidas como mandante. Isso tudo é cortina de fumaça, atrapalha, mas faz parte do "periférico", não absolve, nem mascara, o ponto fucral.

Da forma como a Direção conduz o futebol do Grêmio, dá para desconfiar que o clube e torcida não são prioridades, aí a virada de ano na folha do calendário é apenas um detalhe.


domingo, 1 de setembro de 2024

Opinião



Derrota emite + sinais de insuficiência na casamata


Este jogo me proporcionou um carrossel de expectativa; primeiro, eu achei parada torta, porém, com as ausências dos principais jogadores do Galo (Paulinho e Hulk), a esperança de uma vitória me foi considerada, depois, com a expulsão, reviravolta, mais tarde, os dois gols, alegria com a vantagem inimaginável, por fim, os grotescos erros do técnico gremista, que ocasionaram uma  derrota de virada.

Há falhas para todos os gostos na expulsão: a "melancia" de Kannemann no atraso da bola, a carência técnica ou auto confiança demasiada de Gustavo Martins e o maior de todos os erros: a exclusão do zagueiro pelo soprador de apito, o Sr. Rafael Klaus, quando o cartão amarelo seria suficiente e justo. Vale lembrar que a infração foi no grande círculo do gramado. "Muita água teria que rolar" até a faixa crucial do gramado para ser "clara e manifesta chance de gol".

Tem também, uma capítulo à parte na atuação de Marchesin. O goleiro fez grandes defesas, mas em algumas, ele bateu roupa, espalmando a pelota para à frente, não à toa, o terceiro tento mineiro foi um rebote quase na marca do pênalti. Aliás, sobre penalidades, eu tenho a impressão que fiz o primeiro texto a respeito deste fundamento e a nulidade na atuação do argentino. 15 penalidades contra ele e em 13, sequer saiu na "foto". 

 O bom desempenho apareceu, como foram os casos de Braithwaite, Dodi e em especial, Villasanti, o melhor em campo. Soteldo foi decisivo nos gols, porém, armou muito contra ataque em bolas que (ele) poderia ter soltado de primeira.

Sobre as penalidades marcadas: a primeira, um absurdo, o jogador dobrou o joelho antes do contato. Era lance para o VAR; o segundo, pura interpretação, já vi marcarem e não. Eu assinalaria.

Chegamos ao ápice de minha análise: Renato não consegue superar técnicos com alguma "estrada" no currículo. Foi assim com Pedro Caixinha, Luis Zubeldía, Abel Ferreira, Tite, Rogério Ceni, Ramon Diaz, Arthur Jorge, Juan Pablo Vojvoda, Mano Menezes e no Gauchão, Eduardo Coudet.

Novamente, ele demonstrou incapacidade de "ver" o que estava acontecendo em campo, após as mexidas lógicas de Gabriel Milito. Renato retirou do time dois atletas que faziam bom jogo e traziam perigo ao arco atleticano. Nem a justificativa de cansaço pode ser aceita, visto que não atuaram durante a semana e foram trocados com 13 minutos de segundo tempo, isto é, com menos de 1 hora.

Por fim, autorizou o ingresso de Geromel e Ronald antes da cobrança perigosa no final da partida, que poderia ter resultado em gol e aí, nova tomada de medida estaria inviabilizada. Felizmente, o Galo desperdiçou.

Fez mais o comandante técnico: ao retirar Cristaldo, ele "matou" o poder de articulação do time, mais tarde, ao retirar Dodi e Nathan Fernandes, chamou todo o Atlético para uma "meia linha", abdicando por completo de atacar. Isso com apenas 10 contra 11, resumindo, era difícil, mas tinha conserto.

Alguém poderá dizer: ah! mas tinha o Soteldo lá na frente para desafogar. Respondo: Sozinho, só se for um Messi ou um Maradona, que obrigaria três adversários na marcação, além do mais, o venezuelano é jogador do penúltimo toque, o "pifador".

Ao abrir mão de contra atacar e até de ter mais posse de bola, o treinador presenteou o Galo com uma vitória improvável, frustrando mais uma vez, a massa gremista.

Claro! haverá quem diga que a culpa é dos jogadores, do juiz, do horário da partida, do gramado, do estranhamento do elenco ao tempo longo de treinamentos (uma semana), do psicológico pela lembrança da condição da Arena no período das enchentes, da inclinação solar, da taxa da selic... menos do treinador, afinal, ele é o mago, o painato, a Estátua.