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sábado, 29 de março de 2025

Opinião




Vitória num clássico nacional 


O Grêmio tem que comemorar muito (mas por breve tempo) esta vitória diante do Atlético Mineiro, porque é, em tese, um dos confrontos de "trocar três pontos", se anular numa eventual disputa na parte superior da tabela para "bater" na turma da briga da parte intermediária para baixo da tabela.  Essa é a resenha do pré-jogo, dois clubes grandes, considerando históricos, títulos relevantes.

Porém, o instantâneo de cada um mostra os times em momentos diferentes e os primeiros minutos demonstraram isso. Graças ao seu arqueiro, a catástrofe de uma goleada impiedosa não se concretizou, pois time por time, o Galo mineiro dá uma surra numa comparação mano a mano, ainda, um trimestre altamente favorável.

Cuca, imagino, no vestiário deve ter falado para os seus atletas, partidas como estas são as que fazem a diferença na busca pela faixa de campeão. Para Palmeiras, Flamengo e o próprio Galo, esse trio ou Botafogo, a eles não será permitido enfrentar os demais e não conquistar pelo menos quatro pontos. O Atlético rateou esta tarde.

Quinteros montou o time com um tripé de meio sem armadores e o resultado, vitória + gol de Edenílson, de dentro da área, poderia ratificar o acerto, mas o desenvolvimento da partida indicou muita sorte gremista, o primeiro gol, embora o mérito dos avantes, o detalhe do desvio do zagueiro tirou o impedimento de Arezo e o lado direito defensivo vazou muito. Tem-se que saber como veio o triunfo. Não dá para atuar sem um meio-campista articulador. Se der certo, sem este jogador, dá para dizer que será uma exceção ou sacada magistral do treinador. Não é o caso.

Na próxima rodada, o adversário é daqueles que a lógica que serve para os gigantes que brigarão pelo título, serve igualmente para o segundo pelotão, onde, hoje, repito, hoje, está o Grêmio, ou seja, tem que ganhar quatro pontos nos confrontos diretos.

Finalizando, Volpi, destacadíssimo, boa partida de Lucas Esteves, Villasanti melhorou em relação aos jogos anteriores e Arezo demonstra ter faro de gol.

Venceu, não convenceu. Por hora, isso é irrelevante. Vale a vitória.


sexta-feira, 28 de março de 2025

Opinião




38 Desafios 


Começa amanhã o Brasileirão, aquele de pontos corridos, turno e returno, que o Tricolor nunca ganhou nesta versão e na antiga, desde 1996, então, está na hora de priorizá-lo, de se preparar e deixar aquela história que diz que é um campeonato longo, que permite recuperação, blá, blá, blá...

Tem que encarar seriamente, desde a primeira rodada, montar um elenco homogêneo, de qualidade, e, principalmente, não desmontar a equipe nas janelas de transferências e não deixar em segundo plano, atrás de Sul-Americana e Copa do Brasil.

O primeiro desafio é o Atlético Mineiro e é em casa, onde o Tricolor precisa fazer a diferença. Uma arrancada positiva pode embalar time e torcida.

É o que espero de Quinteros e cia.

quarta-feira, 26 de março de 2025

Opinião



Sessenta Dias


Abril e Maio serão dois meses decisivos para o destino do Grêmio de Quinteros neste 2025. Não dará para aceitar o atropelo do calendário, o pouco tempo para treinos, a carência do elenco, porque:

a) A sequência de jogos neste período é de conhecimento antecipado.

b) O Grêmio até deu folga para o grupo nesta parada pós-Gauchão.

c) A Direção contratou o que o treinador pediu com uma única exceção, o beque central.

E eu acrescentaria mais uma "letra" neste rol, o fato de haver equipes bem menos "equipadas" de recursos humanos que o Tricolor, ou seja, dá para encarar bem o Brasileirão.

Finalizando, um alerta: ou acerta nestes meses ou entrará numa espiral perigosa, a mesma que ensaiou concretizar ano passado: o rebaixamento, porque depois de julho, o fator político/eleitoral vai ferver até as eleições de setembro (Conselho) e novembro, a presidência.

Melhor se garantir nestes próximos sessenta dias.

segunda-feira, 24 de março de 2025

Opinião




Vinda de Jorge Meurer é uma p#ta  interrogação


Estava pronto para escrever sobre a contratação de Jorge, arqueiro do Pelotas, quando vi a postagem do CCD na Zero Hora e fiquei com receio de parecer plágio. Depois pensei: muitos devem estar pensando no ato, mas não têm a oportunidade de tornar pública a sua opinião, então, segue a minha:

A direção gremista, se tivesse o estofo de direções como as de 83 e 95, poderia trazer o Jorge, sem haver uma recepção negativa. Lembram de Silvio ou Ailton Cruz, arqueiros que chegaram naquele oceano de títulos, jogaram e não comprometeram, nem ouviram muxoxos em suas vindas, nem vaias nas suas raras oportunidades no arco gremista? 

O problema é que a gestão Guerra não tem essa biografia, não tem uma faixa "pesada" no peito, nem vive um grande momento, desde a cartada de Luizito Suárez. Por conta disso, a aposta Jorge Meurer vem cercada de nebulosas interrogações. Será ele uma investida aos moldes da que o Botafogo fez ao trazer Lucas Perri do rebaixado Náutico ou há interesses alheios às quatro linhas que trazem o jovem arqueiro, longe de ter uma biografia como a de Perri, ex-São Paulo, onde foi banco de ... Tiago Volpi, mas com passagens por seleções brasileiras de base.

Enfim, Jorge não tem culpa de nada, aliás, nem os goleiros da base, apenas fica uma grande interrogação na cabeça do torcedor, que viu serem defenestrados três bons goleiros, Brenno, Adriel e, pelo jeito, Gabriel Grando, para ver a "descoberta da América" num profissional que tem em sua biografia Gaúcho de Passo Fundo, Glória de Vacaria, América de Tocantins e por aí vai.

Tomara que seja um achado da Direção, vou torcer muito por isso, mas, no momento, não tem como não lembrar da máxima clássica de Celso Roth: - É difícil, é complicado! 

No entanto, deixo o benefício da dúvida. Que Jorge seja uma joia escondida no árido futebol gaúcho do interior.

domingo, 23 de março de 2025

Opinião




Crônica Arrogante 


Sem jogos do Grêmio, acabei revendo lances de algumas partidas recentes, os melhores momentos, e observei que há erros incríveis, considerados por quem acompanha jogos há mais de meio século e viu os maiores jogadores brasileiros de sua gigantesca história.

Mas não vou recorrer a eles, porque seria desproporcional a comparação, porém, vou elencar detalhes que refletem o que penso sobre algumas deficiências do setor defensivo, em especial. Sempre lembrando que são pontos de vista meus. Sujeito a críticas.

a) Falta à distância na região central, não tem como compreender na visão do arqueiro, vantagem em colocar dois jogadores na barreira. Melhor seria tirar a referência do batedor, que agradece a adoção de tão somente dois. Com eles apenas, facilita demais para o cobrador e não serve de obstáculo no sentido defensivo. É (para mim) um sonoro equívoco.

b) Bruno Cortez, sem ser uma maravilha de lateral, sempre soube fechar o setor defensivo, quando a bola veio do seu lado oposto. Um senso ótimo de colocação, antecipação e imposição tanto na bola aérea quanto na rasteira. O Tricolor está tomando gols demais porque os defensores olham apenas para a bola, sem se preocupar com os avantes, como ocorreu no gol de Fernando no Grenal de 1 a 1, para ficar num único exemplo.

c) Os laterais gremistas dificilmente conseguem o cruzamento "procurante", aquele que pega a zaga de pescoço torto e os atacantes de frente, como faziam Arce e, mais distante, Eurico e Paulo Roberto.

Espero que Quinteros, com essa parada, possa ajustar este setor que não é apenas defensivo.


quinta-feira, 20 de março de 2025

Opinião



O Taco 


Hoje, olhando e participando dos comentários no blog, vi que há visões discordantes quanto aos nomes ventilados como possíveis reforços, no caso, Lyanco, aprovado por uns, outros, com restrições à sua vinda ou o exemplo mais emblemático, o de Tiago Volpi, que houve, imaginem só, campanhas articuladas para a não vinda dele. Eu fiz uma postagem em que deixei clara minha posição, isto é, não era o meu goleiro dos sonhos, mas na comparação com o 2024, o clube saiu ganhando.

Aí, entrou a convicção da Direção, ela confiou no seu taco, assim como Fábio Koff no final de 1993, quando a torcida queria a saída de Luiz Felipe e o presidente soltou uma das suas frases mais emblemáticas: - Luiz Felipe só sai comigo no final da minha gestão.

Agora, neste momento, em que o elenco se apresentou e terá duas semanas para se preparar para o início do Brasileirão e demais competições, é hora do presidente dar tranquilidade a Quinteros & cia. e acompanhar o seu trabalho.

Se até maio os resultados não aparecerem, bom, aí Guerra e seus pares terão causas comprovadas para uma mudança de rumo no futebol azul.

Antes disso, é demonstrar vacilos e falta de convicção.

quarta-feira, 19 de março de 2025

Opinião



Diagnóstico equivocado 


Tenho evitado críticas ao desempenho do Grêmio, porque entendo que o pouco tempo de trabalho da Comissão Técnica e a disponibilidade recente dos atletas que chegaram são/seriam causas que merecem/mereceriam ser levadas em consideração a performance do time no Gauchão.

Porém, e é um porém muito forte, não dá para aceitar que o presidente mencione a falta de "casca" do time para a perda do título do Gauchão e a consequente guinada no perfil de atletas que virão daqui para frente para o elenco. 

Primeiro, porque não há mais nas categorias de base, jogadores que chegavam ao profissional sem nenhuma experiência internacional ou algo semelhante. Há 50 anos, isso se justificaria, hoje, há torneios sub-15, 17, 20, que fazem com que a gurizada tenha passaportes recheados de registros internacionais. Fico imaginando o Ronaldinho Moreira subindo e alguém dizendo que ele não tinha "casca" aos 18 anos. Inaceitável. 

Olhando quem atuou nos Grenais, não dá para aceitar esta conclusão do presidente Guerra.

Segundo (e mais grave), todo mundo saudou o discurso de início do ano que informava a intenção do aproveitamento da base, que na prática se verificava com as vindas de Pedrinho e Viery para o grupo, interrompendo suas participações na Copinha. Logo em seguida, Gabriel Mec começou a entrar em alguns jogos e havia esperança no aproveitamento do bom volante Kaick e em Igor Serrote e ver dois meses depois o planejamento ser revisto e até ao que parece, ser arquivado.

Essa aparente incoerência e diagnóstico equivocado deixam a impressão de que o clube está à deriva.

Onde está o aproveitamento da base? Por que não se dá uma chance a Natã Felipe no time principal ao lado de Wagner Leonardo? Nem que seja para confirmar o pensamento daqueles que dizem: "Não serve para o time". Se está há três temporadas e não há uma conclusão sobre o seu aproveitamento, algo está muito errado na condução do destino do clube.

segunda-feira, 17 de março de 2025

Opinião



Mirem-se no exemplo 

Neste momento, há um tiroteio nos espaços de gremistas, dado o desconto daqueles que estão correndo atrás de likes e pedidos de inscrições no canal, acho que o momento é de rápida reflexão e muitas ações. É difícil colocar tudo que penso (opinião) em uma só postagem, mas não deixa de ser um desafio para a mente e para a escrita.

- Pedi auxílio ao Alvirubro sobre os 10 primeiros jogos de Roger Machado no Inter. Temos 3 V, 2 D e 5 E. Dessas 3 vitórias, 2 são sobre o Juventude, isto resulta em 47% de aproveitamento, 5 partidas em casa, 5 fora.

- Fazendo o recorte de sua atuação no Coirmão, digo que ele é o grande responsável pela conquista, pois manteve um ex júnior no arco, improvisou um beque na lateral direita, bancou um jovem vindo do Sport Recife, Vitor Gabriel numa posição temerária, perdeu vários atletas por lesão, encarou o afastamento de Thiago Maia, apostou em Valencia e teve coragem para barrar o pseudo "craque" Borré. Roger, com essas decisões arrojadas e estes números, teria a cabeça a prêmio no Grêmio.

- Por fim, se Octa é importante (discutível), o que representam 12 títulos em 13 anos corridos de disputa, caso do Grêmio?

- Tem muita coisa errada no Tricolor, mas tem acertos, também (Lucas Esteves, Wagner Leonardo, Tiago Volpi, Monsalve, Cuellar, Kike Olivera, Braithwaite) e algumas incógnitas, Arezo, Amuzu. Só com trabalho e tempo para uma avaliação racional.

 Por fim, uma pergunta e uma observação: voltando Kannemann, sai Wagner Leonardo? Nenhum deles (canhotos) tem condições de jogar no lado direito da zaga.

A observação é: só aceito esta pausa até quinta-feira, se foi acordada no início da temporada, caso contrário, é um contrassenso para quem levou esta lambada no Gauchão.

 

domingo, 16 de março de 2025

Opinião



Hoje, Marco Zero 


Se estou chateado pela perda do título? Olha! Pensei que seria pior. Na verdade, o Gauchão já havia balançado no ano passado, sorte o vacilo vermelho de não ter ido para a final. Aliás, quase foi para o espaço no pênalti não marcado, quando o Juventude ganhava por 1 a 0.

O Gauchão, do jeito que o Grêmio vinha encarando, esfregando as conquistas na cara de quem o criticava, mascarava a incompetência nas competições maiores, mais importantes. Neste aspecto, a perda de agora há pouco pode ser o início de uma nova fase com mais responsabilidade e com exigências bem relevantes para a Direção e Comissão Técnica.

Amanhã, o clube, o corpo diretivo deve se reunir e começar a pensar no Brasileirão, enfim, avaliar o elenco, prestigiar a Comissão Técnica, sem deixar de cobrar mais diligência nos resultados em campo, sejam táticos, sejam técnicos, sejam físicos, sejam anímicos.

Quem tem time para disputar com chances o Brasileirão, tem time para qualquer outra competição.

Jogadores melancólicos ou dispersos, eu recomendo repassá-los, além deles, liberar os que estão fazendo "hora extra" no clube que vão aliviar muito a folha de pagamentos: Villasanti, Pavón, Nathan Pescador, Cristaldo, Gustavo Martins, Jemerson ou Rodrigo Ely (ficar com um deles, apenas). Repensar a situação de Kannemann. Imaginem a economia que o clube fará.

Nas contratações, ele deve ser cirúrgico: um zagueiro, um meia de armação, mas todos deverão ter um traço psicológico forte: a irresignação, algo presente em Wagner Leonardo, Kike Olivera e Tiago Volpi, por exemplo. Aliás, se encontrar um goleiro acima da média, traga! Pois os gols de falta que Volpi sofreu, embora de difícil defesa, apresentaram um defeito do arqueiro, qual seja: mesmo que não resolvesse, o movimento de braço trocado é do manual dos arqueiros. 

É isso, por enquanto.

sábado, 15 de março de 2025

Opinião



Mais que Perfeito 


Tenho o sentimento, a impressão, de que há muito tempo, o Tricolor não entrava num clássico na condição de "quase Zebra", tamanho o número de fatores que o deixaram chegar em desequilíbrio neste domingo.

Elenco novo, time desentrosado e indefinido para a temporada, comissão técnica recém começando o seu trabalho e causando apreensão, porque os resultados estão vindo à beira do precipício que se avizinhava em cada disputa eliminatória, a herança devastadora do semestre anterior, os Grenais desfavoráveis, etc... Tudo isso leva a crer que a missão de amanhã terá que contar com o personagem de Tom Cruise e sua equipe de Missão Impossível.

O Grêmio terá que fazer o jogo "mais que perfeito" ou então, contar com uma jornada muito decepcionante do Coirmão, que não creio, mais aceitável será a "tese" do "mais que perfeito".

O elenco gremista é composto de um misto de jovens, mas com cascudos de muita experiência (Olivera, Braithwaite, Cuellar, Villasanti, Jemerson, Tiago Volpi) que poderão segurar os nervos da equipe.

Será um desafio e tanto, que a razão não elege o Imortal para vencedor, mas para quem tem na história momentos como o Super campeonato de 62 (sugiro que leiam sobre esta conquista mais que improvável) e a Batalha dos Aflitos em 2005, é permitido sonhar com a virada e a conquista do que será o oitavo título consecutivo.

Por fim, há uma frase bem interessante do técnico da seleção da Itália, Arrigo Sacchi: "O futebol é a coisa mais importante, entre as coisas menos importantes", que vai balizar o meu sentimento pós-Grenal, ou seja, se for campeão recorto o "O futebol é a coisa mais importante", se perder, acrescento o "entre as coisas menos importantes", arremato com o "Vida que segue", lembrando dos versos de Cláudio Nucci (ex-Boca Livre), "juntar os cacos e pedaços, refazer a revisão... na música Cacos e Pedaços.

quarta-feira, 12 de março de 2025

Opinião

 


Grêmio avança com futebol constrangedor

Mesmo sem ver a partida, apenas ouvindo e variando as fontes (Rádio Imortal, Alex Bagé, Rádio Guaíba), a conclusão é unânime: o Tricolor não jogou bem, safou-se pela tradição, pela fragilidade de alguns atletas mineiros e a perícia nos tiros livres.

Pela entrevista, Quinteros deixou claro que a escolha pela escalação inicial se baseou na condição física dos jogadores, chegou a citar João Pedro, Lucas Esteves e Kike Olivera. Arriscou a classificação, mas é o famoso "risco calculado". Teve êxito pelas razões que enumerei no primeiro parágrafo.

Parece que forma-se maioria pela saída do treinador, acho precipitada, verdade que há um divisor de águas, a forma como vai se comportar no Grenal. Não acredito em reversão, mas para quem saiu campeão com 7 contra 11, dois pênaltis sofridos e um estádio totalmente hostil, ele tem crédito para fazer acreditar até o fim. Não é a lógica, mas...

Os trabalhos de Luiz Castro (Botafogo), Ramón Diaz (Corinthians), Roger (Inter) e até Quinteros no Velez Sarfield, sofreram contestações em função dos insucessos na arrancada em seus clubes, porém, no caso do técnico gremista, algumas fragilidades parecem ficar mais evidentes a cada compromisso que encara. Terá que reagir de forma imediata ou a Direção vai ceder às pressões da falta de vitórias ou de melhora no desempenho.

Nesta hora, volta à tona uma palavra que foi muito desgastada na boca de dirigentes oportunistas que passaram pelo Imortal, mas que tem um significado muito relevante com quem dirige uma instituição que mexe com a paixão: Convicção.

Deixo os melhores momentos da classificação dramática para a terceira fase da Copa do Brasil:



terça-feira, 11 de março de 2025

Opinião




Uma aparente contradição 


O Grêmio joga amanhã e o Inter folga toda a semana. Vai utilizar um tempo que, em tese, é o sonho de todas as agremiações esportivas. Tudo certo para ele? Depende.

Imagino o nível de ansiedade do grupo vermelho, aguardando até domingo para decidir um título que não vem há quase uma década. Se não for bem trabalhada a situação, pode ser uma desvantagem.

Pensem se a partida de volta no Beira-Rio fosse amanhã? Problemaço para o Imortal.

Já o Tricolor vai para uma decisão, mas fora do ambiente tenso, pode, momentaneamente, deletar o clássico em sua mente. Além disso, Quinteros tem condições de realizar ajustes em uma prova de maior exigência, valendo uma vaga para a próxima fase.

Então, aquilo que pode ser uma vantagem (o tempo mais longo entre uma partida e outra), excepcionalmente, neste episódio, vira uma dificuldade a ser administrada pelo Colorado.

segunda-feira, 10 de março de 2025

Opinião




Arena lotada significa muito pouco

Ultimamente, eu não estou apenas confiando na memória, quando o assunto é postar aqui, mesmo com a convicção de que os fatos ou dados que me vêm à lembrança sejam muito claros, então, recorro ao amigo Alvirubro, que tem um arquivo "implacável", quando o assunto é Dupla Grenal.

Hoje pela manhã, nos encontramos no centro da cidade e disse que tinha a impressão de que a Arena lotada era sinônimo de dificuldades e insucessos para o Imortal e pedi um levantamento. Ao chegar em casa, a informação já estava disponível para mim. Interessante que fiquei sabendo que o Grêmio está alcançando a marca de 400 jogos em sua nova casa, façanha que ocorrerá na próxima partida no Humaitá, portanto, tem 399 com o último clássico.

A minha desconfiança se tornou certeza com a tabela que o Alvirubro me enviou com as 22 partidas com público acima de 50 mil pessoas. Observem: são apenas 8 (oito) vitórias, isto é, aproveitamento de 36% como vencedor. Decididamente, o fator casa para o Grêmio inexiste. Botar 50 mil almas ou mais parece ser um problema para as equipes azuis nestes 12 anos de existência da Arena. Até Grenais, o maior resultado é o empate. Nunca ganhou do Coirmão com a Arena lotada.

Mas o amigo me subsidiou com outros dados interessantes como estes: no período de 2016 a 2025, dez temporadas, o Grêmio saiu atrás no marcador em 221 jogos, perdeu 139, empatou 45 e virou apenas 37. Virou em apenas 17% das vezes. Com Renato, este percentual sobe para 18% (161 J, 30 V, 37 E e 94 D). 

Resumindo: A Arena lotada não dá a contribuição esperada e sair atrás no marcador e não virar é uma característica interessante e triste do time nestes últimos dez anos.


domingo, 9 de março de 2025

Opinião



Reflexões depois do Clássico 


Hoje, o presidente deve se reunir com a Comissão Técnica, pelo menos, é o que se imagina. O que aconteceu ontem (e nas partidas anteriores) dá elementos fortes para uma reflexão e posterior tomada de decisões para reverter o quadro que se materializa no terceiro mês de 2025. Vou enumerar o que penso sobre o momento, fatos e o que pode ser feito:

- Com o elenco muito renovado, Quinteros deveria começar a montar o time como se monta uma edificação, de baixo para cima, no futebol, defender-se bem para depois de consolidada esta etapa, partir para a execução de suas ideias táticas. Erra o treinador com esse 4-3-3.

- Guerra deve cobrar explicações do treinador sobre o repertório de jogadas. É só esse lançamento longo dos zagueiros que pega de frente os defensores e Braithwaite de costas para o gol adversário?

- O Grêmio possui um atacante, uma camisa 9, acima da média com características vistas em André Catimba, Careca (Guarani, São Paulo, Napoli e Seleção), joga "qualquer parada" e isso não é aproveitado. Não seria o caso de o time jogar com mais aproximação pelo meio, aproveitando a técnica do dinamarquês? Assim como está, daqui a pouco, vamos duvidar do futebol do atacante.

- Matheus Pereira é o melhor 10 disponível, será que não vale o esforço trazê-lo, incluindo Cristaldo na transação? Parece que tem problemas extra-campo, mas convém investigar, antes de descartar, simplesmente essa possibilidade.

- Guerra está livre do "Fator Estátua", agora pode e deve (deveria sempre em qualquer circunstância) cobrar melhor desempenho do time. Tem fatores que dependem de tempo, mas há outros que não, como o posicionamento de Villasanti e a utilização "múltipla" de Edenílson, que só serve para "torrar" o atleta.

- Liberar Gustavo Martins, Pavon, Cristaldo e Jemerson, aliviando a folha, com isso, ir em busca de um grande zagueiro.

- Trazer um atleta com liderança, ascendência sobre o grupo, um verdadeiro capitão, que possa alterar os rumos de uma partida com uma simples reunião no meio de campo, após um revés, exemplificando.

Por fim, reunir-se com todo o elenco e comissão, dizer que joguem a decisão como se fosse uma partida normal, sem peso, pois o favoritismo multiplicou-se por 10 para o lado vermelho. O que vier, reduz o prejuízo e o ano não acabou.



sábado, 8 de março de 2025

Opinião



Derrota ao natural


O que mais dói numa derrota como essa no recém-concluído clássico, é que aconteceu sem emoções para o torcedor gremista. Se considerarmos decepção como emoção, aí sim, está um fator emocional. De resto, a impressão que ficou: o Tricolor iria jogar a tarde/noite inteira e não sairia sequer com o gol de honra, quanto mais, um empate.

Os últimos jogos (com semana cheia) não indicaram qualquer evolução no time. Pelo contrário, exemplificando, Camilo estreou com uma excelente impressão, vamos dizer nota 10, no jogo seguinte caiu para 8, na terceira, em Caxias, caiu para 5 e hoje demonstrou que é bastante comum.

Tiago Volpi, que é melhor do que Marchesín, tem uma estatística ruim, que é tomar gols em todas as suas partidas. João Pedro voltou a ser o lateral discreto, Gustavo Martins é inconfiável e isso para zagueiro é imperdoável. Wagner Leonardo, seguramente, é a melhor contratação da última leva, e Lucas Esteves fez a sua melhor atuação, mas as anteriores foram muito ruins.

Camilo, já falei. Villasanti está menos do que em anos anteriores (seria o posicionamento ou alguma transação em vista?) E Monsalve. Bom, aqueles que têm mais de 60 anos devem lembrar da grande discussão no Coirmão na virada dos anos 60 para 70: Bráulio x Sérgio Galocha, que dividia torcida, imprensa e, pasmem, dirigentes, tanto que o gol de Bráulio em São Paulo, diante do Santos, decidiu uma eleição, mas a bronca seguia: Quem deveria ser o Camisa 8? O Inter resolveu vender Bráulio para o América RJ e Sérgio Galocha para o Flamengo e formou novo meio de campo, encerrando a discussão.

Pois bem, no Grêmio: Cristaldo ou Monsalve? Nenhum está resolvendo.

Na frente, Kike Olivera está aprovado, Braithwaite não recebe uma bola à feição, Pavón deve ser repassado e Amuzu é uma incógnita: vai se adaptar a um país tão diferente da Bélgica sem falar o idioma, por exemplo?

E chegamos à Comissão Técnica (Quinteros e cia), a tolerância com o treinador está no final. Pode parecer crueldade, pois conta há pouco com as contratações, porém, a irritante jogada quase única de lançamento que parte de zagueiros, passando a bola direta sobre o meio e rifando a disputa dos atacantes, pegando os adversários de frente para o lance, no meu tempo de várzea, nós chamávamos de "ligação direta". É só isso?

Tem-se que ter paciência com Quinteros, no entanto, deve haver uma contrapartida por parte dele e seu staff. O time tem que mostrar mais jogo a jogo.

O sonho do Octa ficou praticamente inviável. Como conforto: Só lembrando a máxima de Dino Sani: O futebol é uma caixinha de surpresas.

sexta-feira, 7 de março de 2025

Opinião



It's Now or Never 


Aproveito o título de um clássico de Elvis para expressar o sentimento de quem está à parte (por ser gremista) do fenômeno que ocorre nesta reta final de campeonato. Muito antes de ser crítica, é uma constatação.

É agora ou nunca, esse é o grito do momento, o que parece definir o pensamento dominante no lado vermelho. Vejam:

Há uma frente ampla, onde aparecem notáveis da literatura, identificados com o Coirmão, sem que este seja o interesse diário em seus textos, analisando como gol irregular a obra-prima do garoto Gustavo Martins. Embora nada usuais em crônicas de futebol, Fabrício Nejar e Juremir da Silva deixaram suas impressões, que colidem com as imagens do lance, bem como os áudios do VAR. Vale informar que sou admirador do primeiro, tenho livros dele e já presenteei amigos (as) com suas obras e li o pai, Carlos Nejar. Falta-me alguma leitura da mãe, Sra. Maria Carpi.

Aliás, é muito interessante ouvir os áudios da equipe do VAR, vide Gol Legal, porque eles completam a nossa avaliação sobre os eventos, como, por exemplo, este: não houve o contato e o defensor é que faz o movimento de aproximação para o contato posterior, descrito de forma didática e equilibrada, bem diferente do histérico "Nada, nada, nada" na penalidade máxima sonegada (Monsalve), que, enquanto o auxiliar do VAR vociferava a repetição da palavra, ela entrava em meus ouvidos como: "Pênalti, pênalti, pênalti".

Há igualmente a presença de uma Força Tarefa, que tira da sombra do descanso, Abel Braga para engrossar o corpo histórico de vitoriosos e nada mais, nada menos, do que o emérito comandante da Swat, integrante da gestão Piffero no futebol em 2016, que liderou a queda mais espalhafatosa de um clube grande à Segunda Divisão. Um supremo reforço nessa hora.

Encerrando, vê-se o Mutirão da mídia dos que saíram do armário e dos que estão indecisos, ainda, selecionando assuntos, com o intuito de minar o terreno azul. É pau em Quinteros, nos vacilos da FGF, buscas nas estatísticas algo que possa fortalecer o clube e time para esses duelos, enfim, vale tudo.

Em conversa com um amigo colorado, hoje pela manhã, ele me disse o seguinte: onde estavam esses problemas elencados nesta edição (2025) nas oito temporadas de seca do Coirmão?

Merece reflexão.


 

quarta-feira, 5 de março de 2025

Opinião




Semanas Explosivas 

Já acompanhei muitas decisões de Gauchão, a primeira que ainda lembro é a 67, o primeiro Hexa gremista aos 8 anos, depois veio o Hepta com bastante tranquilidade.

Houve também a quebra da sequência e uma "interminável" série de derrotas até 1977, quando o Grêmio de Telê venceu com inteira justiça.

Em 1991, o Grêmio buscava novo hepta, trouxe até Renato e foi um campeonato muito estranho, até suspeitas de doping ocorreram pelo lado vermelho, Vide Anti-doping. Fez-se de tudo para o Tricolor não alcançar o sétimo título consecutivo e tiveram êxito.

Tudo isso acima para passar a mensagem de que não será fácil para o Imortal conquistar o seu Octa.

 Às dificuldades naturais de ter um adversário forte pela frente, o elenco novo com comissão técnica recém-chegada, somam-se o clima pesado e tenso da novidade das redes sociais e a ascensão dos "influencers", alguns, com certeza, sem a devida noção do alcance de uma fala mal colocada, de uma palavra ou fato de sentido dúbio, que podem desencadear uma escalada de violência acima do que as que presenciamos até aqui.

Serão duas semanas em que o bom senso deve estar presente na imprensa, na mídia em geral e na cabeça de cada torcedor.

O futebol merece respeito e não pode se tornar um vilão dentro da sociedade. Ele precisa ser elemento de diversão e agregamento.

segunda-feira, 3 de março de 2025

Opinião




"Me tiraram para otário" 


Aos amigos do blog, informo que será uma crônica extensa, mas sugiro que leiam até o final. Não pretendo seguir lendo textos deste jornalista, o mesmo que há 3 anos escreveu que havia passado a febre de treinadores estrangeiros nos clubes brasileiros.

Nas duas últimas que li e aqui últimas, não no sentido de mais recentes, mas por se tratarem de "finito" para mim, ele se debruçou sobre o jogo de Juventude 2 x 1 Grêmio e seus desdobramentos na decisão dos tiros livres e consequente passagem do Imortal para as partidas decisivas diante do Internacional.

Na primeira crônica, ele busca a opinião abalizada e isenta de Carlos Simon no lance do gol de Gustavo Martins. Ora! Se quer realmente uma isenção total, não vai buscar numa peleia gaúcha a análise de alguém nascido em Braga, RS, portanto com infância e adolescência em nosso pago, por melhor que seja o currículo do ex-árbitro, ele tem "raiz". Deveria, por prudência, trazer a avaliação de um analista de arbitragem, cuja origem não seja o RS. Tem tantos por aí. Muitos mesmo.

E o que faz o Simon: "Jogo perigoso com contato físico". E segue - Por jogo perigoso entende-se toda a ação de um jogador que, ao tentar jogar a bola, põe em risco a integridade física de qualquer jogador (incluindo ele próprio). Verdade? Sim, verdade, mas não dá para brigar com a imagem, Mandaca sequer foi atingido. Já vimos centenas de lances idênticos e nada ser marcado, e o tento entrar para a história do jogo como "Golaço".

E se no escanteio, a bola levantada encontrasse Gustavo Martins e um adversário disputando o lance de cabeça, o gremista acertando a bola e logo, diria milésimos de segundos depois, surgindo o contato cabeça com cabeça originado pelo zagueiro Tricolor, causando o trauma; O gol seria anulado?

A indignação é pelo momento do gol, acréscimos da partida e o determinante da decisão pelos tiros livres da marca da cal. Aqui, senhores, está a dramaticidade e o objeto da discussão, além da camiseta do time por baixo a denunciar a parcialidade.

Na segunda crônica, mais um equívoco do veteraníssimo cronista, que diz que na luta do mar contra o rochedo, quem sofre é o marisco (aqui, personificado pelo Juventude). Pergunto: o marisco não se deu bem, quando se beneficiou de uma expulsão equivocada de João Lucas no confronto anterior Juventude x Grêmio?

E sábado, onde estavam mar e rochedo no momento em que Daronco não deu cartão amarelo para Abner pela entrada em Cristaldo, que, se realizada, determinaria a expulsão no início da etapa final com nova jogada passível de cartão amarelo (portanto, o segundo)? E quando Tagliari dá um pontapé em Jemerson no início da disputa que origina a expulsão do zagueiro azul?

Por fim, inverta-se a ordem dos jogos, Juventude 2 x 1 Grêmio, no Alfredo Jaconi, obviamente, jogo de ida e Grêmio 2 x 1 na Arena, resultado só mantido até o final, porque foi sonegada uma penalidade máxima de "cartilha" em Monsalve, que, se convertida, evitaria o drama das "penalidades", pela igualdade resultante dos dois confrontos. 

Novamente, o marisco se daria (se deu) bem, pois resistiu até além dos 180 minutos.

Fico com a impressão de que fui muito ingênuo até este instante, por não tomar bem antes a decisão de evitar leituras tão carregadas de parcialidade de pseudo isentos

No entanto, sempre é tempo.

domingo, 2 de março de 2025

Opinião




Na Bacia das Almas 


Independente da análise das causas, dá para cravar que o Grêmio flerta com a possibilidade de insucesso. Precisa reverter isso urgentemente.

Apesar dos muitos acertos da Direção este ano, como as saídas de atletas contestáveis, a mais recente, a de Pepê, ainda faltam alguns como Nathan Pescador e Jemerson. Por que este último? Porque não conseguiu uma performance acima da média neste tempo que está. Quem o conheceu, sabe que está na descendente na carreira de uma forma vertiginosa. Lembro que Bruno Alves passou pelo Tricolor com melhores resultados, ainda que insuficientes.

Quinteros tem responsabilidade na derrota, quando insiste em colocar Monsalve pelo lado esquerdo, sem que a provável justificativa para isso (Cristaldo no time) dê respaldo às escolhas do treinador.

A dupla de volantes, Cuellar e Villasanti, ainda "não deu liga" e o ataque sofre de inanição pela ausência de uma saída efetiva de um deles para o campo ofensivo e, principalmente, pela falta de um armador. Na prática, nem Cristaldo pelo seu desempenho, nem Monsalve pelo seu posicionamento, fomentam Braithwaite e Olivera.

O gol gremista ocorreu de forma legal, tem muito atleta sempre levando as mãos ao rosto em jogadas em que são atingidos (quando atingidos) nas pernas ou no peito. Na bicicleta de Martins, Mandaca não foi atingido.

E aí, uma preocupação a mais para o clube. A imprensa vermelha perdeu o autocontrole. Constatei numa rápida rolagem do dial nas rádios tradicionais, Guaíba e Gaúcha (assisti pelo Premiere), e a irritação dela promoveu desabafos pela maneira com que o Imortal chegou lá, novamente. Virá uma semana com uma bateria de críticas aos árbitros e a atitude de Quinteros na confusão.

Por fim, se Daronco tivesse dado (corretamente) o cartão amarelo na entrada de Abner em Cristaldo no primeiro tempo, o zagueiro esmeraldino não teria chegado ao final do confronto, pois levou um no início da etapa final, que seria o seu segundo.

Quinteros tem todas as justificativas do mundo para as oscilações do time, alguns atletas sequer jogaram uma partida inteira (Amuzu), outros nem estrearam (Luan Cândido), mas terá que fazer um esforço extra, usar de seus conhecimentos e buscar o título nesta decisão de dois atos.

Este tipo de classificação no Alfredo Jaconi aponta para uma encruzilhada: ou morre na praia pelo recente histórico de quase se desclassificar ou ganha de forma épica o campeonato, se ajustando durante o seu transcorrer.

Oremos.