O Castigo de uma
Derrota improvável
Reveses como esse de
ontem, sempre deixam apreensões, revoltas na massa torcedora, várias dúvidas e
eventuais conclusões. Natural, afinal é futebol com seu componente vital; a
paixão.
A partida contra o Vasco
da Gama era para ser a da confirmação que o time poderia prescindir de alguns
titulares e apesar disso, buscar o triunfo e a consequente perseguição aos
líderes. Não deu. Não deu por várias causas que produziram impactos e teorias
sobre o momento gremista.
Embora eu não tenha
subsídios que me façam recolher a mesma impressão que outros colegas do blog;
aqueles que possuem mais e melhores informações sobre os bastidores do Imortal,
ainda assim, arrisco levantar, concordar ou questionar determinadas conclusões
que já rolam pelas redes sociais e a “mídia profissional”. Vamos a elas:
- O Grêmio deixou de
lado o Brasileirão; bom, só se foi de quarta-feira para cá, porque bateu com
autoridade o Atlético Mineiro. E se ganhar do São Paulo, o mais ajeitado dos
times atuais, qual será a conclusão? Ligou o pisca alerta (no sentido de estar
interessado, não estar, estar, não estar...)
- Se isso efetivamente
estiver proposto, alguns jogadores (Grohe, Geromel, Bressan, Ramiro) não foram
avisados ou estão furando o planejado, isto é, “largar o Brasileiro”, porque
seguem se empregando para valer em campo
- Se o Tricolor largou o
Brasileiro, então a introdução paulatina de jovens da base é imperiosa. Manter
a maioria dos titulares e ir colocando os guris, já que não quer o certame, que
sirva para firmar novos talentos sem o peso da competição. Não haverá cobranças
exageradas por resultados
- Concordo com Renato,
quando disse que três ou quatro estavam dormindo no início da partida em São
Januário, eles devem ser cobrados e se as causas não estiverem apenas naquele
fato específico, que se apurem (se já não sabem os dirigentes) os demais
fatores que levam certos atletas a atuar abaixo de suas possibilidades e,
lógico; providências imediatas, senão o grupo fica dividido, logo, logo
- O Grêmio não perdeu
apenas por isso, o adormecimento de uma parcela do time, mas porque Renato
errou ao apostar em Douglas, este que está visivelmente em outro compasso em
sua preparação física ou ritmo de jogo.
Além do mais, o treinador foi incapaz de mudar a forma como o time
buscou o gol, ou seja, sempre de uma maneira previsível, que até o limitado
comentarista gaúcho “acoplado” na transmissão “global”, percebeu. Empilhar
atacantes, mais uma vez confirmou que o êxito do ataque não está ligado ao número
de avantes utilizado
- O Tricolor perdeu pela
deficiência criativa de seu meio de campo, cujo ingresso de Douglas, pouco ou
nada acrescentou no municiamento do setor ofensivo. Nem sei se Thaciano ou
Thonny Anderson seriam a solução. Também pelo distanciamento de Luan da área
adversária e a ausência de bons cruzamentos do fundo do campo, aqueles que
pegam os zagueiros “torcidos” e os atacantes de frente para o arco do oponente
- Outro fator
imponderável, a sorte; ela determinou a forma tática dos dois times, porque o
gol saiu cedo e de uma forma completamente acidental. Foi uma questão de
física, a bola chutada quase ao mesmo tempo por Geromel e Rios tomou uma
trajetória inusitada, indo em direção ao gol gremista, subindo apenas o
suficiente para encobrir o arqueiro e entrar no único lugar fora do alcance dele.
Ali, quem devia ser o propositor do jogo ficou com o contra-ataque. Sorte, pura
sorte
Derrotas ocorridas dessa
forma não castigam o time apenas na posição na tabela; pior! Acendem ou
reacendem suposições que emergem circunstancialmente num clube de massa
acostumado a disputar títulos. Resta saber o que é real, o que é ficção.