Memórias (7) - Ano - 1981
A Maior Partida que vi
da Seleção
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Em 1980, Telê Santana
assumiu a batuta do escrete brasileiro; arregaçou as mangas e foi dando uma
conformação muito pessoal ao time em nomes e na escolha pela vocação ofensiva.
Era lindo ver as partidas da Seleção.
Antes das jornadas
inesquecíveis da Copa da Espanha, virada de 80 para 81, houve no Uruguai o
que se convencionou chamar de Mundialito, evento para comemorar os 50 anos da
primeira Copa do Mundo e, claro, para celebrar o feito do anfitrião, o vencedor
de 1930.
Em 7 de Janeiro de
1981, o Brasil encarou a Alemanha Ocidental e este confronto (na minha memória)
se igualou ao impacto fascinante daquele Brasil 1 x 0 Inglaterra em Junho de
1970, mas ali havia Pelé e Tostão cujo diferencial era absurdamente grande.
Telê utilizou: João
Leite; Edvaldo (Getúlio), Oscar, Luizinho e Júnior; Batista, Toninho Cerezzo,
Paulo Isidoro e Tita (Serginho Chulapa); Sócrates e Zé Sérgio.
A Alemanha Ocidental do
técnico Jupp Derwall: Harald Schumacher; Manfred Kaltz (Wolfgang Dremmler),
Rainer Bonhof, Karl-Heinz Förster e Bernard Dietz; Mirko Votava, Felix Magath,
Hans-Peter Briegel e Hansi Müller; Karl-Heinz Rummenigge e Klaus Allofs (Karl
Allgöwer).
Com arbitragem do
chileno Juan Silvagno, mais de 50 mil pessoas viram um primeiro tempo de
igualdade no placar, um 0 a 0, que não representou a excelência do futebol que
os Canarinhos apresentariam nos próximos 45 minutos. Um show.
A definição dos grupos
levou Brasil, Argentina e Alemanha
Ocidental para o denominado B e a ironia do destino fez com que no último jogo,
o selecionado brasileiro soubesse o placar que precisava para superar os
Hermanos, tal qual ocorrera na Copa até então mais recente, quando os platinos
encararam o Peru sabendo do escore brasileiro na Polônia.
A Argentina batera os
germânicos por 2 a 1 no enfrentamento direto; brasileiros e argentinos ficaram
no 1 a 1.
Contra a Alemanha, o
Brasil fez um grande primeiro tempo, mostrando ampla superioridade, apesar de
várias chances com Zé Sérgio (07 min), Sócrates (20 min) e Paulo Isidoro (27
min), quando brilhou o grande goleiro alemão, o placar permaneceu fechado.
Na segunda etapa
apareceu a arte que (se a memória não me trai) fez deste jogo, o que julgo ser
o melhor do Brasil que vi.
Mesmo saindo atrás;
Allofs abriu o marcador de dentro da pequena área, isto, aos 9 minutos.
Júnior em cobrança
magistral de falta, empatou 3 minutos depois. Toninho Cerezzo, o melhor em
campo (foto acima), virou num chute da marca do pênalti, aproveitando cruzamento da direita.
O cronômetro batia nos 16 minutos.
Passado um quarto de
hora, o capitão Sócrates deixou Serginho livre para encostar para as redes de
Schumacher. 3 a 1. O resultado já servia para chegar à final contra o Uruguai.
Zé Sérgio, o
excepcional ponta esquerda do São Paulo, em jogada individual determinou o
resultado definitivo: 4 a 1 e um baile de bola.
Mesmo perdendo a final,
o Selecionado Brasileiro encontrou o seu verdadeiro futebol com Telê Santana,
infelizmente, o título escapou em 82 e 86, deixando reforçada a expressão
cunhada por Dino Sani: - O futebol é uma caixinha de surpresas!
Telê e a geração de ouro ficaram no quase.
Fonte: Arquivo pessoal
do amigo Alvirubro
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