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sexta-feira, 31 de março de 2023

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (285) - Ano - 1952 - 1958

O Ídolo que revelava Ídolos

Fonte: https://tardesdepacaembu.wordpress.com

Em Março de 2007, o ex-craque Delém faleceu aos 71 anos em Buenos Aires. Um enfarte fulminante deu fim a vida vitoriosa deste malabarista da bola; ídolo do River Plate, Vasco da Gama e do Grêmio Porto-Alegrense; também teve uma breve passagem pela Seleção Brasileira; sete jogos em que totalizou cinco gols, média excelente.

Foi no clube buenairense que se tornou mítico dentro das 4 linhas e depois, quando passou a treinar as categorias de base em vários momentos, revelando Merlo, JJ Lopez, Norberto Alonso, mais tarde, Ariel Ortega, Marcelo Gallardo, Hernan Crespo, Almeyda, Saviola, Pablo Aymar e Solari. Numa terceiro passagem, Andrés D'Alessandro, Gata Fernandez, Cavenaghi, Maxi López, Demichelis, Mascherano e Gonzalo Higuaín. Porém, o menino mais famoso que passou pela sua batuta, quando da passagem pelo Argentinos Juniors, se chamava Diego Armando Maradona. Um feito e tanto!

Antes de virar uma lenda no River, Delém atuou ao lado de um ídolo do Internacional e Vasco da Gama, igualmente, uma referência na história gremista: Osmar Fortes Barcellos, o Tesourinha.

Delém era paulistano, mas chegou com poucos meses ao Rio Grande. Tornou-se jogador da base gremista e muito jovem virou profissional num plantel que continha Sérgio Moacir, Ênio Rodrigues, Airton Pavilhão, Milton Kuelle e o próprio Tesourinha, entre outros. Botou faixas e deu algumas voltas olímpicas pelo Imortal.

Em Janeiro de 1955, antes dos 20 anos, Delém e o veterano Tesourinha, 33 anos, encararam o Flamengo de Caxias do Sul no estádio da Baixada Rubra, atual Centenário, numa tarde chuvosa que atrapalhou o espetáculo e reduziu o público assistente.

O Tricolor marcou duas vezes na etapa final; primeiro com Tesourinha em jogada do ponta esquerda Alvim, quando acertou um chute de virada que surpreendeu o goleiro Cestari. 1 a 0. O cronômetro marcava 8 minutos.

Aos 15, o uruguaio Zunino avançou pelo meio, passou para Delém que da entrada da área desferiu um petardo inapelável. 2 a 0. Placar final.

Dessa forma, o Tricolor seguiu no encalço do Renner pelo campeonato metropolitano de 1954. Algo que se revelou infrutífero. O time do estádio Tiradentes se habilitou a disputar a final do certame gaúcho, venceu e se tornou o último clube campeão oriundo da capital, além da Dupla Grenal em mais de 70 anos.

Delém iniciou a sua exitosa carreira nos infantis do Grêmio, passando por toda a base gremista.

Fontes:   Arquivo pessoal do amigo Alvirubro

                Arquivo Histórico de Santa Maria

                https://tardesdepacaembu.wordpress.com/

                https://gremiopedia.com/

                https://www.ocuriosodofutebol.com.br/


              




Opinião




Réquiem para um Obstinado 

Thaciano, paraibano de Campina Grande, que entre vindas e idas, está há 5 temporadas vinculado ao Imortal; chegou com 23 anos e parte com quase 28 (12/05/95).

 Muito contestado, ele consegue aquilo que é o ideal para um atleta que não marca a sua trajetória com aplausos e admiração inconteste; isto é, apazigua-se com a massa torcedora. Sai em alta. Caso típico de inversão do adágio. No caso dele, "a última impressão é a que fica".

Thaciano descansa. Toma novo rumo, vai para um ambiente que ele já conhece, deixando amenizada, pelo menos, a sua imagem junto aos torcedores gremistas. A vida deveria dar sempre um final feliz neste tipo de relação atleta - torcida. Ele conseguiu.

Ficará a lembrança de um obstinado que jamais se deixou abater pelas adversidades em campo.

quarta-feira, 29 de março de 2023

Opinião




Sutis Diferenças 


Corria o ano de 2012 e o Tricolor vivia um momento singular; a inauguração do seu novo estádio, a Arena do bairro Humaitá. Também era especial, porque vivia uma seca de grandes títulos e aí, aparecia aquela parcela da imprensa que sempre alfinetou de forma criativa (e escamoteada) o Grêmio, maior rival da paixão dela.

Lembro da história, de frases, de pensamentos que iam na direção do "mas", do "apesar"... - Casa linda; quem sabe em seu novo estádio, o Grêmio consiga romper a falta de títulos importantes que já dura mais de uma década? Uma alusão clara ao tempo desde a conquista da Copa do Brasil de 2001. Resumindo, títulos importantes eram quatro tão somente: Mundial, Libertadores, Brasileiro e Copa do Brasil. Gauchão, nem pensar pela ótica dessa parcela; vale lembrar que o Tricolor ganhara a versão de 2010, ou seja, bem recente, um lapso de 2 anos apenas. 

Pois bem, esta semana, após a definição dos finalistas do regional, alguns profissionais da imprensa, se mostraram preocupados com o Inter, porque são 7 anos sem conquistas. Como é? agora Gauchão tem importância? na verdade, pelo olhar, aquele mesmo que pousou no Tricolor em 2012, deveriam dizer "13 anos" de seca. Sorrateiramente, o que parece uma crítica ao jejum de 7, na verdade, é uma manobra de "redução de danos". Exagero? pensem então: quem ensaiava comparar Moledo e Cuesta com Geromel e Kannemann? que em "mano a mano" ou "quem é quem" nos clássicos, dá nas individualidades, um 7 a 4 ou 8 a 3 a favor do Inter. Diminuir o período de vacas magras de 13 para 7 anos é só mais uma das muitas artimanhas dessa turma.

Não é só, preparem-se para a nova artilharia direcionada para o Imortal; pois, na impossibilidade de criticar um finalista de Gauchão, os canos fumegantes e metralhadoras giratórias mirarão a "preocupante situação financeira" e a "necessidade imperiosa de se desfazer de atletas em alta".

Depois, se dizem isentos.


terça-feira, 28 de março de 2023

Opinião




Três Anúncios para um Crime 


Sei que alguns poderão dizer: bruxo, todo mundo já passou por isso; nenhuma novidade! acontece toda hora. Certo, mas eu vou relatar a minha experiência deste Domingo, deste Inter versus Caxias para a mais que óbvia conclusão, lá no final do texto.

Decorriam 37 minutos, quando o primeiro susto (ou crime) quase se perpetrou: escanteio batido da esquerda, Vitão sobe, desvia com a cabeça e o goleiro Bruno e eu, tiramos com os olhos aquela que seria a bola salvadora da classificação vermelha. Segundos antes, tinha a certeza que a decisão iria para os tiros livres. Era um desejo e muita, muita esperança de secador.

Aos 47 minutos e 30 segundos, Pedro Cuiabá, igualmente, de cabeça, acertou a trave colorada, isto é, centímetros do espaço que conduziria a pelota para as redes de Keiller. Pensei: foi-se a bola do jogo, o Caxias vai lamentar a vida toda, se não ganhar nas cobranças.

Passado meio minuto, Pedro Henrique avança na raça, ingressa na área serrana e pifa o menino Estêvão. Quando ele arrematou, confesso que vi a bola dentro do arco caxiense. Ela já  estava na linha de fundo, o goleiro estirado ao chão e os atletas do Inter com as mãos nas suas cabeças e eu seguia não acreditando no gol perdido. Eu e aquele comentarista que deve ter arrancado alguns fios de cabelo, lamentando a perda da classificação no tempo regular.

Agora, a minha conclusão: Se a bola de Vitão (ou de Estêvão) tivesse entrado, qual seria o discurso e o texto da mídia gaúcha. Seria assim tão ácida como está ocorrendo? Duvido. O que vale é bola na rede; agem com a mesma visão dos torcedores.

E as ameaças dos vândalos aos familiares do presidente colorado? Triste! Isto não é futebol.

Opinião




Eu não queria Grenal na decisão 


Em 2007, quando do outro lado da chave da Libertadores, a disputa apontou Boca X Cúcuta, eu e Paulo Santana coincidíamos, quando apontavam ser melhor encarar o clube colombiano. A maioria bradava: - Eu quero o Boca na final!! - o que se viu, disse tudo: um 0 a 5 em dois confrontos.

Agora, eu não queria  o tradicional rival por uma questão simples: o Grêmio está em evolução, isto é, um time em reformulação e precisa cruzar o mar revolto que deixou resquícios de Série B, ainda. 

Também, porque o time do Inter é bom, bons valores, um treinador experiente, que, neste momento, tem seus fantasmas dos desastres recentes e do histórico interminável (tratarei disso noutra postagem) de falta de conquistas. O Colorado pode dar "liga" a qualquer momento. Não se enganem.

O Caxias é um adversário perigoso, mas não tem o tamanho e a biografia do Coirmão. Pode conquistar o Gauchão, mas entra como azarão nesta disputa.

Renato neste par de jogos vai ter a oportunidade de ver algo que se tem clamado: o meio de campo recheado de estrangeiros: Villasanti, Carballo e Cristaldo, algo que o técnico sonegou na fase em que dizia ser de testes.

Já manifestei o meu entusiasmo pela vinda de Pepê, vide, As Especulações,  porém, igualmente, pedi para que a formação do trio estrangeiro no coração da equipe fosse experimentada.

Resumindo: Vamos tirar a prova disso, diante de um oponente forte. Forte até onde pode ser assim um clube do interior numa decisão.

domingo, 26 de março de 2023

Opinião




Sobre as Semifinais 

Alguns pitacos sobre as decisões de quem irá para a decisão em dois jogos nos próximos finais de semana: passaram os melhores, mesmo que a pontuação não indique isso. 

a) Por que o Caxias e não o Inter? porque o potencial do clube da capital e seu desempenho foram muito diferentes. O Grêmio perdeu poucos pontos, já o Coirmão deixou várias vitórias no meio do caminho. A agremiação da Serra fez uma campanha belíssima para quem está na Série D do Brasileiro.

b) A responsabilidade pela situação vivida por Thiago Santos é total do treinador gremista. Não era jogo para o camisa 5, pois o Tricolor precisava vencer por dois gols de diferença e mesmo o argumento que a sua inclusão daria mais liberdade aos outros jogadores do setor e "alas", ele não é verdadeiro, pois sempre que Thiago entra em campo, dois fatos se materializam: o time sofre gol e ele leva cartão amarelo. Deixá-lo tão somente 23 minutos em campo foi a admissão do equívoco monumental do treinador, que colocou gasolina na relação incendiária que o volante tem com a massa torcedora. Errou feio o comandante técnico.

c) Terceiro ponto deste texto: o comentarista Cristiano Oliveira, Rádio Guaíba, tem uma conclusão que acho infalível para identificar os clubes que torcem os "isentos", isto é, nas adversidades, nos fracassos, o destempero emerge e não conseguem se manter equilibrados; hoje, eu tive a prova disso, quando o outro comentarista desta rádio no final do jogo, elevou a voz para ressaltar que o lance decisivo da tarde foi protagonizado por Estêvão nos acréscimos, quando perdeu um gol feito. Esqueceu o dublê de comentarista esportivo e professor universitário, que 30 segundos antes, o Caxias através de Pedro Cuiabá, perdeu o lance capital da partida, quando subiu sozinho e endereçou na trave a sua cabeçada. Ali, marcado o tento, não "haveria mais jogo", consequentemente, Estêvão não perderia o pretenso gol salvador colorado.

Naquele momento em que empunhava a "latinha", o profissional deixou de lado a isenção, minimizou o momento do jogador caxiense e superdimensionou a ação do jovem colorado.

Lembrei de um clássico de Fagner que se chama "Revelação".

sábado, 25 de março de 2023

Opinião




Classificação veio nos Tiros Livres 


O passaporte para a final ocorreu numa jornada quase épica, muito sofrida, mas justa pela campanha durante o certame; vale lembrar que o time sofreu apenas uma derrota originada por dois lances causados por grande afoiteza para um zagueiro com grife de seleção. Não foi crucificado, porque é Kannemann, um ídolo com biografia recheada de títulos e muita dedicação.

Renato errou nesta tarde; havia vários desfalques, mas teve uma semana para ajustar o time, além de uma "mão-de-obra" mais qualificada do que o seu oponente. Acertou com Thaciano, errou, quando imaginou uma movimentação de troca de lugares entre Bitello e Éverton Galdino; além disso, o clube precisa rever a situação de Ferreira. Mantido no grupo, a tendência é de desvalorização, cada vez joga menos e se lesiona mais. Sorte que o clube vendeu parte do "passe" para o próprio atleta. Está com pouco mais de 1/3 do total.

O segundo equívoco foi o ingresso de Thiago Santos e aqui, eu não estou tratando da sua dificuldade técnica, mas de suas características defensivas, ou melhor, de sua fama de "bom" marcador. Naquele momento, Thaciano deveria permanecer na primeira função e se fosse para trocar, colocar Cristaldo, mesmo meia boca ou apostar em Gabriel Silva; talvez, numa medida arrojada (ou radical) incluir um terceiro zagueiro e aí sim, liberar Thaciano e "espetar" mais os laterais.

O maior mérito gremista foi ter forças para virar o marcador e ter buscado o terceiro tento até o final.

Como reflexão ficam várias situações como por exemplo: o que fazer com Lucas Silva, jogador caro e comprovadamente, lá no final da fila? A lateral esquerda é uma posição deficitária, uma hora joga Diogo Barbosa com "pinta" de titular, na seguinte, volta Reinaldo e suas limitações defensivas.

Na frente, o time depender de Galdino e Gustavinho + um veteraníssimo como Diego Souza é muito temeroso. Não há reposição.

Ficaram de positivo as ótimas atuações de Bruno Alves, Bitello, um pouco abaixo, João Pedro e a noite de herói de Adriel, apesar de eu achar que os batedores foram muito infelizes. Vi Caíque com mais "noção" nesse quesito, Foi mais o mérito dos batedores que converteram do que limitação do goleiro Canarinho.

De resto, essa notícia do impedimento de contratar jogadores, situação que o Grêmio deve tratar com muito carinho, porque o grupo é carente.

Pequenas Histórias

Pequenas Histórias (284) - Ano - 1976

Um Cano de Time 

Fonte: Revista Placar

Qual adolescente não se encantou com algo mágico, cuja fascinação não correspondia a realidade? uma colega de aula bonita, um ator que não passava de um canastrão ou o time de estrelas, mas que na prática, não correspondia aos olhares generosos de fã?

Em 1976, Hélio Dourado e Fábio Koff, presidente e vice, buscaram romper a hegemonia colorada que já durava sete anos, fazendo do Grêmio, um cano de time. Entre os onze titulares estavam oito com passagem por seleções nacionais, apenas Jerônimo, Alexandre "Tubarão" Bueno e Alcino, a Estrela de Belém, não vestiram, no caso deles, a Amarelinha.

Havia Cejas, goleiraço argentino e Ancheta, este dispensa considerações, Eurico, campeão pelo Brasil na Mini Copa do Mundo de 1972, Bolívar, que jogou as Olimpíadas de Munique, Zequinha, ponta que atuou nos jogos de despedida do Rei Pelé no Maracanã e Morumbi, Ortiz, argentino, o maior driblador que vi passar pelo Rio Grande do Sul, futuro campeão mundial pela Argentina em 1978, Alcino, um centro avante de dois metros que conquistara ampla vitória individual sobre Figueroa, atuando pelo Remo de Belém do Pará e uma dupla campeã do Torneio da Independência do EUA, ao lado de Leão, Nelinho, Zico, Roberto Dinamite: Beto Fuscão e Neca. O primeiro fez com Amaral, a zaga mais técnica da história da Seleção Brasileira. Eram solistas, meio campistas jogando como defensores, que juntos inviabilizaram um sucesso mais perene. Tão bons "que não podia dar certo, essa zaga!"; e Neca, o camisa 8 gremista, 40 gols na temporada de 1975, um atleta moderno nascido no Sul, lá em Rio Grande, que Ênio Andrade trouxe consigo do Esportivo de Bento.

A parada dessa turma era "torta": superar o campeão brasileiro, o Inter, que se reforçara ainda mais naquele ano e assim, o Tricolor foi à luta num campeonato gaúcho que ia (pasmem!!!) do final de Março até meados de Agosto, cinco intermináveis meses.

Fez um ótimo campeonato, ganhou o primeiro turno num Grenal, porém, no segundo, a arbitragem estava "num dia infeliz" e o Imortal perdeu. Infelizmente, o baque foi muito forte. Perdeu na prática, não apenas para o belo time do rival, mas para a carga histórica recente do clube nos regionais.

Recordo de vários jogos deste campeonato e um deles foi quando Neca e Beto Fuscão voltaram, depois de três semanas servindo  à Seleção, para encarar o Ypiranga no Olímpico, um 4 a 0 espetacular com dois gols de Neca e dois de Alcino, num encontro que foi assistido por mais de 23 mil pessoas. Nazarino Pinzon apitou esta partida.

Com esse time da foto, sem Bolívar e com Vilson Cereja, o Tricolor amassou o clube de Erechim, assim como fizera com quase todos os demais oponentes, menos um. Aquele um.

Como se sabe, o Coirmão chegou ao oitavo campeonato consecutivo e o Grêmio, desnorteado, porém, sem se dar por vencido, foi em busca de novo condutor técnico, encontrou Telê, que com sabedoria e paciência de mestre, montou um outro cano de time para o ano seguinte,

Mas essa é outra história.

Fonte: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro

             Arquivo Histórico de Santa Maria

             Gremiopedia


sexta-feira, 24 de março de 2023

Opinião




Decisão na Arena 


À medida que o tempo passa, os fatos são melhor analisados, o humor muda e a esperança cresce. Cresce, não apenas pela índole de torcedor, que sempre acredita no seu time, mas no caso deste Sábado, alguns elementos reforçam essa conclusão.

Vem à lembrança de 2000, quando o Tricolor perdeu o título para o Caxias em dois enfrentamentos, porém, existe uma diferença importante: o Caxias goleou o Grêmio (3 a 0) com muita autoridade. Sobrou naquele jogo no Centenário, já o Ypiranga só não tomou esse placar na primeira fase por dois momentos infelizes: de Suárez, pênalti, e Vina, que bateu de forma displicente, quase na pequena área. Ali, o 3 a 0, a goleada e a vaga garantida viraram pó.

E o Ypiranga? Bem, ele fez a partida da vida dele até aquele momento; agora será amanhã. Mas como ele chegou ao triunfo? Teve méritos, claro! no entanto, em duas falhas individuais, que originaram penalidades máximas, algo quase inédito na rotina gremista. No mais, duas defesas importantes de Adriel, fato que ocorreu com Kaíque na primeira etapa.

Resumindo: o raio terá que cair duas vezes para a vaga ser desperdiçada pelo detentor da melhor campanha do certame.

quinta-feira, 23 de março de 2023

Opinião




Correndo por Fora


Nestas possibilidades de composição do meio de campo gremista, após tantos desfalques, um nome, ainda que discretamente, vem sendo mencionado para estar entre os 11 no Sábado decisivo; é Darlan. 

Eu já joguei a toalha. Aquele canhoto fronteiriço, descendente do estilo de Arthur e Matheus Henrique, se atrasou na carreira. Suas passagens fora da Arena não entusiasmaram os dirigentes de Chapecoense e Juventude e ele retornou quase no final da fila dos atletas do setor.

Se entrar em campo diante do Ypiranga numa partida que de amistosa não terá nada, poderá ser o ponto de retomada na sua trajetória e mostrar que ainda pode ser uma boa alternativa para o Grêmio.

Pode dar Darlan na semifinal.

quarta-feira, 22 de março de 2023

Opinião




Infestações 


Este assunto foge do objetivo maior do blog que é tratar do Grêmio e seus desdobramentos. São as "inovações" que as coberturas das jornadas esportivas ganharam nas últimas décadas. A maioria delas, apenas "encheu o saco" de quem era receptor nesta forma de comunicação. 

A motivação deste texto começou pela informação que a Globo encerrou o espaço "Central do Apito". Graças a Deus! eu saúdo. Era um dos mais chatos e improdutivos, dificilmente havia críticas aos colegas de profissão e em alguns casos esporádicos, quando presentes, elas pareciam ser oportunidades para alfinetar antigos desafetos entre os componentes da classe. As emissoras de rádio entraram nessa "vibe" e deram espaços generosos a analistas de arbitragem que em 97% do que diziam, o assunto poderia ser esclarecido pelo comentarista e/ou repórter, sem chances de erro. Um desperdício e uma chatice para o ouvinte.

Não era só isso que infestava as transmissões. Há 10, 12 meses, mais ou menos, as rádios haviam introduzido durante as narrações das partidas, áudios de torcedores "dando o seu recado", uma tortura para quem queria apenas acompanhar o seu time. Fico pensando no poder de argumentação do profissional que convenceu seus pares a colocar essa "grande sacada" nas jornadas esportivas. Deve vender casa incendiando, se deixarem soltar o gogó.

Tem também, a substituição de narradores clássicos por animadores de torcidas, uma aberração que fez escola aqui no RS. Sem falar na ideia de colocar qualquer um a fórceps, assumindo a "latinha", seja nas ondas do rádio, seja na telinha, tratando quem está do outro lado, como um retardado. Parece que basta berrar para "colocar emoção" nas jornadas esportivas, sem falar que na busca pela originalidade, criam termos esdrúxulos para substituir os já consagrados na literatura do esporte bretão. Um verdadeiro "nada a ver".

Por fim, a introdução de mulheres e ex-atletas, ambos despreparados nas coberturas do futebol é outro abalo sísmico no humor do telespectador. Não raro,  a gente se depara com comentários que são verdadeiras agressões à lógica e realidade, que, se ditas por um profissional de carreira, curtido pela experiência para o seu ofício, seriam motivo de demissão. 

Enfim, é a modernidade. Coitado de nós, dinossauros.


segunda-feira, 20 de março de 2023

Opinião




Simplificando 


Com os desfalques + o histórico de atraso da equipe, quando atuam determinados atletas, a escalação do Tricolor para a decisão de Sábado na Arena me parece cristalina: Adriel; João Pedro, Bruno Alves, Bruno Uvini e Reinaldo; Thaciano, Cristaldo, Bitello e Vina; Suárez e Ferreira.

Com o múltiplo Thaciano como volante, a zaga não fica desprotegida e preserva o bom toque de bola, naturalmente, com velocidade e passes mais verticais.

É por aí.

domingo, 19 de março de 2023

Opinião




Vaga ficou mais distante 


Assisti ao vivo até o minuto 35 da etapa final. Saí e retornei agora, ouvi os minutos derradeiros pela rádio Bandeirantes e também, um compacto bem consistente dos melhores lances do GZH, este último apenas para confirmar a penalidade e a forma como Erick bateu. Segue a sina, desde Victor que o Tricolor não tem goleiro pegador de pênaltis. Tiros livres são diferentes; vi esse Kaíque desclassificar o Inter, quando jogava pelo Vitória e também Paulo Victor dar um Gauchão dessa forma.

Confirmou-se a minha afirmação que o Ypiranga era mais time do que o invicto Ferroviário; aliás, o Canarinho não perdeu no Colosso da Lagoa. Tem seus méritos e virou favorito para a vaga no final de semana. É um time arrumadinho, não se abalou com o sufoco que tomou no primeiro tempo.

E o Grêmio? Hoje, sem dúvida, algumas desconfianças se encheram de provas e passaram a ser certezas:

a) A preterição de Villasanti à frente da zaga é um ato imbecil. Ninguém no plantel dá melhor resposta do que ele

b) Suárez, tão sagaz e habilidoso, subestimou a inteligência do arqueiro adversário, achando que ele iria mudar o movimento, apenas porque Suárez batera da mesma forma poucos dias antes

c) Pepê vem num crescendo; merece ser inquestionável neste meio de campo

d) A confiança exagerada do time e Comissão Técnica resultante do número de chances criadas, achando que a bola uma hora entraria, foi "tóxica". No futebol, como na vida, o "quase" é quase nada

e) Alberto Guerra se quiser ver o número de sócios seguir aumentando, as vendas se ampliando, precisa agir "de cima para baixo", pois o regime é presidencialista; ele deve colocar à disposição Diogo Barbosa e Thiago Santos que são "imprestáveis". Não servem

f) Quem pode me responder: quando o time melhorou com o ingresso de Thiago Santos, qual partida dá para dizer: hoje, ele foi importante para o resultado que o time conseguiu. Quem se habilita?

g) Kannemann precisa "rever os seus conceitos", senão, tomará cartão partida sim, outra também.  Afoito é "apelido"

A única possibilidade de botar faixa neste 2023, o Tricolor está deixando escorregar pelas mãos.

Ficou complicado.

sábado, 18 de março de 2023

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (283) - Ano - 1969


O Ocaso do Artilheiro 

Fonte: https://www.palmeiras.com.br/

Contratar atletas em final de exitosas carreiras, realmente, é uma loteria. O Tricolor nos últimos anos trouxe uma série de jogadores, cujo ápice de suas biografias sinalizava ser algo do passado. Ficando como exemplo, os atacantes André, Diego Tardelli, Diego Souza e agora, Luiz Suárez. Experiências frustrantes, outras exitosas.

A volta de Alcindo em 77 foi um acerto, porém, ele foi utilizado em doses homeopáticas; André era o titular, algo que pode ocorrer com El Pistolero em 2023.

Buscando na história do clube, um dos episódios de insucesso mais marcantes na minha infância teve como protagonista o camisa 9 Tupãzinho, gaúcho de Bagé, ídolo do Palmeiras, onde atuou por seis temporadas, 234 partidas e 122 gols; resumindo: não precisava de dois jogos para marcar. Assim, ele entrou para a galeria dos 10 maiores artilheiros da antiga Academia do Parque.

Em 1968, Tupãzinho foi o goleador da Libertadores, mas no final daquele ano sofreu mais uma de suas muitas baixas médicas, em especial, nos joelhos. Foram fatais para o resto de sua carreira.

 No ano seguinte, desembarcava no Salgado Filho para atuar no Tricolor trocado pelo lateral reserva de Everaldo, Zeca. À princípio, um "negócio da China". Não foi. Os números modestos, vide Álbum Tricolor provaram o equívoco. Zeca atuou nos anos mágicos palmeirenses por mais de uma década, sempre como titular. Tupã virou suplente

Uma das virtudes do bageense era bater faltas. E diante do Ypiranga no 27 de Abril daquele ano, ela se fez presente no antigo estádio da Montanha, garantindo o escore mínimo na vitória azul em Erechim.

Sérgio Moacir mandou a campo: Arlindo; Espinosa, Ary Hercílio, Áureo e Everaldo; Jadir e Sérgio Lopes; Hélio Pires (Tupãzinho), João Severiano, Alcindo e Volmir.

Francisco Camargo Neto escalou o Canarinho com: Alcino; Glênio, Mujica, Plínio e Zinn; Lindomar (Arli), Pedruca (Da Silva) e Roberto; Téio, Neco e Ademir Gallo.

Como sempre, os enfrentamentos no interior não são fáceis, em especial, pelo espírito guerreiro que é posto à prova aos clubes da capital. Dessa forma, o primeiro tempo ocorreu equilibrado e o empate sem abertura de placar, considerado adequado.

Na segunda etapa, logo no primeiro minuto, Alcindo sofreu falta. Tupãzinho que começara no banco, ajeitou e, embora a distância considerável da meta de Alcino, desferiu um petardo que se alojou no fundo das redes dos locatários. 1 a 0.

Como numa luta de boxe equilibrada, os adversários seguiram trocando ataques, buscando minar as resistências e acertar o golpe decisivo. Na verdade, o decisivo ocorreu nos primeiros sessenta segundos do segundo tempo, no tiro irrepreensível de Tupãzinho. Um dos nove que marcou, defendendo o Tricolor.

Roque José Gallas foi o árbitro que anulou erradamente um tento gremista neste confronto pela terceira rodada do campeonato gaúcho.

Para a maioria, a lembrança quase única de Tupãzinho no Imortal é a do Grenal de inauguração do Beira-Rio, o da pauleira total, onde apenas Dorinho (Inter), Everaldo e Alberto não foram expulsos. Aliás, Tupã foi um dos destaques nas cenas de pugilismo daquela tarde, mas para mim, fica a do meu primeiro jogo de botões que ganhei de meu pai, São Paulo e Palmeiras, assim como, Vasco e Flamengo, que recebeu o meu irmão. Tupãzinho, não poderia ser diferente, era o artilheiro do time.

Fontes:  Arquivo pessoal do amigo Alvirubro

               https://www.gremiopedia.com

             




quinta-feira, 16 de março de 2023

Opinião




Grêmio avança na Copa do Brasil 

Confirmou-se, o Ferroviário não foi páreo para o Tricolor. Qualquer receio antes do jogo por parte dos torcedores gremistas e de setores da imprensa gaúcha era uma preocupação exagerada. Até afirmo: o Ypiranga é mais perigoso do que o time do Nordeste.

Foram mais de 20 arremates a gol, incluindo uma penalidade máxima e o rebote com o goleiro caído, na primeira etapa. Verdade que quase sofreu gol, antes de abrir o placar nos acréscimos.

O que fica como lição destes últimos jogos é uma versão da história do cobertor curto; o Grêmio ataca forte, produz chances de gol como há muito tempo não registrava, porém, para o nível de adversários enfrentados, a defesa está exposta em demasia. Desconfio que a primeira medida a ser adotada é a volta de Villasanti á frente da zaga e repensar as laterais, seja em nomes, seja em posicionamento.

Vi o Ypiranga contra o Bragantino; uma vitória sem questionamentos do time de Erex(ch)im sobre um clube de Série A. Desconfio que o gramado prejudicou muito os visitantes, mas não foi só isso. 

Um empate no Colosso da Lagoa não será um mau resultado.

Voltando ao confronto desta noite; boas partidas de Bruno Alves e Cristaldo, o banco fez bem ao Ferreira que entrou mais ligado,  inclusive marcando gol. A concorrência é uma arma para Renato.

quarta-feira, 15 de março de 2023

Opinião




Favorito, sem dúvida

O Tricolor deve colocar a "carapuça" de favorito diante do Ferroviário do Ceará e avançar com certa tranquilidade nesta fase da Copa do Brasil. Não se trata de desrespeito, mas de uma realidade. Clube, tradição, elenco, Arena,  jogadores rodados, até mesmo os mais jovens, tudo isso não deve ser ignorado em qualquer análise sensata.

O grande incômodo gremista é a lista de selecionados para o enfrentamento; lá estão Diogo Barbosa, Lucas Silva e Thiago Santos, isto é, certeza de mexidas equivocadas durante a partida.

No mais, chance para ver o esquema sem o "quebrador de linhas", que vem apresentando evolução.


segunda-feira, 13 de março de 2023

Opinião




Um Problema logo ali adiante 

Estava pronto para escrever sobre o assunto; esperei e vi a ZH se antecipar com muito mérito a questão inadiável para logo ali adiante, após o Regional; qual seja, a aposentadoria de Diego Souza e o buraco que ficará na posição de centro avante. Não creio que  passe pela cabeça do craque a possibilidade de se arrastar em campo, depois de uma carreira vitoriosa. Seria uma mácula. Mácula evitável.

Como Suárez é o "cara", amplia-se a sensação de preenchimento, de ocupação, de satisfação da camisa 9. Na verdade,  uma armadilha que poderá custar caro ao Tricolor, se não cuidar desta realidade com a competência e atenção que ela merece. Luizito não atuará em boa parte da temporada, com certeza.

Se o protótipo "Diego Souza", mistura de técnica, força e inteligência inexistir no mercado, a Direção terá que buscar um perfil que contemple uma parcela destes predicados presentes no Tanque.

À princípio, não parece tarefa fácil, mas é o Grêmio, um clube de ponta do futebol brasileiro, portanto, deve exercer um fascínio sobre boa parte dos profissionais da bola.


domingo, 12 de março de 2023

Opinião




Brenno garante a invencibilidade gremista no ano 


Demorei para postar, porque assisti apenas os 35, 40 minutos iniciais do jogo de ontem, mas dá para afirmar sem erro, que o goleiro gremista foi fundamental para o placar se segurar no 0 a 0. Uma atuação irrepreensível de Brenno, o que apenas comprova o excelente trabalho das diversas etapas na formação dos profissionais desta posição. 

Vi igualmente, os melhores momentos e a "batida" não foi diferente com o camisa 1 brilhando na etapa final. Se tem uma característica para classificar a partida pelo lado gremista é a do desentrosamento. O time errou muitos passes,, em especial, Darlan nos de pequena distância, nos lançamentos a média distância, ele foi melhor, mas é pouco o que apresentou.

Li que os meninos foram bem; Zinho, acima deles. Acho que ambos (há Rubens) podem, com justiça, ter idênticas oportunidades que são dadas a Gustavinho, por exemplo.

Sobre as semifinais: são dois jogos, o que o Tricolor não pode é repetir o que ocorreu em 2000, quando tomou 3 a 0 contra o Caxias e depois o caldo entornou. O Ypiranga é um time arrumadinho.

Do outro lado, o Caxias tem mais condições de aprontar contra o Coirmão do que o Canarinho de Erechim. É meu palpite.

Agora, olho no Ferroviário cearense pela Copa do Brasil.

quinta-feira, 9 de março de 2023

Opinião




O Arrumador de Time 

Existem jogadores que são daquela classe especial, aqueles que chamamos de "arrumadores de time". Aqui, uma ressalva, não são chamados de possuir "grande importância tática", embora isso seja parte fundamental de suas biografias. Por que não são chamados assim? Porque possuem outras "valências", outros predicados, que, no mínimo, se equiparam a decantada importância tática. Citarei alguns: Paulo César Lima, o Caju, no Botafogo, bi campeão de 67 e 68; Tadeu (Ricci) no Tricolor de Telê, Valdo no Grêmio Show de Otacílio, Paulo Cesar Tinga em 2001, o tetra da Copa do Brasil e, claro, alguns operários também, caso de Ramiro em 2017.

Neste time de Renato, versão 2023, um jogador parece, repito, parece ter essa condição. É Vina. Com ele, o futebol de Cristaldo, Bitello e até Pepê + Carballo ficou mais vistoso e mais consequente. Com o tempo e alguns ajustes, a bola vai chegar mais "redonda" para Luizito Suárez.

Tomara que não seja apenas precipitação minha.

terça-feira, 7 de março de 2023

Opinião




Armadilhas 

O Grêmio saiu vitorioso do Clássico, não ouvi e li nenhum texto/opinião contrariando a justiça do triunfo. Um fato incontestável para pessoas de bom senso, porém, "aí é que mora o perigo". Por que?

Porque, a fala de Renato no pós jogo já vira combustível para o outro lado. Há de haver cuidado com a análise desta vitória, pois são equipes de mesma grandeza.

Se houver mais dois Grenais, este de Domingo se tornará, de imediato, o menos relevante dos três. Página virada. Também, historicamente, em equipes equilibradas, a que perdeu, sempre terá motivos para olhar os novos desafios com mais concentração em busca de ajustes.

É uma armadilha que o Tricolor precisa se precaver; aliás, tratando de armadilhas; uma mais antiga, sedimentada na insistência do técnico e igualmente, sedimentada na aversão oriunda na  torcida é a presença de Thiago Santos no elenco. Para reforçar o que escrevo, recordo a passagem de Bressan e o que postei sete meses antes dele fazer a péssima e comprometedora participação naquele Grêmio versus River Plate em Outubro/18. Eis o texto de Março/18: Atento aos Sinais.

Insistindo com o camisa 5, o desfecho será trágico, tal qual ocorreu com Bressan. Uma hora, a falha não será amenizada pela vitória como se deu no Clássico.

A justificativa de sua manutenção por que é "bom de vestiário" segue a mesma linha que mantinham Marcelo Oliveira, um "líder do grupo" e Alisson, o "importante taticamente". Todos sabemos que ambos não deixaram saudades.



domingo, 5 de março de 2023

Opinião




Grêmio vence bem o Clássico 

Foi um grande Grenal, os times jogaram para frente na maioria do tempo, em especial, o Tricolor, tanto que os gols dele foram feitos aos 48 min do primeiro tempo e 49 na etapa final.

Foi o teste que o time de Renato precisava, o adversário? O mais difícil de sua história e é o atual vice campeão brasileiro, também, porque está reformulando o elenco. Foi aprovado.

A pegada necessária apareceu, jogaram na bola e muitos dos meus receios não se confirmaram; os laterais, os três tiveram bons desempenhos (Fábio, João Pedro e Reinaldo). A zaga soberba, o gol do Inter não passou por Bruno Alves e Walter Kannemann, aliás, este, o dono do jogo. Excelente.

Renato acertou com Villasanti, idem, quando optou por Carballo na precoce saída do paraguaio. Cristaldo e Bitello em alto nível. Um pouco abaixo, Suárez e Vina, mesmo assim, de boas atuações, assim como Pepê e Adriel, tranquilo.

O ingresso de Thiago Santos trouxe um fato bom e outro ruim. O negativo é a sua própria escolha, que quase comprometeu a vitória; o bom, porque empurrou Carballo para a "segunda" do meio de campo, o que oportunizou a chegada do uruguaio até a área no "apagar das luzes" para definir o placar final do clássico. O ingresso do camisa 5 (a usada por Dinho!!!) é baseada numa das maiores mentiras que segue sendo repetida "ad eternum", qual seja, que ele fecha o setor defensivo.

Esse vitória é importantíssima, mas tem, contrariamente, a chance de "vacina" por parte da turma do Beira-Rio. O Grêmio precisa compreender isso. Saber entender o resultado, o impacto os dois lados.

 Por enquanto, hora de comemorar.


sábado, 4 de março de 2023

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (282) - Ano - 1977


Vamos "caciar", Telê? 

Fonte: Revista Placar

Existem eventos cujas análises parecem nunca se esgotar: as Copas de 50, 70 e 82, a Batalha dos Aflitos em 2005 e o inesquecível título gremista de 1977. São muitas histórias que vem à tona ao longo dos anos. Esta é mais uma delas.

Já escrevi que Telê Santana não foi o maior treinador do Imortal, mas, com certeza, o melhor. Seu trabalho de garimpeiro e ourives realizado em sua curta passagem pelo Tricolor encontra raros exemplos com tanta visibilidade, repletos de ousadia e sucesso, atitudes como liberar o excelente ponta esquerda Ortiz, um expoente do drible e da ofensividade, que seria campeão mundial titular pela Argentina no ano seguinte, para trazer um menino do América Mineiro, jovem rebelde de 19 anos, de personalidade forte com um canhão na perna esquerda; Éder. Ele veio para inscrever seu nome nos anais do clube. Ou ainda, "desaposentar" o beque Oberdan, que passou boa parte da carreira no banco do Santos. Chegou para acabar com os gols aéreos do principal rival; mais ainda, deslocar o hesitante Tarciso para a ponta direita, fato que o levou à Seleção. 

Telê buscou gente não apenas para titular; segurou o ponta Zequinha, aceitou Alcindo, trouxe o experiente lateral direito Paulo Cesar Martins, indicação de Tadeu (Ricci), testou meninos da base, Leandro e Tia Joana, e pinçou outros do interior gaúcho, como o zagueiro Cassiá. 

 Jorge Antônio Dornelles Carpes ganhou esse apelido na infância. Piá e caçula de seis irmãos, pedia a eles que o levassem: - vamos caciar? referia-se a pardais e juritis. Assim, virou Cassiá até para a vida pública, depois da bola, quando se tornou vereador, deputado estadual e candidato a vice-prefeito de Porto Alegre.

Pois bem, ele era beque do Internacional de São Borja, tinha a braçadeira de capitão e o mesmo porte de Figueroa. Se algum  desavisado visse o alvirrubro de São Borja atuando, poderia confundir com o da capital, pois veria à distância, Figueroa (Cassiá) e Caçapava (o zagueiro Aguiar) pela tremenda semelhança entre eles. Depois da fusão entre o Inter e o Cruzeiro (Associação São Borja), o time fronteiriço veio encarar o Grêmio no Olímpico no dia 04 de Maio. Levou um vareio: 5 a 0, gols de Oberdan (2), Eurico, Alcindo e Tarciso. Para complicar, Cassiá se envolveu em uma confusão com Oberdan e recebeu o cartão vermelho. Era a primeira vez que Telê via o defensor. Tinha tudo para ser uma jornada ruim para o camisa 3 do São Borja. Goleado e expulso.

Telê pensou diferente ante à superficialidade dos fatos, porque passado um mês, 05 de Junho, Cassiá estreava em seu novo clube, o Grêmio Porto-Alegrense, diante do Atlético em Carazinho; desta vez, uma goleada a seu favor (4 a 0).

Nos dois últimos Grenais (18 e 25/09) do Gauchão, com a lesão de Ancheta, cirurgia de menisco, o são-borjense atuou com naturalidade, venceu os dois clássicos e saiu no poster do campeão estadual.

Perguntado se não teve medo daqueles enfrentamentos, respondeu:- Não sei o que é isso. Sou de uma terra, onde as pessoas, se tem que fazer alguma coisa, vão e fazem.

Cassiá foi mais um dos muitos acertos de Telê Santana numa época em que as informações chegavam escassas e cheias de incertezas. Mas o olhar clínico do Mestre se fez presente e mudou o destino do zagueiro.

Fontes:  Revista Placar

               Arquivo pessoal do amigo Alvirubro

               Arquivo Histórico de Santa Maria

               Correio do Povo


quinta-feira, 2 de março de 2023

Opinião




O Lado Perverso da Parceria 


De repente (e foi realmente assim), o centenário clube emerge da Série B com modestas expectativas para o ano seguinte "no lugar de onde nunca deveria ter saído". Sua torcida apaixonada, de forma idêntica, quase resignada, apenas espera títulos modestos e boas campanhas em certames maiores. E aí entra o "de repente"; a nova Direção se mostra arrojada, encontra torcedores "abnegados", cheios de grana e o milagre acontece: um astro de primeira grandeza aceita vestir o manto do clube. 

Os torcedores cheios de grana trazem os atletas escolhidos a dedo pelo treinador que, desta vez, poderá ter todo um elenco "para chamar de seu". Com isso, a torcida se assanha; dá rápida resposta financeira, tudo parece um conto de fadas. No entanto, olhando bem, os torcedores cheios de grana não são mecenas, são investidores (e que bom que eles existam) e por essa lógica, eles querem seus jogadores entre os titulares. 

Com frases certeiras atingem de morte a independência do técnico. Mesmo sem métodos mafiosos, talvez, apenas com as tais frases certeiras e calculadas, sentenciam: - Veja bem! você me pediu o cara, ele veio, então, tem que jogar.

O treinador olha, mede as palavras, lembra que esses investidores que trouxeram atletas menos salientes são os mesmos que viabilizaram o extra classe incontestável e ... cede. Foi-se a sua propalada autonomia na casamata e no vestiário.

O volante de melhor desempenho tem que assistir do banco os novos à sua frente na preferência do comandante técnico e as experiências que poderiam dar alternativas ao setor que atuam ficam "sonegadas", porque se derem certo, viram solução para o time, mas um problemaço para o técnico e investidores. Melhor não!

 Deixa assim.


Opinião

 



Excelente Estreia


O pontapé inicial do Grêmio em busca do sexto título da Copa do Brasil foi muito bom. Era o Campinense, mas o ano passado era o Mirassol e algumas edições anteriores, o time nem sempre saiu com uma vitória convincente.

Foi 2 a 0 "apenas", mas existe um explicação bem visível: a grande atuação do arqueiro Otávio. Se ele não estava "de aniversário", não ficará muito tempo por lá. Evitou uma goleada.

Do jogo em si, mais uma vez o óbvio, isto é, Villasanti é titular fácil, fácil. Cristaldo cresce a cada jogo, virando uma bela parceria com Bitello, com isso, a bola está chegando em Suárez, que deveria ser sempre a primeira intenção dos 11 em campo.

Vina e Ferreira farão uma boa briga pela vaga da esquerda. A lamentar, a inexistência até agora da experiência de Villasanti e Carballo juntos nas duas primeiras funções do meio. Desconfio que Renato tem medo que funcione.

Os gols foram de bela construção, cada um. No primeiro, Suárez "pifou" Cristaldo, que chegou arrematando; no segundo, Ferreira contou com a hesitação da zaga, aí, bateu no canto na sua forma mais conhecida de arremate.

Domingo, o Tricolor terá o primeiro grande teste para o seu arqueiro, para a zaga, em especial, os laterais, enfim, até para o ataque que parece ser a melhor novidade de 2023.

quarta-feira, 1 de março de 2023

Opinião




O Caminho possível para a Libertadores 

Acho que é consenso que a Copa do Brasil é o caminho mais viável, "palatável" para o momento do Tricolor, pelo histórico do clube na competição, por seu formato de disputa e, principalmente, pela dificuldade do Brasileirão deste ano.

Seu início coincide com a chegada do terceiro mês de 2023, período em que as "coisas" vão se resolver nos regionais do Brasil, onde o Tricolor é aquele que tem apresentado os melhores resultados. Até o momento, ele "correu" sozinho esta raia, mas falta o grande teste no final de semana, se o clássico não for esvaziado pela colocação de times alternativos.

Para esta Quarta-feira,  não se espera outro resultado que não seja a classificação. Nela, duas novidades entre os titulares, na minha concepção, dois acertos, mesmo que sejam motivados pelo aleatório, no caso do paraguaio: a permanência de Adriel e a volta de Villasanti. 

Tudo com eles!