Pequenas Histórias (279) - Ano - 1969
O Hat Trick do Touro
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Fonte: https://terceirotempo.uol.com.br |
Luizito Suárez estreou com um hat trick, isto é, três gols numa única partida; antigamente, acho que esse feito era chamado de "barba, cabelo e bigodes". Um feito, sem dúvida.
Lembro do Mazinho, atacante do Santos que veio trocado por Alcindo, estreando com três gols em cima do Newell's Old Boys no ano de 1972. Devem haver outros hat tricks, (Barcos?), não lembro. Mas pesquisando sobre os confrontos entre Grêmio e Brasil de Pelotas, me deparei com esta partida ocorrida em 08 de Maio de 1969, quando Hélio Pires, um atacante apelidado de Touro, pela sua força física, marcou três vezes, um 3 a 0 sobre a equipe pelotense.
Hélio já estava na história do clube, porque poucos dias antes, assinalou o primeiro tento gremista em jogos no Beira-Rio. Jogou com destaque também no Coritiba e Santos, além de outras agremiações menores. Aliás, o Tricolor teve outros atletas que tiveram a mesma trajetória (atuação no Coxa Branca e Peixe) como Negreiros e Oberdan.
O Tricolor de Sérgio Moacir não contou com o arqueiro Alberto e o centro avante Alcindo; desta forma, ele escalou: Arlindo; Valdir Espinosa, Ari Hercílio (Renato), Áureo e Everaldo; Jadir e Sérgio Lopes; Hélio Pires, Joãozinho, Tupãzinho e Volmir.
O Brasil do treinador Osvaldo Barbosa teve três atletas que vestiram/vestiriam a camiseta gremista (Suli, Otacílio e Torino): Suli; Adilson, Joceli, Moacir e Manuel; Otacílio, Marcos e Torino. Vanderlei, Maneca (Ataíde) e Aldir, o Tartaruga.
Com amplo domínio do Grêmio, o adversário se postou na defensiva e aguentou a igualdade no placar até a meia hora do primeiro tempo, quando Hélio Pires aparou cruzamento de João Severiano, o Joãozinho e cabeceou, vencendo Suli. 1 a 0.
Aos 38 minutos, o Touro driblou dois zagueiros, esperou a saída do arqueiro, trocou de pé e mandou para as redes. 2 a 0; final da etapa inicial.
Visivelmente desacelerando, o Grêmio conduziu o tempo derradeiro com cuidado e pouca exposição, ainda assim, ampliou o placar com o mesmo Hélio Pires, que recebeu ótimo lançamento do centro avante Tupãzinho: 3 a 0.
Dois minutos depois, Volmir entrou na área, ia passando por Suli, que derrubou o ponta esquerda; pênalti; surgiu a chance de aumentar a goleada, no entanto, Espinosa cobrou mal, fora do arco, inclusive. Tiro de meta para o Xavante.
Luis Torres foi o juiz deste enfrentamento, onde o Tricolor garantiu o título do seu grupo para decidir o Gauchão.
Hélio Pires faleceu no 08 de Janeiro do ano passado. Foi um atacante que "brincava" com a 9, 8 e 7 do ataque. Para quem nunca foi titular absoluto teve uma boa média no Imortal, em 50 jogos, marcou 19 vezes.
Fonte: Arquivo Histórico de Santa Maria
Correio do Povo
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