Pequenas Histórias (266) - Ano -1976
Tempos de Nostalgia
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Fonte: Revista Placar |
Houve tempos em que enfrentamentos entre Ponte Preta, Guarani e a Dupla Grenal eram jogos memoráveis, de resultados imprevisíveis, independente do local dos confrontos.São instituições antigas, fundadas nos primórdios do esporte bretão no Brasil: Ponte (1900), Grêmio (1903), Inter (1909) e Guarani (1911). Dispensável também, afirmar que compõem rivalidades fortíssimas e semelhantes, em especial, entre os torcedores, mas chegando à imprensa, sem dúvidas. Grenal e Derby Campineiro são marcas tradicionais em qualquer biografia sobre o futebol nacional.
Houve tempos sim, em que os clubes campineiros forneciam mais atletas do que a Dupla Grenal para o Selecionado Brasileiro, incluindo aí, participações nos escolhidos para as Copas do Mundo. Waldir Perez, Carlos, Édson, Oscar, Juninho, Pollozzi, Chicão (volante), Júlio César, Amaral, Renato, Zenon, Ziza, Careca, Ricardo Rocha, Evair, João Paulo, Neto, Amoroso, Chicão (centro avante), Luizão, saíram de Campinas para a Canarinho pela primeira vez, fora os que chegaram ao Bugre e a Macaca, já tendo vestido a Amarelinha (Flecha, Djalminha, Mário Sérgio, André Catimba, Campos etc...). Eram potências no futebol. Isso ficou para trás; Grêmio, Ponte Preta e Guarani se digladiam na Série B. O Inter quase conseguiu o mesmo "feito".
Em 1976, o Brasil conquistou o torneio do Bicentenário dos Estados Unidos; no grupo estavam Falcão e Lula (Inter), Beto Fuscão e Neca (Grêmio), Amaral e Flecha (Guarani). Para se ter ideia da importância do dono do Brinco de Ouro da Princesa, basta olhar a foto acima, onde estão cinco jogadores com passagem pela Seleção e Flecha, ponta titular, está ausente nela.
Naquele ano, últimas rodadas do Brasileirão, O Tricolor recebeu o Guarani no Estádio Olímpico, no dia 07 de Novembro. Telê Santana escalou: Cejas; Eurico, Ancheta, Beto Fuscão e Bolívar; Vitor Hugo, Alexandre Bueno e Luis Carlos (Alcino); Zequinha, Tarciso e Yúra (Gino).
Dorival dos Santos utilizou: Neneca; Miranda, Estevão, Nélson e Deodoro; Flamarion e Zenon; Flecha (Roberto), Renato (Campos), André e Ziza.
A primeira grande chance foi do Guarani com Flecha batendo forte para fora; decorriam 8 minutos. Aos 19, André (Catimba) recebeu passe do ainda menino Renato Pé-Murcho e fuzilou o arqueiro Cejas. 1 a 0. Telê anotou em sua cadernetinha o nome do centro avante, com certeza. Iria buscá-lo no ano seguinte.
O Grêmio pouco fez nesta etapa e sua grande chance ocorreu no ocaso (44 min) com Yúra arrematando fraco para a defesa de Neneca.
No segundo tempo, o time de Telê voltou mais acelerado e organizado e logo aos 7 minutos, Eurico e Zequinha trocaram passes, o ponta cruzou e Yúra surgiu na área, empatando a partida. 1 a 1.
O Imortal seguiu superior ao adversário que conseguiu manter o empate.
O juiz foi José Roberto Wright, que assim como Grêmio e Guarani, seguiria em carreira ascendente nas próximas temporadas.
Hoje, o Tricolor encara o time de Campinas, porém, depois de ostentarem o título máximo do Brasileiro, suas realidades são bem diferentes. Ambos lutam para sair da zona de rebaixamento da Série B.
Fontes: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro
Arquivo Histórico de Santa Maria
Gremiopedia