Hibernando
Gustavo
Santaolalla, 70 anos, argentino, um dos maiores guitarristas do planeta, ilustre ex-integrante da banda Arco Iris, vencedor de vários Grammys e de dois
Oscars por trilhas sonoras, além de consagrado produtor, há alguns anos recebeu
uma pergunta provocativa: O rock’n’roll morreu? - questão causada pela queda de vendas e popularidade do gênero musical.
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Não, o rock está apenas hibernando. Esta, a resposta sensata e de certa forma,
confiante e esperançosa do mestre portenho, há anos radicado nos EUA.
Pois,
ontem, olhando exatos 70 minutos (25 + 45) de Inter 1 x 1 Atlético Goianiense
no Beira-Rio, quando o time do Planalto Central deu um banho de bola no
anfitrião, situação que associada aos péssimos desempenhos gremistas, que vão além
dos maus resultados e a luta atroz do Juventude para escapar do Z 4; me obrigou a fazer a
seguinte pergunta: - O futebol gaúcho morreu?
Este
estado de coisas como a ideia de futebol “reativo”, de “saber sofrer”, goleiros
e zagueiros trocando passes infrutíferos, aquisições de jogadores
descompromissados, alguns limitados, a maioria com preços de “extra-classe”,
dirigentes ineptos e inaptos, tudo isso, está cobrando um preço bem salgado
para quem gosta do esporte ou ama o seu clube aqui no Sul. Tão amargo que está afastando
velhos torcedores e despertando a indiferença entre os mais jovens, além, óbvio, de afundar os clubes num mergulho veloz em direção ao fundo do poço de cada competição que disputam.
A
minha esperança é que esse momento dos gaúchos seja bem passageiro, ainda assim, que deixe um aprendizado ao universo futebolista local, que possibilite num futuro bem próximo, décadas de êxitos e imenso sucesso.
Com
uma ponta de esperança, eu espero que os clubes gaúchos, em especial, o Grêmio, estejam apenas hibernando.