Pequenas Histórias (296) - Ano - 1978
1978 - O Brasileirão Incompreensível
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Fonte: Arquivo Alvirubro |
Gosto do campeonato de turno e returno, pontos corridos. Acho que é o mais justo, não lembro de algum que se diga, venceu, mas não fez a melhor campanha. E tenho motivos para acreditar nisso.
Em 1974, o Grêmio fez melhor campanha que os finalistas (Cruzeiro e Vasco da Gama). Conquistou 38 pontos em 24 jogos, campeão e vice chegaram a 40, realizando ambos, quatro partidas a mais.
Em 1977, o Atlético Mineiro perdeu de forma invicta, o campeonato. Mais pontos, maior número de vitórias, o artilheiro do campeonato (aliás, a ausência de Reinaldo na decisão, mostrou-se decisiva para a perda), seu goleiro pegou 2 tiros livres na decisão, após a prorrogação, só que Cerezzo, Joãozinho Paulista e Márcio, todo eles, isolaram a bola por cima do travessão. E diz a lenda que Valdir Perez foi o grande herói nas cobranças. Deve ter tirado com os olhos.
Outro campeonato de difícil entendimento, a não ser pela justificativa do formulismo foi o de 1978, quando Grêmio perdeu apenas 2 partidas em fases menos importantes para Londrina e Ceará, ambas fora do Olímpico, bateu o Inter, Botafogo e São Paulo, todos em seus redutos, mas na fase decisiva, encarou o Vasco da Gama em confrontos de ida e volta, quando empatou ambos por 1 a 1 e ficou de fora das semifinais que tiveram Guarani (que foi primeiro do seu grupo) + os segundos (Inter, Palmeiras e Vasco da Gama). Santa Cruz, Bahia e Grêmio, não fizeram valer o primeiro lugar nos mata-matas.
Aqueles empates, quando passou o clube carioca, para mim, deu por encerrado o ciclo marcante de Telê Santana no Imortal, mesmo que tenha disputado o Gauchão (e perdido) no final do ano.
Desse campeonato, relembro aqui, um triunfo magnífico em 02 de Julho, diante do campeão brasileiro em pleno Morumbi.
Disputa de dois treinadores gigantes, Rubens Minelli e Telê Santana numa tarde em que retornavam ao time do Morumbi, Valdir Perez, Chicão e Zé Sérgio, o trio são-paulino que disputou a Copa da Argentina finalizada uma semana antes. O comandante técnico paulista havia assistido a Copa do Mundo, onde virou celebridade, dando diversas entrevistas sobre táticas modernas, pois Minelli havia ganho três Brasileiros consecutivos (75, 76 e 77). Já o Tricolor do Sul estava sem o lateral Eurico e o ponta esquerda Éder.
O São Paulo, franco favorito e confiante, jogou-se ao ataque, mas encontrou em Vitor Hugo, Ancheta e Vicente, um trio em estado de graça e aos 16 minutos, Tadeu, o camisa 8, lançou espetacularmente o centro avante André, que na saída do arqueiro, não vacilou. 1 a 0.
O Grêmio passou a ter o controle das ações e o adversário apenas assustou aos 19 minutos do segundo tempo, quando Milton da Cruz exigiu um milagre de Walter Corbo, que garantiu o placar. O Imortal ainda teve duas oportunidades de ampliar, novamente com André Catimba, aos 35 minutos, mais um lançamento de Tadeu Ricci, que o goleiro defendeu e aos 42, momento em que o camisa 9 gremista bateu sobre o arco são-paulino.
Ficou assim; mais uma vitória importante fora de casa e o sonho do primeiro título nacional se manteve vivo até aqueles dois empates contra o Vasco.
Volta e meia, me deparo, analisando os jogos daquela versão do campeonato de 78, tentando entender, onde foi que ele escapou. Deve haver uma razão.
Numa coincidência feliz, três anos passados (81), o centro avante era mais jovem, o placar, o mesmo 1 a 0, na casamata gremista, outro gênio, o estádio, o Morumbi. Houve o acréscimo de uma volta olímpica e festa, muita festa.
O Morumbi me traz boas lembranças.
Fonte: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro
Arquivo Histórico de Santa Maria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%AAmio_Foot-Ball_Porto_Alegrense