O "Se" na vida gremista
Leio que a decisão de Flamengo x Atlético Mineiro serviu para constatar a distância destes clubes (e outros como o Palmeiras e Botafogo) para a Dupla Grenal. Verdade, porém, essa diferença financeira não impediu o Tricolor de ganhar o Brasileirão do ano passado. Não foi o avassalador distanciamento econômico-financeiro que deixou o Grêmio com duas vitórias a mais do que o campeão e apenas dois pontos atrás, de botar a mão no caneco.
Vale recordar os dois desastres em casa, derrotas para o Corinthians que jogou com 10 atletas a maior parte do tempo e Athlético Paranaense com gol do zagueiro Kayke Rocha nos acréscimos. Onde o fator financeiro contribuiu para essas derrotas? Dois resultados em igualdade diante destes times na Arena, o título de Davi contra Golias estaria na casa do Imortal sem nenhuma epopeia imortal. Seria ao natural.
Faltou a visão da Direção que não ousou na busca por um goleiro. Mediu mal a relação custo-benefício.
Esse foi um "Se" negativo na vida gremista, mas há um "Se" positivo. Vejam o que segue:
Se a bola rifada por Nathan Fernandes no Maracanã, diante do Fluminense aos 49 minutos da etapa final ganhasse um pouco mais de força, ela chegaria fácil para o arqueiro Fábio e não haveria a penalidade e a derrota seria uma certeza. Ali, o Grêmio ganhou um ponto importantíssimo.
Se, mesmo a bola batendo duas vezes na trave de Marchesin ou desconsiderando as suas 14 defesas espetaculares, os chutes de Raphael Veiga e Gustavo Gómez, amplas chances de gol, parassem na redes azuis, o resultado seria uma goleada de 3 a 0 e a crise seria multiplicada várias vezes em sua potência.
Estaria o Tricolor com uma distância de dois pontos, também, da zona de rebaixamento e com o psicológico em frangalhos.
Na hora de planejar o ano seguinte, os mandatários da instituição precisam levar em consideração as hipóteses, isto é, os "Ses" que impediram o título em 2023 ou os momentos cruciais pela luta contra o rebaixamento, a Série B em 25.