O que se noticia é a provável chegada ao Grêmio de dois jogadores de situação curiosa, ou seja, causam estranheza.
Gonzalo Carneiro é um atacante uruguaio de 22 anos, cujas referências são positivas;"Letal dentro da área", assim se pronunciou seu treinador. Há outras manifestações sempre exaltando as qualidades do atleta. Porém, me chama a atenção que Gonzalo, que não é nenhum "guri" no mundo cada vez mais precoce do futebol, jogando num país de população próxima de 3 e meio milhões de habitantes, não tenha passagem pelo seu selecionado nacional. Aí, a minha observação de "estranheza".
O Grêmio não tem tido sorte com uruguaios nestes últimos anos: Richard Morales e a "família" Rodriguez (Maxi, Christian e Braian) estão aí para provar.
Maicosuel, jogador rodado de 31 anos; biografia interessante na nominata dos clubes por onde andou: Cruzeiro e Atlético Mineiro + Palmeiras e São Paulo, ainda Botafogo, Udinese e Hoffheim; chega cercado de muitas desconfianças, sejam comportamentais ou físicas.
Atualmente, ele está vinculado ao São Paulo, indo o contrato até 2019. O que é estranho na sua liberação? Suas características de jogador veloz, driblador e de lado do campo estão cada vez mais raras no futebol brasileiro. Todo mundo deseja um atleta assim; inclusive o próprio Tricolor paulista.
Enfim, se o Imortal conseguir manter Geromel, Kannemann, Arthur e Luan, dá para engolir apostas como Madson e Alisson, por exemplo, entretanto, se um deste quarteto sair, contratações como essas duas (Maicosuel e Carneiro) e as demais recém chegadas, passam a ser mais do que aposta, um negócio de risco desnecessário.
terça-feira, 30 de janeiro de 2018
Álbum Tricolor (112)
DENER
RBS / ZH
Nome: Dener Augusto de Souza.
Apelido: Dener.
Posição: Meia-atacante.
Data de nascimento: 2 de Abril de 1971, São Paulo,
SC.
Data de falecimento: 18 de abril de 1994, Rio de
Janeiro, RJ (23 anos).
JOGOS PELO TIME PRINCIPAL DO GRÊMIO
27 jogos (13 vitórias; 9 empates; e 5 derrotas).
Marcou 4 gols.
ESTREIA NO GRÊMIO
20.05.1993 - Grêmio 3x4 CR Flamengo (RJ) - Copa do
Brasil
GFBPA: Eduardo Heuser; Jackson, Paulão, Geraldão e
Eduardo; Pingo, Jamir, Juninho (Júnior) e Dener; Fabinho e Gílson (Caio).
Técnico: Sérgio Cosme Cupelo Braga.
ÚLTIMO JOGO PELO GRÊMIO
25.08.1993 - Grêmio 1x1 Cagliari C (Itália) - Amistoso
GFBPA: Danrlei; Jackson (Odemílson), Paulão,
Luciano e Itá; Pingo, Carlos Miguel e Dener; Fabinho (Marco Aurélio), Gílson
(Charles) e Adil (Sérgio Winck).
Técnico: Luiz Felipe Scolari.
CARREIRA
Portuguesa-SP (1989 a 1992); Grêmio-RS (1993);
Portuguesa-SP (1993); Vasco da Gama-RJ (1994).
(*) Os dados aqui publicados não são
oficiais. Dizem respeito às informações contidas no arquivo do autor.
Acompanhando as análises e conclusões da imprensa e até de jogadores do grupo principal sobre a campanha ruim do grupo de transição, a conclusão é que foi vergonhosa a participação e inaceitável (para alguns).
Da forma com foram colocadas estas análises, os jogadores ficaram numa situação constrangedora; aí está um erro gigantesco na minha modesta avaliação. Explico:
O grupo estava desentrosado, provavelmente, nunca jogou junto duas partidas seguidas, isso considerando a piazada; acrescentando os "enxertos" cascudos, ingressando sem um critério razoável, apenas no nome ou para ganhar ritmo, os onze que começaram os jogos sentiram muito.
Além disso, a condição física despencou nas etapas finais destes quatro confrontos, vale a máxima, time desorganizado, corre dobrado; eu acrescentaria: E cansa mais e mais cedo.
Outro erro de avaliação é achar que apenas por serem profissionais de Grêmio, o terceiro time vai fazer frente aos "modestos" times do interior + São José e Cruzeiro. Não, não é assim. A diferença se existe, não é "abissal" que permita encarar "mano a mano".
Agora vem um porém nessa história toda: Todas essas dificuldades que enumerei acima poderiam ser atenuadas se no comando técnico estivesse um treinador com mais capacidade (pelo menos, nesta empreitada). Cesar Bueno se mostrou incapaz de organizar o time em cada um dos quatro jogos, invariavelmente mexendo mal durante as partidas e acabou se sublimando diante do São José, quando desarrumou ainda mais o time na escalação inicial.
A mim, a má campanha não surpreendeu, talvez tenha ficado um pouco abaixo do que esperava; para confirmar, deixo este link de uma postagem realizada em 18/01, vide A Primeira Impressão, onde eu já previa a consequência desta empreitada.
Finalizando; atirar pedras como estão fazendo alguns segmentos esportivos no grupo de transição, além de precipitado, é equivocado.
O time de transição encarou o quarto compromisso pelo Gauchão e ao contrário do que se espera de um clube grande que esbarra em dificuldades que são repetitivas, piorou.
Primeiro, a mim, o Zequinha se mostrou mais organizado do que o trio de oponentes anterior (São Luiz, Caxias e Avenida); simplesmente não deu chances ofensivas ao Grêmio. Fábio, veterano arqueiro de Cruzeiro e do próprio São José, cortou apenas um cruzamento na etapa final. Um grande e privilegiado assistente da partida.
As mexidas do treinador gremista não surtiram efeito; a saída de Guilherme Guedes matou a saída pelo lado esquerdo, a "empurrada" de Lima para o comando do ataque afundou o menino, que jamais poderá jogar naquela posição. O time, repito, piorou.
Mendonça, o jovem zagueiro, se não tem idade para voltar a base, deverá ser emprestado, Bruno Grassi mostrou-se um "imã" para atrair bolas enforcadas e tresloucadas que invariavelmente, tomavam o rumo do fundo do seu arco.
De positivo, a esperança de ver Jean Pyerre, Pepê e Mateus entre o elenco principal.
Madson, Leonardo Gomes, Alisson e Paulo Miranda são outros atletas que devem ser melhor observados. Qualquer conclusão agora sobre a qualidade do quarteto é precipitada.
Quem perdeu a oportunidade foi o treinador Cesar Bueno. De seu trabalho, não sobrou nada de elogiável. Nem suas entrevistas.
Comenta-se que a janela de contratações para a Europa fechará no final de Janeiro, levando Arthur para o Barcelona; então, é hora da verdade para os grandes dirigentes.
O meia gremista é cobiçado por vários clubes europeus. Emergentes e tradicionais, eles estão dispostos a contratar o menino nascido em Goiás considerado uma joia rara, por isso, o Tricolor só fará um negócio "meia-boca" se os dirigentes foram incompetentes, porque, antes, eles acertaram a mão em reformar o contrato de Arthur e estão bem cercados pela legislação e o discurso do atleta em "sair pela porta da frente".
Será uma dupla decepção para a massa gremista se perder o craque sem uma compensação a altura do potencial de Arthur.
Sem o jogador e sem um valor digno, a sua saída virará uma ducha de água fria na arrancada de 2018.
Passeando por vários blogs e jornais, percebi que existe um zunzum que considero demasiado em torno da gurizada que está encarando o Gauchão.
Alguns utilizam a expressão "sob pressão" para definir o ambiente que habita o jovem elenco gremista. É tão forte isto, que o treinador resolveu "reforçar" com atletas mais rodados, ainda que quase tão jovens quanto os substituídos.
Penso que uma hora o time vai ganhar; pode ser até neste final de semana na grama sintética do Passo D'Areia, porém, não acredito que isso será decorrente das trocas de Guilherme Guedes pela improvisação de Leonardo Gomes, nem as saídas de Isaque e Jean Pyerre, por os ingressos de Alisson e Dionathã.
Como afirmei acima, os três pontos podem ser conquistados neste Domingo, mas, a menos que eu me engane muito, não serão as trocas que irão alterar substancialmente o desempenho do time.
Faltam entrosamento e atenção, o tal "foco". Exemplificando: Os gols nos finais e inícios de etapas, quando repetidos (e isso vem acontecendo) são consequência da falta de concentração associada ao desentrosamento e um nervosismo de determinados jogadores, como ocorre com Mendonça de boa atuação na estreia em Ijuí, mas que afundou vertiginosamente nos dois demais jogos.
Junte mais o ingrediente "má performance" do cascudo Paulo Miranda e está pronta a receita para as fracassadas jornadas nestas três primeiras rodadas.
O trio que sai (Guilherme Guedes, Jean Pyerre e Isaque) apresentou lampejos de bom futebol e não deve ser marcado na paleta, se o Tricolor ganhar do São José, dando a impressão que as mudanças foram as causadoras do triunfo. A análise deverá ser mais profunda.
A avaliação dos responsáveis pelas decisões azuis não poderá ser superficial ao ponto de se ater apenas ao resultado matemático dos jogos.
A derrota para um dos piores integrantes deste Gauchão parece que acalorou a discussão com relação ao aproveitamento de jogadores mais cascudos, em especial, de alguns que estiveram nas "Arábias".
Como esse espaço é de opinião; sempre respeitando as demais, eu mantenho o meu pensamento que encontra ressonância no do primeiro mandatário do clube, vide Bolzan garante. Logo, logo, o grupo terá nova cara, além disso, não é crível que o Grêmio não consiga ficar entre os 8 primeiros colocados num certame que tem Novo Hamburgo, Avenida, São Luiz, São Paulo, Veranópolis, Cruzeiro e São José. Com todo o respeito, mas uma pequena "atropelada" na reta final desta primeira fase será suficiente para livrar o Tricolor das quatro últimas colocações.
Com 8 pontos atrás dos líderes, Caxias e Brasil, é pouco provável que o Imortal garanta o mando de campo nas próximas fases, mas esse é o custo de ser o último clube brasileiro a entrar em férias no final do ano passado. Entretanto, acho que valeu a pena.
Tudo bem que é um time de transição, ninguém vai exigir que o terceiro quadro gremista vá abatendo os adversários com um furor de um vice campeão mundial, um tri da América, não é justo cobrar isso dos meninos, porém, de profissionais, mesmos guris, dá para cobrar evolução, isto é, ajustes onde houve erros pueris e aceitáveis desde que não sejam em sequência.
O problema está aí: 9 gols em 3 partidas, a defesa virou uma peneira, o ataque até que fez a sua parte, mesmo que apenas 1 tenha sido marcado por alguém deste setor; Isaque. Os demais foram de Mateus (2), Jean Pyerre (2) e Paulo Miranda. Resumindo falta o "famigerado" equilíbrio. Aí entram vários fatores como questões táticas, comando técnico e entrosamento.
O que o Tricolor apresentou de positivo nestes três jogos? Apenas lampejos de individualidades, certos atletas que dão esperança ao torcedor de "vingarem" se postos entre os titulares. Só isso.
O constrangedor 1 ponto em 9 aumenta de dimensão, quando entre as partidas estão duas contra dois candidatos ao rebaixamento.
A Direção está isenta de críticas, porque não havia o que fazer, nem o grupo de jogadores que está em campo, talvez um reparo se faz necessário: Cesar Bueno não consegue ajustar o time, em especial, o setor defensivo, que, em tese, é o mais fácil de conseguir o prumo. Os erros se repetem e é isso que justifica o título desta postagem. É perda de bola dominada, desvio de chutes que viram gols, gols sofridos nas horas mais impróprias (se é que existe hora imprópria para levar gols).
Se se pode amenizar um pouco a situação; não me recordo de nenhuma situação, nenhum momento do clube nestes últimos 50 anos, que, colocando a "baba", "time C", "grupo de transição", "expressinho" (chamem como quiser) o Grêmio ganhou algum jogo, quiçá, uma sequência.
Não me citem como exemplo o "Banguzinho" dos anos 90, porque este entrou em campo sempre com 5 ou 6 titulares. Estava mais para um "mistão quente" do que outra coisa.
O 3 a 2 de hoje não dá para por apenas na conta da falta de experiência.
Nesta Quarta-feira, a "Baba" gremista (que não ganha de ninguém há mais de ano) tem uma chance quase irrepetível de conquistar três pontos fora de seus domínios, pois pega o pior time do campeonato, o Avenida de Santa Cruz do Sul.
Não hesito em chamar de pior, mesmo existindo São Luiz e Novo Hamburgo, porque o primeiro fará valer o fator local e o segundo se ajustará minimamente, mas o suficiente para eu não cravar como certeiro entre os rebaixados. Lembro que antecipei as dificuldades que o Tricolor iria enfrentar na briga ante o Caxias, vide Á Princípio, agora vejo o horizonte azul mais generoso lá nos Eucaliptos.
Se não houver fatores estranhos como chuva demasiada, expulsões inconvenientes, má iluminação, o Grêmio baterá o Avenida amanhã.
O Tricolor deverá dar mais uma chance para alguns que estão devendo e acrescentará os novatos no clube como Madson, Paulo Miranda, Thaciano e Alisson. Faltará entrosamento, porém, tenho certeza que sobrará atitude que se aliará a um melhor condicionamento físico. Receita básica para trazer a vitória.
Um triunfo fora dará fôlego para entrar mais tranquilo na sequência da rodada.
É tão rara esta foto que resolvi ressuscitar este quadro.
Trata-se de uma partida em Marau no ano de 1979, que o amigo Alvirubro enviou por e:mail.
É do time chamado de Expressinho recheado de juniores mais o veterano Ladinho.
Para quem não sabe, assim como o Coirmão teve o Rolo Compressor, o Tricolor teve o Expresso da Vitória; diante disso, sempre que a Dupla usa reservas, eles são chamados de Rolinho e Expressinho.
Nesse enfrentamento amistoso, podemos ver em pé: Baidek, Adilson, Ladinho, Álvaro, César (goleiro) e Daniel Cardaccio.
Agachados: Renato Lima (Tia Joana), Sarará, Flávio Roberto, Zé Ilo e Odair.
Recém li a manifestação do treinador César Bueno no pós-jogo e tenho a certeza de que foi infeliz no seu pronunciamento, especialmente na parte das justificativas para a derrocada gremista diante do Caxias, clube que não vencia o Imortal há 15 anos na capital.
Bueno bateu com insistência na questão da falta de maturidade do grupo, deixando a mim pelo menos, que isso foi determinante no insucesso gremista.
Pois eu vou confessar aqui: Desde jovem, desde de "imaturo", tenho bronca com essa adjetivação, algo que cresceu mais agora que não sou "imaturo" e vejo muito no futebol a utilização da falta de experiência para dar veracidade ou robustez às situações incômodas.
Isso nem sempre é verdadeiro. Especialmente a imprensa esportiva se utiliza deste argumento em falha dos jovens, que muitas vezes são idênticas àquelas praticadas por jogadores cascudos, como vou comprovar nos vídeos abaixo, os pênaltis de Marcelo Oliveira aos 2 minutos da primeira etapa diante do San Lorenzo e o de Marcelo Hermes contra o Rosario Central, ambos os jogos pela LA de 2016, ocorridos na Argentina. A precipitação do menino Marcelo Hermes foi creditada a falta de experiência, já a do "trintão" Marcelo Oliveira ... Me expliquem onde está a diferença dos lances? Por que os erros de bola parada ontem em quatro dos cinco gols não podem ser decorrentes de outros fatores como desentrosamento e falta de atenção? Tem que ser exclusivamente por imaturidade? O que diria César Bueno se a falha do quarto gol do também "trintão" Bruno Grassi, se no arco estivesse um dos jovens goleiros azuis, Brenno ou Léo Jardim? A desculpa estaria na ponta da língua. Resumindo: Há falta de experiência sim, mas outras causas concorreram para a derrota, entre elas, os equívocos do comandante técnico. Tratando de imaturidade; acho que Bueno foi ingênuo ao escancarar publicamente a sua opinião sobre os erros do jovem time de transição. Ali, sobrou a sua imaturidade. Seguem as penalidades dos dois laterais esquerdos gremistas em 2016 pela LA:
Antes da partida começar, eu considerava o Caxias favorito para vencer; deixei esta ideia nas entrelinhas em postagem anterior, entretanto, quando a bola rolou e os meninos do Grêmio foram audazes, amassaram o time caxiense, retornou a esperança de que finalmente a "Baba" gremista ganharia um jogo, afinal, o placar chegou a estar 3 a 1 (gols de Isaque, Mateus e Jean Pyerre mais Nicolas), mas aí entram fatores incríveis que se tornam uma espécie de bê-a-bá de como deixar uma vitória escapar. Vamos lá:
- A ausência de Paulo Miranda expôs a fragilidade defensiva Tricolor. Faltaram técnica e experiência
- Aos 45 minutos da primeira fase, 3 a 1, o primeiro tempo "acabou"; não pode tomar um gol naquele instante. É o gol da ressurreição caxiense, assim como foi o gol de Sand (Lanús) diante do River Plate pela LA
- O pênalti mal marcado pelo péssimo juiz Vinícius Amaral, escancarou que faltou o peso do status gremista. Fosse Geromel ou Kannemann, esse soprador de apito não teria topete para garfar o Grêmio na Arena
- A falta de coragem desse juiz manteve o atleta Nicolas, quando a expulsão seria o mais justo ato a cometer pela arbitragem. Esperto, o treinador caxiense, logo sacou o jogador
- O goleiro gremista é daquela escola de "gente boa", "bom mocismo", "excelente caráter", mas, convenhamos, quantas vezes já vimos esse filme em diversos jogos do Imortal? Falhou novamente
- O treinador gremista deu um "show de lambanças": Deslocou o avante Isaque do meio da área, avançou um meia baixinho, Lima, para jogar de costas para o gol adversário; sacou o melhor marcador do meio de campo, Balbino e abriu o setor defensivo, propiciando o crescimento do Caxias. "Desconstruiu" o time na etapa final
Enfim, o que escrevi anteriormente, segue vivíssimo, isto é, o grupo de transição vai revelar bons valores, no entanto, vai comprometer a classificação gremista na sequência do campeonato. Volto a alertar: O clube não pode incorrer no erro de antecipar a volta do elenco titular para "remendar" esta situação.
Todos nós em algum momento tivemos a oportunidade de lembrar de acontecimentos através de uma música (que dançamos com a aluna mais bonita da escola), o primeiro filme que assistimos com a companheira, o lugar onde comemoramos alguma decisão importante, etc... Algum detalhe marcante que auxilia sempre a nossa memória.
As próximas linhas relatarão uma decisão que me traz à lembrança um aluno chamado João Inácio; aluno de EJA (Educação de Jovens e Adultos) que lutou muito para concluir o ensino médio, pois se atrasava com frequência em função do seu trabalho; ele descarregava mercadorias nos finais das tardes para as grandes redes regionais do comércio gaúcho.
Há duas semanas o encontrei à frente da Catedral Metropolitana, já com o ensino médio concluído, mas ainda na carga e descarga. Gritou, sorrindo quando me viu: - Tricampeão, Professor, o gesto com os dedos indicando os três títulos.
João é um dos torcedores mais fanáticos do Grêmio e em 20 de Abril de 2007, ele provou isso definitivamente.
Naquela noite, uma Sexta feira, o Imortal jogando no Olímpico precisava fazer uma diferença igual ou superior a quatro gols diante do Caxias, pois levara 3 a 0 na disputa de ida para seguir sonhando com o título daquele ano.
Para a tarefa quase impossível, Mano Menezes utilizou; Saja;Patrício, William, Teco e Lúcio; Nunes, Lucas Leiva (Sandro Goiano), Tcheco e Diego Souza (William Magrão); Tuta e Carlos Eduardo (Ramon).
Edson Gaúcho lançou mão de: Ricardo; Thiago Machado, Michel, Héverton e Jonathas (Endrigo); William, Jorge Luiz (Washington), Juninho e Oliveira; Jajá (Eduardo) e Lima.
Como quase toda a minha vida de professor dei aula às Sextas, já havia me conformado em saber do resultado através de esparsas informações. Aí entra o meu aluno nesta história.
Lembro que tinha duas aulas conjugadas, isto é, dois períodos seguidos com a mesma turma e o João Inácio estava em outra, uma sala ao lado e ele ou outro colega conseguiu um radinho com fones de ouvido.
Há 300 km dali, no campo, empurrado por quase 25 mil torcedores, o Grêmio logo aos 13 minutos marcou com Patrício que recebeu passe de Diego Souza, bateu fraco, a bola desviou na defesa e entrou; Tuta ainda tocou, mas ela já havia transposto a linha fatal (vide foto acima). Gol do lateral. 1 a 0.
Pois nessa hora, o João Inácio passou pela minha sala que estava com a porta aberta e fez com o indicador o tradicional gesto que lembrava uma marca de cerveja, mas naquele momento significava o 1 a 0. Pensei: Beleza, o João sabendo do meu gremismo me atualizou. Faltavam três tentos.
Aos 18 minutos, Tuta errou o chute, porém a bola encontrou Lucas que ajeitou para Tcheco, o camisa 10 bateu e fez 2 a 0. Em seguida, João Inácio passou pela porta novamente, desta vez com o sinal de Paz e Amor do movimento hippie, que eu traduzi para o 2 a 0 para o Tricolor.
O Grêmio seguiu apertando e aos 41 minutos, Diego Souza fez de cabeça o placar que levava para penalidades a decisão da vaga. Nesse instante, o meu informante me atualizou novamente, passando com três dedos da mão esquerda (ele também é canhoto como este que vos escreve) para cima , enquanto o polegar segurava o mínimo. Não havia dúvidas: 3 a 0 e eu desconfiava que ainda era primeiro tempo.
Confesso que foi uma das aulas mais nervosas que ministrei, porque comecei a olhar para a porta com uma frequência constrangedora para mim e, lógico, para os meus pupilos.
Aos 23 minutos da etapa final, o camisa 9 Tuta meteu para o barbante de Ricardo, marcando o quarto e definitivo gol. Neste instante, João Inácio passou tão rápido pela minha porta com quatro dedos apontados para o alto e o polegar recolhido; ultrapassou a entrada da sala como se estivesse surfando; aí acontece a cena fora do script: Com os pés deslizando, ele encontrou um parquê (taco) mal assentado no chão, bateu e "capotou", rolando pelo corredor. Isso não o impediu de sorrir e dizer: - Quatro professor, quatro!! Apesar da gozação dos demais colegas.
Antes do apito final de Leonardo Gaciba, Sandro Goiano quase ampliou, chutando do "meio da rua" e a bola encontrou o travessão do arco do Caxias.
Naquele ano, além de conquistar o bicampeonato gaúcho, o time de Mano Menezes chegou à decisão da Libertadores diante do Boca Juniors. Ultrapassou suas reais potencialidades.
E este confronto diante do Caxias, uma pequena e valiosa decisão é para quase todos, o jogo da virada, mas para mim; o jogo do João Inácio.
Coerente com o que escrevi na mais recente postagem, tenho convicção que, mesmo na Arena, encarar o Caxias, a parada será "mais torta" do que em Ijuí.
Não acho anormal o clube serrano vir a Porto Alegre e sair vencedor. A partida está à feição para os visitantes.
O Grêmio virá reforçado "nominalmente"; estarão à disposição novos nomes, vide Grêmio x Caxias Alisson e Madson, além disso, Thaciano, JeanPyerre, Patrick, Leonardo Gomes estarão melhor preparados; entretanto, esse argumento também serve para o Caxias, isto é, a lógica indica que igualmente, os "gringos" estarão melhores do que no meio de semana, quando meteram 3 a 0 no Nóia.
A ausência de Paulo Miranda se reveste de uma importância maior, porque sua qualidade e experiência, ambos os fatores não encontrarão correspondência no substituto, seja ele qualquer um dos postulantes a sua vaga.
A vitória azul, se vier, será revestida de muita luta e inspiração. É a tendência.
É arriscado dar uma opinião sobre o futuro do Grêmio apenas pelo jogo de estreia deste time de transição, porém, dá para tentar, correndo todos os riscos de errar feio.
Este jogo de Ijuí me deixou esperançoso com relação ao surgimento de bons valores; acho que de 2 a 3 vão estourar em 2018. Nem dá para considerar Paulo Miranda, nem os que ficaram no banco pela falta de melhor condicionamento (Patrick, Jean Pyerre e até Leonardo Gomes), nem o lesionado Dionathã; apenas os que jogaram os 90 minutos, casos de Mendonça, Mateus, Guilherme Guedes e Lima, que apresentaram algo diferente. Vem coisa boa por aí.
Agora o lado ruim do que vi: Pela total impossibilidade de utilizar os titulares, o Grêmio será prejudicado no Gauchão, porque lançar toda essa garotada ao mesmo tempo vai inviabilizar a classificação entre os melhores do campeonato. Dificilmente o Tricolor vai estar entre os quatro primeiros e poderá jogar, se chegar lá, as eliminatórias sempre na cada do adversário. É ruim.
Mas ruim mesmo será se atropelar o planejamento e antecipar a volta dos titulares, quando sentir que o Gauchão estiver lhe escapando pelas mãos. Nem mel, nem porongo, como dizemos aqui no Sul.
Corre o risco de perder o Gauchão e ainda rebentar os titulares nas competições que reaaaaalmenteeee! interessam.
Resumindo: O negócio é revelar novos craques, garantir a permanência do clube na primeira divisão e esquecer o campeonato gaúcho.
A partida se encaminhava para o final e o placar dava a vitória para o Tricolor, entretanto, eu tinha "certeza" que o time não ia segurar os 3 pontos. Parece sina, talvez desentrosamento, falta de preparo físico ou emocional, mas o que fica é que se não for o time titular, o Grêmio não ganha.
Olhando para esta partida especificamente, o empate é um resultado razoável até porque o time ficou sem um de seus principais jogadores, Paulo Miranda no último quartel da partida.
Embora seja precipitado chegar a uma conclusão mais contundente, arrisco a dizer que se fosse Caxias ou Brasil de Pelotas, o Imortal sairia facilmente derrotado. O time de transição peca pela falta de conjunto e, lógico, pela ausência de um condicionamento físico ideal (início de temporada). Não dá para imaginar este grupo de atletas encarando partidas encardidas no interior gaúcho. Ou muito me engano, ou este São Luiz brigará apenas pela permanência na Série A.
Individualmente, o Grêmio mostrou um bom goleiro, que fez defesas providenciais, a dupla de zaga bem forte; aliás, aumenta a preocupação: Paulo Miranda jamais viria para o Grêmio para ser banco. É zagueiro que conhece o ofício. Quem vai sobrar?
Mendonça mostrou muito futebol e Guilherme Guedes é uma joia a ser lapidada. Talento puro pela lateral esquerda.
Do meio para frente, Mateus movimentou-se muito e fez o gol gremista, Balbino foi um bom guardião da cabeça da área, exibindo uma técnica superior a maioria dos volantes jovens exibidos Brasil afora.
Lima e Pepê tiveram bom primeiro tempo; desapareceram na etapa complementar. Ancheta conseguiu se movimentar bem pela faixa direita do meio de campo. Merece sequência.
Os demais não me chamaram a atenção: Anderson (saiu cedo), Isaque, Leonardo Gomes, Lucas e Thaciano.
Talvez, alguns desses jovens no meio dos titulares poderão mostrar mais do que hoje. É ter paciência.
terça-feira, 16 de janeiro de 2018
Álbum Tricolor (111)
DI
Revista “Placar”
Nome: Valdir Bork.
Apelido: Di.
Posição: Zagueiro.
Data de nascimento: 16 de Setembro de 1943, Brusque,
SC.
Data de falecimento: 9 de Abril de 2004, Brusque, SC
(60 anos).
JOGOS PELO TIME PRINCIPAL DO GRÊMIO
56 jogos (31 vitórias; 15 empates; e10 derrotas).
ESTREIA NO GRÊMIO
26.02.1969 - Grêmio 1x2 EC Cruzeiro-RS - Amistoso
GFBPA: Arlindo; Renato, Paulo Souza, Di e Everaldo;
Jadir e Sérgio Lopes (Cléo); Babá, Tupanzinho (Oyarbide), Alcindo (Hélio Pires)
e Volmir.
Técnico: Sérgio Moacyr Torres Nunes.
ÚLTIMO JOGO PELO GRÊMIO
28.04.1971 - Grêmio 1x0 Guarany FC-RS - Campeonato
Gaúcho
GFBPA: Jair; Espinosa, Chiquinho, Di e Everaldo;
Joel e Gaspar; Volmir (Bira Lopes), Taquito, Alcindo (Caio) e Loivo.
Técnico: Oto Martins Glória
CARREIRA
Paysandu-SC
(1961); Guarani/GO-SC (1961); Paysandu-SC (1962); Carlos Renaux-SC (1963); Floresta-SC
(1963); Guarani/BL-SC (1965 e 1966); Olímpico-SC (1966 a 1968); Metropol-SC
(1968 e 1969); Grêmio-RS (1969 a 1971); Atlético-PR (1971 e 1972); São Paulo-SP
(1972); Atlético-PR (1973); Coritiba-PR (1974 a 1976); Colorado-PR (1976); Internacional-SC
(1976); Palmeiras-SC (1976 e 1977).
(*) Os dados aqui publicados não são
oficiais. Dizem respeito às informações contidas no arquivo do autor.