Pequenas Histórias (181) - Ano - 2016
... E a Machado de Assis foi asfaltada
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Entre o final dos anos 70 e metade da década seguinte, a minha terra teve um prefeito muito dinâmico que modernizou a cidade. Rejuvenesceu-a, sabendo utilizar a verba que veio do projeto "Cura", que visava renovar as partes urbanas dos municípios. E assim, entre algumas melhorias, o asfaltamento de ruas importantes foi se sucedendo, inclusive a minha, a Bento Gonçalves, ligação importante entre o Centro e o bairro (N.Sra. das) Dores.
Pois bem, para ir da minha casa até a Becker Pinto, a do amigo alvirrubro, Alvirubro, isso em nossa infância, era obrigatório "pegar" a rua Machado de Assis, uma que qualquer governante deveria priorizar o asfaltamento.
Entrava ano, entrava gestão nova, os anos se sucedendo e nada dela ser asfaltada. Virou uma espécie de birra ou de maldição.
Na segunda metade de 2016, pelo Gauchão, Sasha já havia dançado a valsa dos 15 anos no Pinheiro Borda, quando eu encontrei um conhecido colorado que não via há anos e, naturalmente, a conversa acabou derivando para o futebol. Lembrei-lhe que o Tricolor já demonstrava avanços, ações diferentes de épocas anteriores, inclusive com goleadas, 4 a 1 e a quase irrepetível, os 5 a 0.
O papo esquentou, aí ele sentenciou: - O Grêmio só será campeão no dia que asfaltarem a Machado de Assis, disse apontando para os paralelepípedos já desgastados pelo tempo; abrindo um sorriso, misto de ironia e senha indicadora que a prosa não estragaria um velha amizade.
Na última semana de Outubro, o Grêmio passeou no Mineirão e meteu 2 a 0 no Cruzeiro, gols de Luan e Douglas. Um chocolate. Faltava apenas confirmar no jogo da volta.
Como ainda moro próximo a Machado de Assis, no começo de Novembro percebi servidores da prefeitura se movimentando, manuseando instrumentos que imaginei serem de engenharia.
O Tricolor foi avançando na Copa do Brasil até chegar às finais, a primeira vencida no Mineirão diante do Galo com a maior atuação do menino Pedro Rocha, dois gols, também um partidaço de Pedro Geromel, que, além de defender, fez jogada de ponta direita, cruzando para Éverton definir e desafogar a partida que caminhava para um perigoso final de jogo. 3 a 1. Com 10 contra 11.
No encontro da volta, o Grêmio empatou, 1 a 1, gol Tricolor de Bolaños (vide foto acima); botava assim, a mão no caneco da Copa do Brasil pela quinta vez e quebrava um jejum de 15 anos sem títulos relevantes. Era o dia 7 de Dezembro.
Uma semana antes, a rua Machado de Assis, importante ligação entre os bairros Dores e Menino Jesus, finalmente ganhava o seu asfaltamento "estalando de novinho". Assim como o Grêmio, ela entrou numa nova fase.
Infelizmente, ainda não encontrei o meu amigo profeta. Talvez, ele venha passar as festas de final de ano na cidade.