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domingo, 30 de junho de 2019

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (219) - Ano - 1946


Gaúcho da Fronteira

Fonte:https://commons.wikimedia.org

A rivalidade entre Argentina e Brasil mais a excelente performance de Éverton me levaram a esta crônica de hoje.

Comecemos pelo cearense Éverton que experimenta a melhor fase de sua carreira, pelo menos, em visibilidade; atualmente é alvo de olhares intercontinentais. Pois ele é o representante oriundo do Grêmio, assim como Arthur nesta edição.

 Joga na posição do mineiro Éder, outro ponta esquerda convocado, quando jogava pelo Imortal, depois de ficar de fora da Copa da Argentina em 1978.

Mas o Grêmio revelara antes, anos 40, outro ponta esquerda, Chico, que acabou integrando o melhor Vasco da Gama de todos os tempos, o chamado Expresso da Vitória, onde atuavam Barbosa, Augusto, Eli do Amparo, Danilo Alvim, Tesourinha, entre outros; jogou a Copa de 1950, quando o Brasil foi vice no Maracanã.

Chico era de Uruguaiana, cidade que é separada da Argentina apenas pelo rio Uruguai. Começou no Ferro Carril, de lá, logo passou pelo Imortal em 1941/42, indo para a capital brasileira da época para integral o clube da Cruz de Malta.

Ele era um jogador temperamental, raçudo, valente, ofensivo, vivia expulso. Juntamente com Heleno de Freitas, compunha uma dupla explosiva no ataque da Seleção Brasileira.

Pois em Fevereiro de 1946, houve um campeonato sul americano e a decisão ficou entre brasileiros e argentinos no Monumental de Nuñez, que teve público acima de 80 mil torcedores. 

Os ânimos estavam acirrados; o quadro de "revanche" formou-se a partir de Dezembro do ano anterior, quando Ademir Menezes numa dividida, fraturou a perna do zagueiro Batagliero na goleada brasileira de 6 a 2 no estádio São Januário.

Mesmo depois de Ademir (futuro artilheiro do Mundial de 50) ter visitado o defensor na chegada em Buenos Aires, o ambiente permaneceu hostil aos visitantes. Havia cheiro de vingança em cada hermano.

Chico (na foto com Fonda) recebera o aviso: - É melhor não jogar. Nós vamos te matar. O ponta respondeu, então: - Pois vão ter que me matar mesmo.

Para complicar, os locatários fizeram Batagliero desfilar em maca, numa espécie de volta olímpica provocativa.

Assim foram para a decisão do certame. O técnico Flávio Costa escalou: Luiz Borracha; Domingos da Guia e Norival; Zezé Procópio, Danilo Alvim e Jayme de Almeida; Tesourinha, Zizinho, Heleno de Freitas, Jair da Rosa Pinto e Chico. Ainda entraram Lima, Ruy e Ademir Menezes.

A Argentina do treinador Guillermo Stábile (lendário artilheiro da primeira Copa do Mundo, a de 30) foi de: Vacca; Salomon e Sobrero; Fonda, Strembel e Pescia; La Mata, Méndez, Pedernera, Labruna e Lostau. Também atuaram Marante e Ongaro.

As expectativas de confusão se confirmaram, quando Jair esperou de sola um carrinho dado por Salomon que quebrou os dois ossos (tíbia e perônio). 

Estourou uma briga que atrasou o reinício da partida em mais de uma hora. Jair tentou escapar para o vestiário, protegido por Chico que foi perseguido por Fonda e Strembel.

 Chico e Heleno, praticamente sozinhos, encararam os argentinos e especialmente a polícia  e seus cavalos que batia de sabre nos brasileiros. 

Mário Vianna, célebre juiz de futebol e mais tarde, comentarista de arbitragem, estava presente e retirou o uruguaianense de campo.

Os brasileiros não quiseram voltar, porém, alertados pelo chefe de polícia local, que se agissem desta forma, a integridade física deles não seria garantida, mudaram de ideia.

A partida recomeçou sem Chico e La Mata, expulsos. Aos 38 minutos, Méndez fez 1 a 0. Placar da primeira etapa.

Logo aos 10 do segundo tempo, Méndez marcou o seu segundo tento. Resultado final: 2 a 0. Argentina campeã.

A delegação brasileira retornou para a capital Rio de Janeiro, no entanto, sem Chico, que machucado, rumou para Uruguaiana, onde foi recebido como herói nacional.

Detalhe: Chico jogou 10 Brasil versus Argentina, foi expulso em 9.

Francisco Aramburu, o Chico, natural da fronteira, certamente é o maior nome desta rivalidade entre argentinos e brasileiros.

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                http://purofutebol.blogspot.com





sábado, 29 de junho de 2019

Opinião



Luzes baixam sobre a cabeça de Renato

As notícias do treino gremista deste final de semana são alentadoras. Elas apontam a experiência (não tão nova) de Luan ocupando o comando do ataque, vide Falso 9

Pode não dar certo, porém diante da ineficiência dos ocupantes da posição, bem como a bem-sucedida passagem do camisa 7 pela camisa "9", é reconfortante ver que a ideia não foi arquivada definitivamente por Renato. O pior que pode ocorrer é ficar como está.

Se formos otimistas, é muito bom pensar num meio e ataque formado assim; Maicon (inteiro), Matheus Henrique, Jean Pyerre, Tardelli, Luan e a permanência de  Éverton. 

Se estiverem bem, ninguém segura o Imortal no segundo semestre.

sexta-feira, 28 de junho de 2019

Opinião



A Parceria "Lesões e Grêmio" segue em alta

Michel se lesionou. De Novo. 

A parada da Copa foi saudada pelo treinador gremista; ouvimos que o DM estaria esvaziado quando do retorno destas mini férias. Parece que foi apenas um desejo. Na prática, "segue o baile".

Claro! Existem atletas que são incompletos. Querem exemplos? Leonardo Moura, Paulo Miranda, Michel e Alisson. Se fizerem uma enquete entre os torcedores gremistas, uma pergunta simples: Qual ou quais jogadores tricolores vão ficar machucados neste segundo semestre, dificilmente, a massa torcedora errará. Está no histórico de alguns deles.

Isso deve ser avaliado no momento de contratar um profissional. 

Juntem a isso, a vocação irrefreável do clube de acumular jogadores no departamento médico e se tem um quadro permanente de vários titulares e primeiros reservas fora de combate.

É quase certo que esta "sina" gremista prosseguirá na retomada das competições no próximo mês.

No Imortal, o lema é: "melhor remediar do que prevenir".

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Opinião




Centroavantes

Leio que Renato intenta recuperar o futebol de André, o centroavante. O texto fala que houve uma evolução de 2018 para este ano; ele está mais participativo, mais "garçom".
Para mim, algo está errado, deve ser a minha "formação arcaica" em futebol. Explico: Na minha literatura futebolística, há dois tipos de centroavantes, os antigos 8 & 1/2, atuais "Falsos 9", escola de Tostão, o Mineirinho de Ouro, Tri do Mundo em 70 ao lado de Pelé; Leivinha (tio do Lucas Leiva), "8" na Lusa, Palmeiras e Atlético de Madri, titular da Copa de 74, quando virou "9" até lesionar-se com gravidade; também o nosso camisa 7, Luan.
Estes, na minha cultura esportiva, podiam/podem não fazer tantos gols, porque seus repertórios de jogadas, incluindo aí improvisações e movimentação, atenuam a falta de volúpia pela arte de botar a bola na rede com o protagonismo no placar.
Já, a outra categoria, a mais visível, o 9-9 (Nove-Nove), Alcindo, Roberto Dinamite, Jardel, ou menos capacitados como Jael, tem que fazer gols. São os caras do último toque, os "fominhas" do time, os líderes na estatística de tentos marcados.
Pensar em recuperar André ou desejar que faça ações de atacante de movimentação, salvo colossal erro de avaliação meu, Renato apostando nele, estará atrasando o time.
Para encerrar: É necessário lembrar do passamento do atacante Jurandir. Um motorzinho, seu futebol era semelhante ao de Ramiro para quem não o viu jogar. Jogador valente. Time em que jogava, entrava com 12. Está na rica história dos Clássicos.

Fiz uma homenagem na Pequenas Histórias nº 47, vide O Dia que Falcão virou Coadjuvante.



segunda-feira, 24 de junho de 2019

Opinião



O Destino bate à sua Porta

Observando o sucesso de Éverton, percebe-se que além de talento e trabalho, certas pessoas possuem estrela. É o caso dele.

Éverton sem ser titular, contribuiu decisivamente na Copa do Brasil, quando o Grêmio, já com 10 jogadores (Pedro Rocha expulso), sofrendo um sufoco do Atlético Mineiro, aproveitou cruzamento de Geromel e fechou a tampa do caixão, marcando o terceiro tento que deu a tranquilidade para o jogo da volta.

No ano seguinte, ele entrou na semifinal contra o Pachuca e marcou o gol decisivo na prorrogação, expulsando de vez o espectro que rondava aquela partida; isto é, a possibilidade de um novo Mazembaço na versão em três cores.

Éverton também foi agraciado com um apelido para lá de carismático, simplesmente o personagem masculino mais simpático do maior cartunista brasileiro, Maurício de Souza, ou seja, Cebolinha. Era tudo que um jovem jogador precisava para ampliar o rol de admiradores. Chegou além dos que gostam de futebol.

Não ficou nisso: ao ser convocado, ganhou a camisa 19, que no seu caso, indicou não estar entre os titulares. Havia Neymar no seu caminho, depois, viu-se que (erradamente) ele era a segunda opção, atrás de David Neris.

De certa forma, a história se repete: Ronaldinho Moreira precisou de uma rateada de Edílson num Corinthians x Palmeiras para ganhar a sua primeira oportunidade na Seleção. Não largou mais o delicioso osso canarinho.

O trabalho, a qualidade e a sorte, três fatores que acompanham os bons, novamente se uniram e transformaram o atacante gremista na mais nova atração brasileira. Dos 8 aos 80.

O Grêmio vê o seu "produto" ser valorizado dia-a-dia e também, o aumento da ambição na base do clube; alguns deles sonham em ser um novo Cebolinha logo ali adiante. Não é pouca coisa.

domingo, 23 de junho de 2019

Opinião



Duas Vertentes

Neste período de parada dos jogos dos maiores clubes brasileiros, é natural que haja muitas especulações, especialmente sobre chegadas e partidas de atletas. No Grêmio não é diferente. Fica difícil acreditar 100 por cento no noticiário.

Porém, algumas notícias nos passam mais confiabilidade do que outras; é o caso dessa que li no UOL, vide Duas Vertentes. Esta aponta para dois posicionamentos divergentes no comando esportivo da instituição.

Devo dizer que não vejo problema, pois são formas diferentes de ver futebol. São dirigentes, mas são torcedores na suas origens. E concordo quando afirmam que esses posicionamentos serão tratados com o treinador, quando certamente, as diretrizes do trabalho serão afinadas.

Lendo a reportagem, sigo na mesma batida de sempre, isto é, onde há jovens da base com qualidade para subir e assumir posições em pouco espaço de tempo, esta deve ser a prioridade. Após a constatação de carência nas categorias inferiores, aí sim, a busca no mercado deverá ser o próximo passo.

Finalizando; esta é a regra, no entanto, há exceções como no caso do cavalo passar encilhado.

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Opinião



Sucesso de Guerrero mexeu com o Grêmio

Muitos não concordarão com esta crônica, porém, a história da nossa rivalidade regional me dá nem que seja apenas uma "nesga" de razão, quando vejo a torcida se empolgar com o sonho de ter um artilheiro mundial e incontestável como Edinson Cavani. 

A construção do Olímpico sucedeu a dos Eucaliptos; o Beira-Rio foi o troco ao estádio tricolor inaugurado em 1954. Também da vinda de Anchetta, logo replicada com a chegada de Figueroa no mesmo ano, 1971, ou a contratação de Picasso e sua resposta vermelha: Manga, quando o Inter já tinha um bom arqueiro, Schneider.

Lembro que comemorei demais a conquista da primeira Libertadores; maioridade gremista e o salto que superou todas as conquistas nacionais do rival; isso, lá em 1983. O Inter não descansou até chegar em 2006.

Paolo Guerrero assim que pode jogar, mostrou que é um dos melhores atacantes do planeta. Juntamente com Marcelo Lomba, ambos fizeram o Inter ingressar no G-4, inacreditavelmente.

Alguns poderão dizer; Guerrero não viu a cor da bola nos Grenais. Verdade. Mas quem se "criou" para cima de Geromel e Kannemann? Nem Cristiano Ronaldo. Fez  o seu de bola parada num erro da barreira, de resto, uma pálida lembrança do grande artilheiro.

Embora pareça difícil acreditar que o troco gremista seja do tamanho, da dimensão, da qualidade de Paolo Guerrero, o Grêmio pode e deve buscar esse jogador. 

A aposta em Da Silva é acertada, porém, como se sabe, juniores no Tricolor tem que passar por tantas etapas (para a Direção e Comissão Técnica, nunca para a torcida) que não é crível que a Libertadores e Copa do Brasil seja disputada sem um lance de arrojo da instituição Grêmio.

Para mim, esta afirmação não soa tão absurda: Guerrero promoverá um resposta pelo lado azul.

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Opinião



Tambores Silenciosos

Vejo neste período, notícias esparsas e nenhuma delas confirmada. Muitas especulações: Saídas de Éverton, Kannemann, Luan, Montoya; nesta levada, daqui há pouco virão anúncios de pretensas negociações com Jean Pyerre e Matheus Henrique.

A presumível ida de Montoya para o Racing é a mais amena, diria até salutar; ele virou uma nova versão de Gata Fernandez: Veio, viu e voltará ao exterior.

Luan é outra possibilidade; sua não convocação para a Copa do Mundo da Rússia, quando era o melhor atleta da América, virou caso de lesa-pátria. Deu no que deu para a Seleção e Luan entrou numa espiral descendente muito parecida com a que Everaldo sofreu em 1972, que culminou com o soco no juiz, sua suspensão e uma depressão profunda.

Kannemann é outra cogitação passível de virar fato. Preocupa-me mais a intenção do argentino do que prováveis interessados. Quando o jogador quer sair, não há quem segure.

Aí se chega em Éverton. O Cebolinha que vi poucos minutos atuando, pois dificilmente assisto as partidas da Seleção com interesse, parece que está botando pressão no treinador do escrete, aí, Tite reproduz ações tão comuns no passado deste cargo e de impacto pernicioso ao time. Algum bom sempre fica de fora, nesta caso, Éverton.

O jovem cearense, por certo, é a bola da vez do trajeto Brasil-Europa no mercado esportivo. O Grêmio que se prepare para perdê-lo, mas também, para botar a mão numa grana quente.

Este é o noticiário barulhento em torno do Imortal, saídas muitas saídas e vindas inviáveis ou improdutivas como as histórias de Cavani ou Lucas Silva e Luciano.

Já o que mais desperta a minha atenção e curiosidade é a batida silenciosa dos tambores gremistas que prudentemente e de forma inteligente, (eles) articulam movimentações no elenco sem estardalhaços.

Se resultarem em ações consequentes, que prossigam trabalhando mudos.


segunda-feira, 17 de junho de 2019

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (218) - Ano - 1967


O Nascer da Estrela

Fonte:https://futhistoria.wordpress.com

De todos os atletas gremistas que vestiram a camiseta da Seleção Brasileira, penso que é Everaldo Marques da Silva aquele que atingiu o ponto mais elevado, pois integrou a melhor escalação de todos os tempos,  a de 70 de Pelé, Tostão, Gérson & cia.

O feito de Everaldo alterou até o pavilhão do Tricolor, a bandeira ganhou uma estrela para marcar definitivamente o feito dele e o reconhecimento de seu clube de coração pela façanha.

Esta estrela no estandarte gremista começou a ser rascunhada há 52 anos, mais exatamente no dia 25 de Junho, quando Everaldo estreou no estádio Centenário como lateral direito (ele está em pé, o primeiro na foto acima) do Brasil num confronto com o Uruguai que ficou no zero a zero na disputa pela Copa Rio Branco. Placar que satisfez os brasileiros, já que o elenco passava por uma profunda reformulação, após o fracasso na Copa de 1966 na Inglaterra e los hermanos vieram com a sua melhor formação.

Aymoré Moreira, o técnico campeão em 1962 na campanha do bi, lá no Chile, mandou à campo: Félix; Everaldo, Jurandir, Roberto Dias e Sadi; Wilson Piazza e Dirceu Lopes; Paulo Borges, Alcindo, Tostão e Wolmir. Entraram ainda, Edu Coimbra (irmão de Zico) e Hilton Oliveira.

Esta formação possuía algumas particularidades como por exemplo: havia um único titular de clubes do Rio, Paulo Borges, que pertencia ao Bangu e o reserva Edu Coimbra, jogador do América. Três atletas paulistas, Félix, então na Portuguesa de Desportos e os beques do São Paulo, Jurandir e Roberto Dias (este, o melhor da partida). Quatro mineiros do Cruzeiro, Piazza, Dirceu Lopes, Tostão e Hilton Oliveira, três gremistas, Everaldo, Alcindo e Wolmir mais Sadi, lateral esquerdo do Internacional.

O jogo se notabilizou pela prevalência dos setores defensivos sobre os atacantes, destaques para os arqueiros que foram os responsáveis pelo empate sem gols.

Quanto a Everaldo? Nos textos que me vali, há críticas quanto ao seu nervosismo excessivo e simplificação das jogadas; noutro, elogios por anular o principal avante charrua, Urruzmendi (que dois anos depois seria o estopim da briga generalizada no Grenal de inauguração do Beira-Rio). 

Passado o sufoco da estreia, Everaldo ganhou a lateral esquerda da Seleção; o reconhecimento da imprensa brasileira, integrou a maior e melhor seleção canarinho de todos os tempos e virou uma estrela na bandeira do Imortal Tricolor.

Uma bela história que começou num estádio tradicional, o Centenário de Montevidéu contra a mítica Celeste Olímpica; detalhes relevantes que costumam acompanhar as lendas do futebol.

Fontes: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro
              http://rsssfbrasil.com






sábado, 15 de junho de 2019

Opinião



Paulo Sant'Ana e seus 80 anos hoje

Este Sábado, 15 de Junho, marca os 80 anos de Paulo Sant'Ana, talvez o maior cronista multimídia da história da literatura gaúcha.

Ele faleceu há quase 2 anos, não pode ver o tri da Libertadores, mas foi presença constante nos títulos mais importantes do Imortal; também, ele reservou para si, a penosa tarefa de defender os interesses do Grêmio e de sua imensa torcida nos anos em que o Internacional foi massacrante dentro de campo, nas cadeiras nas redações dos jornais da terrinha, nas cabines esportivas das emissoras de rádio e atrás das câmeras de televisão. Sant'Ana lutou como Leônidas (sem seus trezentos) contra os persas colorados. Era uma espécie de Rambo do bem, um Robinson Crusoé sem Sexta-feira.

Combateu o bom combate e saiu vencedor; superou um a um seus desafetos e, embora eu discordasse de suas posições políticas, soube isolar este lado do "gênio idiota" (esse, o título de um dos seus livros) que me fazia começar a leitura do jornal sempre pela penúltima página.

Relembro aqui, uma singela homenagem que fiz, quando do seu passamento em 19 de Julho de 2017. A crônica é de 23. Vide O Grenal do Papai Noel Azul.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Opinião



Os Desafios do Grêmio no recesso

Hoje começa o recesso dos clubes no período da Copa América e, lógico,   nele, a escassez de notícias reduz a frequência de postagens nos blogs; aqui não será diferente. De qualquer maneira, aparecendo fatos interessantes, postaremos.

Olhando para o momento, dá para dizer que o Tricolor tem três desafios relevantes: 

a) Recuperar os lesionados, também, identificar e reduzir as causas deste número elevado de atletas no DM
b) Reforçar o elenco com atletas que cheguem inteiros e com reconhecida qualidade para assumir a titularidade imediata
c) Por último, usando os verbos anteriores: Recuperar Luan e reforçar o o clube com o seu principal jogador da Era Arena

O aproveitamento da base, eu não coloco como desafio neste recesso, porque o Tricolor vem, ainda que sem a velocidade desejada pela torcida, lançando. É real.

Alcançando isso, o segundo semestre pode reservar algo melhor para o Grêmio do que simplesmente ganhar o Gauchão.



quarta-feira, 12 de junho de 2019

Opinião



Jean Pyerre  garante a vitória no Rio

O triunfo desta noite se reveste de muita relevância, porque é a primeira vez de forma consecutiva, também por ser fora da Arena e muito principalmente, pelos inúmeros desfalques, alguns de última hora, inclusive.

No entanto, isso parece a história do copo com água pela metade, isto é,  foi importante pelo número de ausentes. Por que tantos ausentes? O clube que mais poupa jogadores é o que tem o maior número de lesionados. Não pode ser casualidade. Atribuir apenas ao azar é uma análise muito rasa e inconsequente.

Eu olhava a tabela de classificação e via Bahia e Botafogo bem colocados; tinha a sensação de ver o jabuti no topo do poste. Com esta rodada dá para ver que é uma situação momentânea, a tendência é despencarem nas próximas rodadas.

O Botafogo conseguiu ficar mais "pregado"do que o Tricolor no segundo tempo, o peso de ter veteranos e outros jogadores limitados fazem com que o mérito da conquista gremista tenha uma parcela da explicação no desempenho do clube da Estrela Solitária. 

O jogo desta noite teve várias nuances; zaga com dois volantes num bom tempo da partida, Darlan e Thaciano juntos, gol de falta num instante crucial, 34 minutos da segunda etapa, 75% de bola rolando nos 25 minutos iniciais, a primeira falta somente aos 12 minutos, enfim, situações inusitadas neste Brasileirão.

Individualmente, Jean Pyerre foi o grande destaque, Rodriguez vinha bem, gostei de Tardelli no primeiro quartel da partida, depois voltou a ser inoperante.

Deste confronto fica também a impressão que Juninho Capixaba não sabe dar consequência a todo o seu esforço; não cruzou uma certa.

Valeu pelos três pontos, agora são 9 nos 12 disputados recentemente, mas de mesma forma, ou seja, pela comprovação que é a base que está resolvendo a parada.

Outros jovens devem subir neste recesso de Junho e parte de Julho.




terça-feira, 11 de junho de 2019

Opinião



Fim de Festa? 

Quem acompanha futebol, tomou conhecimento de um noticiário que coloca esta última rodada do Brasileiro como um fato menor, um assunto no final da fila, isto é, ela (a rodada de meio de semana) vem atrás da Copa América, das possíveis negociações da janela de Agosto, do sorteio da Copa do Brasil, etc...

Tomara que a Direção e Comissão Técnica do Grêmio não entrem nessa, porque esses três pontos diante do Botafogo podem representar o diferencial de uma conquista ou perda no frigir dos ovos, na hora da onça beber água.

Para encarar o desafio no Rio de Janeiro, Renato deve escalar: Paulo Victor; Leonardo Gomes, Pedro Geromel, Rodriguez e Juninho; Michel, Maicon, Jean Pyerre e Alisson; Vizeu e Tardelli.

Tenho receio de uma formação composta por três jogadores lentos no meio e sonho que esta escalação enumerada acima, não seja a verdadeira.

Uma boa surpresa poderia ser Darlan ou Thaciano. É esperar para ver.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Opinião



Situação Limite

O título da crônica diz respeito a sua segunda parte. Na primeira, o assunto é a sorte do Grêmio nos cruzamentos das quartas-de-final da Copa do Brasil, porque, salvo raras exceções, os torcedores gremistas se pudessem escolher o adversário, certamente, a maioria racionalizaria: Bahia ou Atlético Paranaense, nessa ordem.

Há anos que o título vai para "camisas pesadas", independente da fase dos donos delas; então, a princípio, uma sorte danada bateu à porta da Arena. Não é garantia de êxito, mas ...

A parte final desta postagem trata de Luan e sua ausência tão prejudicial ao time. 

Vai fechar um semestre de expectativas, de torcida pelo retorno do bom futebol, por isso, por esse tempo demasiado, desconfio que o Grêmio (que sabe as verdadeiras causas da queda do craque) colocará um ponto final neste imbróglio. 

Luan fica por inteiro ou tomará outro rumo. Nesta hipótese, ele será apenas uma página da história gremista.

domingo, 9 de junho de 2019

Opinião



O Aceno

Entendo e venho escrevendo que o aproveitamento da base é a grande sacada dos últimos anos e o principal elemento (entre outros) das conquistas do Imortal na Era Renato (não dá para esquecer este detalhe), mas só a base não sustenta um elenco em curto tempo; isto é cultural, leva décadas para firmar a prática.

Então, a busca no mercado é outro ingrediente essencial na formação de um plantel (termo comum na pecuária, mas consagrado no futebol). Estão aí Geromel, Kannemann e antes, Lucas Barrios e Edílson, como bons exemplos na montagem do grupo.

Ao ouvir ontem Alberto Guerra no pós-jogo e ler hoje, vide Três reforços, dá para ter esperança numa retomada de bons jogos e títulos. Porém, fica a dúvida: A Direção acena com contratações, no entanto,  acertará dessa vez?


sábado, 8 de junho de 2019

Opinião



Vitória sofrida

O importante foram os três pontos e a segunda vitória; mas não dá para desconhecer que o time apresentou carências, principalmente pelas ausências de titulares importantes como um lateral esquerdo de ofício e o entrosamento do meio de campo, Michel, Maicon e Matheus Henrique; destes, só o capitão jogou. 

De nada valeu novamente, Renato ter uma semana para treinar; o Grêmio não conseguiu "amassar" o Fortaleza e o ambiente do estádio não favoreceu, pelo contrário, foram menos de 5 mil almas. O fato de ser Sábado à noite prejudica, mas a novidade de jogar em Caxias não criou interesse dos gremistas da região. Pelo contrário, pode (a novidade) dar problemas futuros pelos rolos entre torcedores durante a partida. 

Mais uma vez ficou comprovado o erro do treinador em não aproveitar Rodriguez umas duas rodadas antes de sua estreia. Ele parece um veterano ao lado de Geromel. Perdemos preciosos pontos com a invenção na zaga.

Os laterais foram pífios ofensivamente e atrás, convenhamos, não seria normal tomar sufoco do Fortaleza com o mando de campo sendo do Tricolor, tanto que Paulo Victor foi exigido uma única vez com mais perigo.

No meio, Maicon começou bem a saída para o ataque, Thaciano afundou; outro que tem dificuldades, quando vira titular e Jean Pyerre, o craque do time; o passe para Pepê é de vídeo game.

Alisson, outra vez, uma jornada irregular, merecia ter sido sacado no segundo tempo; erradamente, Renato preferiu retirar Felipe Vizeu, o que para mim representa uma má vontade, pois vinha se movimentando bem e arriscando chutes, algo que André sequer tentou. Tardelli não foi bem nem na ponta, nem no comando do ataque, nem como o antigo "ponta de lança", posição em que encerrou a sua migração tática neste jogo.

Aliás, é curiosa esta situação no Grêmio: quem vem resolvendo nestes anos de vitórias são os garotos da base; antes Pedro Rocha, Arthur e Luan, agora Éverton e para comprovar, hoje a vitória veio através de Patric que entrou bem, Jean Pyerre e Pepê, autor do gol.

A "curiosidade" vem de uma dessas duas hipóteses: Ou o Grêmio contrata mal, ou é muito azarado. Os mais caros não convencem, muito menos resolvem os problemas do elenco.

Tenho certeza que estes últimos fatos (as boas entradas de Pepê e Patric, o sucesso de Matheus Henrique e Jean Pyerre, o fracasso dos peso-pesados) vão estimular o aproveitamento mais intenso da base gremista.






sexta-feira, 7 de junho de 2019

Opinião



Grêmio volta a olhar para a base

As notícias mais recentes dão demonstração que o Tricolor vai incentivar o aproveitamento de joias da base, vide A Base, evitando assim, repetir fatos anteriores como foi o caso de Tetê, embora este tenha forçado a barra para sair.

Guilherme Guedes e Kazu (laterais esquerdos), Bobsin (meio-campista), Léo Chu, Da Silva, Patrick e Guilherme Azevedo (atacantes) são nomes que poderão se tornar familiares aos ouvidos dos torcedores.

Outros atletas já estão integrados ao grupo principal como Brenno, Mejolaro, Pepê, Darlan, Jean Pyerre, Matheus Henrique, repetindo o que ocorreu com Jaílson, Luan, Arthur, Éverton e Pedro Rocha.

O acerto não está apenas no êxito destes últimos nomes que citei, mas na precariedade da escalação esperada para amanhã onde cascudos como Leonardo Moura, Rômulo e Tardelli não empolgam o torcedor.

É esperar para ver se o discurso vira prática.

quinta-feira, 6 de junho de 2019


Álbum Tricolor (143)
TUPÃZINHO
Revista Placar
Nome: José Ernâni da Rosa.
Apelido: Tupãzinho.
Posição: Atacante.
Data de nascimento: 26 de Outubro 1939, Bagé, RS.
Data de falecimento: 17 de Fevereiro 1986, São Paulo, SP (46 anos).

JOGOS PELO TIME PRINCIPAL DO GRÊMIO
39 jogos (22 vitórias; 11 empates; e 6 derrotas). 9 gols.

JOGOS NO ESTÁDIO OLÍMPICO
19 jogos (12 vitórias; 5 empates; e 2 derrotas). 5 gols.

ESTREIA NO TIME PRINCIPAL DO GRÊMIO
15.01.1969 - Grêmio 1x0 EC Cruzeiro (POA) - Amistoso, em Porto Alegre-RS.

ÚLTIMO JOGO PELO TIME PRINCIPAL GRÊMIO
14.12.1969 - Grêmio 0x0 GE Flamengo (CAX) - Campeonato Gaúcho, em Caxias do Sul-RS.

CARREIRA
GE Bagé-RS (1957 a 1960); Guarany/BG-RS (1961 a 1962); Palmeiras-SP (1963 a 1968); Grêmio-RS (1969); Nacional-AM (1970 a 1971).

GRENAL ATUANDO PELO GRÊMIO
2 jogos (2 empates).

(*) Os dados aqui publicados não são oficiais. Dizem respeito às informações contidas no arquivo do autor.

Por Alvirrubro.

PRINCIPAIS FONTES:
- Jornal “Correio do Povo”.
- Jornal “Zero Hora”.
- Revista “Placar”.
- Arquivo Pessoal.

quarta-feira, 5 de junho de 2019

Opinião



Uma Justa Homenagem

Viajando pela mídia esportiva, me deparei com a notícia do lançamento do livro de Jair da Rocha sobre um atleta pouco conhecido do Imortal (ou pelo menos, sem o devido reconhecimento), Marino; um atacante com fome de gol, que está entre os maiores goleadores da história gremista. Vide Artilheiro Esquecido.

Eu, dentro das minhas limitações e possibilidades, lembrei de uma marca fenomenal e irrepetível nestes últimos 50 anos: Quatro gols num único Grenal.

Tratei desta façanha no Pequenas Histórias 43, vide Quatro Vezes Marino.

Fico pensando, se Marino vivesse os tempos de hoje.

terça-feira, 4 de junho de 2019

Opinião



Compartilhando Virtudes e Defeitos

Na situação atual, isto é, habitando a zona do rebaixamento, as revoltas e teses surgem de todas as partes (eu, inclusive). A maioria responsabiliza, quase que exclusivamente, o treinador Renato pelo estágio em que se encontra o time no Brasileiro.

Eu não embarco nessa, porque não credito apenas ao comandante técnico o tri da Libertadores e as demais conquistas, portanto, ele tem uma parcela relevante nos títulos, assim como, tem participação em alguns insucessos deste 2019.

Dentre essas teses imediatistas, aparece a que descredencia Renato na formação do grupo vencedor; creditam a Roger Machado. É bom lembrar que o jovem treinador não ganhou nada no Grêmio, assumiu o elenco mais caro do Brasil, o Palmeiras, foi demitido e não deixou saudades. Luiz Felipe pegou o "rabo de foguete"**, ganhou o Brasileiro/18 e emendou a maior sequência invicta do certame nacional. No Galo, igualmente com um elenco de respeito, Roger não resistiu.

Entendo que é necessário compartilhar as oscilações do time gremista; os méritos do treinador, assim como, os seus equívocos. Aliás, a reportagem no Uol enumera uma série de fatores que levou o Tricolor a essa situação, vide Motivos.

Olhando o desempenho dos demais treinadores, apenas Luiz Felipe está com campanha estável. O poderoso Cruzeiro de Mano Menezes, vem vacilando e é candidato a ser o novo grande clube a cair; Abel se desempregou, Sampaoli vive uma montanha russa no Santos. Quem mais?

O Grêmio precisa (como escrevi ontem) ajustar algumas peças na parte ofensiva (lado direito e o centro-avante). Se conseguir segurar Kannemann, a defesa para de vazar e a tranquilidade virá, certamente.

Com Renato.

** Correção na expressão


segunda-feira, 3 de junho de 2019

Opinião



O Grêmio precisa olhar o Mercado

Eu tenho uma certeza; convicção pura, o Grêmio vencedor, do futebol bonito, hegemônico, é dependente de Luan, daquele jogador de excelência que vimos em 2016 e especialmente, o de 2017.

Recuperá-lo é garantia de uma transição fácil e consequente do meio para o ataque. Parece que o Tricolor está desistindo dele . Deve ter fundadas razões para chegar a esta conclusão.

Se Luan é uma reposição quase impossível de se concretizar de forma imediata, o Tricolor deve apostar em Jean Pyerre, que está no estágio do nosso camisa 7 de 2014. Vai deslanchar, porém, precisa de tempo e paciência.

Com Michel, Matheus Henrique e Jean Pyerre, o time tem um esboço de meio de campo. Como a defesa (completa) não é problema, o interesse da Direção é abastecer com qualidade o ataque.

Se Diego Tardelli for o substituto de Éverton, a necessidade bate numa posição vital, terminal, qual seja, o finalizador. 

Com André reprovado até "em segunda época"  (os mais velhos sabem o que é isso), Vizeu sendo uma incerteza e o menino Da Silva, uma incógnita, se o Tricolor ambiciona disputar a Libertadores e Copa do Brasil, ele p-r-e-c-i-s-a de um goleador de muita qualidade, isso, "prá ontem".

Não sei onde está no mercado este atleta, mas essa não é função do torcedor. O que sei é o que ouvi e li muitas vezes e que servia de justificativa para o período de vacas magras do Grêmio: - Os bons jogadores tem receio de vir para clubes com dificuldades financeiras e longo tempo sem ganhar títulos.

Bom, o contrário deve ser verdadeiro; deve ter muito craque querendo jogar no Imortal nesse momento.