Grêmio bate o Guarany, naturalmente
Uma vitória tranquila com os mesmos defeitos e virtudes. Não evolui e isso preocupa num ano em que o único potencial rival está mais organizado, está com mais "sangue nos olhos". Se isso vai ser suficiente para botar faixa, não se sabe, mas o desenho da caminhada ao sétimo título se apresenta mais complicado.
Onde está a preocupação pelo lado azul? Vejam que o treinador teve uma semana para ajustar o time e o que se viu foi um meio de campo frouxo, lados/laterais mal cuidados, zaga exposta e a rotina de levar gols em todos os jogos, indiferente de quem esteja embaixo do arco. Além disso, uma hora, falha Geromel, noutra, Bruno Uvini, no clássico, Kannemann e Rodrigo Ely, a criação vive de individualidades como no ano anterior iluminado por Suárez. Desta vez, a válvula de escape são Gustavo Nunes e Pavón. Quando muitos jogadores estão mal, o problema não está na nominata dos 11.
O receio é que todos sabem como jogam Fábio, João Pedro e Reinaldo, todos eles, em tese, apoiam bem. O primeiro gol do Tricolor é um primor de lançamento do camisa 6, como se fosse um grande armador. Já o limitado Wilson Júnior "pintou e bordou" em cima dele no tento único do clube da fronteira. E isso é usual nas apresentações do time. Não se veem medidas salutares, eficazes, eficientes.
Também, é difícil acreditar que Cristaldo, Pepê e até Carballo (ano passado) apresentem tão pouco em tantas oportunidades. Será que são ruins mesmos?
Sorte que o campeonato não é de pontos corridos e o Coirmão, mesmo em franco progresso, tem suas recaídas. Pode haver um tropeço fora do "script".
De momento, não vejo um enfrentamento equilibrado em dois clássicos decisivos, por exemplo, porque o Grêmio é um time em irritante estágio de frouxidão na marcação do meio de campo, uma desconfortável e quase sempre fatal exposição dos beques, apresenta avenidas laterais, ou seja, sempre o mesmo roteiro, independente da qualidade do adversário.
O que o treinador minimamente tem que fazer é fechar o meio com Villasanti, Du Queiroz e outro de marcação (Dodi?) até o retorno de Soteldo, pois ele e Pavón por características e Gustavo Nunes, pela juventude, podem dar sustentação ao setor defensivo.
Encerrando: os melhores foram Geromel, Gustavo Nunes e Pavón, este último, o grande responsável pela construção da goleada. Mike entrou bem e Diego Costa, uma surpresa positiva, muita presença de área, mostrando que conhece a "rotina do lugar" como cunhou a expressão o mago Otto Martins Glória.
Tomara que haja evolução na hora mais complicada do campeonato. Só camisa não ganha mais títulos.