Gata Fernandez, Miller Bolaños, Maicon, Pedro Rocha, Lincoln, além de Douglas, este desde o início de 2017 e, exagerando um pouco, Walace, volante campeão olímpico. Desfalques de peso no elenco gremista, qualquer clube lamentaria as ausências, certo? Talvez.
Em 2017, o Tricolor, involuntariamente é verdade, prescindiu de todos os citados à exceção de Pedro Rocha, nome que se sobressai aos demais pela estabilização no time à partir das finais da Copa do Brasil do ano passado.
O relativo sucesso do Grêmio na Libertadores e Brasileiro, não passou pelo futebol de Gaston Fernandez, Bolaños, dupla que abdicou, abriu mão do Imortal, nem do quase sempre lesionado, capitão Maicon, muito menos do instável Lincoln e passou longe pela venda de Walace, já que o desempenho de Michel é superior ao volante baiano. Michel joga e não deixa o adversário jogar. Um camisa 5 que lembra, guardadas as devidas proporções, Clodoaldo, tricampeão de 70 e Flamarion, centro-médio do Guarani de Campinas na década de 70. Segura na bateria ou baixo, mas também sabe fazer solo de guitarra ou teclados de forma harmoniosa. Joga o fino e o grosso.
O Tricolor também encontrou no júnior Arthur, o motor do time, ninguém mais falou em trazer o volante do Rosário Central. Qual é o nome dele mesmo?
Com o ingresso de Lucas Barrios, Luan recuou e deu um sopro de criatividade e talento ao meio de campo. Cessou a interrogação; é segundo atacante ou falso 9?
Com a venda de Pedro Rocha, Renato deverá dar chance inicialmente a Éverton e Arroyo, talvez, trazer Ramiro para a esquerda, fazendo ingressar Fernandinho na direita, invertendo o time do meio para frente, ou seja, se reinventando.
Quem sabe não surja da base a solução? Patric, Dionatã ou outro?
Finalizando, com o ingresso de recursos de vários lugares, percentagem sobre a revenda de Douglas Costa, empréstimos de Lincoln e Bolaños, reduzindo a folha com a saída de Gata Fernandez, mais os milhões do Spartak, o Tricolor poderá manter seu principal jogador, Luan, o grande reforço para o resto do ano.
Não é tão dramática a situação, afinal, Pedro Geromel já está correndo à beira do gramado.
E o Grêmio conseguiu "se livrar" da Primeira Liga. É incrível, mas é a mais pura verdade.
Levar outro treinador e uma equipe de "transição" para encarar o Cruzeiro lá em Minas é passar a mensagem de desinteresse completo pela competição. Fica a pergunta: Valeu a pena para o torcedor assistir essa partida? Na falta de melhor programa, sim, mas foi duro de torcer. Como consolo, algumas boas surpresas no time.
Léo Jardim cumpriu uma grande jornada, assim como o miolo da zaga. Claro, houve os vacilos no final que determinaram o 2 0 para o Cruzeiro, mas deu para ver que Thyere e Bruno Rodrigo não estão abaixo de Bressan. Os laterais também estiveram bem; Leonardo apresentou uma qualidade que eu não havia percebido nele em jogos anteriores: Tirou várias bolas de cabeça, quando fechava para o meio da defesa. Conrado me pareceu bom marcador, especialmente na etapa final, dando descontos para os minutos derradeiros e decisivos.
Os dois volantes não foram bem. Kaio, eu ainda não vi jogar bem e Machado, levemente melhor do que o parceiro, mas com erros irritantes em cobranças de faltas que invariavelmente caiam nas mãos do goleiro Rafael.
Jean Pyerre, a mesma impressão anterior; muita técnica, no entanto, uma lentidão atípica para quem joga naquela faixa de campo. Quase fez um golaço por cobertura. Esperon apenas me chamou a atenção pela semelhança física com Kléber Gladiador. Sua entrada, imagino, foi uma precaução defensiva, que se mostrou desnecessária. Dava para entrar de cara com Dionatã, este, um jogador promissor, assim como Patric. Se não "vacilarem", serão grandes jogadores.
Beto da Silva não apareceu, porém, faço uma ressalva: Ele foi para o sacrifício. Não é homem de receber bola de costas. Análise prejudicada.
Entraram, além de Patric, Dudu e Batista.
Com todas as limitações gremistas (falta de entrosamento, juventude, estádio do adversário), a vitória do Cruzeiro dificilmente ocorreria se Mano mantivesse Rafael Sóbis em campo. A entrada de Sassá foi o ponto decisivo a favor do clube estrelado. Ele participou da origem das jogadas que resultaram nos gols de Raniel e De Arrascaeta.
Oportunismo com uma boa dose de sorte, já que os gols tiveram um desenlace feliz pelas "escolhas" da bola no caminhos do arco de Léo.
Ela é feita para apanhar, ela é boa de cuspir; mas se bobear, a Primeira Liga pode ser a única conquista de um clube neste 2017.
Esta competição foi saudada como a grande novidade para os clubes, quase uma libertação dos grilhões da senhora de escravos, a CBF, pois não é que as próprias instituições trataram-na muito mal neste ano, porquê?
Arrisco dizer que a questão é mais política do que técnica, quando se trata de colocar times reservas ou mistos, principalmente, porque é uma adoção quase na íntegra pelos chamados clubes grandes. Será que nenhum tem folga no calendário? Por que o desinteresse coletivo? Até mesmo o Coirmão no inferno da Série B prefere "dar" um gelo nesta competição. Não, com certeza, a questão não é técnica, nem de preservação física dos elencos. Algo há.
Olhando para o nosso time; o que justifica colocar time reserva? Não havia a possibilidade de aproveitar os "quase" titulares, casos de Leonardo Moura, Fernandinho, Éverton + Lincoln e Jaílson, para ficar em cinco exemplos?
Tomara que animicamente o Cruzeiro dê uma facilitada e os atletas escolhidos por Felipe Endres (alguém entende essa?) respondam bem a esta convocação.
Do jeito que está, acredito que 2018 não terá mais a disputa da Primeira Liga.
O selecionado nacional joga esta semana no Rio Grande e sempre que isso
ocorre, eu lembro do distante 1972, o Torneio do Sesquicentenário da
Independência realizado no Brasil. À partir daquele evento a Seleção Brasileira
de futebol me passou a ser algo indiferente.
A origem disso está relacionada com a não convocação de Everaldo,
aliás, o único titular de 70 descartado pelo senhor Mário Zagallo. Pelé dera
adeus ao selecionado no ano anterior; mais tarde, outros tricampeões foram
cortados por lesões. Everaldo não, o treinador preferiu Marco Antônio (Flu) e
Rodrigues Neto (Fla).
Contei isso na crônica 18 das Pequenas Histórias, Vide Pequenas Histórias 18, quando o
Estádio Pinheiro Borda recebeu mais de 100 mil torcedores, recorde absoluto no
Pampa gaúcho.
Muita gente viveu ou leu sobre aquela guerra de 17 de Junho, o 3 a 3,
Gaúchos versus Brasil, mas poucos sabem ou lembram que um mês antes, os Gaúchos
fizeram amistoso contra o Uruguai, que se preparava para uma excursão ao
continente europeu e mais tarde, para o Torneio da Independência em nosso país.
Trago na memória com muito carinho
esta partida, porque naquela tarde estava na casa dos amigos Fernando, colorado
e Vitor Hugo, gremista e goleiro do nosso time, irmãos, onde uma gurizada
jogava botão e no campinho nos fundos da casa participavam de uma pelada. Era
um rodízio, dois jogavam “futebol de mesa”, outro ia para o sacrifício; ser o
juiz da partida; os demais batiam bola, esperando a sua vez no campo de
compensado com seus times e regras próprias que criamos.
Como a Seleção Gaúcha era um combinado Grenal, nos tínhamos uma disputa
particular; Jogadores gremistas ou colorados, quais se dariam melhor no
confronto? Sem ouvir a partida, apenas éramos informados dos gols da partida,
quando tudo era interrompido: Futebol de mesa, o jogo no campinho para a
atualização dos acontecimentos do Beira-Rio.
Aparício Vianna e Silva utilizou no confronto: Schneider; Cláudio
Duarte, Elias Figueroa, Atílio Ancheta e Everaldo; Carbone, Tovar (Bráulio) e
Torino (Dorinho); Valdomiro, Claudiomiro e Oberti (Mazinho). Praticamente, os
mesmos onze que encararam em Junho o Brasil. Uma única troca que eu não sei
até hoje o porquê: Cláudio jogou essa, porque Espinosa não pode ou Espinosa
enfrentou os brasileiros, porque Cláudio não pode?
Washington Etchamendi usou: Luis Aguerre (Alberto Carrasco); González,
Jauregui (Francisco Campo), Ascery e Blanco; Montero Castillo, Espárrago e Maneiro
(Júlio Giménez); Ferreira, Lattuada e Romeo Ruben Corbo (Fernando Morena).
Etchamendi ainda sonhava em contar com os craques do Exterior:
Mazurkiewicz (Atlético Mineiro), Pedro Rocha (São Paulo), Atílio Ancheta
(Grêmio), Pavone e Garristo (Independiente da Argentina), Repeto (Cruzeiro) e
Cortez (Vera Cruz do México). Realmente, um sonho, ninguém veio.
Os Gaúchos foram arrasadores; Oberti marcou duas vezes, aos 8 e 10
minutos. Valdomiro faria o terceiro aos 16. Lattuada descontou aos 30 minutos.
Fim de primeira etapa. 3 a 1.
A Seleção local reduziu o ritmo, esperando o final, apenas cadenciou a
partida, esperando o apito derradeiro.
O lateral Blanco, quando faltavam 30 segundos para o encerramento do
tempo regular, marcou, dando números definitivos ao placar. 3 a 2.
Para um atleta em campo, este jogo teve um sabor especial e uma
sensação única. Ao sair de campo com a camisa da Celeste Olímpica às mãos
recebida em troca da sua, Ancheta, o melhor zagueiro da Copa de 70 (foto acima) e um dos
destaques deste jogo; perguntado como se sentira enfrentando a Seleção de seu
país, não resistiu, não segurou as lágrimas.
Deve ter sido bem difícil enfrentar aquela empreitada, contudo, mal sabia que com o passar dos anos, o vínculo com o Brasil seria tão importante
para ele, quanto o de sua terra natal.
A postagem de hoje pode parecer implicância e um pouco de paranoia minha, mas se eu não escrever, não vou estar à vontade, pois, mais tarde poderá haver repercussão e vou me arrepender de ter perdido a oportunidade de tratar destes assuntos.
Li a entrevista de Bressan às páginas 46 e 47 do jornal Zero Hora deste final de semana e no site. Nela, ele, em um dado momento, diz que "o Grêmio não teme ninguém na Libertadores". Obviamente, ele tem o direito de se manifestar, mas eu tenho uma relutância em aceitar afirmações desse tipo realizadas por jogadores contestados. Nunca acaba bem; aliás, acaba bem para o adversário.
No Grêmio de Telê, repercussão havia quando os porta-vozes eram Ancheta, Oberdan e Tadeu Ricci. Em 81, Émerson Leão e Hugo De Leon; em 83, Hugo De Leon e Tita, além da irreverência de Renato. Entretanto, nunca se sabia quando este último estava falando sério.
Lembro que na década de 80, já sem Hugo De Leon, um defensor gremista, que esteve no grupo campeão mundial, deu uma entrevista nos moldes desta de Bressan, sendo o alvo, o tradicional rival, momento em que ele dominava os campeonatos regionais. E se deu mal, ocorreu o contrário do que ele bradara e o Grenal teve um desfecho desfavorável para o pessoal da Azenha. Decididamente, ele não era o mais indicado para uma entrevista com tom e palavras impositivas. Nem ele, nem Bressan: Falta(va) estofo para ser(em) o porta-voz do grupo gremista.
Bressan foi bem diante do Cruzeiro. Bem em relação a ele próprio, nada de especial, além disso, o Tricolor saiu com um insucesso do Mineirão.
Implicância minha? Talvez, porém e agora vem a paranoia, a gente conhece uma parcela da mídia; aqui, mais um parênteses, vide Jornalistas Gaúchos e seus times do coração (sempre é bom ter essa informação à mão); não dá para descartar um objetivo escuso neste súbito interesse e estrelato de Bressan.
Para ilustrar, lembro que tem um jornalista colorado, apelidado pela massa de "Pipoca", que sempre que tem que elogiar o presidente Fábio Koff, menciona que ele é o maior presidente da história do Grêmio; ele tem muita dificuldade em dizer que ele é o maior da história do futebol gaúcho. Não consegue, não sai, trava.
Também vejo que se Gamarra jogasse atualmente, ele seria tratado como o melhor zagueiro do Brasil; no caso de Geromel isso não acontece, ele sempre é considerado como "um dos melhores do Brasil". Eu sei, isso é democrático, cada um tem a sua opinião.
Provavelmente seja coisa de paranoico, mas eu acho que os elogios são seletivos, sem critérios claros. Basta vermos como foi a condução jornalística do rebaixamento do Inter, enquanto ele não se materializava matematicamente e até depois com o fiasco no Tapetão por essa parcela da mídia e a euforia dos textos com as seis vitórias consecutivas na Série B e a aparente indolência para elogiar os bons desempenhos azuis.
No mínimo, dá para dizer que o súbito estrelato de Bressan é esquisito.
As competições vão se sucedendo e o Grêmio apenas participa, sempre com "boas chances", quase sempre favorito, mas mão na taça, não mesmo.
Foi-se o regional, favoritaço, Copa do Brasil, muito favorito e por isso, posso depreender que a Primeira Liga também irá para o espaço, desta vez, mais por desinteresse do que qualquer outra coisa. Tomara que o Coirmão não a conquiste.
O Brasileiro passou a ser uma quimera, o Grêmio se encarregou de colocar o título no colo do Corinthians e o presidente Bolzan Jr. faz "uma graça", dizendo que a queda na Copa do Brasil foi uma boa, porque agora, Brasileiro e Libertadores passam a ser prioridades.
Renato terá duas semanas para refletir sobre os erros, os caminhos equivocados que fazem a conquista da Copa do Brasil de 2016 parecer uma ilha de alegria num mar de decepções.
Os vilões desembarcaram da nau, alguns através do patíbulo: Barcos, Zé Roberto, Dudu e os mais execrados, provavelmente, bem execrados: Pará, Werley, Fred, Kadu, mais recentemente Marcelo Oliveira, porém, as desclassificações seguem ocorrendo com a maldita bola aérea, de preferência, na risca da pequena área. Por que será?
Outro fato difícil de engolir é essa história de "investidor", os anjos bons do Grêmio. Como assim? Na prática não são investidores, porque isso implicaria risco nos negócios, comprar Maxi Rodriguez e, quando ele é liberado, o clube tem que indenizar integralmente o "investidor", neste caso, somos forçados a pedir correção no termo: Isto se chama empréstimo, então, emprestador da grana. O mesmo parece ocorrer no caso do Bolaños, o "investidor" quer o seu na íntegra, pelo menos, é o que lemos por aí? Está estranho chamar de anjos da guarda gremistas.
Apesar de tudo isso, nós seguimos esperançosos, achando que aquela frase do Rodrigo Janot, por associação, sirva para a torcida gremista nas competições que sobraram; existem bambus, o problema é o risco de que cada flechada nem chegue perto do alvo.
sexta-feira, 25 de agosto de 2017
Álbum Tricolor (96)
VÍTOR HUGO
Revista Placar
Nome: Vítor Hugo Barros.
Apelido: Vítor Hugo.
Posição: Meio Campo (Volante).
Data de nascimento: 21 de Maio de 1952, Porto
Alegre, RS.
Observando as últimas decisões do Grêmio, excetuando a grande conquista da Copa do Brasil de 2016, fica escancarada a semelhança das quedas nas semifinais dos Gauchões de 2016 e 17 mais a de ontem, Copa do Brasil. Parecem replay. Vacilo na bola aérea, de preferência, a pequena área como sede. Vide:Juventude, Novo Hamburgo e Cruzeiro.
Sabemos que Marcelo Grohe tem a simpatia da maioria dos torcedores gremistas. Seleção Brasileira, Duas Bolas de Prata na prateleira e algumas performances decisivas em tiros livres diretos. Há uma pequena parcela que o olha com desconfiança nestes 12 anos e 13 temporadas em que está no grupo profissional do Imortal.
Essa pequena parcela que desconfia de suas qualidades, não viu Douglas Friedrich, goleiro do Avaí, fazer sequer um único jogo pelo Grêmio em seu empréstimo. Seus números no clube catarinense dão esperança de manter o time da Ressacada na primeira divisão. Ele estreou na 10 ª rodada, estamos na 21ª, 12 partidas portanto, assim distribuídas: 4 vitórias, 5 Empates e 3 Derrotas. Está na zona do rebaixamento. Vamos aos números do Grêmio neste mesmo lapso de tempo: 5 Vitórias, 3 Empates e 4 Derrotas. Avaí, 17 pontos, Grêmio, 18.
A parcela de Douglas Friedrich nesta boa campanha catarinense é transcendental. Em 7 partidas dessas 12, ele não sofreu gols. Ocorreram duas goleadas, onde tomou 9, mas em 2 tomou um único tento. Resumindo, em 9 dessas 12, ele levou apenas 2 em partidas distintas. Não é casualidade.
Sendo assim, o Grêmio não pode incorrer no mesmo erro, ou seja, deixar de testar Paulo Victor que está emprestado. Testem-no numa sequência do Brasileiro, pois a sua amostragem em 3 jogos é muito boa. Quem sabe a solução dos problemas defensivos, não está no elenco atual? Senão, o novo goleiro do plantel encerra o vínculo e o clube poderá lamentar outro equívoco de avaliação.
Também, nesta dia posterior ao baque da saída da Copa do Brasil, fica a lição; se o clube tem um dos melhores times da competição de pontos corridos, ele deve priorizá-la, pois, os deslizes, eventuais tropeços, são absorvidos ao longo das 38 rodadas. Estou sendo repetitivo. Não há sobressaltos e quedas definitivas da noite para o dia.
Renato em 2010 fez campanha de campeão no segundo turno, 2013 perdeu para um Cruzeiro de campanha irrepreensível. Para reforçar os méritos do treinador gremista, seus elencos nestas edições eram bem inferiores ao que ele tem atualmente.
Jamais veremos Criciúma, Santo André ou Paulista de Jundiaí, campeões brasileiros da Série A em pontos corridos, porque Brasileiro é briga de cachorro grande; hoje, o Tricolor seria um forte concorrente ao topo da tabela, se desse a devida atenção ao certame e porque não dizer, ao seu tamanho e história.
Sinceramente, achei que qualquer dirigente do Grêmio faria "essa leitura", considerando o elenco qualificado do Tricolor.
Eu não estava confiante para esse jogo, cheguei a trocar ideias numa rede social com o gremista Daison Santana no final de semana, demonstrando o meu pessimismo.
Reproduzo a seguir frase da última postagem: "O primeiro tópico de ontem, eu deixei para último hoje, porque acho que é o de maior repercussão a curto prazo, pois a relegação do Brasileirão pelo Grêmio poderá ser repensada a partir de um insucesso na Copa do Brasil." O Grêmio não vem fazendo partidas encantadoras, em parte, pela percepção do adversários na sua forma de jogar, noutra, porque o foco gremista está multifacetado; se isso é exclusivo dos grandes clubes, a grandeza deles, também é um ônus a ser superado.
Eu entendo e concordo com a hierarquização das competições, as famosas prioridades, mas discordei, quando o Tricolor colocou o Brasileiro abaixo da Copa do Brasil, porque vejo o nosso clube como o melhor do país; isso resulta (sempre trazendo à lembrança que é opinião minha) numa chance maior de títulos pela natureza da competição, ou seja, as derrapadas durante as 38 rodadas não são privilégio de alguns clubes apenas e isso favorece aos que são/estão melhores. Já numa disputa de mata-mata, a chance de "incidentes" decidirem a vaga é muito maior. E isso ocorreu esta noite. Uma partida sofrível e tchau!
O Grêmio foi irreconhecível, Ramiro, talvez tenha feito a sua pior partida neste ano, Pedro Rocha e Barrios afundaram, a zaga e o goleiro falharam numa bola fácil de ser retirada e aí entrou o tal "detalhe". Bastava Edílson se antecipar a Hudson, bastava Grohe socar a pelota no seu ponto mais alto. E não foi Bressan o vilão.
Continuando; Arthur lembrou o pior Zinho com os seus movimentos de enceradeira, Edílson e Michel abaixo do que normalmente jogam. Bruno Cortez errou passes demais na etapa inicial, sobrou Luan, mas, desta vez, ele foi a andorinha solitária e todos sabemos, uma andorinha não faz ... Disso decorreu que o time não deu um único chute "de respeito" na etapa final. Como então, fazer gol?
Kannemann sem Geromel, parece menos jogador e os que entraram fizeram menos do que os substituídos. Enfim, uma jornada para esquecer ou para lembrar muito, depende do ponto de vista.
O que acontece daqui para frente? O Corinthians disparou, está quase inalcançável, porque o Grêmio assim o quis. Esse Brasileirão era do Grêmio!!!
Restou a competição mais "dramática", a Libertadores da América que possui idênticas armadilhas da Copa do Brasil com pitadas de picardias latino-americanas.
Na cobrança de penalidades, a deficiência técnica ficou escancarada, os que costumam errar, erraram. Luan bateu do mesmo jeito que bate; meia altura, fraco no canto direito do arqueiro, foi assim na Olimpíada (entrou), foi assim contra o líder do campeonato (Cássio pegou).
As defesas grandiosas e competentes de Marcelo Grohe, destaque absoluto após o apito final, mascaram os seus vacilos durante a segunda etapa e vão, certamente, retardar as oportunidades de Paulo Victor jogar com o setor defensivo efetivo.
Pena! Porque esta desclassificação na Copa do Brasil, poderia inspirar os seus dirigentes a observarem esse evento com o olhar na história, naquele 30 de Abril de 1983, quando o Tricolor deu adeus ao Brasileiro num 1 x 3 (Ferroviária de Araraquara no Olímpico), mas começou a ganhar a Libertadores daquele ano, a partir da constatação de obviedades. Duvido que tenham a lucidez e coragem necessárias.
Resumindo: O Cruzeiro que não poupou titulares domingo diante do Sport, bateu os descansados atletas gremistas. Venceu as duas e embalou, mas ainda acho que a CB de 2017 vai para o Flamengo.
E nós? Bem, nós vamos seguir elegendo prioridades.
Passado um dia, a gente já verifica que houve uma movimentação nas notícias sobre os três tópicos que escrevi ontem.
Na ordem inversa; Luan acena com a possibilidade de renovação, caso a transação que o tiraria do Tricolor não se consuma. Ele, racionalmente, vê que sair atritado com o clube que o projetou, só lhe traz uma vantagem de cara; a financeira. A longo prazo, nem isso será vantagem. Renova, eu aposto (se não for vendido, evidente).
Sobre Miller Bolaños, o segundo assunto tratado neste Segunda-feira, a atitude da Direção e Comissão Técnica do Imortal coloca o empresário e o próprio jogador na berlinda; o equatoriano passa a ser o vilão da história e ele neste momento é a ponta mais frágil. Já perdeu espaço em seu selecionado nacional às vésperas de um ano de Copa do Mundo.
Bolaños, se for inteligente, buscará o acerto e sua reintegração no elenco. Eu aposto nisso, também.
O primeiro tópico de ontem, eu deixei para último hoje, porque acho que é o de maior repercussão a curto prazo, pois a relegação do Brasileirão pelo Grêmio poderá ser repensada a partir de um insucesso na Copa do Brasil.
Obviamente, a maioria, para não escrever todos, dos gremistas sonha com a passagem para a final, mas se isso não ocorrer e o Corinthians dando mole diante da Chapecoense, o Brasileiro voltará ao foco do Imortal. Pelo menos, o bom senso assim recomenda.
Antes de tratar do jogo mais importante do ano para o Grêmio, vejo que há três assuntos que se imiscuem neste período e até avançam além do confronto diante do Cruzeiro.
O primeiro, antes de ser crítica, é uma constatação; o Grêmio justifica a preterição ao Brasileiro pelo fato da Copa do Brasil ser "o caminho mais curto" para título e vaga na Libertadores. Observando o histórico do Tricolor e o seu provável calendário para os anos seguintes, dá para deduzir que jamais (ele) dará prioridade ao Brasileirão, se mantiver o pensamento atual, porque Copa do Brasil sempre terá e será "o caminho mais curto" para títulos e vaga para a LA. Então, a lógica deste pensamento e o histórico das competições permitem concluir que Brasileirões não serão alvo de conquista pelo Grêmio nunca.
O segundo assunto, Bolaños não quer ficar; já foram esgotadas as tentativas de inserção dele no elenco e na equipe principal; a recomendação é liberá-lo. Que seja feliz noutro lugar. Agora! O clube não poderá esgotar todas as possibilidades para amenizar ou evitar prejuízos financeiros com este gesto do jogador, afinal, se ele quer sair e concluiu que é para o bem dele, que Bolaños patrocine este sacrifício, mesmo que em porção parcial.
O terceiro tópico: Se Luan e/ou seu empresário pensa(m) que esperar o fim de 2017 para assinar um pré-contrato, deixando o clube segurado no pincel é atitude que só lhe trará benefícios, haverá um baque lá na frente, porque Luan estará realizando um movimento que não é exatamente do agrado do técnico da Seleção em suas escolhas, o que poderá "queimar o seu filme" justamente em ano de Copa do Mundo, talvez a única que ele poderá participar. Como em tudo na vida, há prós e contras nas suas encruzilhadas.
O Atlético Paranaense surpreendentemente, deixou jogadores de boa condição técnica no banco e apresentou um time que pareceu inferior ao seu elenco. O treinador deve ter suas razões.
Já o Grêmio optou (acertadamente) por um time reserva com três "quase" titulares, Leonardo Moura, Éverton e Fernandinho. Os demais são suplentes e isso foi determinante para a vitória não ter vindo. Falta entrosamento e em alguns setores, qualidade.
Renato falou no final da partida, que os jogadores precisam aproveitar as oportunidades e a pergunta lhe dirigida, tinha como evidência o desempenho de Lincoln.
O camisa 27 está melhorando, andou melhor do que Kaio e Jailson, porque tem mais "bola" do que esta dupla, mas nada entusiasmador. Leonardo Moura ficou abaixo do que se espera dele, o mesmo ocorreu com Fernandinho. Nessas condições, eles deveriam assumir o timão da embarcação.
Quem não soube aproveitar a chance foi o lateral direito Leonardo Gomes, que foi superado em quase todos os lances, demonstrando uma fragilidade defensiva, que não aparecera tanto em jornadas anteriores.
Bressan e Bruno Rodrigo foram bem e Marcelo Oliveira, antes que alguém pergunte se eu tenho alguma coisa pessoal contra ele, novamente não foi bem, mas não há nada de pessoal nisso. Acho que Conrado que o substituiu se saiu melhor.
Beto da Silva entrou e errou praticamente todos os lances; há o desconto da falta de ritmo. Patric tem nova chance e entrou mais elétrico do que contra o Botafogo.
Os destaques foram Éverton pelo que fez na etapa final, quando cresceu de produção; apareceu para o jogo e Paulo Victor; este, o grande nome gremista da partida. Seguro, discreto, conhece os fundamentos, liderou a zaga com suas orientações. Pegou firme uma bola "indefensável".
Esta semana que hoje se encerra, marcou os 40 anos da morte de Elvis Presley, dia 16. O Rei do Rock infartou de forma fulminante aos 42 anos.
Já não calçava mais os sapatos de camurça azul (Blue Suede Shoes), clássico de Carl Perkins, que abria o seu primeiro álbum e impressionava as garotinhas, nem era mais prisioneiro do Rock (Jailhouse Rock), mas do Show Business que o transformou numa figura estranha.
Também nesta semana, relembramos iguais 40 anos do Grenal no Olímpico, vencido pelo Tricolor, onde se verificou o gol mais rápido de sua centenária história, Yúra aos 14 segundos; dois dias antes da morte de Elvis.
Para mim, ele teve outro significado especial; era dia dos Pais, 14 de Agosto e dez meses antes, o meu pai sofrera o primeiro infarto. Ele própria confessou depois, que ao ir para o hospital, achava que não sairia de lá. Saiu e viveu mais 5 anos. Pois bem, aquele Dia dos Pais era o primeiro depois do seu grande susto.
O clássico 233 desmanchou de vez, a ideia que a goleada de Abril, 3 a 0 (Tadeu, duas vezes e Alcindo) era uma exceção, já que o Inter era octa campeão gaúcho e bi do Brasil. Em quatro meses, era a segunda vitória com autoridade do Tricolor. Hoje parece pouco, na época, uma façanha. Obviamente, não se sabia que aquele triunfo seria o primeiro de uma sequência de seis vitórias consecutivas, algo irrepetível até os dias atuais. Telê detém essa marca.
O reforço da maturidade gremista veio também pela postura anímica que exigiu até um "pega" no final do Grenal, uma pancadaria para ninguém botar defeito. Batista, volante do Inter, que o diga.
Uma das brincadeiras do clássico, dizia que o capitão do Inter, Falcão fora o culpado pelo gol dos 14 segundos, pois ao vencer o "toss", optou por escolher o lado do campo que seu clube iniciaria o jogo, deixando para o Tricolor a saída de bola. O Inter, simplesmente foi tocar na pelota pela primeira vez, quando Caçapava foi buscá-la no fundo das redes de Manga, antes dos 20 segundos.
Telê mandou a campo: Walter Corbo; Eurico, Ancheta, Oberdan e Ladinho; Vitor Hugo, Tadeu e Yúra; Tarciso, André e Éder. Participaram igualmente, Zequinha e Alcindo, saindo Yúra e André.
Sérgio Moacir utilizou: Manga; Hermínio, Beliato, Carlos Gardel e Vacaria; Caçapava (Escurinho), Falcão e Batista; Valdomiro, Luisinho e Lula (Dario).
Dada a saída, a bola passou por seis jogadores gremistas (André, Tadeu, Oberdan, Ladinho, Éder e Yúra) e foi parar no fundo da goleira colorada, desestabilizando o clube do Beira-Rio, que chegara ao Grenal com a vantagem do empate. Isso virou pó num verdadeiro "piscar de olhos".
O clássico começou elétrico e assim permaneceu naquele primeiro tempo: Aos quatro, Ancheta salvou o provável gol de empate numa tentativa de chute de Gardel; aos dez, Éder venceu Hermínio, cruzou e André, livre, arrematou para fora. Tarciso aos trinta e um minutos perderia grande chance, prensando com Vacaria.
Dois minutos passados e o ataque azul tramou pelo lado esquerdo com Éder, André e Yúra, o Passarinho poderia ter ampliado, mas ao encobrir Manga, acertou o travessão colorado. Aos trinta e quatro, Tadeu arriscou de fora da área, mas Manguita Fenômeno segurou firme no meio do arco. Final de primeiro tempo, 1 a 0.
O Inter voltou mais arrojado na etapa final e logo no primeiro minuto, Falcão teve a oportunidade de empatar, porém, chutou pelo lado da goleira de Corbo. Em seguida, Luisinho e Falcão tabelaram e na hora do arremate, Ancheta se antecipou e mandou para escanteio.
Aos três minutos (vejam a sequência eletrizante), André ganhou de Vacaria e esticou para Tarciso, que entrou como um azougue (boa essa!!!) e chutou forte no ângulo superior esquerdo de Manga. 2 a 0. Loucura no Olímpico.
As esperanças vermelhas renasceram aos oito minutos, quando num entrevero na área gremista, a pelota sobrou para Hermínio arrematar fraco, entretanto, Corbo estava com a visão encoberta e nada pode fazer. 2 a 1.
O arqueiro uruguaio seria responsável por duas defesas importantes em conclusões de Falcão e Valdomiro, garantindo a vantagem tricolor.
À partir do meio do segundo tempo, o confronto começou a ter menos lances perigosos, aparecendo a rispidez nas divididas; apenas aos quarenta minutos, numa dessas refregas, Ancheta derrubou Dario, os colorados reclamaram de penalidade, os gremistas alegando que a falta fora na meia lua da área. Agomar Martins ia marcar o pênalti, mas diante da grande reclamação de Eurico, Oberdan e Ancheta, principalmente esse trio, recuou e a bola foi posta fora da grande área. Valdomiro cobrou e acertou a trave. Grande sufoco.
A partida teve quase dez minutos de acréscimos, porque aos quarenta e sete minutos, Éder meteu o cotovelo em Falcão numa dividida de jogo, Batista acertou um soco no ponta esquerda, outros atletas colorados se aproximaram de Éder, que ao correr, levou um soco de Hermínio e um pontapé de Batista. Imediatamente, Oberdan, Alcindo e Yúra (vide foto) "se serviram" no meio-campista colorado.
Com exceção de Manga, Tadeu Ricci e Escurinho, os demais se envolveram na briga. Apenas Éder e Batista foram expulsos.
O embate foi reiniciado e ainda deu tempo para Tarciso dar um derradeiro chute ao gol de Manga. Final, 2 a 1.
Três dias depois, em Pelotas diante do Brasil, o Tricolor garantiu com um empate (o Inter empatou também em Bento Gonçalves), o título do primeiro turno.
Para nós, gremistas, aquele Grenal demonstrou que era possível bater o poderoso Bicampeão nacional mais de uma vez num único ano, algo que já havíamos esquecido de como era.