Páginas

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Opinião


A Reinvenção do Grêmio

Ontem, o Grêmio realizou o quinto jogo com os considerados titulares: 1 vitória, 3 empates e 1 derrota; 4 gols marcados nesta quina de confrontos. Segue a escassez que lembrei em postagem anterior. 

Trata-se de apenas um mês, mas dá para dizer que o Grêmio piorou. O título da Recopa mascarou o momento do clube dentro das 4 linhas. Exagero? Saíram ou não estão jogando Edílson, Fernandinho, Lucas Barrios e Arthur. Ramiro recém voltou e foi o pior do time no Uruguai. Aí é "metade" de 11. Se isso atenua o resultado do trabalho de Renato; por outro lado, olhando as opções que chegaram associadas ao bruxismo do treinador, dá para a massa torcedora ficar apreensiva.

Acredito que com os títulos, a situação financeira gremista tenha melhorado, mas se antes tínhamos Lucas Barrios, ainda que com problemas físicos que desconfio serem crônicos, o argentino/paraguaio demonstrou a técnica, isto é, "o como fazer" lá dentro da área. Foram gols cirúrgicos, diria, de cartilha e o que temos? Jael, Hernane, Cícero improvisado; ora! É um decréscimo abissal.

As alternativas Madson, Maicosuel, Alisson, Hernane, Thaciano são tiros no escuro. Talvez Thonny Anderson, mas é muita "roleta russa", muita aposta para um tricampeão da América. 

As alternativas preferidas do treinador (bruxos) Leonardo Moura, Jaílson, Maicon, Cícero e Jael, não deram certo em 2017 (sim, até Jaílson), por que seriam soluções um ano depois, se a maioria deles está na descendente em suas carreiras, jogando em posições vitais numa equipe de futebol?

Escrevi na parte dos comentários no post de ontem, que algumas soluções estão no elenco, outras, no mercado. O retorno de Michel e Arthur é imperativo, inadiável, imprescritível. A menos que Thonny Anderson aconteça, seja o "cara", a busca de um armador é tarefa "para ontem".

Na frente, setor ofensivo, os números escancaram a aridez danosa do ataque. Ainda acho a compra de André, vital para se pensar em algo igual ou semelhante a 2017.

O Grêmio precisa se reinventar, apenas achar que pegando "raspas e restos" do mercado toda hora, terá a receita para as conquistas, é um erro colossal. O Grêmio é o time a ser batido nesta Libertadores.

Provavelmente, os demais adversários não serão tão respeitadores, tão respeitosos, quanto foi o Defensor; logo verão que o "bicho não é tão feio" e como naquela historinha da formiga surda, que desconheceu os conselhos de não tentar subir até o topo do poste e galgou até o seu limite, os concorrentes poderão esquecer que estão enfrentando o atual campeão do maior torneio da América e passar por cima até com uma certa facilidade.

O Grêmio não pode ser o mesmo de 2017; terá que ser mais, bem mais.  


terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Opinião



Empate lamentável

Começo fazendo uma pergunta: Se disputasse o Gauchão, qual seria o objetivo do Defensor? Da minha parte; brigar com os clubes do rodapé da tabela para se manter na primeira divisão. Nada mais do que isso.

Provavelmente, hoje eu vou "nadar contra a maré" das opiniões. Achei uma partida medíocre do Grêmio, em especial, nos primeiros 45 minutos, quando o "maestro" Maicon me tirou a paciência com o "academicismo" versão tupiniquim do "hecho en españa" mal enjambrado. Por favor! Todo aquele toque de bola improdutivo cujo resultado foi uma defesa de Grohe + um chute cruzado do lateral uruguaio e "necas" de defesa de Reyes, goleiro do Defensor. 

Arrisco afirmar que diante de um time com menos respeito, menos cerimônia e mais agressivo, o Tricolor seria batido facilmente nesta tarde/noite em Montevidéu.

Maicon, imagino que será escolhido o melhor pelas rádios e demais órgãos da Imprensa gaúcha; pois, reforçando a minha posição, digo que é o atraso do time. Renato escalou de forma coerente com o seu pensamento, mas de forma equivocada. Cícero e Maicon juntos, nem pensar. Só funciona contra um time medíocre que se conformou em apenas não ser batido em casa; aí, Jaílson vira peça inútil e isso justifica a manutenção de Maicon e Cícero ao mesmo tempo.

A centralização do jogo na figura do nosso número 8, só tem precedentes na Copa do Mundo de 78, a da Argentina, quando havia um "decreto" que toda a bola brasileira deveria passar pelos pés de Roberto Rivellino, isso foi altamente nocivo ao time e, olha, estamos tratando de Rivellino. Maicon afundou o time gremista no toque de bola irritante, estéril; até Kannemann aos 22 minutos da etapa final mostrou como se "pifa" um atacante, botando Éverton em condições de arremate.

O único que não foi picado pela "mosca azul", talvez porque não estava na aldeia azul no ano passado, foi Madson, que com toda a sua limitação, ainda era o que levava perigo ao gol adversário. Sua ousadia custou caro, Renato resolveu puni-lo, o retirando de campo, improvisando o baixinho Ramiro na lateral. O destino recolocou as coisas no lugar: Madson jamais deveria ter saído e o gol uruguaio, talvez não saísse se ele ou Jaílson estivessem em campo naquele lance fatal. Faltou atenção e imposição física defensiva.

Outra questão que me intriga é o número de gols que o Tricolor sofre, se analisarmos as escassas chances dos oponentes. Uma hora a barreira abre, outra bate na cabeça de Cortez, agora o uruguaio cabeceia sozinho e a bola passa por uma "multidão". Seria compreensivo se o Grêmio tomasse sufoco nas partidas; não é o caso.

Resumindo: Grêmio mal escalado, auto-suficiente e inoperante na frente. Só um meio de campo formado por Michel, Arthur, Luan e (talvez) Thonny Anderson dará esperança para se tornar postulante ao título da LA. 

Para passar de fase é suficiente, entretanto, é pouco muito pouco. 

Será que não há clubes interessados em Maicon?

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Opinião




A Incrível Lista do Grêmio para a Libertadores



Amanhã, 27, Terça-Feira, o Tricolor estreia na versão 2018 da Libertadores diante do Defensor, lá no Uruguai. É uma incógnita o resultado, mas o grupo comprovou que o obstáculo “fator local” está superado. O Grêmio tem um padrão de jogo quase invariável, mantendo uma média “por cima” em suas apresentações. Não deve decepcionar.

Entretanto, o que se não decepciona, pelo menos, causa curiosidade; a lista de 30 jogadores inscritos para essa primeira etapa, a de grupos da LA. Não tem como entender alguns nomes, como acreditar (daí o “incrível” do texto). Vamos a ela:

Goleiros: Marcelo Grohe, Paulo Victor, Léo Jardim e Bruno Grassi
Laterais: Léo Moura, Bruno Cortez, Leonardo Gomes, Madson e Marcelo Oliveira
Zagueiros : Geromel, Kannemann, Bressan e Paulo Miranda
Meio-campistas : Jaílson, Arthur, Maicon, Michel, Kaio, Ramiro, Cícero, Thaciano, Maicosuel, Thonny Anderson e Lima
Atacantes : Everton, Luan, Hernane, Vico, Jael e Alisson

Fico sem entender como o volante Kaio ainda está no grupo principal gremista, Lima é outro que está devendo, mas até aí dá para dizer que há uma justificativa, mesmo que pífia: Kaio estava no grupo principal no ano anterior, o da conquista do tri da América; Lima vem sendo aproveitado, apesar do pouco futebol apresentado; agora, alguém viu potencial acima de Matheus Henrique, Pepê, Dionathã e Jean Pyerre em Vico?

 Quem é Vico? Um craque excepcional que não precisou superar as etapas galgadas pelos citados acima?

São os subterrâneos do futebol. De qualquer forma; boa sorte, Vico. 

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Opinião


Thonny Anderson é 10

A Tarde/Noite na Arena foi de Jael, ele virou o personagem central da goleada do Tricolor sobre o Nóia, 3 a 0. Dois passes e seu primeiro gol com a camisa gremista; porém, outro jogador me chamou a atenção, não apenas pelo tento marcado aos 20 segundos da primeira etapa, mas pelas passadas largas, os bons passes e especialmente a sua bola parada: Thonny Anderson foi excelente, aliás, já havia ido bem em Veranópolis, quando marcou o único gol gremista.

Thonny dá pinta que pode ser o meia armador que tanta falta faz ao Imortal. Pena que no Grêmio, certos jogadores parecem proibidos de atuar entre os titulares. Sempre ficam na baba e assim, ninguém pode mensurar o verdadeiro potencial deles. Espero que com este jovem com jeito de camisa 10, não se repita. Merece entrar ao lado de Arthur, Luan e cia.

O sucesso de Jael tem o lado bom, entretanto, ironicamente, o seu sucesso hoje pode dar um gás, um salvo conduto para seguir entre os titulares e atrasar a busca pela solução do setor ofensivo. Preocupante.

No mais, Paulo Victor na vezes que foi exigido deu conta do recado, especialmente na bola aérea, Paulo Miranda foi bem e Michel, o terceiro destaque da partida; ficou atrás apenas de Jael e Thonny Anderson. Outro que deve ser conduzido ao time de cima em seguida.

Os demais não me chamaram a atenção.

Segue o compacto do jogo:






Álbum Tricolor (114)
NORONHA
GFBPA

Nome: Alfredo Eduardo Ribeiro Mena Barreto de Freitas Noronha.
Apelido: Noronha.
Posição: Médio.
Data de nascimento: 25 de Novembro de 1918, Porto Alegre-RS.
Data de falecimento: 27 de Julho de 2003, São Paulo-SP.

JOGOS PELO TIME PRINCIPAL DO GRÊMIO
149 jogos (80 vitórias; 35 empates; e 34 derrotas).

ESTREIA NO GRÊMIO
11.09.1936 - Grêmio 4x2 SC Americano - Campeonato Citadino de Porto Alegre.
GFBPA: Chico; Darío e Luiz Luz; Jorge, Mascarenhas e Russo; Lacy, Ribas (Noronha), Torelly, Foguinho e Casaca.
Técnico: Telêmaco Frazão de Lima.

ÚLTIMO JOGO PELO GRÊMIO
01.05.1954 - Grêmio 2x2 EC Floriano – Amistoso.
GFBPA: Wilson; Mirão e Mauro (Pipoca); Altino (Xisto), Noronha e Roni; Tesourinha, Sarará (Camacho), Delém, Alvim e Glênio (Chico Preto) (Torres).
Técnico: Lázló Szekély.

CARREIRA
Grêmio-RS (1935 a 1942); Vasco da Gama-RJ (1942); São Paulo-SP (1942 a 1951); Portuguesa-SP (1951 a 1953); Grêmio-RS (1953 e 1954); Ypiranga-SP (1954 e 1955).

TÍTULOS PELO GRÊMIO
Campeonato Citadino de Porto Alegre – 1937.
Campeonato Citadino de Porto Alegre – 1938.
Campeonato Citadino de Porto Alegre – 1939.

(*) Os dados aqui publicados não são oficiais. Dizem respeito às informações contidas no arquivo do autor.

Por Alvirrubro.

FONTES:
- Jornal “Correio do Povo”.
- Jornal “Diário de Notícias”.
- Jornal “O Dia”.
- Revista do Grêmio.
- Arquivo Pessoal.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Opinião


Depois do Título, a Reflexão – Parte 2


Prosseguindo; ainda que a amostragem do elenco titular se resuma a quatro jogos na temporada, dá para analisar o que se pode esperar deste grupo, que entra favorito  na Libertadores e no Brasileiro.

A defesa sofreu um desfalque que poderá ser profundo ou superficial, dependendo das ações dos comandantes gremistas; Edílson faz falta, porém, não é insubstituível. Leonardo Moura não tem “saúde” para aguentar o rojão de uma temporada intensa; Madson afundou, mesmo considerando a precocidade de uma avaliação definitiva neste instante.

Renato tem entre os seus amigos, um ex-lateral, Leandro “Favela”, histórico defensor do Flamengo; para mim, o melhor que vi (até mais do que Carlos Alberto Torres); pois bem, eu proponho que o antigo craque venha dar umas aulas para Jaílson, que pode ser o “cara”, dando espaço para o retorno de Michel ao meio de campo.

Renato não pode abrir mão de Arthur, já que ficará até Dezembro. Seria uma insanidade total. Com Michel ou Jaílson, Maicon deverá ir para o banco, assim como Cícero. São apenas boas alternativas no elenco.

Também, o clube deverá ir atrás de um outro meio campista de inquestionável qualificação, algo semelhante a Lucas Lima ou Gustavo Scarpa (não estes, é lógico) para desafogar Luan da missão da criação ofensiva.

Chegamos ao ponto mais sensível e problemático do time: O ataque. Alisson, Jael, Maicosuel são “paliativos” ou nem isso. Jael deve ser negociado, especialmente com as chegadas de Hernane e André; lembro que o jovem Batista, emprestado ao Tubarão, já marcou 4 gols (ontem fez contra o Furacão na Arena da Baixada); então, não estou sendo cruel com Jael.

Alisson se mostrou menor do que Éverton e bem menos do que Fernandinho e Pedro Rocha. Maicosuel é aquele jogador de cabeça baixa, que terá raríssimos momentos de lucidez. Embora de estilos diferentes, dá para afirmar que é a versão 2018 de Negueba.

Grohe, Bruno Cortez e Ramiro são titulares absolutos neste momento; então, para buscar mais títulos, o elenco precisa de contratações pontuais. Com a chegada de André; restam duas lacunas: Lateral direita e o pensador do meio. Com criatividade e grana, tudo fica mais fácil.

Encerrando: A política acertada de aproveitamento da base deve ser intensificada, porque vem uma geração boa e sem o peso dos anos sem títulos. 

Opinião



Depois do Título, a Reflexão – Parte 1

As minhas ideias sobre o que vejo do atual estágio gremista, vou apresentá-las em duas partes para que a leitura não se torne cansativa.

O Grêmio (seu elenco e Comissão Técnica) amadureceu. Renato evoluiu muito nos últimos anos e o grupo adquiriu o conceito de “cascudo”. Com exceção da final nas Arábias, em todos os confrontos, o Tricolor teve/tem mais posse de bola; resumindo: Não toma sufoco, nem sofre muitos gols. É um grande começo para os enfrentamentos.

Atualmente, o Imortal vai a tão temida Argentina e sai invicto. Bom! Se isso ocorre nos campos platinos, dá para dizer que jogará assim nas demais casas em que for visitante. Isso é muito relevante. É a maioridade de um clube de futebol vencedor. Lógico! Haverá dias de reveses, porém, isso virará a exceção.

Esta caminhada exitosa conteve acertos memoráveis que merecem destaque: Os dirigentes buscaram dois atletas fundamentais e relativamente baratos; Pedro Geromel e Walter Kannemann e deixaram de lado ações irresponsáveis, ineficazes ou até oportunistas de vender jovens promessas por migalhas e de forma açodada: Arthur, Luan, Éverton e Pedro Rocha (que só saiu após botar faixa), não apenas deram contribuição decisiva em campo, mas também, no aspecto financeiro.

Luan vai para a sua quinta temporada (2014 a 18); Arthur será vendido nas condições determinadas pelo clube, inclusive com a possibilidade de contar com o menino até o final deste ano. Dá para dimensionar o salto de qualidade de gestão, se o olhar bater nos movimentos dos dirigentes anteriores? Impensável, não é mesmo?

Bolzan Jr. uniu ou transformou em pó, mercê de seu trabalho, os grupinhos ou grupelhos (dependendo da ótica) que atrasavam o clube.

Na próxima parte, tratarei do elenco propriamente dito.

Opinião



Campeão da raça supera o drama

Se eu usei o título "virou rotina" para os insucessos que levaram o Imortal ao derradeiro lugar na classificação do Regional, também dá para usá-lo positivamente na recente biografia do clube:  As conquistas de projeção viraram rotina.

A vitória serve para comprovar muitas coisas, que não serão lembradas hoje com a adrenalina a mil, que a gente não vai elencá-las aqui, mas uma delas, eu preciso escrever: Sempre é melhor enfrentar clubes de menor tradição do que os copeiros em decisões. 

Em 2007, nem sonhava em trocar ideias em blogs, eu já achava uma loucura a escolha de certos torcedores que preferiam enfrentar o Boca Juniors e não o Deportivo Cúcuta. Então, ano passado entre River Plate e Lanús, gente! Mil vezes o Lanús e havia quem queria o River.

Independiente não disputou a Libertadores, mas foi muito mais encardido do que o Lanús. Camisa! Tradição! Isso é forjado ao longo de enfrentamentos decisivos.

Não vou me estender na análise, isso fica para amanhã, apenas não dá para deixar de destacar a estrela e competência de Marcelo Grohe, porque a defesa decisiva é de um arqueiro maduro que começa a fazer valer a sua experiência, isto é, a última cobrança, dramática, porque ninguém havia errado, é uma cobrança de margem quase zero, o batedor manda no centro da goleira e "estamos conversados". Grohe percebeu isso; esperou a bola partir e virou o grande nome da conquista.

Do lado dos  Rubros, além da raça, há de se destacar o grande arqueiro Campaña, o responsável pelos 120 minutos sem gols.

No mais: É Campeão; aliás, Bicampeão.




terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (187) - Ano - 1940


O Mítico Luiz Carvalho e a virada sobre o Independiente

Fonte: wikipedia.org

 Há quase 80 anos, Independiente e Grêmio se enfrentaram pela primeira vez, mais exatamente numa Terça-feira, 30 de Janeiro de 1940, estádio da Baixada no bairro Moinhos de Vento, oportunidade rara de ver um clube portenho excursionando pelo país e encerrando a série aqui no Rio Grande.

Os “Rojos de Avellaneda”, bicampeões de Buenos Aires, donos de um futebol técnico e “esmerado padrão de jogo” (expressão do Correio do Povo) encontraram pela frente, os bicampeões de Porto Alegre, o Tricolor dos Pampas, desta forma, encerrando o giro pelo Brasil, que incluía uma goleada estrondosa sobre o Botafogo, 8 a 1.

Os anfitriões treinados por Telêmaco Frazão de Lima utilizaram: Edmundo; Dario e Luiz Luz; André, Noronha e Laxixa; Casaca (Lacy), Salvador, Alemãozinho (Luiz Carvalho), Foguinho e Malachias.

O Independiente usou: Carlés; Sanguinetti e Colleta; Franzolino, Sastre e Celestino Martinez; Villariño, De La Mata, Coll, Reuben e Maril. O grande destaque era Antonio Sastre, craque que na metade daquela década iria brilhar no São Paulo F.C.

O árbitro foi Alfredo Cesaro e a renda chegou aos 21 contos de réis.

Com grande atuação da linha média gremista, André, Noronha e Laxixa, o Tricolor conseguiu fazer um bom enfrentamento diante da superioridade técnica e tática do poderoso adversário. Mesmo assim, os visitantes conseguiram fazer valer as suas individualidades e Coll abriu o marcador, que permaneceu até o final da primeira fase. 1 a 0.

Duas substituições determinaram a mudança de ventos rumo à vitória; Telêmaco fez entrar o veterano e lendário center-foward Luiz Carvalho, o “Rei da Virada” em lugar de Alemãozinho. Carvalho estava nas arquibancadas assistindo a partida; sua entrada foi uma exigência da massa torcedora. Também ingressou outro veterano e lendário atacante: Lacy, um dos heróis do Grenal Farroupilha de 1935. Assumiu a ponta direita.

Com o visível cansaço abatendo os meias Salvador e Foguinho, sobrou para o trio final a incumbência de empatar a partida, missão que parecia muito difícil, porque os argentinos detiveram o balão de couro mais tempo do que os seus oponentes numa sucessão de acerto de passes. Esse, o panorama dos primeiros 15 minutos do segundo tempo.

Aos 18, o menos ilustre do trio ofensivo, Malachias, dá excelente arrancada pela ponta esquerda, vislumbra o matador pelo meio, cruza e Luiz Carvalho confirma a sua fama, desferindo forte petardo para empatar a disputa. 1 a 1.

A torcida vibrou muito e não arredou o pé da Baixada, encarando a chuva que teimava em castigar o gramado, incentivando o Tricolor, que mesmo após a igualdade no marcador, não conseguia equilibrar as ações na luta pela posse de bola, amplamente favorável aos portenhos.

Faltando 2 minutos para a marca final de 40 (as partidas eram de 80 minutos), o Imortal conquistou a virada, quando Luiz Carvalho encontrou Malachias, ingressando na área, o passe foi perfeito e o ponta chutou enviesado, matando o arqueiro Carlet. 2 a 1, placar final.

Findo o prélio, a torcida invadiu o gramado para saudar vencedores e vencidos, satisfeita pelo belo espetáculo que presenciou e principalmente, pela vitória azul.

Luiz Carvalho escreveu mais uma bela página em sua brilhante carreira, que se encaminhava para o ocaso. Depois de superar os craques do Independiente, conhecidos como Maestros, o Rei da Virada adicionaria um complemento ao seu nome: El Maestro.

Fonte: Jornal Correio do Povo
             Revista do Grêmio
             Arquivo pessoal do amigo Alvirubro

                 

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Opinião


Esquentando os Tamborins

É hora do mundo azul, do mundo gremista dar uma pausa no Gauchão, porque não tem comparação de eventos; neste momento, apenas a nação do Coirmão que está infiltrada na mídia gaúcha falará sobre a lanterna no Regional.

A situação de equilíbrio entre os oponentes servirá para ninguém entrar, achando que a parelha está corrida (para quem não é gaúcho, parelha é corrida de cavalos) para qualquer lado.

A presença do treinador da Seleção Brasileira poderá dar uma motivação adicional para todos os atletas gremistas, independente de serem selecionáveis. Então temos dois combustíveis: decisão e um assistente ilustre.

O fato de ser início de temporada não será empecilho para uma grande jornada, pois o Tricolor foi muito bem fisicamente nas vezes que entrou com os titulares.

Tenho convicção que o título da Recopa ficará na Arena, para isso, Renato não deve errar na escalação do time.

 Espero não estar errado.  

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Opinião


Incompreensível

Para as pessoas de boa-fé, aquelas que desconhecem ou não acreditam nos rolos do subterrâneo do futebol, certas ações recentes do Grêmio são incompreensíveis.Exemplificarei:

É estranho o aproveitamento de atletas do Boa Esporte, que parece ser um "celeiro" de craques, mas que nos deu Leonardo Gomes, Thaciano e mais Ruan, este último para o Coirmão, sendo que nenhum deles deu resposta satisfatória.

A delegação do comando técnico para Cesar Bueno à frente do grupo de transição, também carece de sentido lógico, porque o seu desempenho antes do fracasso neste Gauchão, não recomendava tal missão. Deu no que deu.

Uma das poucas coisas boas deste grupo foram as atuações de Mateus Henrique e sendo "bonzinho", eu citarei Jean Pyerre. Pois não é surpreendente que os mesmos não passaram para o grupo principal, algo que ocorreu com Lima e Vico (???), o primeiro até saiu jogando contra a pedreira do Independiente; deslocado e desentrosado, afundou de forma constrangedora. Previsível.

Outra situação de difícil compreensão é o discurso vindo da casamata, que é "mais fácil o mar secar do que o Grêmio cair". Pergunto: É necessária esta afirmação? Para mim, soa como a cômica "time grande não cai" numa versão "pocket". Melhor seria considerar esta hipótese como remota, mas existente. Isso é da estatística.

Li nos comentários da postagem anterior que essa é a tendência; exatamente, hoje, a tendência é esta: Cair. Sorte que o Grêmio enfrentará os concorrentes diretos ao rebaixamento em jogos de seis pontos na Arena. 

Também nos comentários, eu retiro outra afirmação pertinente, ou seja, a vinda de determinados atletas rodados, no mínimo, inibe o aproveitamento a curto prazo da gurizada. E olhando para a parte ofensiva, até que ela deu conta do recado no Brasileirão e no início do Regional. Justamente, onde o time mais apresenta carência.

Encerrando: O elenco está longe de estar apto para brigar por títulos, primeiro, porque as carências são em pontos nevrálgicos, armação e finalização. Dois craques resolveriam. Segundo, porque se Renato olhar para o banco, ele vai ver muita "propaganda enganosa" e o "publicitário-mor", o responsável pela composição do  elenco é ele.

Se o Grêmio não disputasse Gauchões, sinceramente, para mim, não faria diferença alguma, o que incomoda é o comportamento dentro da competição.




sábado, 17 de fevereiro de 2018

Opinião


Virou rotina

E aconteceu aquilo que não era esperado; o Grêmio cheio de atletas cascudos,  alguns titulares ou quase isso, mais jovens ambiciosos, marchou solenemente para o Veranópolis. 2 a 1. Mesmo reserva, o time azul deveria passar até com tranquilidade.

Assisti apenas a primeira fase, que foi equilibrada, cujo placar foi aberto pelos locatários através de um golaço, que desconfio ser o mais bonito até aqui do campeonato. Felipe Mattioni, a eterna promessa que não confirmou e hoje já encaminha a sua carreira para um final discreto, acertou um chute raro.

Pelo compacto, vide Derrota, o Tricolor poderia ter ganho, até porque empatou cedo, 7 minutos, através de Thonny Anderson, entretanto, Paulo Victor falhou aos 10 minutos, soltando a bola que para mim não cruzou totalmente a linha, mas Jean Pierre foi mais diligente do que seu bandeirinha, observem que o auxiliar só corre para o meio de campo, após o juiz marcar o tento. Incrível como esse árbitro traz "azar" para o Grêmio. Isso não diminui a falha do arqueiro, que me pareceu auto-suficiente no lance.

Agora, o jeito é brigar para não cair, hipótese que eu levantei na metade de Janeiro.

Não sei se houve algum destaque, pelos lances do compacto, parece que Thonny Anderson, mesmo fora de posição, apareceu bem.

Vamos aguardar os acontecimentos.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Opinião


Na média, reservas de luxo

Olhando para um possível Grêmio amanhã, vide Time reserva, este grupo considerado "bancário", é muito forte para encarar representantes dos clubes do interior.

Há na nominata, atletas que passaram por clubes europeus e outros de grande tradição na América do Sul, casos de Paulo Victor, Paulo Miranda, Maicosuel e Bressan; outros bem cascudos como Marcelo Oliveira e (provavelmente) Jael mais dois titulares ou quase isso, Ramiro e Michel; então, o time já tem outra cara. Nada de "grupo de transição".

A minha curiosidade fica por conta do possível aproveitamento de Thonny Anderson desde o início.

Com essa nominata, por mais respeito que se tenha pelo time de Julinho Camargo, qualquer outro resultado que não seja a vitória, será decepcionante.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Opinião



Significante

Olhando para os jogos do time principal do Grêmio nos últimos quatro meses (Out, Nov, Dez e Fev), dá para perceber o furo do time, o seu calcanhar de Aquiles.

Não é nenhuma surpresa, mas quando a estatística entra em campo, a constatação ganha relevância. Entre 1º de Outubro e o jogo de ontem foram 16 jogos (13 + 3) no quadrimestre mais recente; aí, a "fotografia" mostra escassos 17 gols assinalados, sendo que 1/3 (6 gols) deles feitos em 2 jogos ( 3 a 1 no Flamengo e 3 x 0, Barcelona do Equador); portanto, sobram 11 gols para os demais 14 confrontos, menos de 1 por partida. Ruim, muito ruim. 

Luan marcou 7 gols e atuou em 13 desse total (16); então dá para concluir que o dia quando o camisa 7 vai mal ou não é efetivo, a casa cai.

O que sustenta o Imortal é a sua defesa titular que sofreu apenas 9 (6 em 2017, 3 em 2018).

É lógico que o poderoso quadro de assessoria gremista tem mapeado estes números e muito mais dados do desempenho da equipe, o que falta é ação dos que decidem os destinos do clube.




Opinião



Empate revelou um Grêmio pouco ambicioso

A impressão que ficou é que dava para ter "pelado a coruja" já neste confronto de ida. Houve excesso de zelo; sobrou comedimento, atuou de forma respeitosa demais.

Claro! Refiro-me no momento pós-expulsão, quando o atleta mais perigoso do Independiente, Gigliotti, errou feio e meteu o braço para valer na "cara de todos" no melhor jogador em campo, Walter Kannemann; este simplesmente "rebentou".

Havia dado uma sugestão de time em postagem anterior, onde Cícero ficaria atrás de Luan e Renato fez isso, mas, quando vi Lima entre os onze, eu temi pelo pior. Era para Alisson sair jogando. Mais uma vez, o treinador mexeu bem, porque escalou mal.

Sobre a falta de condicionamento físico do time para justificar um mau desempenho, ela não serve, pois o Independiente também não está em boas condições. Nesse quesito, houve empate. 10 contra 11 deveria virar "covardia".

A propalada "valorização da posse de bola" que ocorreu na etapa final, na verdade, foi o retorno ao domínio estéril marca de boa parte da campanha do time quando era conduzido por Roger Machado. 

Aquela troca de bolas até certo ponto angustiante para quem via, resultou em pouquíssimas chances na etapa final; nem lembro de uma defesa difícil do arqueiro Campaña. Não sei se os Rubros de Avellaneda darão tanto mole, quanto hoje na próxima semana.

Individualmente; repito, Kannemann foi soberbo, gostei de Bruno Cortez e Pedro Geromel. Grohe foi traído pelo toque do defensor, Leonardo Moura teve muita dificuldade para marcar as jogadas de flanco, especialmente após ser injustamente punido por cartão amarelo. A lateral direita preocupou nesta noite.

Considero decepcionante a atuação de Éverton. Esperava mais, já Maicosuel e Alisson, mostraram alguns movimentos interessantes pelos flancos e principalmente, atitude.

Encerro, dizendo que Luan, assim como Cristiano Ronaldo, à tarde, (eles) não apareceram na maior parte do tempo, porém, foram absolutamente decisivos para os seus times. Sem Luan, o ataque gremista estaria até agora tentando fazer um único tento e não faria.




terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Opinião



O Susto

Hoje, véspera da partida de ida pela Recopa, o assunto deveria ser exclusivamente a decisão e as dúvidas que ausências provisórias e definitivas no time suscitam. Deveria.

Porém, este vídeo, vide Lesão de Arthur me preocupou, porque não tem gremista sensato que não veja nele (vídeo) recordações de Gabriel, zagueiro que está encostado "para sempre" no Tricolor, Douglas e seus vários meses de inatividade e paro com os exemplos por aqui para não me deprimir.

Perder Arthur por longo período, será fatal para as pretensões do Imortal, seja pelo futebol do garoto, seja pela impossibilidade dele buscar uma vaga na Copa do Mundo e a consequente desvalorização financeira no mercado da bola decorrente.

Então; torço para que seja apenas um susto e no confronto de volta, dia 21, o goiano esteja retomando o seu lugar no time.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Opinião



A Arma será o Contra-ataque

Diferentemente do que ocorreu em La Fortaleza contra o Lanús, quando, em tese, o contra-ataque seria o recomendado para o Imortal, mas para a surpresa da maioria, o Tricolor abriu mão dele, não se fechou e meteu a mão na taça já nos primeiros 45 minutos; desta vez, por tudo o que ocorre neste início de temporada e pelo perfil do adversário, o Grêmio deve preferir a tática de esperar o Independiente nesta Quarta-feira.

Se recorrer a esse expediente tático, Renato deve pensar o time da frente para trás, já que o setor defensivo está praticamente sedimentado com a inclusão de Leonardo Moura na lateral direita (nem uma suposta dúvida com Madson, existe); então, teremos: Grohe; Leonardo, Geromel, Kannemann e Cortez. Aí entram na frente Éverton e Alisson. Com a certeza da utilização de Jaílson e Maicon e evidentemente, Luan, sobra uma única vaga.

A primeira impressão é que existem duas alternativas para este lugar: Jael e Cícero; Arthur não viajou e Michel tornaria o meio excessivamente lento no somatório do quarteto (Jaílson, Michel, Maicon e Luan).

Jael jamais será opção para contra-atacar; então, sob risco de errar, arrisco, dizendo que Cícero será o escolhido, porém, atrás da zona de atuação de Luan. Teríamos portanto; Jailson e Maicon, Cícero e depois, Luan; na frente, Alisson e Éverton. 

Ainda assim, o meio fica extremamente lento, neste caso, os lançamentos, os passes longos, virarão a melhor estratégia. Resta saber se temos jogadores no meio com este perfil. 

domingo, 11 de fevereiro de 2018

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (186) - Ano - 1962-1974


Um Bamba da Orgia

Fonte:juventude.com.br


Everaldo, a Estrela na bandeira gremista, estreou aos 18 anos no time profissional gremista substituindo o meio campista Gilnei durante o confronto que o Tricolor realizou diante do selecionado gaúcho que se preparava para um torneio nacional. Era Novembro de 1962.

Este selecionado foi formado com jogadores da dupla Fla-Ju da cidade de Caxias do Sul. Vale lembrar que o atual Caxias se chamava Flamengo. Esta é a primeira das muitas coincidências dos clubes da região dos Vinhedos na vida profissional de Everaldo.

Aos 20 anos, Everaldo, emprestado para o Juventude, passou todo o ano de 1965 no clube da Serra, onde atuou na lateral esquerda e no meio (na foto, ele é o segundo agachado). 

De volta ao Tricolor, o craque ficou encarregado da difícil missão de substituir um ídolo gremista, Ortunho que ficara quase uma década como titular da lateral esquerda .

Suas atuações no Grêmio foram tão seguras que no ano seguinte, 1967, seria convocado para a Seleção pela primeira vez.

No México se tornou campeão do mundo e no mesmo ano (1970) foi eleito o melhor jogador de sua posição do Brasileirão na primeira edição da hoje tradicional premiação da revista Placar,  a Bola de Prata.

Ainda em 70, Everaldo faria o seu primeiro gol com a camisa tricolor diante de outro clube serrano, o Esportivo de Bento Gonçalves no empate de 2 a 2.

O Imortal já vencia por 1 a 0, gol de Flecha, quando aos 22 minutos da etapa inicial, Everaldo, que atuou no meio de campo, recebeu a pelota, deu um balãozinho no zagueiro gigante José e fuzilou o arco de Edgar. 2 a 0. O bravo time serrano buscou o empate, jogando em casa.

O segundo e último tento do craque com a camiseta tricolor foi marcado novamente contra o Esportivo em 07 de Maio de 1972.

Aquele ano marcou dois fatos tristes na carreira dele; inexplicavelmente, Everaldo foi o único tricampeão titular a não ser convocado pelo mesmo treinador para a Minicopa em comemoração ao Sesquicentenário da independência brasileira. Pelé, o outro não convocado, havia se despedido do escrete no ano anterior. Outros, mais tarde, foram afastados por lesão.

A não convocação gerou indignação não apenas entre os gremistas; os colorados também se associaram à revolta. Outros tempos.

O outro fato ruim foi a agressão no principal árbitro da partida entre Cruzeiro e Grêmio no Olímpico, quando uma penalidade máxima mal marcada a favor do visitante, fez emergir toda a ira do sempre calmo Everaldo, recém ganhador do prêmio Belfort Duarte, premiação distribuída para jogadores que ficavam 10 anos sem expulsões. 

Everaldo, abalado, jamais conseguiu repetir as suas grandes atuações. Verdade que os anos de escassez de títulos do Tricolor contribuíram na queda de rendimento.

A coincidência com os clubes da Serra Gaúcha apareceu novamente; Everaldo realizou sua última partida diante do Esportivo de Bento Gonçalves em 08 de Setembro, há três dias de completar 30 anos.

No mês seguinte, Everaldo, o Gauchão Everaldo, o Triveraldo, como os narradores o  chamavam, bateu seu carro violentamente contra um caminhão numa rodovia próxima a Cachoeira do Sul e não resistiu. 

No entanto, 1974 lhe reservou uma grande alegria lá no início do ano: Everaldo ajudou a sua escola de samba, a Bambas da Orgia, a conquistar o primeiro lugar no carnaval de Porto Alegre, depois de quatorze anos na "fila". 

Fonte: Jornal Correio do Povo
             Arquivo pessoal do amigo Alvirubro