Apropriações
O verbo Apropriar tem relação com: Tornar próprio, acomodar, atribuir, tornar conveniente e até, "tornar seu uma coisa alheia".
Há um ou dois anos, eu estava escutando uma rádio da capital, programa esportivo numa tarde de Sábado, contando com uma jornalista que não era da área esportiva e ela "ficou tirando onda", dizendo que era fácil comentar jogos de futebol. Para exemplificar, simulou uma resenha de final de jogo. Desfilou "duas linhas de quatro, marcação por zona, jogadas pelos flancos, posse de bola, assistências, administrar o jogo". Concluiu com uma risada.
A gente sabe que é assim mesmo. Claro! Quem está vendo e conhece pode discordar no ato, mas pelo rádio é mais fácil enganar. Essa é a nossa mídia esportiva.
Trazendo para o Grêmio, ficamos espantados com essas apropriações indevidas como certas frases usadas nas jornadas esportivas: Marcelo Grohe, goleiro acostumado à decisões. Bom, só se forem decisões de turnos de Gauchões. Edílson, exímio cobrador de faltas. Essa é muito boa. Ele não acerta nem penalidade máxima! Quem viu Valdomiro, Zico, Nelinho, Rivellino e Pelé (sim, ele mesmo. Às vezes, esquecemos que ele batia bem faltas), fica de queixo caído, quando dizem que Edílson e Fernandinho são bons batedores.
Outra área que é vitimada, verdadeiro sacrilégio é a Administração, pois os dirigentes utilizam uma de suas ferramentas ou melhor, apenas o termo Planejamento de forma irresponsável e quando o aleatório lhe deixa de presente um título ou vantagem, arrotam que estava tudo planejado. É tudo no improviso; como explicar a contratação de Jael ou o treinador Roger, depois de tentarem inutilmente Doriva e Cristóvão? Atiram na Igreja, acertam no padre.
O planejamento do Grêmio nos brindou com Pepê, Nicolas Careca e Léo, terceiro goleiro, meninos promissores jogados no fogo, logo no início do Brasileiro lá em Recife. Qual o porquê? Precisava naquela altura do campeonato, recém iniciado? Também patrocinou jogar com reservas no Paraguai diante do Guarani, o que inviabilizou a melhor campanha da Libertadores e a certeza de chegando à final, ela seria na Arena.
Priorizou poupar. Poupou, poupou e ... Lesionou. Não dá para culpar o Calendário, basta ver o que o Cruzeiro e outros clubes estão fazendo sem "livrar a cara" do elenco.
O citado Planejamento gremista desdenhou do Brasileirão, imaginem!!! Desconsiderou a Primeira Liga, foi extremamente incompetente no Gauchão e na "prioridade" Copa do Brasil, ele foi incapaz diante de um Cruzeiro que caminhava no fio da navalha com Mano Menezes com os dias contados.
As próprias contratações de Cristian e Cícero são do tipo "era o que tínhamos para o momento". A Direção sabia que poderia contar com três reforços na troca na lista de inscrições. Ela se programou para isso?
Agora que o momento do Planejamento correto exigiria uma chegada na plenitude das ações anímicas, físicas, táticas, técnicas, médicas na reta final da LA, o que temos é um Grêmio desmantelado, um monte de lesionados, uma Direção omissa, um treinador isolado, cada vez mais solitário e uma torcida à beira de um ataque de nervos.
Porém, sempre existe um porém, se o título cair no colo do clube como às vezes ocorre, vide o Flamengo de 2009; haverá o discurso que tudo estava dentro do "planejado".
É muita incompetência ou sei lá mais o quê.