Pequenas Histórias (247) - Ano - 1970
Um Gol de Everaldo no valente Esportivo de Bento
|
Fonte: Correio do Povo |
O Clube Esportivo Bento Gonçalves tem muita história para contar. Lembro de algumas como a do reconhecimento dos trabalhos de Ênio Andrade e Valdir Espinosa como treinadores promissores, ambos tendo o Grêmio como primeiro clube grande a acreditar no potencial deles.
Também revelou Laírton, Neca nos anos 70, Arílson, anos 90 e especialmente, Renato, anos 80, todos para o Tricolor. Há o jogo histórico da neve, justamente entre eles, onde Tarciso e Paulo César Lima tiveram suas cabeças cobertas pela cor branca, parecendo "caboclos pretos velhos".
Cometeu a façanha de ser o primeiro clube do interior a vencer o Coirmão no seu novo estádio, o Beira-Rio; dois gols de Décio, ponta esquerda célebre, que naquele Abril de 73 atuou como centro avante, ganhando o apelido de Décio, o Escoteiro, dado pelo inesquecível Milton Jung, narrador da Guaíba, porque o avante atuou solitariamente na frente, naquela partida. Noite de estreia de um menino de 19 anos chamado Paulo Roberto Falcão.
Além disso, o Esportivo participou fortemente da biografia do tri campeão Everaldo, pois o lateral da Copa do Mundo de 70 fez apenas dois gols com a camisa do Imortal em sua longa carreira, ambos contra esse adversário, que, aliás, também se tornou o do derradeiro jogo dele, um 0 a 0 no Olímpico, poucos dias antes do seu falecimento em Setembro de 74.
O primeiro destes tentos ocorreu em 16 de Agosto de 1970 num empate aguerrido de 2 a 2, peleia pelo Gauchão.
Carlos Froner utilizou: Breno; Espinosa, Ari Hercílio, Beto Bacamarte e Jamir; Jadir e Everaldo; Flecha (Caio), Joãozinho, Volmir e Loivo (ponta que aparece na foto acima).
O lendário Abílio dos Reis, maior revelador de talentos da base do Inter era o técnico do Esportivo usou: Edgar; Adair, José (Hélio), Ademir e Marcos; Paulo Araújo, João Carlos e Neca; Gonha (Rui), Laírton e Décio.
O Grêmio entrou pressionando o time da casa; teve chances com Volmir aos 8 minutos, quase marcando e logo aos 12, desta vez, abrindo o marcador com Flecha que aparou uma bola atrasada de cabeça por Joãozinho (João Severiano). Como de praxe, o ponta direita arrematou com força sem defesa. 1 a 0.
Aos 22, o momento mágico: Everaldo recebe a bola da direita, dá um chapeuzinho em José e chuta para ampliar. 2 a 0.
Porém, jogar em Bento sempre foi complicado e aos 38 minutos num erro de Jadir, Laírton deixa João Carlos cara a cara com Breno; o meia dá um toquinho e encobre o arqueiro. 2 a 1. Final do primeiro tempo.
Corrigindo os defeitos defensivos, o Esportivo correu atrás do empate. E ele veio cedo, aos 12 minutos, quando Laírton, após receber de Gonha, dá um balãozinho no lateral Jamir e serve Neca; o craque não perdoa: apara o cruzamento e iguala o placar. 2 a 2.
Após, os times praticamente, não arriscaram mais, cada um deixando apenas um atacante avançado o que resultou em escassas oportunidades de mudança no escore.
Neste Sábado, o Imortal sobe a Serra de novo, desta vez, não será no velho estádio da Montanha, levará um elenco jovem que busca um espaço no time principal.
Quem sabe com o Esportivo como oponente, o Grêmio não descobrirá um novo personagem despontando para a sua rica história?
Fonte: Correio do Povo
Arquivo pessoal do amigo Alvirubro