Uma Inadiável Reflexão
Estou acompanhando com tristeza a discussão (e até agora, decisão) de termos um Grenal com uma única torcida.
Assisti Grenais no Beira-Rio e, lógico, no Olímpico com os estádios divididos quase 50 a 50 por cento. Se havia confusões, elas eram tão pequenas nos anos 70 e 80 que dificilmente viravam notícia. Precisamos descobrir o que houve. Buscar onde está a encruzilhada que levou a este impasse.
Li que é um mal necessário. Tudo bem, desde que seja absolutamente uma medida consequente para ajudar a curar o paciente; isto é, algo com perspectiva de ser momentâneo.
Antes de ser celebrada ou condenada, a situação deve ser explicada e compreendida;tem-se que tirar do episódio, lições para os próximos clássicos. Mesmo que a medida seja revertida e tenhamos um Grenal de torcidas diversas (até de outros times que não os da Dupla), é imperioso buscar as causas, os porquês de termos um comportamento nos Grenais do interior ou Rivera, de termos histórias boas de rivalidade de antigas peleias da bola de anos e esta incapacidade que consagra a falência da sociedade numa de suas mais belas manifestações de civilidade.
É uma grande oportunidade para a reflexão. A busca das causas não pode ser adiada. O futebol já sofre dentro de campo pela redução do talento dos jogadores, pela elitização que grassa o acesso aos estádios, pela pobreza técnica de alguns "professores" à beira do gramado, pela "mudança de fotografia" de nossa imprensa gaúcha que se mostra cada vez mais repleta de profissionais incapazes de ter autonomia e conhecimento do esporte bretão, substituindo uma geração histórica do RS; reforçando; se for brindado pelo (justo) medo de se frequentar os estádios e tudo que gira em torno deles; bom, aí, ele (o futebol) virará um programa semelhante às novelas.
A isso, chamem de qualquer coisa, menos futebol.