O que todos os treinadores clamam para a qualidade do futebol, aconteceu esta semana para a maioria dos clubes da Série A do Brasileiro; isto é, mais tempo para treinar, testar, fazer ajustes, criar.
A importância dos treinos aumentou no Tricolor pelas ausências de Ruiz, Riveros e Zé Roberto. Houve necessidade de experimentos, de pesquisa e testes, aí, mais do que nunca, se justificam os treinamentos fechados, muito menos por dar "armas ao Vitória", muito mais pela característica de boa parte da nossa imprensa esportiva gaúcha, sempre pronta para promover uma crise, um tititi.
Waldir Pereira, o multicampeão Didi, pai da folha seca, disse sabiamente: "Treino é treino, jogo é jogo"; ele, que era avesso aos treinamentos. Concordo com ele, desde que sejam craques os que não se empregam muito durante os experimentos, mas que nas partidas se justificam plenamente.
Com esses ingredientes; ou seja, semana cheia, desfalques, treinos fechados, despistes no rachão, Luiz Felipe chega sábado, pronto para mandar a campo um time mais ofensivo e provavelmente, mais "treinado" nas bolas paradas, nos avanços dos companheiros de Barcos no ataque e com muitas alternativas nominais para o transcorrer do jogo contra os baianos.
Será um confronto decisivo para o Imortal continuar lutando pela vaga no G-4.
Se vai dar certo, não sabemos; se é realmente verdade, também não sabemos, porém as suspeitas da semana, pendem para um Tricolor mais ofensivo contra o Vitória em casa.
Isso é o que a torcida deseja e o momento exige. Nada de três volantes defensivos, se ainda tivéssemos um volante moderno como era Luis Carlos Goiano, tudo bem; não é o caso.
Um meio com dois marcadores, Ramiro (ainda ele) e Fellipe Bastos e dali para frente; Luan, Dudu, Fernandinho e Barcos. Não dá para reclamar do treinador.
Pensando bem; há um senão na formação do time, aliás, dois: Pará na esquerda, incompreensível, mesmo que seja para liberar Matías para atuar como ala. O outro senão: Por que não colocar o destro Dudu na direita e o canhoto Fernandinho na esquerda?
Luiz Felipe; parafraseando John Lennon, eu peço; dê uma chance a lógica. Cada um no seu quadrado.
Esse quarteto do título não tem vínculo definitivo com o Imortal; assim como os governadores e a presidente pós-eleição, a nova diretoria do Grêmio começa a projetar os seus "secretariados", "ministérios" para 2015 e ele vai ter que decidir sobre o futuro dos quatro.
Longe de serem unanimidades, eles alternaram o ânimo dos torcedores, conforme os seus desempenhos em campo. Fellipe Bastos chegou quieto, silencioso, Luiz Felipe o (re)descobriu no Grenal e a torcida se entusiasmou pela pegada e técnica tão ausentes nos demais volantes; passaram-se os jogos e o "fogo" de Bastos amainou, enfraqueceu ao ponto de sua troca na equipe não ser questionada pela massa.
Dudu é uma relação cíclica também (estou falando da maioria dos torcedores); ora é o cara, ora é uma "usina para acender um palito de fósforo", porém, possui qualidades raras nos avantes, especialmente, a coragem, velocidade e dribles. Falta-lhe objetividade.
Pedro Geromel percorreu caminho muito peculiar; chegou da Europa, sem muito entusiasmo, mas com credenciais do futebol alemão, especialmente. Levou tempo para se readaptar, entrou mal nos primeiros jogos e já era considerado descartado do grupo. Recuperou-se magnificamente. Faz um grande campeonato. Uma segurança defensiva ao lado de Grohe e Rhodolfo.
Chego a Alan Ruíz. Este a maior interrogação, a maior aposta, a aposta de risco. Por suas características, penso que pode ser a mais bela confirmação de acerto. Vale a pena bancar a sua permanência. É um jogador diferente, sem ser diferenciado.
Finalizando: Geromel pode ser encontrado substituto no mercado, Dudu, temos Fernandinho, Fellipe Bastos, idem, temos volantes, mas Ruíz é único, a menos que Leandro Canhoto seja o cara ou Máxi (que é um pouco diferente) volte outro jogador do Vasco da Gama.
Se o dinheiro for escasso, arriscaria sem medo em Alan Ruíz, depois, pensaria nos outros.
Rhodolfo já está treinando, dessa forma, deve ser natural a sua volta ao lado de Geromel, principalmente, porque haverá defecções no grupo titular ou quase isso, pois Riveros e Alan Ruiz, oscilam, ora são efetivos, ora ficam no banco.
Podem fazer falta, pois o time melhorou na segunda fase contra o Coritiba; Riveros subiu de produção e Ruiz entrou muito bem.
Agora, o que deve ser natural, também, é a substituição de Zé Roberto (terceiro cartão amarelo) por Breno.
Por que Breno? Porque é da posição, tem potencial, está no elenco principal desde o início do ano, já pegou partidas "cascudas" pela frente e, especialmente, por questão de coerência do técnico, que já deu chances para Ronan, Wallace, Erik e Nicolas Careca, além de Éverton, alguns deles, sem a rodagem (por menor que seja) de Breno.
Trocar Pará para a lateral esquerda, fazendo colocar Matías na direita e incluir Rhodolfo na zaga, seria mexer demais no setor defensivo.
Por tudo isso, Breno no lugar de Zé Roberto. Naturalmente.
Neste final de semana, buscando material para mais uma crônica da série "Pequenas Histórias"; bati de frente com estes dois vídeos. Quanta saudade!
São duas partidas em sequência no distante Setembro de 1977, lá estão os Grenais que decidiam um turno e a primeira (que virou única) das finais, Beira-Rio e Olímpico.
Nestes vídeos vemos a tal garra, pegada, etc... do Grêmio com apenas 2 gaúchos, isso mesmo, além disso, o treinador era o mineiro Telê Santana. O que se pode observar;
- Raça, entrega, comprometimento. É emocionante ver Iúra bradar diante do erro do árbitro, que deu mão fora da área
- Tadeu bateu a falta de forma perfeita no ângulo da goleira de ... Manga. Havia ainda Éder para cobrar
- A sincronização de movimentos, a passagem rápida dos laterais
- Os avanços de um verdadeiro ponta-de-lança, Tadeu Ricci
- Um centro-avante (André) que fazia o pivô ou desbravava a defesa com dribles e cruzamentos como o na cabeça de Tarciso no segundo gol
- A superação diante do infortúnio da perda do pênalti na maior decisão dos últimos anos
- Jogadas ensaiadas o tempo todo
O que causou tudo isto?
- Um treinador mais qualificado?
- Mais tempo para treinar?
- Qualidade dos atletas?
- O modo de se jogar que privilegiava o talento e a criatividade?
Fica aí um momento de saudosismo, mas também de reflexão.
Esta postagem era para ter saído próxima da data do jogo contra o Figueirense, mas o velho problema chamado falta de tempo, postergou até o dia de hoje.
O Imortal não está entre os clubes cuja a história reserva o fato de possuir "goal-keepers" cobradores de penalidades, seja do tiro livre (penalidade máxima), seja de faltas ou com bola rolando. Busquei nos meus arquivos, havia tão somente dois gols; para confirmar, recorri ao meu amigo Alvirubro. Os meus dados estavam certos. Mas aí ele (o Alvirubro) tinha uma carta na manga, ou melhor uma fotocópia do lendário jornal gaúcho fundado por Júlio de Castilhos e outros republicanos, A Federação, que trazia uma notícia muito pouco conhecida, vivida por outra lenda dos pampas, o pênalti que Eurico Lara cobrara.
Antes de chegar até a história de Lara, trato dos dois únicos goleiros gremistas que fizeram gols, ambos de pênalti, o primeiro foi Nelson, terceiro arqueiro do grupo de 1954, ano em que o Tricolor foi convidado a inaugurar o estádio Euclides Aranha na cidade de Itaqui na fronteira gaúcha, enfrentando o E.C. 24 de Maio. O Grêmio venceu por 8 a 0 e o último gol foi marcado por Nelson que havia substituído Wilson, que por sua vez, atuava na vaga de Sérgio Moacir que sequer viajara. Ironicamente, as cores do adversário gremista eram vermelha e branca.
Passados 53 anos, o Olímpico como palco, o argentino Sebastián Saja (foto) marcou um gol de pênalti contra o Figueirense, sua única alegria naquele jogo, pois lesionou-se com certa gravidade, insistiu em ficar em campo e o o Imortal tomou uma virada, 2 a 1.
Mas e a história de Lara? Pois Lara em 26 de Novembro de 1922, na Baixada, num Grêmio versus Guarany de Alegrete, disputado sob um sol abrasador, teve a oportunidade de bater um pênalti no início da partida, quando o placar ainda estava em branco. O arqueiro Meirelles fez grande defesa.
A partida que colocava frente a frente o tetra campeão metropolitano e o campeão da região da Fronteira, terminou 2 a 2 com Ramão e Lagarto fazendo os tentos tricolores e Roque e Fagundes para o Guarany.
Eurico Lara, o goleiro de tantas façanhas, ficou devendo essa.
Segue o gol de Saja marcado em 03 de Novembro de 2007.
Goiás, Figueirense, Coritiba; só papinhas. Se eu escrevi que o Goiás chorava de ruim, agora não consigo conceituar o time paranaense. É rebaixamento certo!
Pois o Tricolor tropeça, se arrasta, irrita a gente, dá vontade de desligar a tevê e ir fazer coisas mais interessantes. O que foi aquele primeiro tempo? O time jogou com 9 jogadores, porque Dudu não entrou em campo e Ramiro vem se repetindo numa média por baixo.
Não dá para entender a preterição de Fernandinho e Fellipe Bastos, isso para não mudar o esquema, pois o ideal era ter Alan Ruiz desde o início com apenas dois volantes.
O time se enredou por inteiro, sofreu um gol de cabeça, replay de muitos que vimos no primeiro semestre. O empate veio quase no final com o primeiro gol de cabeça no campeonato, Riveros numa falha defensiva dos locatários.
Novamente, não faltou pegada, empenho, a "alma castelhana", mas e daí? Se isso bastasse, o Grêmio Bagé e o Gaúcho de Passo Fundo teriam ganho vários Gauchões na década de 70. Sem qualidade, não se vai a lugar algum. Hoje o time entrou com 5 da base e dois gringos com a tal alma castelhana.
Olhando pelas individualidades, Grohe foi muito bem, Pará melhor do que em jornadas anteriores, Geromel está sofrendo com Bressan, que é jogador para a emergência, numa sequência de 4 jogos, começa a mostrar deficiências, Zé Roberto vem bem. Riveros mal no primeiro tempo, na etapa final, por dois lances cruciais, se tornou o mais importante da partida, o gol e a brecada no atacante paranaense no final do jogo, ali pela marca do pênalti.
Matheus Biteco vinha bem, Barcos sofre demais com a ruindade da parceria; mata a bola, segura a zaga, mas na hora de tabelar, vira órfão. Erik começou bem e foi sumindo. Nicolas Careca, atrapalhado, não foi uma boa estreia. Alan Ruiz foi o responsável pela reação gremista. Merece continuar. Lucas Coelho apareceu bem na área, botou uma bola no travessão. Dudu fez sua pior partida neste ano.
Sinceramente, não lembro de uma grande partida do Tricolor nestes últimos 2 anos. O G 4 vai ser um parto.
Parece que amanhã, sábado, teremos mais uma novidade no time principal do Tricolor. Trata-se de um menino de 19 anos, Erik, que o treinador gremista pinça da base para substituir outro garoto, Luan.
Lendo, percebi que o guri nascido no Rio de Janeiro (o estado) tem muita coragem e personalidade Suspeitei disso, quando ajeitou a bola e bateu uma falta contra o Figueira no meio de semana. Há outro bom indicativo para o seu sucesso; passou pelo Juventude.
Luiz Felipe cumpre na prática o discurso de aproveitamento de atletas da base tricolor. Já estiveram na equipe, no banco de reservas ou treinando com os profissionais: Lucas Costa, Leandro Canhoto, Nicolas Careca, Wallace, Éverton, Ronan, Anderson Balbino, além deste Erik.
Aproveitar juniores e juvenis sempre será a primeira e grande alternativa para clubes que tenham categorias de base sólidas e bem estruturadas. Parece ser o caso agora.
Barcos atingiu ontem, 13 gols no Brasileiro; um apenas do atual líder, Henrique do Palmeiras, que fez 3 numa única partida e está com 14. Isso também é mérito. Ricardo Goulart, Marcelo Moreno e Fred estão no bolo com 12 ou 13 gols.
Assistindo Cruzeiro versus Palmeiras, 1 a 1, gols no final da partida, em um determinado instante, a bola veio da direita e Marcelo Moreno tentou um misto de bicicleta com puxeta, que o arqueiro pegou, naquele momento veio a informação do narrador: Era a 22ª finalização dos mineiros.
Fico pensando se o Tricolor tivesse essa produção ofensiva, onde estaríamos na tabela? Tem a história do cobertor curto, será o trio de volantes, que sustenta o setor defensivo como melhor da competição?
Talvez; mas eu prefiro acreditar que a falta de vocação dos nossos meio campistas aliada ao troca-troca nominal, que Luiz Felipe comete, provocam a ineficiência do ataque. Não é só isso, os demais atacantes não arrematam com competência, nem municiam o nosso camisa 9.
De qualquer forma, se fosse eleger a principal causa da pobreza ofensiva Tricolor, escolheria o meio de campo com 3 volantes, Precisamos exorcizar o time, livrando desta "regra" estabelecida como vital, isto é, utilizar essa formatação no setor que deveria ser o mais criativo da equipe.
É possível ter um time equilibrado com menos volantes e mais armadores.
Vai para a estatística; 1 a 0, três pontos na guaiaca. Foi só.
Para quem acompanhou a partida, realmente, é de ficar preocupado. Um tento de pênalti, poucas chances, sem "hegemonia" durante os dois tempos, quase o repeteco de Criciúma 2 a 1 do ano passado.
O Grêmio abusou da sorte, recuou perigosamente, Luiz Felipe repetiu movimentos de seus antecessores, que tanto nós, torcedores, condenamos. Não dá para ter quatro volantes em casa, quanto mais, diante do Figueirense. Considero um equívoco do experiente treinador. Se fossem volantes técnicos, que tivessem entre as suas características, o toque de bola, a retenção, que assegura o controle do meio, tudo bem; não é o caso. Com Matheus Biteco em noite infeliz, Riveros sem ritmo e Ramiro, sendo o Ramiro de sempre, fica um buraco no meio, que repercute na frente e assanha o adversário, por mais modesto que este seja.
Quando se esperava a entrada de Ruiz, Luiz Felipe opta por Wallace, gesto que se agrava mais, quando ele tira Luan, que, em relação as jornadas anteriores, estava mais ligado, além de ser atacante.
Poucas individualidades a destacar, diria, as mesmas dos últimos jogos: Grohe, Zé Roberto e Barcos; um pouco abaixo, Luan. Os demais não merecem referência.
Tomara que Cruzeiro ou Atlético, um deles, conquiste a Copa do Brasil para tornar menos renhida a disputa pelas vagas para a LA. Senão, a velha frase de Celso Roth volta à moda: - É difícil, é complicado!
Crônica e agravada este ano; o Grêmio de 2014 não sabe fazer gols no Brasileiro. São 29 rodadas e 24 gols marcados, Barcos marcou a metade. Inadmissível!
Para nós que estamos distantes quase 300 quilômetros da Arena e Olímpico, é difícil entender como pessoas escoladas, o Scolari, por exemplo + Enderson Moreira (no Santos, seu atual time, não é assim), não superam o problema ofensivo gremista. Virou o calcanhar de Aquiles.
Tentando ajudar: Gols se concretizam com oportunidades e oportunismo; no primeiro caso, com chances criadas em profusão, algumas devem se tornar realidade, no segundo, a vocação, o instinto de artilheiro dos atacantes, transformam "meia" chance em uma inteira. Guerreiro do Corinthians, Fred do Flu e Luis Fabiano são desta "espécime". Barcos, Marcelo Moreno, Jonas e Alan Kardec, precisam de várias para concretizar em gol. Não os critico, só são menos letais que os primeiros. Precisam ser abastecidos.
À partir da última frase, digo que Fernandinho e Dudu, tem perfis de garçons, devem "entupir" Barcos/Lucas Coelho de oportunidades. Esses velocistas e dribladores, não tem a volúpia, a fome por gols, então precisam compensar, sendo "prestadores de serviços".
Luan é outra das causas dos escassos gols, talento indubitável, joga demais, só que ultimamente, isso é mais teoria, que prática. Deve jogar mais próximo da área e ser mais ambicioso. Também pode ser "prestador de serviços" aos centro-avantes. Giuliano que seria o começo da solução, está baleado, fora de combate.
Entretanto, eu credito à "natureza" futebolística do nosso meio de campo, a infertilidade ofensiva. Wallace, Ramiro, Fellipe Bastos, Riveros, Matheus Biteco, Edinho; arrisco dizer que não fazem 3 gols por temporada, isso mesmo! Falta vocação ofensiva. Aí está o "furo da bala". A honrosa exceção é Alan Ruiz, mas este, quando a gente acha que vai engrenar ... É uma no cravo, outra na ferradura. Falta regularidade.
Somam-se a isso, a pobreza técnica de Pará + a incapacidade de se firmar de Matías Rodriguez, sobra Zé Roberto, o que é muito pouco e aí perdemos as jogadas de flancos, tão preciosas no futebol moderno.
Por fim, onde estão os gols de bola parada? Os zagueiros e nosso camisa 9, não ganham nenhum escanteio. Onde estão os gols de falta?
Luiz Felipe é muito mais capaz do que qualquer um de nós, já detectou isso, já diagnosticou, com certeza, inclusive, com mais clarividência esses problemas. Tomara que esteja próximo das soluções. Quem sabe contra o Figueirense, elas apareçam!
Leio a listagem dos convocados para a seleção olímpica e vejo nomes como Tiago, goleiro do Grêmio e Matheus Biteco. Além deles, entre outros, Andrei, goleiro do alvinegro carioca.
Prosseguindo na leitura, aparece a notícia que Dunga deverá convocar Marcelo Grohe e Jeferson, goleiros. Recentemente, assisti Botafogo 1 a 0 no Corinthians; no arco da Estrela Solitária, Helton Leite, filho de João Leite, grande arqueiro dos anos 80; simplesmente, o terceiro goleiro do grupo, porque Jeferson e Andrei estavam servindo aos selecionados.
Aí é para matar! Será que essas convocações são tão necessárias nesta fase do Brasileiro? Ou, será que nos mais de 40 clubes entre as primeira e segunda divisões, não se ache dois goleiros de times diferentes? Onde está a tal sintonia entre os comandados da base e da seleção principal?
Prefiro acreditar que seja tão somente bagunça, que não há por trás destas convocações outros "interésses" como dizia o mestre Leonel Brizzola.
Um clube à beira de um ataque de nervos, o Botafogo, outro, o Grêmio, que briga por vaga na Libertadores, não podem entrar em campo com seus jovens terceiros goleiros. É muita sacanagem.
O Tricolor teve eleição para presidente ontem e ao contrário da anterior, a situação venceu.
Diante disso, fiz um trocadilho no título da crônica, ou seja; não se refere a novos nomes, mas sim um jeito de comandar o nosso clube.
Mesmo fazendo reparos aos nomes de Homero e Romildo, pois nenhum deles me entusiasmam, isso, associado ao histórico ruim dos sucessores de Koff nas vezes anteriores, preocupa, vide crônica recente, no entanto, acredito que a continuidade, nesse caso, é salutar.
Koff permanece como uma "eminência parda", um presidente oficioso, porém, se restringir sua ação ao futebol tão somente, poderá reprisar com Luiz Felipe, a dobradinha vencedora de antigamente.
Sem as preocupações do problemaço "Arena/OAS", com uma comissão técnica competente, muito afinada com a torcida mais o acerto nas categorias de base, o Tricolor poderá enfim, voltar-se para o caminho das vitórias, a tal nova direção de aí acima.
Bolzan dificilmente conseguirá pacificar as correntes políticas com tato, diálogo, paciência, muitos querem ver o circo pegando fogo. O que realmente pacifica são vitórias, títulos.
Pode estar certo que numa era vitoriosa, os tapinhas nas costas, apertos de mão e sorrisos, virarão uma constante na vida de Bolzan Júnior. Sem as vitórias, talvez só com a intervenção de Francisco I.
Evitei postar algo sobre o confronto antes dele, porque estava pessimista; não queria deixar isso registrado. Havia um cheiro no ar de derrota ou empate.
As razões para o ceticismo vem do histórico dos gaúchos em Goiás, a fraqueza ofensiva do Imortal, agravada pelas ausências dos titulares do setor, Barcos e Dudu. A partida só confirmou a minha desconfiança.
O problema não foi a dupla Fernandinho e Lucas Coelho; até que dentro das condições que os companheiros lhes ofereceram, os atacantes responderam bem, o que não significa aprovação de seus desempenhos. Foram dependentes da munição ofertada.
O Goiás chora de ruim; se é só o que vimos hoje, fica mais grave o empate que o Tricolor concedeu no primeiro turno na Arena. Para perder, faltou apenas o pé de seu zagueiro para meter contra o patrimônio como ocorreu contra o Coirmão.
A aridez do ambiente no Centro-Oeste foi condizente com a pobreza franciscana de ambas as equipes. Só dá para assistir uma pelada dessas pelo amor que temos pelo time do coração, até o público presente de 3 mil almas, um terço torcia para o visitante.
Individualmente, Marcelo Grohe e Pedro Geromel estiveram muito acima dos demais. O goleiro participou em poucas, mas decisivas intervenções. O zagueiro foi perfeito. Ainda sobressairam Zé Roberto e Wallace (nada que entusiasme alguém). Fernandinho subiu de produção na segunda fase, jogando pela esquerda como eu acho que deva jogar. Lucas, boa movimentação.
Destaque negativo para a ruindade do meio, especialmente Ramiro, bem acompanhado na decepção do setor, por Bastos e Luan, este último, oitenta por cento dos toques que deu, retardou o passe. Um horror.
Riveros, Biteco e Tiago não tiveram tempo para mostrar alguma coisa.
Como eu desconfiava, rodada para lamentar, pois São Paulo, Galo e Flu devem confirmar vitórias. Amanhã, Corinthians e Inter, o melhor é o empate.
Fica proibido empatar ou perder no meio de semana.
Amanhã, o Tricolor elege seu próximo presidente para o biênio 15/16, os confrontantes são Bellini e Bolzan, ambos "júnior". Começa por aí; chegarão a profissionais?
Brincadeira à parte, fico preocupado, pois um deles sucederá Fábio André Koff. Não é pouca coisa.
Tive o prazer de ver a ascensão ao topo realizada por Koff. Em 76, vice de futebol de Dourado, montou um senhor esquadrão de futebol, que não superou o tradicional adversário, pelos "acidentes das arbitragens" no Gauchão, que tiveram reflexos no estado anímico gremista no Brasileiro daquele ano. Depois, a presidência em 82, mais a volta em 93. Ambas as passagens, exitosas, cujo desfecho nos gabinetes foi a eleição dos sucessores, primeiro, Alberto Galia, depois, Luiz Silveira Martins.
Galia, vice em 82 e 83, teve apenas um ano de governo presidencial. Os principais fatos dentro das quatro linhas foram a goleada espetacular no Grenal da entrega de faixas e o vice da Libertadores, a perda do bi no jogo que causou muita estranheza pela apatia da equipe, o 0 a 1 contra o Independiente em pleno Olímpico. Sabe-se que houve "rolo" na negociação do bicho para a briga pela conquista da LA. Na partida de volta, o Tricolor retomou a velha garra, mas ficou no 0 a 0.
Já o sucessor em 97, Cacalo, deu uma aula de incompetência, de como botar abaixo o trabalho de anos de acertos. Ganhou a Copa do Brasil, que eu julgo (aí é um opinião muito particular) mais reflexo do quadro herdado e da mão de sabedoria de Evaristo de Macedo, do que da batuta presidencial. Quando precisou do braço e da massa cinzenta para renovar o fôlego, aquela gestão afundou, trocando peças como Émerson, um menino que mais tarde, chegaria à Seleção e longos anos de Europa, por Beto, que veio sem a "sobriedade" necessária; um ébrio para comandar nosso meio de campo. Trocou também, Evaristo por ... Hélio dos Anjos e o Tricolor só se safou do rebaixamento na última rodada, batendo na rua Bariri (estádio do Olaria), o aí sim rebaixado Fluminense, já com comandante técnico interino.
Por tudo isso, fico apreensivo quanto à nova gestão, de diferente das situações anteriores, a presença no vestiário de Koff, isso, se a Situação vencer.
Essa passagem de bastão, dá motivos para que fiquemos em estado de alerta.
Ontem no Mineirão, o fantasma do Grêmio 90 apareceu
Nesta quarta-feira, jogo de volta da Copa do Brasil, o Atlético Mineiro massacrou o Corinthians Paulista e fez aquilo que parecia impossível: Passar de fase.
Tive a oportunidade de ver ambos os confrontos, no primeiro, o esquadrão paulistano foi superior e só não venceu por um placar mais elástico, porque Victor fez uma grande partida, inclusive, cometendo uma defesa espetacular, quando já estava caído, com a bola desviada pela defesa. Ironicamente, quando o jogo se encaminhava para o final com o placar mínimo, o arqueiro do clube mineiro, errou feio, proporcionando uma jogada bizarra e o segundo tento corintiano.
A volta, para evitar pênaltis, o Galo precisava de 3 a 0; convenhamos tarefa (quase) impossível, diante de um time que historicamente leva poucos gols. Até ontem, em uma única ocasião levara mais que dois gols, isso em Janeiro, portanto, há 9 meses (tomara 5 do Santos). Por dois gols de diferença, apenas para o Bragantino, 2 a 0.
Quando aos 4 minutos, Guerreiro, num raro erro de Jemerson, fez o 0 a 1; então, pensei, deu! A sorte estava selada, mas, em seguida, mudei de opinião ao ver o time mineiro se entregar com tanta raça e determinação, que passei a ter certeza da virada. Parecia o Grêmio dos anos 90.
Por curiosidade fui ver a origem dos atletas mineiros e para a minha surpresa, um apenas foi criado na base; o atacante Carlos. Busquei os que não tinha certeza, Douglas Santos, Marlon, Jemerson e nenhum deles era "prata da casa"; desta forma, desconstruindo algumas teorias do futebol de entrega, raça, "copero" e outras frescuras.
Quem viveu o Grêmio dos anos 90, sabe que aquela jornada do Galo, não foi algo inédito no futebol. Vimos muitas vezes, aqui no Olímpico.
Tomara que com Luiz Felipe no comando técnico, o Tricolor reproduza em breve, aqueles jogos inacreditáveis, que tive a felicidade de testemunhar.
Utilizando o sagrado direito de torcedor, isto é, dar pitacos na escalação do time do coração, sem sequer ver um único treino ao vivo ou conhecer o dia a dia do vestiário, afirmo que sábado, dia 18 de Outubro, em Goiânia, é a vez de Fernandinho.
Quem conhece as dimensões do gramado do Serra Dourada , sabe que é jogo para contra-ataque, para isso, é necessário ter uma saída rápida e aguda, jogar verticalmente.
Antes de pensar em Luan, Lucas Coelho ou outro, pela ausência de Dudu, Fernandinho pode fazer o seu grande jogo contra o Goiás.
Não quero dizer que não se utilize estes dois jogadores (Luan, Lucas Coelho), mas a situação está à feição para Fernandinho. Por que não, Fernandinho, Luan e Lucas Coelho?
Leio agora, que Nicolas Careca foi testado;bom, aí está um jogador interessante, desassombrado, veloz e técnico. Vi apenas duas vezes, mas me deixou uma ótima impressão.
Quem sabe com Nicolas e Fernandinho, o Imortal esteja iniciando um novo modelo para atuar fora da Arena?
Uma de minhas profissões está ligada ao ensino; sou professor de História e Sociologia; ainda que afastado 2013 e 14; devo retomar no ano que vem. Sempre acreditei no coletivo, na sociedade como motor para alavancar processos; é isso que a maioria dos meus mestres me indicou como lógica na caminhada da Humanidade.
No entanto, eu tinha (e tenho) por convicção, que certos eventos históricos, não prescindem de líderes; acho natural, e para justificar o meu pensamento, elenco nomes como Gandhi na libertação da Índia ou mais recentemente, Nelson Mandela, África do Sul. Claro! não realizaram suas obras solitariamente, porém, sem eles, desconfio que os movimentos não teriam êxito.
Pois, o Grêmio tem um comandante, que guardadas as devidas proporções, desempenha este papel de liderança, tanto quanto estes símbolos da Humanidade desempenharam.
Ao anunciar hoje a compra da Arena pelo Tricolor, Fábio Koff transformou sua inconformidade, tornada pública com a frase dita há 22 meses, isto é, que a Arena não era do Grêmio, em combustível para a busca da solução. Koff não ficou no discurso, nem no chororô.
Arregimentou um grupo de gremistas e profissionais, que materializou o sonho da massa torcedora, convencendo, inclusive, o patrono Hélio Dourado a botar os pés na nova casa, algo que fará em breve (Patrono, não podemos abrir mão do seu gremismo) e assim procedendo, consegue fazer algo de relevância idêntica ao título mundial de 83.
Particularmente, acho irrelevante a busca aos títulos como prioridade nas categorias de base. Conquistando; melhor, mas o objetivo primacial é desenvolver fundamentos, conhecer o jeito do clube jogar, chegar "quase pronto" para o elenco de cima.
Temos exemplos diversos de gerações vencedoras, que deram nada ou quase isso na hora de subir; caso mais recente, o Coirmão e seus meninos invictos da turma dos gêmeos Diego e Diogo, entre outros. É o mesmo que ser de Seleção nacional de base, profissionaliza-se e ... frustração total.
De qualquer forma, traz alegria, quando o time sub-20 conquista o campeonato gaúcho da categoria, batendo um adversário que fez grande campanha, o São José.
A segunda partida terminou 3 a 0, revertendo assim, o 0 a 1 do primeiro jogo. Destacaram-se principalmente os atacantes e isso é o que mais saudamos; Éverton, Lima, Marcos Paulo se sobressaíram, assim como o goleiro Ygor, Lucas Gabriel e Moisés.
Além disso, o meia Felipe Ferreira foi o artilheiro da competição com 11 gols, portanto, as revelações estão na parte ofensiva do time.
Confirmada a suspeita ( e não tem nada a ver com Ebola)
Pois é, pessoal, recorro a um álbum de 1982 do Smokey Robinson para o texto não sair tão amargo (desconfio que não vai resolver).
O assunto não é o Imortal, mas como ele poderá ser a "próxima vítima", como tantas vezes o foi, que achei pertinente escrever algumas linhas.
Refiro-me a boa parte da nossa Imprensa esportiva, seu momento constrangedor e decepcionante desta semana.
Que nós, torcedores, saiamos do céu ao inferno e vice-versa em pequenos lapsos de tempo, é aceitável, pois somos movidos pela paixão, pelo coração; nosso comprometimento com a razão beira a zero; agora, os profissionais, que se imaginam a "melhor crônica do Brasil" fazer esta barbaridade que cometeram em poucas horas de diferença entre os dois eventos ligados ao Coirmão, é no mínimo, rotulável de ação de incompetência e/ou mau-caratismo, mais até, má intenção.
Há três dias, Abel tinha prazo de validade vencido, o time vinha enganando fazia tempo, era "para ontem" a troca do comandante e comissão técnica, treinador que vivia das glórias de 2006, etc...
Não é que as opiniões mudaram? Neste momento, o Inter, pasmem! É candidato ao título.
Eu não tenho opinião formada sobre o trabalho do Abel, sei que tem um manancial técnico muito superior ao de Luiz Felipe, para ficar em um único exemplo, mesmo assim, mantenho meu posicionamento, que o páreo está corrido a favor da Raposa, no entanto, hoje, não vejo motivos para críticas tão virulentas contra o treinador vermelho. Erra como erram muitos, entretanto, vice-liderança, mesmo que momentânea, não cai no colo.
Encerrando: Esta postagem é para que se abram os olhos e ouvidos nossos, quando boa parte dessa Imprensa chegar com conversa mole de mudanças, falsos elogios ou prognósticos catastróficos. A responsabilidade dela com os fatos, também beira a zero, como eu suspeitava.
Tenho uma regra comigo; quando ficou p#to da vida, me afasto do teclado e esfrio a cabeça para não dar cacaca. Resultado: após o jogo, assisti um 007 com a fantástica Eva Green. A crônica ficou para hoje.
Nem na minha hora mais pessimista, imaginava a derrota para o Palmeiras, empate era o meu palpite mais provável, a vitória não seria nada inviável, também.
O Tricolor entrou em campo inexplicavelmente pilhado demais, chegando forte demais. Até pesquisei na wikipedia para ver se o Fellipe Bastos tinha passado pelo Parque Antáctica (não, não jogou lá). Barcos, ainda que injustamente expulso, no primeiro amarelo, podia ter-se segurado. Não foram apenas os dois, o Grêmio estava alterado emocionalmente, a tal ponto, que obrigou o treinador a sacar Bastos no primeiro período da partida.
A entrada de Matías Rodriguez foi uma iniciativa inteligente; parecia jogador de meio de campo (sei que andou por ali na Europa). O problema foi o segundo tempo, quando não repetiu a intensidade de movimentação.
Alan Ruiz é aquilo que escrevi; um potencial incrível, jogador com características raras, mas é um entrando, é outro saindo jogando. Os mais antigos devem lembrar do Ferreti (Botafogo) e Escurinho (Inter); sempre renderam mais, saindo do banco para resolver a "bronca". Tomara que o Ruiz não seja assim.
Sobre Tiago; o segundo gol é uma bola defensável, caiu tarde, me parece um goleiro pesado para os padrões atuais. É cedo; apesar da derrota, sai aprovado na soma das partidas.
Geromel é uma realidade. O melhor em campo. Rhodolfo fez falta, Pará jogou menos do que suas últimas atuações, Zé Roberto, bem, não passou por ele a derrota. Seguindo; aí começam os problemas maiores do Grêmio no confronto de ontem: Ramiro é dedicado, apenas isso. Fellipe Bastos irreconhecível, exagerou na dose de valentia, Matías, já comentei, Ruiz, idem, Barcos, recuou demais, a expulsão se deu numa zona do campo em que o centro-avante é uma das derradeiras possibilidades de estar naquele lugar. Dudu, muita luta, correria e só.
Entraram Riveros, que para mim, só pode disputar uma vaga se for para ser 5, ser um volante moderno, Giuliano, que em relação ao demais, esteve bem e Lucas Coelho, pouco tempo para mostrar algo, ainda mais com o Tricolor com 10.
O Palmeiras não é essa ruindade toda, está pressionado, mas tem Fernando Prass, dois ótimos laterais, João Pedro e Victor Luiz (de origem), jogadores raçudos como Valdívia e Cristaldo; porém, dava para ganhar.
Sobre arbitragem, o Sandro Ricci anda em má fase; o pênalti do Valdívia, que Barcos converteu, a tevê mostra que, apesar dos braços abertos, a bola bate na cabeça do chileno. Errou também, na expulsão de Barcos, um excesso, que eu credito ao peso na consciência pela penalidade máxima polêmica.
Os gols do Verdão, Mouche batendo errado e João Pedro, de fora da área.
Resumindo o Campeonato: O Palmeiras bateu o Grêmio, que bateu o Botafogo, que bateu o Corinthians, que bateu o Cruzeiro, que bateu a Chapecoense, que bateu o Inter, que bateu o ... ET: Segue o compacto do jogo:
*Se não é verdade, tem cara de verdade, é bem bolado
Quando um da dupla Grenal está rateando, isso ajuda o outro?
Eu acredito que em 90% da vezes, funciona. A desgraça de um, é festa para o outro. Claro! Se um "alien", aqui no sentido de estrangeiro, ler essa crônica, vai achar que nós, gaúchos, nos contentamos com pouco; a satisfação vinda do fracasso do adversário tradicional.
Ora! não é só isso; a parte baixa da gangorra devolve a quem ocupa a parte de cima, a tranquilidade e tempo para acertar o time, que vem da maior tolerância da própria torcida e do arrefecimento dos virulentos membros de boa parte da imprensa, que direcionam as suas bazucas para o clube que está desabando.
Tenho em mente o ano de 2003, quando o Tricolor elegeu a pior alternativa para a presidência do clube, era tão despreparada e equivocada, que eu tenho certeza absoluta ( defendo isso há anos), que o mérito, a competência que os dirigentes vermelhos tiveram para arquitetar o time vencedor da segunda metade da primeira década deste milênio, veio também da derrocada Tricolor, a queda livre, que culminou com a "habilitação" para frequentar a segunda divisão em 2004.
Surgia um Inter errático, que dava dois passos para frente e um para trás, porém, as críticas eram minimizadas, porque o seu vizinho ilustre e tão importante, se esmerava em mostrar como destruir uma instituição centenária (2003 e 04); então, o clube da beira do rio, tinha a serenidade, tolerância da torcida e compreensão da mídia. Havia um outro, um agente, que cumpriria melhor o papel de "geni", o rival do Olímpico.
Agora, o Inter começa a dar sinais de estafa, se não reagir domingo contra o Flu, poderá dar ao Tricolor, uma paz, um sossego, isto; até mesmo não conseguindo um bom resultado contra o Porco, no sábado; certamente será poupado pela Imprensa gaúcha, e assim, ganhará uma trégua, por obra e graça do efeito gangorra.
O Grêmio terá que decidir por estes dias, a contratação de Alan Ruíz, meia emprestado pelo campeão da LA, San Lorenzo de Almagro.
A pergunta que se faz é: Vale a pena desembolsar uma grana alta por um atleta que sequer é titular? Eu não faço suspense; digo que sim. Ruíz deve ser contratado, obviamente, dentro dos padrões que o clube estabelece para investir.
Diria mais, o meia esquerda argentino deve ser tratado como um jogador diferenciado, uma aposta de alto risco, mas condizente com os lampejos de técnica e consequência que mostrou em algumas oportunidades.
Jogador de qualidades raras, o famoso camisa 10 canhoto, um Paulo Henrique Ganso que fala espanhol. É jovem; pode evoluir. Não se acha no mercado uma promessa dessas na posição que joga.
Já fiz críticas ao seu desempenho, porém, quero acreditar que os problemas que levaram Luiz Felipe a arquivá-lo momentaneamente, não são originários de dentro das 4 linhas.
Se o treinador acenar positivamente pela permanência dele para 2015, é porque tem "bola" para dar uma resposta de grande valia para o time. O Gringo da Serra não é trouxa.
Ao optar por uma formação mais ofensiva, Luiz Felipe deu ao time maiores possibilidades com jogadas agudas pelos flancos e arremates de média distância, apesar de uma exposição defensiva, que o Sport não soube traduzir em gols. Chances, ele teve.
Com dois bons laterais, o Sport foi surpreendido pela estratégia do treinador gremista, que ao colocar Fernandinho e Dudu, bem abertos, impossibilitou ao time nordestino se valer de sua principal saída para o ataque. Patric e Renê, certamente em 2015 estarão em clubes de maior expressão.
O primeiro tempo, ponto alto do Tricolor no jogo, apresentou um Barcos inspirado, que, embora, não tenha feito gol, foi o protagonista de todas as ações ofensivas, numa delas, após arrancar verticalmente em direção ao gol, propiciou ao argentino Alan Ruiz bater firme, quase da risca da meia-lua, fazendo 1 a 0.
Na etapa final, o time caiu bastante, principalmente pelo cansaço de Ruiz e Fernandinho, que não tinham sequência. Luiz Felipe conseguiu segurar o Sport com o bom desempenho de Wallace e uma grande atuação do jovem Tiago, que fez a sua estreia no certame.
Individualmente, Tiago e Barcos, Barcos e Tiago (não importa a ordem) foram muito bem, Fellipe Bastos e Zé Roberto, destacados; gostei do Ramiro e Geromel, aliás, é a segunda partida consecutiva em que este último consegue jogar mais do que Rhodolfo, algo inédito na temporada.
Destacaria a entrada de Giuliano, muita disposição e um passe açucarado para Dudu, no segundo gol.
As novidades do time hoje; Tiago, Ruiz e Fernandinho deram excelente resposta. Contra o Palmeiras, a oportunidade de confirmar a impressão deixada.
Sem desmerecer o Sport Recife, mas o Grêmio jogando em casa, necessitando da vitória para seguir almejando uma classificação para a Libertadores de 2015, é franco favorito.
Independente dos nomes que comporão os 11 nas quatro linhas, o Tricolor terá que repetir a intensidade dos primeiros movimentos de sábado passado. Se fizer isso, o clube nordestino não segurará a onda. O São Paulo soube resistir, porque mostrou-se muito qualificado e contou com a atuação infeliz do árbitro.
Tenho convicção que os gols surgirão e que a rodada será boa para o Grêmio; aí, bom aí, é grudar o nome entre os quatro da frente.
O Imortal, provavelmente, mandará a campo: Tiago, Pará ou Matías, Geromel, Rhodolfo e Zé Roberto; Ramiro, Matheus Biteco, Fernandinho, Giuliano ou Wallace e Fellipe Bastos, Alan Ruiz; Dudu e Barcos. Não errei não; Matheus Biteco, Fernandinho, Giuliano e Wallace brigam por uma vaga.
A noite dessa terça-feira reserva para os gremistas, o primeiro passo da gestão dos dois próximos anos; resumindo: O ano novo chega mais cedo para o Grêmio.
Não lembro de um pleito que reunisse tantos candidatos; não sei o que isto representa; ambição, idealismo, gremismo, racha político, etc ... O fato é que são 5 querendo a cadeira da presidência.
Jorge Bastos, Romildo Bolzan Jr., Nilton Cabistani, Homero Bellini Jr e Pierre Gonçalves ofereceram os seus nomes e equipes para alavancar o clube (não posso acreditar em algo diferente) ao pódio das várias competições neste próximo biênio.
Torço sinceramente para que, aqueles que forem para o voto dos associados no "segundo turno", tenham em mente, tão somente, o bem do Imortal e muita, muita competência no gerenciamento dos negócios gremistas.
Ao contrário da política tradicional, no caso da eleição tricolor, não conheço a trajetória de todos os candidatos, apenas informações fragmentadas de alguns deles, por isso, não tenho condições de me aprofundar.
Parece ironia, o Tricolor com escassez de gols e minhas postagens nestas Pequenas Histórias, só tratando de goleadores; paciência, a culpa não é do nosso camisa 9.
Aliás, sobre centroavante, se o Imortal nasceu da bola e ela é o seu símbolo original, a posição que no início se destacou foi a de artilheiro, o homem-gol, a primeira estrela gremista: Edgar Booth, goleador e capitão do time entre 1909 e 1913. O nome mais rutilante dos primeiros Grenais, quando o nosso clássico ainda não possuía este "apelido".
Como todos sabem, fez o primeiro dos 10 a 0 naquele 18 de Julho de 1909, fez mais, foram 5 naquela tarde. Jogaria mais 5 clássicos, venceu todos. Meteu 12 gols nos 6 que participou.
Edgar, na foto, o primeiro sentado (o que ri à toa) era inglês, embora nascido na germânica Hamburgo no 13 de Abril de 1888. Muito provavelmente, daí decorra a sua maior habilidade entre os atletas do clássico, vinha do país do futebol.
Era filho de um oficial aposentado da Marinha inglesa, Charles Edward, que desceu no Sul brasileiro, se instalando na Tristeza, bairro porto-alegrense, onde montou uma olaria.
Booth mostrou que entendia do "riscado" também fora das quatro linhas, pois conquistou a Miss Porto Alegre, Alice, com quem casou e teve dois filhos, Robert e Ronald.
Durante a Primeira Grande Guerra chegou a ser convocado para integrar o Exército de "Sua Majestade Britânica".
Depois de 1945 sua biografia ficou perdida, alguns dados dão como esse ano o da sua morte, outros, 1950; também, que se mudou para o Uruguai. A verdade que fica é que Booth entrou para a história como o primeiro grande personagem do nosso maior clássico.
Para esta crônica, além de contar com a habitual colaboração do amigo Alvirubro, me utilizei das fontes abaixo:
a) http://janeterm.wordpress.com/2014/06/13/edgar-booth-e-os-primordios-do-futebol-na-zona-sul-de-porto-alegre/
Tinha "engatilhado" este post, quando chegaram dois comentários do Glaucio, aí fiquei mais tranquilo, pois o tema é interessante, isto é, a velha história do cobertor curto. Se protege o setor defensivo com volantes, enfraquece o ataque, se fortalece o meio com armadores, descobre o setor defensivo.
O sucesso destes apenas quinze gols sofridos é consequência do número de volantes, o fracasso dos também apenas vinte e um gols marcados é originado nesta formatação de time?
Acredito que a quantidade de volantes se torna relevante, somente quando eles dão motivos para a desconfiança de sua qualidade; senão, era chover no molhado.
Quem é mais "maduro" lembra do melhor Inter dos últimos 50 anos, o da década de 70 que tinha na segunda formação, a de 76, Caçapava, Batista e Falcão, todos em suas origens "número 5", O próprio Paulo Cesar Carpegianni, o autêntico camisa 10 deste time, no Flamengo faria caminho inverso, isto é, encerrou a carreira como centro-médio (volante), porque sabia defender.
O Grêmio desde o ano passado não consegue formar uma equipe equilibrada, posto que os jogadores com característica de armação, não conseguem corresponder à expectativa e os treinadores vão se revezando na casamata tricolor, utilizando o mesmo remédio para a ineficiência do setor, ou seja, entupindo-o de volantes.
Aí fica a pergunta: O time não consegue entrar no G-4 pela falta de ofensividade ou quase entra no G-4 pela competência em se defender bem?
Gostaria muito de ver nos confrontos na Arena, um meio de campo com tão somente dois volantes, além disso, promover o garoto Éverton, Fernandinho e Lucas Coelho como prioridades nas trocas de segundo tempo, algo que Luiz Felipe não faz; anda trocando volante por volante, atacante por atacante. Isso tudo, de preferência, antes dos vinte minutos do segundo tempo, no máximo, nada de quarenta da etapa final como virou praxe.
Contra o Sport Recife em casa, me parece que é a situação ideal para entrar com uma formação mais arrojada, mais corajosa. Hora do treinador.
Grêmio e São Paulo não são iguais; o Tricolor paulista tem mais qualidade, principalmente ofensiva, o gaúcho é melhor defensivamente, mas independente disso, dizer ou escrever que a diferença foi a qualidade dos paulistanos, além de ser uma inverdade, é uma comodidade. Não vi o jogo dessa forma.
Poderia ser dito que faltou qualidade no lance primordial da partida, os chutes de Luan, mas o que dizer de Kaká de frente para o arco e bater para fora; sei, ahã, ali não faltou qualidade, é o Kaká.
O jogo foi igual, se processou de forma diferente, mas o resultado em campo teve apenas uma grande diferença: o gol de pênalti. Por que minimizar as defesas de Ceni, aí neste caso, o atacante que perdeu, mas quando é contra o Grêmio, não é mérito do arqueiro gremista? Ceni foi o responsável por defesas ótimas e como todo bom goleiro tem que ter sorte, os defensores tiraram duas bolas em cima da linha fatal.
Tiro algumas conclusões desta tarde:
a) a Arena segue sendo muito azarada com grande público
b) a arbitragem está abaixo da crítica, este de hoje, picotou o jogo como quis, zombou do público e marcou um pênalti que se fosse contra um time do "Eixo", não daria
c) Tem determinados jogadores que são "matéria-prima" para a psicanálise; exemplos? Alan Ruiz é um entrando durante a partida, é outro, iniciando. Caso de Valdívia do Inter e Máxi Rodriguez, atualmente no Vasco
d) O time de Luiz Felipe se quiser almejar algo maior no Brasileirão, terá que modificar o meio de campo. Três volantes em casa é demais
Individualmente, Fellipe Bastos foi o melhor do Grêmio, Geromel alternou bons momentos e erros grosseiros na saída de bola, Ramiro não pode ser titular, pois não basta apenas entrega, dedicação. Dudu começou dando um "baile" na defesa e terminou sumidaço. Segue inconsequente. Barcos, muito mal. Os demais, nenhum movimento que mereça destaque, se não erraram, pouco acrescentaram.
O Grêmio e a dificuldade de vencer com a Arena lotada
Os maiores públicos do atual estádio do Grêmio foram em partidas contra San Lorenzo, Atlético Paranaense e Newell's Old Boys.
Em todos esses confrontos, os torcedores saíram frustrados. No caso do San Lorenzo, pior; ganhou, mas foi desclassificado na competição mais importante, isso, nos tiros livres.
A Arena ainda não convence como a casa do Tricolor. Falta a identificação, falta o grande jogo com grande placar, falta tirar o estigma de ser nossa casa associada a empreiteira e a gestão anterior, cuja lembrança não é nada entusiasmadora.
Hoje à tarde, mais uma chance de quebrar com este recente histórico. É contra o São Paulo; disputa direta pelo G-4, quem sabe?
No horário das 16:20 h o Imortal entrará em campo com Marcelo; Pará, Geromel, Rhodolfo e Zé Roberto; Ramiro, Matheus Biteco ou Riveros e Luan; Dudu e Barcos.