Opinião |
Os Japoneses Do Juventude São Mais Criativos
Há muito tempo que eu me
“ligo” em propagandas; nós, brasileiros, somos muito criativos. Estamos entre
os melhores do mundo neste segmento. Um exemplo dos mais exitosos realizado
recentemente é o da Semp-Toshiba. Ele (o exemplo) deixou uma frase que não
desgrudou mais do nosso imaginário: “Os nossos japoneses são mais criativos do
que os da concorrência”, ou seja, num mercado competitivo e equilibrado,
conseguem se sobressair. Esta propaganda me remete ao Grêmio e ao pacote de
promessas que buscou no Juventude de Caxias. Em pouco tempo, desembarcaram nos
quadros dos profissionais e juniores os seguintes atletas: Fohlmann, Moisés,
Bressan, Alex Telles, Ramiro, Paulinho e Cassiano. São sete aquisições da mesma
faixa etária, cuja amostragem traz bela perspectiva. Além deles, buscando na história do clube esmeraldino,
vê-se que por lá passaram Tiago Silva, Naldo e Dante, três zagueiros que estão
nos melhores clubes europeus; também por lá apontaram em início de carreira, outro zagueiro, Índio,
do Coirmão, mais os meio-campistas Éderson, Fernando e Adaílton, todos com
passagens por grande clubes do Velho Continente, o que é sintomático. O
trabalho nas categorias de base é planejado e qualificado. Acredito que além da
criatividade, há também uma grande dose de competência.
Olhando o tamanho de Grêmio e Internacional,
causa estranhamento o baixo percentual de aproveitamento das bases destes
clubes comparado com o do Juventude, visto que, sem demérito para o alvi-verde
serrano, é imensa a diferença dos recursos demandados por ele e a Dupla.
Por tudo isso, cabe uma pergunta:
Qual o segredo do
sucesso juventudino; será apenas o ar da Serra?
Acho que trabalho de base é - para ser enfadonho - planejamento e convicção. Base deve servir para formar jogadores, isso necessita de tempo e investimento. Lembro de que certa vez o Renato falou que a base não formava laterais de verdade, que o sistema de jogo empregado nos times visava ganhar campeonatos, não formar atletas para o time de cima, isso deve ser repensado. Outro aspecto é a falta de continuidade na gestão do clube. Saiu o Odone e sua "filosofia" entrou o Duda e promoveu um racha, saiu o Duda, voltou o Odone e vai-se o pouco trabalho que fora feito. Talvez com o Koff a situação seja de manutenção e sequência, se bem que já estão criticando porque os meninos perderam campeonato e porque o Rui definiu qual vai ser a diretriz adotada na base, daí fica difícil né...
ResponderExcluirConcordo que o foco principal deveria ser formar atletas, sendo o título algo secundário, que até viria consequentemente.
ExcluirO problema é que isto tem que vir de cima, tem que ser política da direção. Enquanto treinador sub17, sub20, foi demitido por resultados (ou por pressão de empresários) não vamos ver isto.
Como comentei abaixo, tive um amigo treinador do sub17. Ele sempre me relatou as mudanças políticas como fator de atraso no Grêmio, sendo que há também grande pressão dos empresários (o que é normal, mas não pode ser aceito pela direção). Segundo ele a base do Inter era muito melhor que a do Grêmio, atualmente, justamente porque lá na última década houve um trabalho correto.
Assino embaixo.
ExcluirNeste caso, o clube virou interesse secundário. É f#da.
PJ!
ResponderExcluirEu estava pensando! O nosso clube se atrasou demais com as gestões do Guerreiro e Obino, principalmente, e aí mais uma vez ficou provado que destruir é muito mais fácil que construir. Precisaremos de pelo 5 anos de completo êxito, "margem de erro" próxima de zero para retomar a linha ascendente. Claro! Títulos são "energéticos" muito importantes.
Mas aí que reside o problema bruxo, quem olha de fora não tem consciência disso e pensa que mudando a direção, como num passe de mágica, tudo vai voltar a ser como era antes. Tem gente que diz que torce para o Grêmio e cita o último título brasileiro do Flamengo para dar exemplo. Ignorar os fatores "subjetivos" que rodeiam cada clube é imperdoável.
ExcluirTalvez parte do sucesso do Juventude se explique pelo fato de que o critério de seleção é um pouco menos rigoroso, isto é, muitos jovens acabam tentando começar a vida futebolística lá do que na dupla Grenal (onde muitas vezes só talento não basta). Ou muitos, por uma avalição equivocada da dupla, acaba subindo a serra para tentar oportunidades.
ResponderExcluirConheço vários jovens de Lajeado, bons jogadores, que não passaram em testes da dupla (ou nem tentaram) e optaram por tentar a sorte no Juventude.
Também é fato que a base do Ju era (não sei mais atualmente) bem estruturada, com profissionais competentes e talvez sem as oscilações políticas vistas constantemente por aqui. Tive um amigo pessoal que trabalhou anos lá e depois passo pela seleção sub15 e foi técnico do juvenil (sub17) do Grêmio de 2011 a julho de 2012.
Sabe, Guilherme!
ResponderExcluirLendo o teu comentário, fica a possibilidade até de uma tese de especialização ou mestrado, tanto no plano social (a exclusão/dispensa por motivos alheios a questão técnica), quanto esportivo ( de novo, a questão técnica, mas aí, além da política de aproveitamento, há o despreparo dos avaliadores) e até econômico ( porque dispensa-se o atleta e depois o recontratam pagando por isso, caso de Gabriel do Lajeadense, uma vez que é um fato que pode ser analisado por vários ângulos. Me ocorreu que também pode haver mutreta com "empresários" e "abnegados" do clube.