Este texto foi escrito a algum tempo, fiquei na dívida de postá-lo, espero não esteja defasado.
Pois bem, tenho percebido algo
curioso que vem acontecendo com o Grêmio e sua torcida. Não é algo inédito nem
fui eu o primeiro a notar. A torcida elege seus algozes, isto é normal e por
vezes até salutar. O problema já foi o Cris, mudou-se o Cris e a defesa
continua a vazar. O problema já foi WL, mudou-se o técnico e o time parece não
evoluir, o problema era o esquema, nova mudança e nenhuma melhora, o problema
era a direção, ajeitou-se a gosto e, mudança após mudança vemos um moto
contínuo que se perpetua, como num deja
vu, e o time não engrena. Por fim, em sinal de desespero, passamos a atirar
para todos os lados, o problema são os jogadores que ficaram, o problema são os
jogadores que não vieram o problema é a bolsa que caiu, o problema é o PIB que
não aumenta, o problema...
E insistimos nessa toada e a cada
mudança parece que a consciência bate a nossa porta e a manutenção do estado de
coisas nos mostra estar errados, o correto seria admitir, mas não, nova tese
para sustentar tese que não se sustenta em fatos e aí que entra a solução que
não joga.
O Dida é o problema! Melhor seria
o Grohe.
Pará é o problema, o ideal seria
Tinga!
Werley é o furo, bom mesmo é o
Gabriel.
Elano não tem perna, Maxi é o
nome.
E daí eu apelo à consciência –
novamente – alguém de forma franca acredita que com o Grohe no gol o time
vazará menos? Alguém acredita que o Tinga pode render mais simplesmente por não
ser o Pará? Alguém é capaz de apostar que Gabriel é tão melhor que Werley? A
presença do Elano é realmente o motivo dos fracassos do time? Não estaríamos
sendo reducionistas? Nossa visão não esta restrita ao micro na impossibilidade
de enxergar o macro?
Quer dizer então que sou contra a
mudança? JAMAIS, há algo de errado, a mudança é mais do que necessária, a
mudança é imprescindível! Incoerência minha então? Aqui está o ponto nevrálgico
da questão, a mudança só pode ser boa quando meditada.
Quando – na época do Luxemburgo –
eu dizia que não era contra a saída do treinador se viesse alguém melhor, que
me desse perspectivas melhores teve quem não entendesse. Pois bem, para estes
eu explico, queriam que o treinador saísse, como se somente isso, de forma
mágica fosse resolver os nossos problemas.
Hoje eu enxergo do mesmo modo,
não apresentam uma solução e buscam resolver o problema de maneira prosaica.
Pois bem, eu lhes digo, o Tinga
não é o novo Arce, Gabriel – que parece ser bom jogador – não é o novo De Leon,
Ramiro não é Fernando e Maxi não é Messi. Portanto, uma substituição simples
passa longe de ser solução.
E porque eu digo isso? Porque
enquanto sacar jogador continuar sendo nossa esperança de um futuro melhor nós
continuaremos, a cada seis jogos, pedindo técnico novo e acreditando que
contratar jogador meia boca formado do Juventude é um grande acerto e tentando
nos convencer que o esquema prejudica nossos atacantes e procurando, dia após
dia, uma bruxa nova para queimar.
Pois como eu cobro também devo
ser cobrado. Expus o que eu considero ser o problema e agora, de forma mais
concisa, a solução.
Em outra postagem eu já havia
dito, basicamente existem três formas de jogar num esquema 4x4x2, com suas
variações. Escolhi este esquema porque é o que melhor se encaixa com as
características dos jogadores e porque um zagueiro a mais não resolve nosso
problema atrás e nenhum dos que vi jogar tem condições de ser libero.
Pois bem, ou um time joga no modo
Felipão/Tite, com três atacantes quando com a bola e dois destes recuando para
formar uma linha de meio, coisa que o Grêmio não pode fazer pela falta de uma
peça como Jorge Henrique, Romarinho ou Hulk, ou o time atua em Losango com um
armador na ponta – formação adotada pelo técnico, ou, por último, atua com dois
volantes na mesma linha e dois meias avançados.
Luxemburgo tentou a última
solução, tinha suas razões, para atuar em losango o time precisa de um
articulador, algo que até agora não se descobriu entre os titulares do Grêmio.
Renato optou pelo esquema em
losango, mas não tem armador, então tenta Elano na função e finda por
prejudicar o jogador e o esquema.
Luxemburgo já foi, então não me
diz mais respeito, mas Renato ai está.
Renato não aceita e não vai
trocar o esquema e a deficiência do mesmo é clara.
Na esquerda Telles tem liberdade
para atacar, mas o balanço defensivo é mal feito, o Zé não tem sido orientado
para cobri-lo e o que vemos é a insistência dos ataques adversos por ali.
A direita do Grêmio é morta, Pará
cumpre bem sua função defensiva, mas a atual fase do Souza impede que tenhamos
qualquer solução ofensiva pelo local.
O meio então vira uma bagunça,
não temos mais o Fernando e por mais que isso me doa é fato! Então, seja
Adriano ou seja Riveros precisamos de outro homem que dê com mais eficiência o
combate e daí volto a dizer, Souza não tem sido esta peça. Então é só somar
dois mais dois para concluir que num time onde uma engrenagem é falha, todo o
resto desanda.
Mas este não é o pior, penso eu
que o pior está na ponta do losango. Elano é um jogador utilíssimo sendo
utilizado no lugar errado, não lhe cumpre fazer o papel de armado.
Zé também ressentiu-se da função.
Então, só nos resta rezar para
que Maxi seja este homem, porque se não for jogaremos num esquema completamente
dependente de um armador....sem um armador.
PJ!
ResponderExcluirEstava rascunhando algo nessa linha. Muito claro o que está acontecendo, a afobação da torcida é natural, elegem um deus num dia que no dia seguinte vira diabo e vice-versa. Está tudo dentro da normalidade.
O que é ruim para o clube é a atitude dos torcedores de teses; "tipo assim", não gosto do técnico, então tudo que ele fizer, eu dou contra, quem bater de frente com ele, vira meu herói. Não gosto do Luxa; Vilson, Edílson, Gabriel e Marcelo Moreno o desafiaram, bom, aí estes viram meus heróis e a saída deles, eu vou criticar. Luxa dá força para o jovem Leandro, aí eu digo que ele tem participação no passe dele.
Só que isso não ajuda o Grêmio em nada, além de passar atestado de incompetência, porque apostar nesses jogadores, apenas porque bateram de frente com o desafeto que elegeram, dá o resultado que deu, isto é, a dispensa deles pelo Luxa está coberta de razão, pois repetem em seus novos clubes o mesmo histórico; vivem lesionados e com contribuição "zero". Para azar dos torcedores de teses, o Leandro (que ainda é do Grêmio) está rebentando no Palmeiras, é ídolo e o Luiz Felipe (ele mesmo, sem % no passe do jogador) o convoca para a Seleção. Sugestões quase nenhuma, quando tem: Paulo Porto. É assim que a banda toca no ritmo do "samba de uma nota só", mais repetitivo do que música da Kelly Key, Baba,baby,baby,baba.
Pois é Bruxo e isso a um ponto que eu até não queria discutir, mas se faz necessário. O Guilherme também já se debateu muito com isso, onde tentam provar que o Dida, só por ser indicação do Luxemburgo é lamentável e o Bressan, só por não ser, é o novo Pavilhão.
ExcluirMas isso tem uma implicação mais séria, porque gostar ou não eu tenho esse direito, eu sou torcedor, eu mesmo até hoje me ressinto do não aproveitamento do VIçosa, mas tudo bem. O problema mesmo é quando isso se torna frustração ou falha de caráter mesmo. Porque quando, por não gostar do Luxemburgo, eu tenho de justificar as suas vitórias e faço isso desmerecendo-as, ou quando eu ataco o salário dos jogadores demonstra uma absurda frustração por não ter tido a capacidade de atingir tais patamares. Mas claro, existe tese pra isso também. (Até escreveste um texto lapidar sobre os frustrados). E quando então eu passo a chamar os jogadores e profissionais que se dedicam, cumprem sua carga horária de marginais, bandidos, vis, dentre outros adjetivos impublicáveis? Porque quando eu acho que o jogador é ruim - e acho isso de muitos - tenho todo o direito de me manifestar, mas daí a tratá-lo como escória, ou deixa transparecer o meio e modo do qual se utiliza nas relações habituais ou as pessoais das quais se é cercado, em todo caso, é sim traço de caráter.
Exato, PJ!
ResponderExcluirE olha que eu apenas toco nesse assunto, porque só vejo prejuízos ao clube que torcemos. Eles são parte, uma fatia de bolo destes fracassos ao longo desses anos, mas não conseguem ver isso.