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sábado, 10 de agosto de 2013

Opinião





A Perigosa Armadilha Da "Terra Arrasada" - Parte 2

                              "O Grêmio, agora joga verticalmente", " O Grêmio recuperou o espírito gaúcho", "A raça e a pegada retornam ao time do Grêmio". Essas frases não são dos torcedores; li na grande mídia gaúcha, logo após a vitória do Imortal sobre o Botafogo, justamente num jogo, onde os 3 pontos ganhos foram uma afronta ao melhor futebol dos cariocas. Uma atitude muito irresponsável e oportunista da nossa crônica especializada.
                              Se não era nada disso, também não é (era) um caso perdido, mesmo depois da derrota horrível diante do Coritiba. O que é então? Afinal, o que temos de misterioso nesse sobe e desce do time? Ausência de padrão de jogo, consistência e equilíbrio. Tudo bem! Mas, trocando em miúdos, o que é isso, o que falta para se chegar aos bons resultados?
                               Dida, Pará, Werley, Rhodolfo e Alex Telles formam uma boa defesa, diria, inclusive, que é muito confiável. Se Renato variar para o 3-5-2, Gabriel, Saimon e Bressan podem assumir o posto sem receios, porém com treinamentos. Barcos, Kléber e Vargas não são ótimos atacantes? Com certeza, já demonstraram isso em várias oportunidades, principalmente antes de envergarem a camisa tricolor. Onde Renato e comissão técnica devem colocar o olhar com mais vagar? No coração do time, no meio de campo. Temos então quatro vagas a serem preenchidas. Para o lugar de Fernando há os seguintes postulantes: Adriano, Riveros, Ramiro, Mateus Biteco e talvez, Souza. Desses nomes deve sair o da função de número "5". Zé Roberto é indiscutível, sua ausência mexe com a mecânica toda; é como o Coirmão sem D'Alessandro, o Coxa sem Alex, O Galo sem Ronaldinho Moreira. Chegamos, portanto, ao nono nome dos onze. Ficam faltando dois. Aí está o "X" da questão, o problema que faz faltar padrão de jogo, consistência e equilíbrio. Aqui, parece fácil; não é, mas ficará muito pior se Renato não chegar a este diagnóstico e ficar desafiando o bom senso e a lógica da rotina, do treinamento, da repetição, da "venda" da convicção do caminho certo nas cabeças dos boleiros. Eles tem que comprar a ideia do comandante técnico. Todos os grandes treinadores buscam (ou desejam) um time base e quatro ou cinco atletas prontos para as variações impostas por lesões, convocações, suspensões, etc... Brincar de surpreender a torcida, mídia e adversário na perigosa tentativa de ludibriá-los no "joguinho" de adivinhar a escalação, mostra imaturidade e despreparo para a função e responsabilidade do cargo que desempenha. A herança pode ser o desmanche da base que ganhou, algo raro na troca de treinadores; geralmente, eles tem que partir para uma remontagem. Os dois lugares que deixei vagos, certamente, um deles terá de ser preenchido pelo articulador, aquilo que costumo chamar de camisa 8, o antigo ponta-de-lança.
                         As trocas que se fizerem necessárias, por exemplo, Pará por alguém mais qualificado, elas deverão vir após a fixação de um padrão de jogo, serão trocas que costumamos chamar de acréscimo ou nas palavras do ex-governador e patrono do Coirmão, Ildo Meneghetti: "Conservar, melhorando". Não é hora para uma ruptura maluca. Provavelmente, se isto ocorrer, será criado um novo fim para este velho adágio: Entre mortos e feridos, sairemos rebaixados. 
                           A Direção deverá ajudar a "clarear as ideias" na cabeça de Renato. A busca de soluções positivas deve ser ação do coletivo, mesmo que a paternidade delas, mais tarde seja definida no DNA.  
                            Renato tem tudo para acertar, tem respaldo da diretoria, um belo grupo, a tolerância que outro treinador não teria e principalmente, conhecimento da função. Basta por em prática, mas sem firulas.

3 comentários:

  1. Marcelo Flavio11/08/2013, 12:34

    Perfeita a tua análise, sensacional.
    O grande problema do Renato talvez seja sua convicção, ele mostra-se ser um treinador "dono da verdade", o famoso sabichão, porém sua carreira de treinador não dá respaldo para tal soberba.
    Falta treinamento e repetição para esse time, só isso. Daí os resultados vão começar a vingar a nosso favor.

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  2. Marcelo Flavio!
    Este é o meu receio. A personalidade do Renato me confunde, às vezes me parece aquele cara desassombrado, tipo a história da formiguinha surda que superou os obstáculos, outras vezes,parece o cara que erra pelo exagero da autoconfiança. Abraços.

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