O Grêmio iniciou o jogo propondo o contra ataque, bem postado em
bloco baixo – com suas duas linhas atrás do meio campo e um
jogador (que variava entre os atacante) fazendo “sombra” na saída
de bola – marcava com encaixe individual dentro do setor,
aproveitando-se da superioridade numérica de sua zaga para, ali,
exercer uma marcação individual com uma sobra.
Ponto!
Sobre a defesa é isso, poucos reparos a serem feitos, é sólida e
conta com a ajuda providência do Pará que, apesar de jogar numa
linha mais avançada, permite-se o retorno para dar volume ao setor.
De tal forma o Grêmio dominou o time do santos, forçava os erros e
permitia que o time praiano se aproxima-se por vezes, correndo poucos
risco, recuperando a bola e saindo em velocidade.
Quer dizer, a defesa funciona e aí que eu pergunto, como poderia não
funcionar se jogamos com 3 zagueiros, 3 volantes, 1 ala que compõe e
um atacante que faz a meia? Ou seja, de 09 a 10 jogadores atrás da
bola!
Aqui está a minha crítica, o Grêmio não é balanceado, é um time
excessivamente defensivo que depende de lances pontuais.
Num time encaixado defensivamente levar gol só é possível através
de falhas, individuais ou de tática de grupo.
O gol do Grêmio deveu-se ao segundo fator.
O Werley sai no jogador que lhe compete e o Bressan fica no jogador
que lhe incumbe. Este perde-se do jogador ao ficar lendo o lance e
quando percebe não consegue se recuperar, indeciso permite a
conclusão e, por consequência, o gol.
Tomar gols é do jogo, se forem poucos então, não me preocupam, o
que me preocupa é a transição ofensiva do time.
No segundo tempo, como era de se esperar, o Grêmio voltou com
formação em bloco médio, passada a primeira etapa era hora de
propor o jogo – e aí reside o problema, voltou diferente mas
igual. Com as mesmas peças.
O time continuava prescindindo do Kléber na armação das jogadas o
que nos fazia não ganhar um armador e perder um atacante. Volantes
não armam e não adianta se enganar com isso, seja 3x5x2, seja
4x4x2, enquanto não Renato não providenciar alguém que pense nesse
time viveremos sempre ao sabor do imponderável.
Por fim, a substituição do Renato matou o time – por óbvio que o
gol não foi por culpa disso – mas o baixo rendimento passou a ser.
E não, pequeno gafanhoto, a saída do Riveros não foi o que causou
a desordem no meio campo – ou alguém vai me dizer que ouviu o nome
do gringo mais do que eu? - a desordem do meio campo veio após a
saída de Kléber. Com ele o time contava com superioridade numérica
no setor e os volantes tinham para quem tocar. Sem ele o jeito foi
tentar armar e aí já sabe né...
O tempo esperado até mexer também é demérito do técnico, coisa
na qual tem irritante constância.
Enfim, o extrato de tudo é aquilo que já vinhamos falando, o time é
inconstante devido a um balanço ruim, forte na defesa e dependente
de jogadas individuais no ataque – os últimos gols demonstram isso
de forma lapidar.
O que necessita? Um volante a menos, um armador a mais.
Com a volta do Zé – alguém ainda o acha dispensável? - vai
trazer uma opção de saída e triangulação, algo escasso no
tricolor, mas ainda não vai resolver.
Constatações:
1 – O Bressan é aquilo que eu sempre disse, ruim, ponto! Se me
disserem que ele tem 23 vou ter de lembrar que o Werley tem 24 é
muito melhor e ainda assim não chega nem perto do meu ideal de
zagueiro.
2 – O Werley é o que é, voluntarioso, chega no juiz, se entrega.
É insuficiente. Não foi mal no jogo, recuperou-se quando escorregou
e ficou a cargo da marcação individual do melhor jogador do time,
permitindo-o somente um cruzamento, enfim, compondo uma zaga sólida
não compromete.
3 – Ramiro não pode jogar de primeiro volante, não tem noção de
posicionamento, sai correndo atrás de um atleta e desguarnece um
setor vital do campo. No esquema com 03 zagueiros talvez seja
possível aliá-lo a outro atleta, em outro esquema é bom jogador
para atuar como segundo marcador pois é rápido e tem boa saída de
bola, pena ter pouca presença dentro da área.
4 – Pará é uma nulidade no ataque e as três melhores chances do
time saíram dos pés dele, nem eu entendo essa minha incoerência.
5 – Sem um armador o sucesso do Grêmio tem prazo de validade, é
melhor o Renato resolver e logo, esta questão.
Ontem foi um dia do não, mais duas horas de jogo e o Grêmio não
faria um gol, não porque é um time ruim ou mal treinado,
simplesmente porque ontem não ia dar certo. Acredito na volta e
acredito, antes de tudo, que Renato vai perceber que insistir com
Bressan e abrir mão de alguém que organize este meio é chamar a
derrota.
PJ!
ResponderExcluirÉ por aí. Acrescentaria que foi realmente "um dia não", pois até quem fez o gol, na verdade, deveria estar jogando vídeo game em casa.
Em tese, prefiro o três, cinco, dois; mas concordo: esquema bom é aquele que ganha. Acima de tudo, sou fã do João Saldanha: os melhores tem que jogar, dentro de uma certa lógica. Renato precisa de um certo tempo, que na verdade o calendário não lhe dá, nem dará.
Continuo achando (vide crônicas sobre a "terra arrasada") que o "cerne da questão" é o meio de campo. Ontem, a inoperância ofensiva de Ramiro e Riveros, impediu que a vitória chegasse até no primeiro tempo.
Com toda razão Bruxo, não vejo lógica em continuar discutindo Pará, Dida, Werley, Kléber e Vargas quando o meio campo já identificado como o principal problema do time desde o ano passado - menos para alguns, claro, onde o furo está na zaga.
ExcluirSó um adendo, já correndo o risco de ser incoerente, Bressan não dá mais.
PJ!
ResponderExcluirApenas para ficar claro de minha parte; acho o Bressan um jogador de futuro e independente de idade, ele parece que não está pronto, outros com 20 anos já estão mais estabilizados. Acho que o Gabriel e o Saimon, hoje, grifando a palavra hoje, estão mais preparados do que o menino que veio da Serra. O setor melhor abastecido do Imortal é o ataque, não apenas pelo trio Vargas, Kléber e Barcos, mas pelas promessas que são várias. O "X" da questão é a articulação do meio. Ainda investiria as minhas fichas no Rodriguinho do América Mineiro.
Penso igual Bruxo. Não sei o que houve com o Bressan, parece que regrediu de janeiro pra cá. E isto talvez tenha uma explicação: pressão.
ExcluirAgora é o momento de poupar o guri, tirar ele do foco, e fazer uma preparação de base nele. Acho bom jogador, que pode evoluir e se tornar um bom zagueiro, melhor do que os nossos atuais. E para isto acontecer, a melhor saída é não queimá-lo agora, até porque atualmente temos opções no banco (Gabriel e Saimon).
Talvez seja o momento de preservar o Bressan, tem outros nomes, atualmente, com maior confiança.
ResponderExcluirQuanto a ataque nada a se dizer, temos peças.
O meio de campo, ainda, está em fase de experimentação (esquema e nomes) apropriados, sem contar que o treinador ainda está em início de trabalho.
A coisa já foi pior.
Concordo, Marcelo Flavio!
ResponderExcluirA ideia era 3 vitórias consecutivas, agora devemos entrar naquele cálculo de 4 em 6 ou 6 em 9 pontos; a coisa já foi pior.
Sobre Bressan; há jogadores que se recuperam jogando, não sei se é o caso dele.
Bem pontuado, depois da calmaria (3 vitórias), é precisa traçar metas para que ao final algum objetivo seja alcançado.
ResponderExcluirEsses cálculos podem ser uma meta a ser alcançada, o resultado pode ser o título.
O caminho deve ser esse.