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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

O INFERNO – SEMPRE – SÃO OS OUTROS.

Pois hoje eu descobri tudo que há de erado com o Grêmio. Errados são estes dirigentes biltres, rodeados por seus asseclas pusilânimes, que dilapidam o patrimônio do clube e impedem que gente virtuosa como Eu exerça parcela de poder no clube. Essa gente ordinária que coloca cláusulas absurdas, como, por exemplo, esta necessidade ímpia de ser sócio para concorrer a cargos no tricolor. Gente mesquinha e avarenta que se utiliza do tricolor como balcão de negócios para lotar apaniguados e tratam como um feudo de característica hereditária. É essa gente que contrata jogadores como Zé Roberto, uma caricatura de homem, com passagens apenas por clubes desprezíveis e que não conheceu na vida o sucesso. Gente assim que contrata jogadores que não tem no seu DNA a vitória, como Dida e Elano. O que? Copa do Mundo? Seleção? Isto também é uma grande bravata, qualquer integrante do reino mineral sabe que tudo se baseia no conchavo, na maracutaia, estes jogadores só foram escalados e titulares na selecinha graças a um grande empresário, nada a ver com futebol. 05 Copas do mundo? Mas essa é outra incomensurável bobagem, afinal, quem não sabe que o Brasil pagou para ser campeão! Claro, pois com jogadores abaixo da crítica, convocados apenas em prol de interesses escusos é óbvio que o triunfo sobre outras seleções que marcaram época só foram possíveis através de um grande esquema armado. Mas comigo tudo ia ser diferente, eu ia espantar a tapas esse grupelho que se perpetua no poder e só colocaria no clube gente boa como eu, interessada no futebol, meus compadrios do blog, aquele empresário bacana que sempre me ajuda nos meus projetos, além da famíglia, pois claro, a família é a base de tudo não é?! E quanto todos meus confrades estivessem aboletados em seus respectivos gabinetes no amado tricolor, a toque de caixa expediríamos regras que nos permitissem continuar este belo trabalho ao amado imortal e de vez por todas afastaria do poder todos estes outros que tão pouco se preocupam com o Grêmio. Por gerações e gerações seriam os nossos sobrenomes que engalanariam as conquistas sempre certas. Perpetuação no poder? Claro, mas sempre em prol do clube. Os jogadores seriam indicados por mim, pois é um absurdo um técnico se meter a palpiteiro, quem entende mais do que eu sobre o que é bom para o clube? Tem uma lista infinda de promessas de craque e para isso eu nem preciso rodar o interior, com um bom salário faço tudo pelo pay-per-view. Por fim, eu mandaria embora esse arremedo de técnico e contrataria o Alípio. Mas QUE técnico o Alípio, este ilustre desconhecido é um achado, daqueles amigos próximos, do peito, que por anos a fio tem sido tolhido em seu conhecimentos desportivo adstrito tão somente ao clube da minha corrutela.
Enfim, comigo tudo ia ser diferente...

– Ei, Maria, pega uma bebidinha pra mim na geladeira que hoje tem jogo do Grêmio e eu não estou disposto a levantar a bunda do sofá.

(Inspirado pelo Bruxo, o mestre, no sentido Socrático, sem o mesmo brilho e talento mas com idêntica intenção).

3 comentários:

  1. Paulo Juliano!
    Acabei de ler o post do filme Ditador que o MM recém disponibilizou, aí eu leio a tua crônica (rs,rs,rs). Muito bom o título que poderia também ter esse: "O Universo à partir do meu umbigo". Além deste viés tão bem apanhado por ti, há outras conclusões decorrentes do teu texto:
    Independente de resultados; há grandes contribuições que não são valorizadas, enquanto as conquistas dentro de campo não chegam; exemplos? Dois do Inter, João Paulo Medina e Carlos Alberto Parreira nos anos de derrotas, mas que semearam a "colheita de títulos" um pouco ali em frente.
    A passagem de Zé Roberto, Dida, Nilton "Filé" Petroni, Elano traz uma contribuição muito grande. Pegando o caso do Dida; e aí nem entra a sua titularidade (essa contribuição é dada apenas em fazer parte do elenco), hoje é o jogador em atividade com mais títulos no Brasil, só lhe falta uma Olimpíada; foi vice em 1996; jogou 10 anos no Milan, isto é, disputando campeonatos nacionais no país que tem a melhor "cultura" defensiva do futebol no mundo. Como não vai saber organizar um sistema defensivo?
    Zé Roberto também traz elementos de organização tática e conduta profissional (para os Bitecos, por exemplo), tal qual Seedorf para os novos do Botafogo. Vejo grandes progressos no Grêmio nos últimos anos. Faltam os títulos, mas, via de regra, eles não saem do nada e caem no colo. Geralmente, até chegar-se neles, o caminho é grande e com alguns erros. O segredo está em identificá-los e não repeti-los.

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  2. Marcelo Flavio05/09/2013, 23:59

    Parabéns, Paulo Juliano, excelente texto.
    Tenho me divertido com essas boas sacas tua e do Bruxo.
    Ao mesmo tempo percebo que com o bom humor, evidência nesse espaço, até em derrotas tiram-se conclusões positivas.
    Até mesmo porque não se pode ganhar todas.
    Derrotas vão acontecer.
    Porém a cada derrota não se pode jogar todo o trabalho anterior pela janela.
    O caminho é de altos e baixos.
    Quanto a contribuição que cada um desses medalhões, citados por ti e pelo Bruxo, só tempo dirá. Podendo ser num curto ou longo espaço de tempo.
    Na falta, atual, de títulos o torcedor fica mais amargo e corneteiro.
    Daí, ninguém presta e coisas desse tipo.
    --
    O caminho é grande e com alguns erros. O segredo está em identificá-los e não repeti-los [2].

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    Respostas
    1. Obrigado Marcelo.
      É algo pelo que temos lutado, como já dizia meu velho: - De problemas eu to cheio, traga-me soluções.
      No mais tu relembrou algo para o qual o Guilherme sempre alertou, o Grêmio precisa urgentemente de um título, só isso vai fazer o clima de desconfiança arrefecer e a corneta silenciar por tempo maior.

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