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terça-feira, 24 de setembro de 2013

Opinião



 
Antes de Mais Nada
 
                                   Antes de mais nada, é preciso saudar a mobilização dos jogadores, chamando a atenção para o calendário do futebol brasileiro de 2014 e é claro, o que advém dele, as "prioridades" do mercado, o "business" que virou o esporte bretão no planeta, mas que aqui no solo brasileiro excede em muito o que seria o limite aceitável.
                                     A presença de grandes jogadores como Seedorf, Alex "Soneca", D"Alessandro, Fred, Zé Roberto, Forlán, Barcos, Rogério Ceni, dá ao movimento crédito e visibilidade para ser levado à sério.
                                       Quem assistiu os clubes nos anos 70 com 6 jogos por mês, nota que a baixa qualidade das partidas atuais, não pode ser creditada apenas a pobreza técnica de nossos artistas da bola; eles estão no bagaço, isso é tão claro, pois o Brasil possui os melhores preparadores físicos do mundo, comissões médicas e da fisiologia também, ainda assim lesões e rendimentos ruins são a tônica ao ponto de apenas 4 clubes, neste momento, terem aproveitamento acima de 50% dos pontos disputados no Brasileirão.
                                       Talvez o sucesso dessa empreitada, seja prejudicado, porque eles, os jogadores terão que repensar o quanto isso atingirá o bolso, pois menos jogos, menos arrecadações, consequentemente, todos terão que se readaptar a uma nova realidade; realidade mais saudável, provavelmente. Será que a categoria está preparada para isso?
                                       Outra observação que podemos fazer, diz respeito à principal emissora brasileira e suas afiliadas. Como reagirá? A primeira reação  da afiliada dela aqui no Sul foi ... não ter reação. Os profissionais esportivos dela, sempre tão "zelosos" pela declarada autonomia e independência que possuem, ficaram constrangidos; deram a notícias de forma "inodora" e "insípida"; nada de comentários avaliativos, tudo muito asséptico, certamente aguardando a orientação de seus patrões para depois "emitirem opiniões desprovidas de pressões". O véu caiu.
                                      De minha parte, lamento que o futebol tenha perdido o seu encanto, boa parte pela overdose de jogos. Muito jogador taxado de perna-de-pau, na verdade, é um prisioneiro deste calendário que o debilita, que nivela o craque com, aí sim, o verdadeiro perna-de-pau. Gostaria de ver de volta 6 partidas por clube/mês, no máximo. Todos ganhariam com isso.
                                     Antes de mais nada, pelo menos, surgiu um fato novo de oposição aos tubarões do futebol nacional.
                                   

2 comentários:

  1. Ótimo tema, Bruxo.
    Eu, desde sempre, imaginei que um dia haveria um posicionamento de atletas de futebol a respeito de nosso calendário. E que esse posicionamento acabaria por levar os jogadores a uma greve. “Não entraremos em campo!!!...”. Sempre quis ouvir isso. E eu acho que a hora está chegando. Até porque não há nenhum indício que a nossa Confederação de Futebol tenha alguma proposta para apresentar aos clubes e aos atletas.
    A mobilização dos jogadores, pressionando por um calendário mais racional, dá mostras que existe uma luz no final do túnel. Apesar dos movimentos de alguns jornalistas para esfriar as ações. E o que escreveste a respeito da nossa maior emissora de TV, aqui no RS e em SC, dá a real situação. Ontem ouvi apenas um jornalista posicionar-se a favor dos jogadores: Nando Gross. Os demais, todos eles sem muita convicção, resguardando a opinião da “grande irmã do Rio de Janeiro”. Não sou afeito a procurar inimigos em tudo, mas é nítido o prejuízo que a televisão tem causado ao calendário do futebol brasileiro. Jogos às 22:00 horas? Estão de brincadeira. Jogos às 21:00 horas de sábado? Seleção Brasileira convocada e o campeonato correndo solto? Jogos 3ª, 4ª, 5ª e 6ª feira? Não dá! Mas é compreensível. Se a TV paga, ela pode exigir. E seguem as carretas...
    Quem acompanha o Futebol Gaúcho sabe que Francisco Noveletto pretende concorrer ao cargo de Presidente da CBF. Pois ele posicionou-se sobre a proposta de calendário para 2014 e apresentou...a mesma proposta da CBF!!! Brincadeira?...
    Claro está que quer salvar o Estadual Gaúcho e sabemos o motivo. Muita gente inteligente apresentou proposta inovadoras para os estaduais. As federações nem olharam...
    Vivemos citando a Europa como exemplo de organização esportiva e não copiamos o que dá certo por lá. Isso é uma idiotice a toda prova.
    Quando os clubes, pressionados pela CBF e pela TV Globo, “detonaram” com o que restava do “Clube dos 13”, ignoraram que em um segundo momento perderiam. E de fato foi o que se viu. Por migalhas antecipadas, por repasse de verba da transmissão de jogos, jogaram fora o que se tinha de melhor para a fundação de uma Liga forte, com interesses voltados ao clubes. Escorregaram na casca da banana. E o tombo foi feio. Hoje caminham sem rumo, antevendo que dois ou três clubes receberão a cota maior de verba e aos demais restarão as migalhas.
    Sou a favor de um calendário enxuto, dividido por séries, com no máximo 18 clubes cada uma. Campeonatos estaduais não podem ter mais do que oito equipes disputando o título e o resto é conversa jogada fora. Mas isso só será possível se os clubes e os atletas entenderem a necessidade de organização. A mobilização de jogadores de renome internacional poderá ser o começo de tudo. Espero!

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    1. Exatamente!
      Às vezes, ouço citarem a Europa; ora! dependendo de onde estamos, é possível atravessar até 4 países num único dia sem pegar avião no Velho Continente.
      Imagina como seria o Brasileirão nos anos 70 com Nacional e Rio Negro do Amazonas, o Tiradentes do Piauí, Remo e Paisandu de Pará, Operário e Comercial do Mato Grosso (à época um estado só)com o calendário de hoje, com jogos quartas e domingos sempre.
      Isso, em tese, pode ocorrer futuramente se alguns deles subir para a A. Será um caos.

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