Antes de Mais Nada
Antes de mais nada, é preciso saudar a mobilização dos jogadores, chamando a atenção para o calendário do futebol brasileiro de 2014 e é claro, o que advém dele, as "prioridades" do mercado, o "business" que virou o esporte bretão no planeta, mas que aqui no solo brasileiro excede em muito o que seria o limite aceitável.
A presença de grandes jogadores como Seedorf, Alex "Soneca", D"Alessandro, Fred, Zé Roberto, Forlán, Barcos, Rogério Ceni, dá ao movimento crédito e visibilidade para ser levado à sério.
Quem assistiu os clubes nos anos 70 com 6 jogos por mês, nota que a baixa qualidade das partidas atuais, não pode ser creditada apenas a pobreza técnica de nossos artistas da bola; eles estão no bagaço, isso é tão claro, pois o Brasil possui os melhores preparadores físicos do mundo, comissões médicas e da fisiologia também, ainda assim lesões e rendimentos ruins são a tônica ao ponto de apenas 4 clubes, neste momento, terem aproveitamento acima de 50% dos pontos disputados no Brasileirão.
Talvez o sucesso dessa empreitada, seja prejudicado, porque eles, os jogadores terão que repensar o quanto isso atingirá o bolso, pois menos jogos, menos arrecadações, consequentemente, todos terão que se readaptar a uma nova realidade; realidade mais saudável, provavelmente. Será que a categoria está preparada para isso?
Outra observação que podemos fazer, diz respeito à principal emissora brasileira e suas afiliadas. Como reagirá? A primeira reação da afiliada dela aqui no Sul foi ... não ter reação. Os profissionais esportivos dela, sempre tão "zelosos" pela declarada autonomia e independência que possuem, ficaram constrangidos; deram a notícias de forma "inodora" e "insípida"; nada de comentários avaliativos, tudo muito asséptico, certamente aguardando a orientação de seus patrões para depois "emitirem opiniões desprovidas de pressões". O véu caiu.
De minha parte, lamento que o futebol tenha perdido o seu encanto, boa parte pela overdose de jogos. Muito jogador taxado de perna-de-pau, na verdade, é um prisioneiro deste calendário que o debilita, que nivela o craque com, aí sim, o verdadeiro perna-de-pau. Gostaria de ver de volta 6 partidas por clube/mês, no máximo. Todos ganhariam com isso.
Antes de mais nada, pelo menos, surgiu um fato novo de oposição aos tubarões do futebol nacional.
Ótimo tema, Bruxo.
ResponderExcluirEu, desde sempre, imaginei que um dia haveria um posicionamento de atletas de futebol a respeito de nosso calendário. E que esse posicionamento acabaria por levar os jogadores a uma greve. “Não entraremos em campo!!!...”. Sempre quis ouvir isso. E eu acho que a hora está chegando. Até porque não há nenhum indício que a nossa Confederação de Futebol tenha alguma proposta para apresentar aos clubes e aos atletas.
A mobilização dos jogadores, pressionando por um calendário mais racional, dá mostras que existe uma luz no final do túnel. Apesar dos movimentos de alguns jornalistas para esfriar as ações. E o que escreveste a respeito da nossa maior emissora de TV, aqui no RS e em SC, dá a real situação. Ontem ouvi apenas um jornalista posicionar-se a favor dos jogadores: Nando Gross. Os demais, todos eles sem muita convicção, resguardando a opinião da “grande irmã do Rio de Janeiro”. Não sou afeito a procurar inimigos em tudo, mas é nítido o prejuízo que a televisão tem causado ao calendário do futebol brasileiro. Jogos às 22:00 horas? Estão de brincadeira. Jogos às 21:00 horas de sábado? Seleção Brasileira convocada e o campeonato correndo solto? Jogos 3ª, 4ª, 5ª e 6ª feira? Não dá! Mas é compreensível. Se a TV paga, ela pode exigir. E seguem as carretas...
Quem acompanha o Futebol Gaúcho sabe que Francisco Noveletto pretende concorrer ao cargo de Presidente da CBF. Pois ele posicionou-se sobre a proposta de calendário para 2014 e apresentou...a mesma proposta da CBF!!! Brincadeira?...
Claro está que quer salvar o Estadual Gaúcho e sabemos o motivo. Muita gente inteligente apresentou proposta inovadoras para os estaduais. As federações nem olharam...
Vivemos citando a Europa como exemplo de organização esportiva e não copiamos o que dá certo por lá. Isso é uma idiotice a toda prova.
Quando os clubes, pressionados pela CBF e pela TV Globo, “detonaram” com o que restava do “Clube dos 13”, ignoraram que em um segundo momento perderiam. E de fato foi o que se viu. Por migalhas antecipadas, por repasse de verba da transmissão de jogos, jogaram fora o que se tinha de melhor para a fundação de uma Liga forte, com interesses voltados ao clubes. Escorregaram na casca da banana. E o tombo foi feio. Hoje caminham sem rumo, antevendo que dois ou três clubes receberão a cota maior de verba e aos demais restarão as migalhas.
Sou a favor de um calendário enxuto, dividido por séries, com no máximo 18 clubes cada uma. Campeonatos estaduais não podem ter mais do que oito equipes disputando o título e o resto é conversa jogada fora. Mas isso só será possível se os clubes e os atletas entenderem a necessidade de organização. A mobilização de jogadores de renome internacional poderá ser o começo de tudo. Espero!
Exatamente!
ExcluirÀs vezes, ouço citarem a Europa; ora! dependendo de onde estamos, é possível atravessar até 4 países num único dia sem pegar avião no Velho Continente.
Imagina como seria o Brasileirão nos anos 70 com Nacional e Rio Negro do Amazonas, o Tiradentes do Piauí, Remo e Paisandu de Pará, Operário e Comercial do Mato Grosso (à época um estado só)com o calendário de hoje, com jogos quartas e domingos sempre.
Isso, em tese, pode ocorrer futuramente se alguns deles subir para a A. Será um caos.