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sábado, 29 de março de 2014

Seguindo a (re) postagem das Pequenas Histórias, vão as 7, 8 e 9:

7. Volmir e Djalma Santos em tarde de Mané e João - 1965


No próximo domingo vamos ter mais um Grêmio X Palmeiras. Desta vez um jogo à princípio chocho, talvez sonolento; qual o atrativo? Difícil responder. Dois tradicionais clubes em um momento desolador, vivendo dias de decepção e sem maiores expectativas há vários meses dentro deste Brasileirão.O melhor neste momento é lembrar de grandes peleias. Quem não se recorda de duas goleadas de 5 em 1995, Libertadores, Porto Alegre e São Paulo, o Imortal avançando no detalhe e conquistando o Bi da América. Mas há uma outra goleada especial de 5, mais exatamente 5 a 1, outubro de 1965, num Olímpico transbordando, em tarde de recorde de público, 51.000 torcedores. Um juiz de luxo, Armando Marques e com o antigo Palestra desfilando o seu estilo acadêmico de várias décadas. Figuravam no time Djalma Dias, Dudu, Ademir da Guia, chamado o Divino; Servílio, Ademar Pantera, Julinho Botelho e num dos lados do campo, uma enciclopédia de futebol, tanto quanto o botafoguense Nilton Santos; tratava-se do bi-campeão mundial Djalma Santos, simplesmente o melhor lateral-direito do Brasil há anos. O tricolor possuía um grande e entrosado time; nele apareciam naquela tarde Airton, Paulo Souza, Sérgio Lopes e um ataque infernal Vieira (improvisado na direita),Joãozinho, Alcindo e Volmir. Ninguém de sã consciência arriscaria uma vitória elástica para qualquer lado, porém um ponta-esquerda nascido na Vacaria, que alternava partidas fantásticas com desempenhos medíocres, promotor de jogadas tão enroladas que recebera o apelido de Volmir Maçaroca; na foto, o último agachado(mão esquerda sobre a bola) estava pronto para ter a sua hora de "Mané Garrincha". Os que acompanharam sua carreira, apontam essa como a sua maior atuação, também dizem que nunca em sua extensa e exitosa carreira Djalma Santos levara baile tão grande. O Mestre Djalma virara um "João" para aquele Mané vacariano. João, assim Garrincha apelidara suas vítimas, pois não conseguia guardar ou pronunciar o verdadeiro nome de seus marcadores internacionais. No fim, todos os laterais-esquerdos viraram um simples "João" para Mané.
Volmir no início dos anos 70 jogou no rival do Grêmio, passagem apagada, mas mesmo assim, como de costume, botou faixa no peito.

E o jogo antológico? Bom, o Imortal foi metendo gol em cima de gol; Alcindo fez 2 no primeiro tempo, Volmir assinalou o terceiro, Joãozinho completou para 5 aos 16 e 39 min. do tempo final, Zequinha descontou para o antes chamado Periquito. Uma jornada inesquecível, bem diferente da que teremos amanhã. Infelizmente.

8. Era Corbo Tupamaro? - 1977


Esta semana andei lendo algumas coisas sobre a ditadura militar no Brasil e uma leitura puxa a outra; do golpe de 64 aqui para os demais ocorridos nas Américas foi um pulo. Em seguida, acidentalmente bati os olhos num poster do nosso time do final dos anos 70 e lá estava o goleiro uruguaio Walter Corbo. Lembrei que o visto para jogar no país foi decisivamente um problemaço para ele. Contratado no início do ano, o arqueiro só estreiou em 27 de Março.Vivíamos o último ano do governo Geisel e a sociedade brasileira já vislumbrava a tal abertura "lenta, gradual e segura", porém, na verdade, ainda a coisa toda era difícil, teríamos um último governo militar, o de João Figueiredo e mais arbitrariedades como por exemplo, o sequestro dos "tupamaros" Universindo Diaz e Lilian Celiberti em 1978 em pleno solo gaúcho.Tupamaros eram integrantes da guerrilha urbana no Uruguai que visavam reconquistar a democracia no país vizinho perdida desde 1973.
Voltando ao Corbo; o que se comentava era que o mais novo arqueiro tricolor tivera o seu passado revirado pelos órgãos de informação de segurança da nação em busca de uma (im)provável ligação com os ditos "guerrilheiros", o que de certa forma, trouxe mais um motivo para boa parte dos gremistas gostar dele. Um pouco de sua biografia:
Em dezembro de 69, indicado pelo técnico do seu futuro clube, simplesmente o mestre Osvaldo Brandão, Corbo chega ao Peñarol; tinha apenas 20 anos. No ano seguinte disputou a Copa do Mundo do México na reserva de Mazurkieweski, sendo companheiro de Anchetta, este eleito o melhor zagueiro daquela edição vencida pelo Brasil. Ganhou vários títulos e depois de 7 anos como titular do clube de Los Aromos; entendeu que era a hora certa para sair. Veio para o tricolor substituir uma lenda argentina, Cejas, que não realizara um grande ano. Convém lembrar que Telê Santana já na última rodada do Brasileiro de 1976 dava indícios de uma profunda reforma no elenco. Corbo que era baixo para goleiro, 1,78 m, cumpriu uma grande temporada no seu primeiro ano, mas no seguinte falhou em 2 jogos decisivos, um pelo Brasileiro de 77 terminado em jan/fev de 78 e na decisão do Gauchão quando os gremistas já sonhavam com o bi.  Foi vendido para o San Lorenzo de Almagro da Argentina onde virou ídolo.
Corbo não figura sequer entre os 10 maiores goleiros da história do Grêmio, mas está inserido no panteão tricolor por iniciar a escalação que todo gremista que se preze tem por obrigação saber de cor; o time de 1977:  Corbo, Eurico, Anchetta, Oberdan...



9. O Primeiro Título Internacional do Beira-Rio foi Azul - 1971


Pois é! Amanhã tem mais um Grenal em nossas vidas. Um clássico no Beira-Rio e aí fiquei pensando; o Beira-Rio quase sempre me trouxe boas lembranças. O primeiro jogo que vi lá, um Inter X Brasil de Pelotas deu 1 a 0 para o Xavante, gol do centro-avante Bira. Ao vivo, nunca perdi Grenal no Pinheiro Borda. Fui puxando pela memória; cheguei ao primeiro confronto vencido pelo Tricolor no estádio vermelho inaugurado em Abril de 69. Antes deste, houve o da pauleira, onde apenas três jogadores não foram expulsos, Alberto e Everaldo do Imortal + Dorinho, seguiram-se mais 3 com 2 empates e uma vitória rubra, portanto, o do dia 24 de Março de 1971 levou o nº 5 do novo estádio e até então, o mais importante porque estava em jogo uma decisão, melhor ainda, a decisão do primeiro torneio internacional do Beira-Rio. Foi um torneio de luxo, pois vieram dois grandes times de muita tradição no cenário europeu. Eram o Rapid Bucarest da Romênia e CSKA da Bulgária. Um quadrangular completado justamente pela dupla porto-alegrense. Para finalíssima, o Tricolor chegava com 2 vitórias, ou seja, 2 x1 sobre os búlgaros e 3 x 0 sobre os romenos. O Coirmão na primeira rodada sofrera um revés ante o Rapid, 2 x 3; recuperou-se fazendo 2 x 0 sobre o CSKA.Vamos aos detalhes:
Logo no início do jogo, 2 minutos, Gaspar (quarto agachado) abriu o placar. o Inter martelou o tempo inteiro, mas Flecha; aqui, uma ressalva, alguns documentos dão como Loivo (na foto, Flecha, primeiro agachado; Loivo, o último agachado) fechou o placar aos 43 minutos do segundo tempo, dando ao Grêmio o primeiro título internacional do Beira-Rio. Chamava-se Torneio Internacional de Porto Alegre. O Imortal teve em campo: Jair, Domingos (Espinosa), Di, Beto e Everaldo, Jadir,Caio e Gaspar, Flecha, Alcindo e Loivo. Desconfio que o primeiro campeão de tudo foi o nosso Tricolor.

23 comentários:

  1. Bruxo, para ilustrar tuas "Pequenas Histórias":

    Grêmio 5x1 Palmeiras (SP)
    Taça Brasil
    Data: 27.10.1965
    Local: Olímpico, Porto Alegre-RS
    Árbitro: Armando Nunes Castanheira da Rosa Marques
    Renda: Cr$ 48.557.000,00 - Público: 51 000 (45 750 pagantes)
    Gols: Alcindo 34', Alcindo 44' do 1º tempo; Volmir 3', Joãozinho 16', Zequinha 36', Joãozinho 39 do 2º tempo
    GFBPA: Arlindo; Altemir, Aírton, Paulo Souza e Ortunho; Cléo e Sérgio Lopes; Volmir, Joãozinho, Alcindo e Vieira. Técnico: Carlos Benevenuto Froner
    SEP: Donáh; Djalma Santos, Djalma Dias, Procópio e Ferrari; Dudú e Ademir da Guia (Zequinha); Julinho, Servílio, Ademar Pantera e Rinaldo. Técnico: Mário Travaglini

    Sobre Walter Corbo, tenho o registro de 118 partidas pelo Grêmio.

    Data: 24.03.1971
    Internacional 0x2 Grêmio
    Torneio Internacional
    Local: Beira-Rio, Porto Alegre-RS
    Árbitro: José Luís Barreto
    Renda: Cr$ 137.386,50 - Público: 25 045 (21 315 pagantes)
    Gols: Gaspar 2' do 1º tempo; Flecha 43' do 2º tempo
    SCI: Waldir; Edson Madureira, Valmir, Pontes e Jorge Andrade; Carbone e Tovar (Paulo César Carpegiani); Valdomiro, Sérgio Galocha, Jangada (Rúben) e Dorinho. Técnico: Daltro Rodrigues Menezes
    GFBPA: Jair; Domingos (Espinosa), Di, Beto Bacamarte e Everaldo; Jadir e Gaspar; Flecha, Caio, Alcindo e Loivo. Técnico: Oto Martins Glória
    1) Grenal Nr 197.
    2) O Grêmio conquistou o título do Torneio.

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  2. Grande Alvirubro!
    É sempre um acréscimo os teus dados.
    a) Olhando a de 1965; fantástico o público
    b) Corbo começa um dos maiores "poemas" gremistas: Corbo, Eurico, Anchetta ...
    c) Hoje ouvindo o noticiário sobre Dino Sani que teria lançado Falcão, Paulo Cesar (Carpegianni), achei desconhecimento do repórter da Gaúcha (para variar). Falcão sim, mas o Paulo Cesar eu tinha certeza que era de outra geração. Teus dados demonstram o Carpeggiani em 71 com Daltro

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  3. Bruxo, quem lançou o Carpegiani foi um senhor chamado OSWALDO AZZARINI ROLLA, em 29.08.1968, Internacional 0x0 SC São Paulo (RG), nos Eucaliptos. Putz, os caras pelo menos poderiam pesquisar melhor.

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  4. Pra comecar: Bela lembranca Alvirubro. Digo mais: Se Foguinho fosse o que muitos querem que ele seja, o "pai do futebol gaucho" (na sua versao pejorativa, em contraposicao ao futebol arte do Rio), ele nao teria lancado o tecnico Paulo Cesar Carpeggiani. Foguinho, na verdade, e a despeito dos que nao gostam de pesquisar melhor, realmente e o pai do futebol gaucho, mas de forma visionaria, na forma do futebol total (muito semelhante ao praticado hoje, onde tecnica se mescla com obediencia tatica e preparacao fisica, que naquela epoca nao existia). Mas isto e conversa pra outra oportunidade.
    Quanto ao Gorbo, nao lembro destes fatos todos, no entanto, ainda lembro (segundo o Bruxo, no primeiro ano) de sua otima passagem pelo tricolor. Era um grande goleiro. Sua altura, diante dos atuais 1,90, nao atrapalhava nem um pouco. Alias, tivemos Jair, este sim sempre discutivel pela sua altura (que se nao me falha a memoria era menor que 1,75), mas, pra quem nao lembra, compensava isto com uma elasticidade e impulsao excelentes (buscava bolas no angulo). Tambem foi um bom goleiro que devido a sua altura nao teve sucesso no futebol.
    Quanto a Cejas, tambem foi otimo goleiro. O problema dos anos 70 foi, realmente, o Inter com seu excelente time. Nao fosse isto, varios jogadores que passaram pelo Gremio naquela epoca teriam se consagrado. Nao vamos longe: Ancheta, o melhor zagueiro da Copa de 70, de excelente tecnica, vencedor de Bola de Prata, vencedor no Uruguai, quando chegou aqui foi apagado pelo Dom Elias Figueroa. Diria mais, ele era muito melhor que Figueroa (tentando ser imparcial, se e possivel!), mas o sucesso do Inter elevou o sucesso de Figueroa junto, transformando-o no cherifao daquela zaga, num simbolo. Claro que Figueroa era um otimo zagueiro, mas nao melhor em nenhum momento ao Ancheta, mas as vitorias do Inter e o famoso cotovelo fizeram de Figueroa o melhor zagueiro de sua historia (mesmo que eu considere Pontes excelente, Marinho Peres melhor que Figueroa, ...).

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  5. Do jogo contra o Palmeiras lembro apenas que foi vitoria. Neste periodo e que passei a ser torcedor. Antes era um aspirante a torcedor (rsrsrsrs). Em 1965 o tricolor passava por grande transformacao: Ortunho/Everaldo, Altemir/Espinosa, Juarez/Alcindo, Vieira/Wolmir/Loivo, Milton Kuele/Cleo/Jadir/Torino (Elton, se nao me engano, tinha acabado de sair para o co-irmao), Baba/Flecha, Sergio Lopes/Gaspar, Arlindo/Alberto/Jair, etc... .
    Quanto ao tal futebol forca e marcacao que tanto se fala (e que fiz um ensaio quando falei do Foguinho) era, no fundo, uma ilusao (ou tentativa de ludibriacao). Neste periodo vejam as formacoes do Gremio. Eram um verdadeiro 4.2.4, extremamente ofensivo. Variacoes para 4.3.3, tambem para nos, hoje, ofensivo. Portanto, os que desejam menosprezar o futebol gaucho com o tal futebol de marcacao, futebol forca, nao falam destes detalhes (tipico do eixo e dos mal informados ou iludidos por estes).
    Veja que a foto que voce postou, nao era do jogo contra o Palmeiras: Everaldo, Espinosa, Jadir, Aureo, Ari Hercilio e Alberto, ponta que nao lembro, Joaozinho, Alcindo, Sergio Lopes e Wolmir. Tanto esta formacao quanto a do jogo contra o Plameiras, complementando o pensamento sobre o futebol da epoca, mostram como se jogava ofensivamente. Em ambos temos apenas um volante Jadir (na foto) e Cleo (no jogo). O companheiro deles era Sergio Lopes, um excelente armador que chegava a frente (e fazia uns gols). Teoricamente, o armador era Joaozinho que se comportava como o meia atacante. E mais, os volantes desta epoca faziam seus gols com chutes de fora da area. Mais ainda, Milton Kuele tinha uma condicao fisica invejavel a ponto de ser o volante que frequentemente auxiliava o ataque chegando para trocar passes e finalizar. Ah, mas os laterais so marcavam. Nao. Embora fossem mais defensores, Espinosa e Everaldo de vez em quando chegavam na linha de fundo. O Alvirubro ira lembrar (creio): Claudio Duarte ja fazia no Inter antes, o tal de "overlaping" inventado por Coutinho na Copa de 78, e antes disto, pela Laranja Mecanica. Na verdade ja era o ensaio do lateral apoiador (ala do futsal).
    Quanto ao jogo do Wolmir e suas caracteristicas, Bruxo, realmente o Wolmir era o Macaroca (aprontava uma Macaroca). Teve um lance emblematico num grenal que sintetiza o Wolmir: ele pega a bola na sua intermediaria e sai driblando todo mundo que apareceu na sua frente (uns cinco), ate chegar na linha de fundo. Dribles desconcertantes. Todos em espectativa. Ao inves de levantar a bola pra area que ja tinha Alcindo esperando, o que ele faz? Volta driblando todo mundo ate o meio campo. Ele tinha uma capacidade enorme de driblar os adversarios, mas em geral, nao tinha aproveitamento desta sua facilidade. So uma correcao: creio que Wolmir nao foi para o Inter depois e sim, veio do Inter.

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    1. Arih, Volmir foi para o Inter em 1972 e permaneceu até 1974.
      No Grêmio, Volmir começou em 1964 e permaneceu até 1971.

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    2. Realmente Alvirubro, corrigi no comentario abaixo.

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  6. Arih!
    O Foguinho sofreu (dá para dizer, apesar de falecido, sofre) resistência pela dualidade; a rivalidade Grenal, mas foi um visionário.
    Lendo o teu segundo comentário, ele apontou um negócio muito interessante; isto é, em 65, 66, o Tricolor foi fazendo a transição de uma geração vencedora por novos atletas sem perder a hegemonia regional: Airton por Paulo Souza/Ari Hercílio; Ortunho por Everaldo, Elton por Cléo, Vieira por Wolmir e por aí afora ...

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  7. Em 1968, Foguinho treinou o Inter em 52 partidas. Só perdeu 5. Veja que era um profissional acima da cor da camiseta. Portanto, independente da rivalidade GRENAL, Oswaldo Rolla tinha, acima de tudo, a personalidade para assumir o Colorado, sem ter a rejeição interna ou da torcida. Apesar de 1968 ser um ano gremista, no time do Foginho já despontava um meio de campo formado por Elton e Dorinho e um ataque formado por Valdomiro, Bráulio, Claudiomiro e Canhoto. Bom, em 1968 não deu para o Inter, mas esse time em 1969 começou a despontar. Justiça seja feita ao "Prrrrofessorrrrr" Rolla.

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    1. Tens as estatisticas dele no Gremio (se nao for pedir muito e tendo em vista seres uma enciclopdia)?

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    2. OSWALDO AZZARINI ROLLA

      377 JOGOS

      262 VITÓRIAS
      60 EMPATES
      55 DERROTAS

      O homem era "fera", Arih!

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    3. Existe treinador que tenha, ao longo de varios anos, um aproveitamento de 85% num clube como o Gremio? Creio que, talvez, so o Barcelona do Guardiola e olhe la. Mais, como colocaste no outro comentario, 90% de aproveitamento no Inter. Credo! Nao conheco nenhum treinador assim. Ele estava certo em vir com aquelas ideias da excursao da Europa. Pena que nao temos outro Oswaldo Rolla. Por sinal, muito mal reconhecido por nossa propria imprensa e talvez ate por nossos dirigentes (da imprensa do centro do pais e normal desprezar tudo que nao seja eles/deles). 70% de vitorias, 15% de empates, so 15% de derrotas, ou seja, 85% de aproveitamento favoravel, no Gremio.

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  8. Alvirubro!
    Esse resgate é super importante; Foguinho em 90 por cento dos jogos treinando o Coirmão, não perdeu.
    Ficou marcado pelo Grenal decisivo do 0 a 4, quando entrou com o então menino Schneider no gol; aliás, outra revelação dele, a derrota eclipsou o seu bom trabalho no Comando Vermelho (no bom sentido).

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  9. Uma correcao: Wolmir (insisto em escrever com W porque foi assim que aprendi a escrever seu nome) realmente depois do tricolor foi para o Inter (quase 50 anos ja fazem minha memoria me trair).
    Uma outra correcao: Se nao estou enganado, este Paulo Souza nao era zagueiro e sim atacante (ponta direita ou centro avante). Paulo Souza era o Paulo Lumumba. Bom de bola.
    Realmente Bruxo, a transformacao ja vinha desde o final dos anos 50. Gessy, por exemplo, tenho vagas lembrancas. Sei mais dele pelo que meu pai me contava. Alias, meu pai teve um amigo que jogou no Gremio nesta epoca {so nao lembro o nome e, infelizmente, ja nao posso tirar a duvida; meu pai mesmo, no inicio dos 50, chegou a ser convidado a jogar no quadro de acesso do Gremio (tipo sub-23 de hoje), mas naquela epoca jogador nao ganhava bem e ele preferiu permanecer no servico militar inicial}. Calvet tambem era muito elogiado pelo meu pai. Este pessoal todo transformou o Gremio no que ele e hoje: elogiado, temido e conhecido nacionalmente e internacionalmente.
    Quanto ao Foguinho, realmente a rivalidade grenal, talvez, esteja influenciando nos conceitos sobre ele (afinal, os cronistas gauchos se deixam levar muito pela rivalidade grenal e deixam de levantar a historia dos nossos grandes jogadores/tecnicos), mas creio que muito mais seja o desdem da imprensa do Rio e Sao Paulo que arroga a si o direito de ser inovadora, ser revolucionaria dentro do futebol. Este e o grande merito do Oswaldo Rolla. Ser inovador. Ser visionario. Voces ja conhecem a historia. Depois da excursao do Gremio a Europa, Foguinho voltou com a ideia da preparacao fisica, que naquela epoca era uma preparacao fisica quase colegial, amadora. Foi nesta excursao que ele ficou encantado pela preparacao "mais profissional" que se fazia por la. E alem disso, tambem veio com a ideia fixa na aplicacao tatica que os times e selecoes que o Gremio enfrentou, lhe encantaram. No ideario de Oswaldo Rolla, se ele conseguisse unir a arte (a qualidade) com um melhor preparo fisico e obediencia tatica, seriamos imbativeis. Digo isto tudo baseado no que meu pai me falava (pois a excursao foi em 61/62) e por uma entrevista que vi nos anos (70/80) do Foguinho a uma televisao, quando estava de ferias por ai. Nela ele falava disto quase claramente, muito embora o jornalista insistisse em falar mais da preparacao fisica e futebol forca, simbolo do futebol gaucho, etc... . Pelo que se ve, nossos proprios jornalistas vao contra nos mesmos. Considero Oswaldo Rolla, acima de tudo, um visionario. O futebol de hoje creio que e muito proximo do que ele tentava fazer: qualidade aliada a preparacao fisica e empenho tatico.

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    1. Arih!
      Havia dos Paulo Souza. O primeiro, zagueiro, era irmão do Cléo, meio de campo da dupla Cléo e Sérgio Lopes, o outro era Paulo Otacílio de Souza, o Paulo Lumumba, ponta direita e/ou centro-avante.

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    2. Em 76, o presidente Hélio Dourado assumiu e trouxe o Foguinho de volta; lembro de uma frase dele:-Só peço um único jogador, Marinho Chagas, que comigo vai jogar no meio de campo; não levou, mas mostrou que estava ligado no que rolava no futebol nacional.

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    3. Arih, na Fed Gaúcha Futebol, os registros existentes atestam que VOLMIR era com "V".

      VOLMIR
      Volmir Francisco de Souza
      Atacante
      Vacaria, RS, 05/07/1944 (DN)


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    4. Como o Bruxo confirmou, seguem apenas os dados como curiosidade:

      PAULO LUMUMBA
      Paulo Octacilio de Souza
      Atacante
      Aracaju, SE, 22/06/1936

      PAULO SOUZA
      Paulo Muratore de Souza
      Zagueiro
      Caxias do Sul, RS, 25/04/1944

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    5. Minha memoria continua me traindo. Nao lembro deste Paulo Souza zagueiro (talvez por confundir com o Paulo (Souza) Lumumba. Cleo era volante, mas na fase final no Gremio, ele foi recuado para a zaga. Talvez cobrindo a saida do Airton e ate a chegada do Ari Hercilio. Lembro de muitos jogos com a zaga Cleo/Aureo (e Cleo nao era alto). Aureo era um baita zagueiro. Cleo se deu bem por ali, mas como volante era melhor, diria que um volante muito bom.
      Uma coisa interessante que o Alvirubro colocou e que Foguinho, praticamente, montou o Inter dos anos 70. Revelou Carpeggiani, Schneider, montou o meio Elton/Dorinho, o ataque com Valdomiro, Braulio (baita jogador). Qual tecnico hoje em dia faz 90% de aproveitamento?

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    6. Mais uma correcao. A excursao que deslumbrou Foguinho foi em 53 com o Cruzeiro. Em 61/62 ja nao era mais o tecnico do Gremio.

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  10. Bruxo, correto! Schneider foi lançado pelo Foguinho, em 1968. Tovar, também! Ali houve um treinador que acreditou nos guris. Uma pena que há poucos debates sobre os verdadeiros descobridores de jogadores talentosos da nossa dupla GRENAL. O velho Abílio dos Reis era outro que sabia muito.

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    1. As melhores duplas de meio campo do Inter Carbone/Tovar e Batista/Falcao.

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