E se houvesse Copa do Mundo em 42 e 46?
De todos os malefícios criados pelos homens, a guerra certamente é o pior. As duas maiores, as do século XX, deixaram marcas indescritíveis e inesquecíveis, como por exemplo Hiroshima, Nagasaki, Guernica, Holocausto e muito mais.
Causaram males menor, mas igualmente, marcantes. A inviabilização das edições de 1942 e 1946 da Copa do Mundo foi um deles.
Apenas hoje, tomei conhecimento que em 1940, já durante a segunda guerra, a FIFA ignorando o contexto, decidiu que haveria a Copa de 1942, justamente no Brasil. Com o conflito recrudescendo no velho continente, apenas Romênia, Noruega, Portugal e Espanha acenaram com a vinda ao Brasil. Dessa forma, o torneio mundial viraria um certame sul-americano praticamente, por isso a ideia não avançou. Ficou tudo para 1950.
Fica a pergunta: realizadas as de 42 e 46, quais seriam os favoritos?
Futebol tem uma lógica, mas ela não é definitiva, foi o caso de 1950, o Maracanazo, porém, admitamos a lógica, neste caso, teríamos o Brasil dos goleiros Barbosa e Oberdan, Domingos da Guia, Zizinho, Jair da Rosa Pinto, Ademir Menezes, Heleno de Freitas, Leônidas da Silva, que jogou de 42 a 49 no São Paulo. Havia o Rolo Compressor de Nena, Adãozinho e especialmente Tesourinha que se mudaria para o Vasco em 49, aliás, o melhor time desta década, pois formou o Expresso da Vitória. Por tudo isso, os brasileiros eram candidatos.
Entretanto, os maestros da década de 40 foram os argentinos. A melhor safra não foi a de Maradona, sequer a de Kempes, menos ainda a atual de Messi & cia. A grande e irrepetível foi a da década de 40; só o River Plate era uma seleção, ganhou dez títulos na década, sendo 4 campeonatos nacionais. Sabe-se que há até hoje, pelo menos um 6 clubes postulantes aos títulos na Argentina; então, ter uma supremacia dessa em 10 anos, é um feito e tanto. Um time que tinha o goleiro Carrizo e principalmente um ataque infernal; naquela época, jogavam com 5 dianteiros. Toda a linha era da Seleção: Muñoz, Moreno, Pedernera, Labruna e Losteau. Havia ainda, simplesmente, Di Stéfano, o maior jogador portenho antes de Maradona e maior atleta do River Plate.
É uma década em que os argentinos levaram ampla vantagem no futebol sul-americano.
Teoricamente, as Copas de 42 e 46 teriam um amplo favorito, a Argentina.
Fica sempre uma interrogação e uma certeza: os favoritos confirmariam? A certeza é que muitos craques ficaram sem Copa do Mundo nos seus currículos. No fundo, quem perdeu foi o futebol.
Para essa crônica usei a memória dos papos com meu pai que viveu tudo isso e mais as seguintes fontes: o livro de Roberto Sander, "Anos 40" e os sites blogs.diariodonordeste.com.br e imortaisdofutebol.com
Entretanto, os maestros da década de 40 foram os argentinos. A melhor safra não foi a de Maradona, sequer a de Kempes, menos ainda a atual de Messi & cia. A grande e irrepetível foi a da década de 40; só o River Plate era uma seleção, ganhou dez títulos na década, sendo 4 campeonatos nacionais. Sabe-se que há até hoje, pelo menos um 6 clubes postulantes aos títulos na Argentina; então, ter uma supremacia dessa em 10 anos, é um feito e tanto. Um time que tinha o goleiro Carrizo e principalmente um ataque infernal; naquela época, jogavam com 5 dianteiros. Toda a linha era da Seleção: Muñoz, Moreno, Pedernera, Labruna e Losteau. Havia ainda, simplesmente, Di Stéfano, o maior jogador portenho antes de Maradona e maior atleta do River Plate.
É uma década em que os argentinos levaram ampla vantagem no futebol sul-americano.
Teoricamente, as Copas de 42 e 46 teriam um amplo favorito, a Argentina.
Fica sempre uma interrogação e uma certeza: os favoritos confirmariam? A certeza é que muitos craques ficaram sem Copa do Mundo nos seus currículos. No fundo, quem perdeu foi o futebol.
Para essa crônica usei a memória dos papos com meu pai que viveu tudo isso e mais as seguintes fontes: o livro de Roberto Sander, "Anos 40" e os sites blogs.diariodonordeste.com.br e imortaisdofutebol.com
Bruxo, fui procurar os jogos entre Brasil e Argentina. Realmente a superioridade dos "hermanitos" era grande. No período, considerei as partidas entre 1940 e 1946. A radiografia foi essa:
ResponderExcluir18.02.1940 - BRASIL 2 x 2 ARGENTINA - Copa Rocca / São Paulo
25.02.1940 - BRASIL 0 x 3 ARGENTINA - Copa Rocca / São Paulo
05.03.1940 - BRASIL 1 x 6 ARGENTINA - Copa Rocca / Buenos Aires
10.03.1940 - BRASIL 3 x 2 ARGENTINA - Copa Rocca / Buenos Aires
17.03.1940 - BRASIL 1 x 5 ARGENTINA - Copa Rocca / Buenos Aires
17.01.1942 - BRASIL 1 x 2 ARGENTINA - Campeonato Sul-Americano / Montevideo
14.02.1945 - BRASIL 1 x 3 ARGENTINA - Campeonato Sul-Americano / Santiago
16.12.1945 - BRASIL 3 x 4 ARGENTINA - Copa Rocca / São Paulo
20.12.1945 - BRASIL 6 x 2 ARGENTINA - Copa Rocca / Rio de Janeiro
23.12.1945 - BRASIL 3 x 1 ARGENTINA - Copa Rocca / Rio de Janeiro
10.02.1946 - BRASIL 0 x 2 ARGENTINA - Campeonato Sul-Americano / Buenos Aires
Além daqueles jogadores excepcionais que citaste, tínhamos Aymoré Moreira no gol, Florindo Alves, Norival, Zezé Procópio, Oswaldo Brandão, Romeu Pelliciari, Tim, Sylvio Pirillo, Chico. Era uma geração de muitos craques. Mas em dúvida a Argentina sobrava aqui na América do Sul.
Gracias, Alvirubro!
ExcluirProcurei por estes dados para justificar a superioridade, mas só os encontrei de forma esparsa. Acabei desistindo.
Valeu!
Caramba, é sempre uma aula!
ResponderExcluir6 x1 pra Argentina...Essa deve ter doído.
PJ!
ExcluirE a geração brasileira era muito boa, também.Deve ter sido um acidente.