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quinta-feira, 5 de junho de 2014

Opinião



O Coração do Time

Agosto de 2010, gestão Kroeff, Renato vem para ajeitar o time que está na zona do rebaixamento. Seus reforços chegam entre o mês 8 e o 9, Vilson do Vitória, Gabriel do Panathinaikos, Gilson do Paraná Clube, Paulão do Grêmio Prudente, Diego Clementino do América Mineiro e Júnior Viçosa do Asa de Arapiraca, que se juntaram a André Lima, vindo no final de Junho, todos emprestados. Estes, os reforços de Renato, ninguém que lotava aeroporto.

Como sabemos, Portaluppi levou o Tricolor à Libertadores da América, fazendo campanha digna de campeão de Brasileiro. Qual o segredo?

Muitos; o conhecimento do treinador, seu carisma, o feeling que usou para reerguer algumas peças, o apoio da torcida. Seu time mais utilizado foi: Victor; Gabriel, Paulão, Rafael Marques e Fábio Santos; Vílson ou Adilson, Fábio Rochemback, Douglas e Lúcio; Jonas e André Lima. Era um 11 equilibrado, especialmente com as recuperações de Douglas, Lúcio, Jonas e André Lima; todos; repito, todos que em algum momento de suas carreiras foram contestados. Havia uma ideia de time. Renato não era apenas um incentivador que entregava camisas como os “entendidos” queriam fazer crer.

Douglas chegou à Seleção, lembrando o futebol de Vilson Tadei, o camisa 10 de 1981, jogador cerebral, que ditava o ritmo do time de Ênio Andrade. Havia também, Lúcio, um lateral que incrivelmente fez e bem o papel de Carlos Miguel e de Zinho, respectivamente na Era Luiz Felipe e no grupo vencedor de 2001.

Na frente, Jonas e André Lima repetiram, Paulo Nunes (1996) e Baltazar (1981), tão semelhante esta última comparação que vale lembrar que nas quartas-de –final, Baltazar brigava pela titularidade com Héber, um centro-avante barbudo, tamanha era a sua irregularidade nas últimas partidas. Sorte do Grêmio e dele, aquele gol no jogo no Morumbi. Ficou a última impressão.

Essas linhas anteriores demonstram que dificilmente um time chegará ao título sem ter no meio de campo, isto é, no  coração, uma produção eficiente; não haverá ataque que se manterá efetivo se o meio não funcionar.

O Grêmio anda carente de uma mecânica e efetividade na parte ofensiva, mas a origem pode não estar nos atacantes, pelo menos, somente neles.

Espero que a Direção analise setor por setor, a equipe e também, o comando técnico, porque Renato mostrou por duas vezes, 2010 e 2013, que mesmo na escassez, dá para alcançar bons resultados, algo que Enderson está devendo. 

2 comentários:

  1. Paulo Juliano05/06/2014, 12:51

    Vale destacar que, além da dinâmica de jogo proporcionada pelo Douglas, um chute extremamente potente de canhota. Nunca entendi porque ele não chutava com mais frequencia, não tinha apetite pelo gol. Enfim, em tempos de escassez meias "clássicos" sempre fizeram sucesso fácil no tricolor, até mesmo Roger chinelinho...

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  2. PJ!
    Os times, na sua maioria, são dependentes deste camisa 10. O Cruzeiro com aquela linha de 3 atrás do centro-avante, quando tem centro-avante (às vezes jogam sem a figura tradicional) é a grande exceção.

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