Galeria Imortal (20)
Tratando de aproveitamento da base, olhem o que encontrei no blog do Valdir Espinosa; a equipe de juvenis do Imortal de 1965-66. Nela há um bom número de atletas que subiram para o profissional; alguns deles, com muito sucesso no cenário nacional.
Estão ali; em pé: Valdir Espinosa, Raupe, Jair, Beto Bacamarte, Adilson e Zeca. Agachados: Júlio Cezar, Salazar, Romualdo, Julinho e Ademir Ribeiro.
Sete destes, pela minha memória, chegaram a compor o elenco principal do Grêmio.
Abre esse e meio bruxo kkk
ResponderExcluirPJ
ResponderExcluirOk!
Os juvenis do Grêmio, à época, alcançaram um feito inédito na história do Futebol Brasileiro. Durante duas temporadas (1965 / 1966) mantiveram uma invencibilidade de 100 jogos, oficiais e amistosos.
ResponderExcluirForam 89 vitória e 11 empates, marcando 473 gols e sofrendo 76.
Nesses 100 jogos, os principais artilheiros foram:
Salazar, 91 gols;
Adãozinho, 56;
Romualdo, 53;
João Carlos, 39;
Júlio César, 24;
Espinosa, 24;
Ademir Ribeiro, 22;
César, 16;
Adílson, 13; e
Julinho, 11.
Fantástico, Alvirubro!
ResponderExcluirTinha algumas informações esparsas sobre este evento, mas não sabia que eram tantos jogos invictos.
O Salazar, que fim levou?
O goleiro Jair deveria ter 1,72 m de altura. Lembro-me que o Cejas descobriu que uma das goleiras do Olímpico era mais baixa. Alguns diziam que foi ficando mais baixa à medida que a grama era renovada na pequena área, devido ao acúmulo de terra. Mas acho que realmente o Jair pediu para que rebaixassem uma das goleiras.
ResponderExcluirContam que um fato semelhante aconteceu no Brinco de Ouro, na época do Zenon. Só que a altura da goleira foi elevada. E os gols de falta saiam facilmente.
O grandalhão Agustín Cejas foi para a goleira do gramado principal do Olímpico e, cacoete da profissão, deu um chute na trave, mexeu nas redes e ergueu os braços com a luva preta. Epa, havia algo errado. Ereto, sob a risca da goleira à direita das sociais, sua mão passava do travessão.
ResponderExcluirEra o dia 9 de fevereiro de 1976. Perto dos 31 anos, o argentino Cejas era um goleiro rodado e recém-chegado ao Grêmio. Nunca tinha passado por aquela situação: a goleira estava mais baixa do que o normal.
Reservadamente, Cejas chamou os colegas. Estava constrangido, mas queria saber se havia algo que recolocasse a goleira no lugar em dias de jogos. Não havia. Era assim mesmo.
– Tem algo errado, então – assombrou-se Cejas, campeão da Libertadores e do mundo pelo Racing , depois goleiro do Santos de Pelé, campeão paulista em 1973, no último título do Rei na Vila Belmiro.
Em volta da goleira do Olímpico, lá estavam com Cejas o técnico Osvaldo Rolla, o auxiliar Paulo Lumumba, o goleiro reserva Remi e os zagueiros Ancheta e Beto Fuscão. O argentino insistia mostrando sua mão passando o travessão. É claro que o seu 1m93cm de altura e mais o braço longo facilitavam aquela demonstração surreal. Alguém tirou a medida, e só então constataram que a trave estava até 22 centímetros mais baixa do que os 2m44cm oficiais. No outro extremo da goleira a diferença nem era tão relevante assim.
ResponderExcluirMas o Grêmio providenciou a elevação do travessão e o caso foi parar nos jornais. "Goleiras fora da medida oficial" titulou Zero Hora no dia seguinte. De pronto as explicações andaram em torno dos constantes reparos que equipe de a manutenção do estádio fazia no sagrado local onde os goleiros pisoteiam, sempre carecas. Para facilitar a vida, implantavam leivas de gramas sobre uma camada de terra preta com areia. O nível do piso subia e comia os centímetros dos pés dos travessões.
– Era isso, sim. Os caras aterravam a pequena área com os tufos de gramas e esqueciam de conferir a altura da goleira – garante hoje Remi, ele próprio um goleiro que começou a carreira em meados dos anos 1970 sob o travessão rebaixado do Olímpico.
Mas Remi nunca se deu conta da falta de altura da goleira, embora ele não fosse pequeno, com 1m87cm. Até o zagueirão Ancheta, de 1m90cm, surpreendeu-se quando Cejas levantou a suspeita.
ResponderExcluirSurgiram outras duas explicações: uma prosaica e outra marota.
A prosaica colocava a culpa nos biquinhos que os goleiros costumam dar com a ponta da chuteira nas traves. Ou com as agarradeiras, para limpar o barro. O atacante Tarciso defende algo próximo a isso.
– Era tudo feito no olho: a goleira desceu por si. Depois, colocaram uma placa de cimento por baixo e a trave não cedeu mais – justifica Tarciso, com a credencial de quem passou 13 anos seguidos no Grêmio (de 1973 a 1985), marcou 247 gols em 721 partidas e se tornou um dos mais duradouros na história do Grêmio e do futebol brasileiro.
Hoje chefe de manutenção do Olímpico, Sílvio Vargas começou a trabalhar no clube no meio dos anos 1970 e descarta essa teoria maluca. Ele e o supervisor Antônio Verardi, 41 anos de Olímpico, lembram das toras de gramas assentadas sobre a terra careca.
A teoria marota é também mais antiga. Segundo ela, o rebaixamento das goleiras teria sido iniciativa do então técnico (e ex-goleiro) Sérgio Moacir Torres no final da década de 1960, com um objetivo claro: facilitar a vida do goleiro Jair, de 1m72cm de altura, que logo estreou em 1970 sucedendo a Alberto, Arlindo e Breno.
ResponderExcluirCentroavante forjado em títulos sobre títulos nos anos 1960, Alcindo, o Bugre Xucro, lembra de um período em que Sérgio Moacir providenciou para que seus jogadores sumissem do Olímpico e fossem treinar em outro local.
– Deixamos o Olímpico sem saber direito o motivo e, por três ou quatro dias, ficamos fora – atesta Alcindo.
Dias depois, a informação de que as goleiras estavam rebaixadas corria entre os jogadores, mas ninguém notou diferença e nem se arvorou a medir – o boato acabou restrito aos muros do estádio. Ainda assim, Jair ouvia críticas. Como jogava de luvas brancas, o cronista Paulo Sant’Ana dizia que ele "estava mais para mecânico do que para goleiro".
Jair há muito trabalha como treinador de goleiro no Catar. Em 1973, quando deixou o Grêmio, assumiu o goleiro Picasso, ex-São Paulo.
ResponderExcluir– Nunca soube da goleira menor; nunca notei diferença alguma – afirma Ronei Paulo Travi, o Picasso, gaúcho de Canela.
Picasso mora hoje na zona norte de Porto Alegre, orgulhoso por ser um dos goleiros com mais tempo sem tomar gol, por volta de 700 minutos. Por três temporadas jogou Picasso, até a chegada do argentino que descobriu o rebaixamento da goleira.
A altura das traves voltou ao normal. Meses depois, em um escanteio no último minuto de um Gre-Nal no Olímpico que decidia o turno do Gauchão, Escurinho subiu e marcou o gol que garantiu o título para o Inter. Foi de cabeça, no alto da goleira maior de Cejas.
Essa é uma das lendas do estádio Olímpico.
ResponderExcluirValeu, Alvirubro!
ExcluirO Cejas foi um estudioso de sua profissão, falava até em bissetriz e outros termos para explicar o posicionamento no gol diante dos atacantes.
Bruxo, quanto ao Salazar, não tenho conhecimento de que prosseguiu na carreira futebolística. Olhando minhas listas de jogadores do RS, dos anos 60 e 70, não encontrei indícios de que Salazar tenha jogado.
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