(Quase) Irreversível - segunda parte
Depois do desalento, decidi ampliar para três partes essa crônica. Esta intermediária, faço um exercício, demonstrando a incoerência de chamarem o clube de racista, confundindo 20 vozes com a de 6 milhões. Basta conhecer a sua história.
O Grêmio foi forjado por desafios; sua alcunha de Imortal não é por acaso. Há na sua longa trajetória momentos cruciais, encruzilhadas, precipícios, que os adversários vaticinaram: - Agora deu! Não tem mais volta. Mas teve.
Atualmente, ele se debate contra a pior (maior) de suas batalhas: a pecha injusta de ser um clube racista. Vai superar, como sempre superou.
Como chegar lá? Vou elencar uma série de características do nosso clube, hoje e também, algumas medidas, que (imagino) ajudarão a alavancar o Imortal de volta para o lugar que merece no cenário mundial, isso, na última parte da crônica:
- O Tricolor possui 6 milhões de torcedores, então, se fosse racista,isto não estaria escancarado diariamente num universo de tantos adeptos?
- Desde 1976 que o Grêmio é apontado nas pesquisas como o clube mais popular do RS? Ora! É impossível ser a maior torcida do RS sem incluir no seu quadro, pessoas das mais diversas origens étnicas e sociais
- Desde que foi criado o prêmio Top of Mind, o Grêmio, no segmento clube de futebol é o mais lembrado. É a marca que está na cabeça das pessoas. Por que?
- O Imortal tem o mais belo hino de clubes do Brasil; ele foi escrito por um dos maiores gênios musicais do Brasil, Lupicínio Rodrigues, um negro
- A estrela na bandeira do clube representa Everaldo Marques da Silva, tricampeão mundial em 70, homenagem prestada em vida. Um negro
- O jogador que mais vestiu a camiseta do Grêmio em sua história centenária é Tarciso, outro negro. Próximo da marca dele, Roger Machado
- O maior artilheiro do clube em todos os tempos é Alcindo Martha de Freitas, um bugre
- O Grêmio, mesmo com o racismo dos primeiros anos, condição que não era apenas dele, teve o primeiro negro jogando na Dupla Grenal, Adão Lima, onde começou no início da década de 20, portanto, antes do Coirmão (1927)
- Um dos primeiros atletas de futebol mortos, homenageados com nome de rua foi Eurico Lara, que não tinha o perfil ariano
- A Coligay foi a primeira torcida gay organizada (e respeitada) no Brasil, talvez no mundo. Isso num período complicado, inclusive para as mulheres; raríssimas frequentavam estádio. E foram pé-quentes para o Tricolor
Há muito mais fatos que poderiam ser enumerados aqui, envolvendo pessoas das mais diferentes origens étnicas como italianos, poloneses, negros, índios, orientais, portugueses, portenhos, etc...
Os erros recentes tem um tamanho, um tamanho imenso, mas ampliar as suas dimensões, querer transformá-los numa hecatombe, será igualmente um erro, cuja ação, a cura poderá ficar comprometida.
Leonardo
ResponderExcluirBruxo: Força Nação tricolor! Não podemos nos abater! Agora é lamber as feridas e seguir em frente! Todos nós gremistas sabemos o que somos e o que não somos. Os julgamentos tendeciosos dos outros (especialmente dos inimigos reais bem como dos ocultos e camuflados) devem ser analisados, mas com critério. O orgulho de ser gremista permanece para todos aqueles que conhecem, de verdade, o que é e o que representa a Instuição Grêmio FBPA. O orgulho do nosso clube é um dos nossos maiores patrimônios.
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A vida segue e teremos muitas oportunidades para desviar da hipocrisia reinante e do linchamento (claramente com interesses meramente desportivos) para reafirmar o que somos de verdade dentro e fora do campo. Eu tenho certeza que o Grêmio vai sair muito mais forte dessa Via Crucis. Espero confiante as suas considerações e propostas na terceira cronica dessa dolorosa trilogia.
Obrigado,Leonardo!
ResponderExcluirOntem assisti com tristeza o Jornal do Almoço da RBS tratando do caso racismo. Três jornalistas, olha só Túlio Milmann, Cristina Ranzolin e Manoel Soares, por coincidência, nenhum gremista. O Manoel, jornalista negro, ao se referir ao depoimento da gremista arrependida, que proferiu as ofensas, repetia, sempre que podia: "não podemos transformar o agressor em vítima".
Querem que a gente entenda a boa intenção deles.
Complementando:
ExcluirSobre o Jornal do Almoço; o assinto é tão sério, que a grenalização deveria ser posta de lado. Tive a impressão que corria uma baba no canto dos lábios.
corrigindo: ... o assunto é tão sério...
ExcluirBruxo,
ResponderExcluiracho que os "pavões" do Tribunal já viram a besteira que fizeram. Ela é irreversível. Irreversível porque até Blatter já se pronunciou à favor da decisão. Aqui faço um parêntese, apenas para citar que um dos auditores que votou contra o Tricolor andou publicando algumas impropriedades, como podes observar no atalho (http://wp.clicrbs.com.br/blogdobola/2014/09/04/posts-de-um-auditor-do-stjd-com-injurias-racistas-causa-polemica-nas-redes-sociais/?topo=52,2,18,,224,77).
Outro fato é que Blatter, veja só, dando a sua opinião sobre o fato, faz parecer que Platini não tem razão nenhuma de criticar o "intocável" Presidente da FIFA. Deveriam nos poupar disso. Fecha parênteses!
Eu já havia me manifestado acerca da infeliz decisão dos auditores desportivos. Mancharam uma Instituição que é pródiga em desenvolver atividades de apoio à carentes e pessoas com poucas condições sociais.
Esses senhores, os auditores, pouco se preocuparam por estragar a imagem do clube. Pois agora que a retumbante decisão está causando todo esse rebuliço, ficaram sem saber o que fazer. É claro e lógico que não haverá mudança na decisão. Até porque o presidente da maior entidade do futebol já deu o veredito. Isso está pacificado. E sabemos bem como funciona esse “toma lá da cá”. Não adianta esses "pavões" remendarem a decisão.
Agora, uma coisa que me chama muito a atenção: onde está o Presidente Novelleto, com uma nota de repúdio a essa decisão do STJD, defendendo um clube que é filiado à federação que ele preside?
Outra coisa, ouvi que a direção do Inter estaria dando apoio ao Grêmio. Mas então, porque não escrevem e publicam esse apoio? São todos uns hipócritas de uma figa, como diria Luiz Carlos Prates.
Alvirubro!
ResponderExcluirPor atitudes como essa é que fica difícil debelar o racismo e o preconceito da nossa sociedade. O STJD pensou mais nas luzes, na pretensa simpatia e aprovação de sua decisão, do que propriamente, contribuir de uma forma eficiente para reduzir o problema. Aí, "pavões" é uma designação adequada para eles, que levaram uma bola nas costas com o integrante racista.
Sobre o Novelleto, depois daquele episódio em que ele antecipou a condenação do Riograndense-SM, não tenho adjetivações, porque se fosse escrever o que penso, o blog ficaria igual a muitos outros na baixaria.