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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Opinião



O Aborto da Prática

Futebolisticamente falando, o ano já acabou. 2014 se encerra amanhã, mas o Tricolor se despediu bem antes das finais da maioria dos campeonatos que disputou. Nem a vaguinha da pré-Libertadores sobrou. Seu ano teve 11 meses ou menos até.

Como de praxe, o ano seguinte, ainda no olhar do futebol, começa no final do anterior. Troca de Direção, especulações aos montes, gafes incríveis da mídia; enfim, quase tudo igual. Escrevo o termo "quase", porque o Tricolor forçado ou não, patrocina uma inédita ceifada grande nos salários mais gordos; ainda luta para se livrar de pelo menos mais três desses quatro: Barcos, Moreno, Fernandinho e Kléber. Vai conseguir, porém, isso não é garantia de êxito na empreitada.

Para o ano que começa, desejo acima de tudo, que os títulos dentro de campo apareçam e que os de fora, os da mesa do presidente, sejam quitados em sua plenitude.

Mas há algo que sonho com a mesma intensidade do que o levantamento de taças e faixas no peito; é a redução drástica, sem não a eliminação total da venda de jovens valores, que passam de forma fugaz pelo departamento profissional do Tricolor.

Não entendo outro caminho para as vitórias, que não seja pelo qual passa a manutenção dos atletas do quilate de Wendell, Luan, Wallace e Éverton. Já tratei disso em Tentando digerir, texto de Fevereiro, quando da saída do lateral esquerdo.

Essa prática de vender os diamantes gremistas tem que ser abortada. Não consigo entender que um clube, cujo o interesse principal é o futebol, a sua origem é o futebol, priorize outras áreas, sangrando o principal.

Tenho certeza que todo torcedor consciente, aceita pacientemente a ação franciscana na busca de reforços, mas se revolta quando os garotos bons de bola e baratos, porque recém estão iniciando na profissão, sejam transacionados; praticamente dados a empresários, que em troca, empurram jogadores de carreiras irregulares, que infelizmente fazem o "contrato da vida deles" em nosso clube. O Grêmio virou o "pato" da hora.

Comprar bem, comprar consciente, também é uma forma de economia, de saneamento das finanças. Não há discurso, por mais criativo que seja, que justifique por exemplo, vender Victor e em troca vem Werley, mesmo que como contra-peso.

A fama Tricolor é tão grande, depois dos Fábios Aurélios, Sorondos, Fábios Ferreiras, Eds Carlos da vida, que o Flamengo arriscou um "se colar, colou", isto é, pediu Bressan e ofereceu o glorioso Erazo.

Está na hora de mais seriedade na gestão do futebol gremista.

4 comentários:

  1. O engraçado é que o Grêmio nem ao menos pode reclamar da sorte, em menos de ano conseguiu revelar dois dos melhores laterais esquerdos - à época em atividade no Brasil - e ainda fazer que uma improvisação se sagrasse o melhor na posição em 2014. Ao fim e ao cabo terminamos nós em busca de lateral esquerdo e acabos contratando um volante para a posição. Como colocastes de forma cirúrgica Bruxo, tem faltado seriedade.
    Obs. Ao que consta o Santos contratou o Conca né? Parece que estamos sempre pra trás...

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  2. PJ
    Depois que escrevi, li notícias que "encorpam" a minha indignação; Matheus Biteco, a exemplo do seu mano, também segue adiante. Fico pensando, quando tínhamos o Guilherme Biteco, investíamos em Léo Gago.
    O Tinga não serve para ser "testado" na lateral (só gostaria de vê-lo testado), mas tem "café no bule" para o mercado europeu.

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    1. O Tinga pra mim é uma incógnita, tem mais mercado que o próprio Marcelo Oliveira que foi contratado.

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  3. PJ
    O Tinga é o maior exemplo que o clube não é a prioridade para os dirigentes. Nem sei se daria certo, mas o seu não aproveitamento não tem uma explicação razoável.

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